sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Eclesiastes 12:7- Que espírito volta a Deus?

O que ocorre quando uma pessoa morre? Que "espírito" sai do corpo no momento da morte? Entenda de forma rápida e simples! Para ter acesso a outros vídeos e entender melhor mais declarações bíblicas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Porque Jesus não curou imediatamente os 10 leprosos?

Faculdades devem respeitar sábado de alunos adventistas




O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da Segunda Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, decidiu que seja respeitada a liberdade religiosa dos alunos da Faculdade Mato Grosso do Sul (FACSUL) e da Faculdade Campo Grande (FCG) que, em razão de crença, não podem frequentar aulas no sábado e alegavam ser prejudicados com faltas e nas avaliações. A Ação Civil Pública foi ajuizada pela seccional da OAB/MS em 2012, assinada pelo então presidente Leonardo Avelino Duarte. Os alunos procuraram a OAB para buscar a garantia de seus direitos. De acordo com Avelino Duarte, se buscou a garantia da realização de obrigações acadêmicas de maneira alternativa, sendo aplicadas nos outros dias da semana tendo como base a Lei Estadual nº 2.104/00, que assegura ao aluno requerer à instituição de ensino, públicas ou privadas, que lhe sejam aplicadas provas ou trabalhos acadêmicos em dias não coincidentes com o período de guarda religiosa.

As instituições de ensino alegam que não poderiam mudar a grade curricular e cronograma de atividades em razão da fé dos acadêmicos, pois ao ingressarem na faculdade estariam de acordo com o regimento da instituição superior de ensino. No entanto, um parecer do Ministério Público Estadual recomenda que a FACSUL e a FCG têm obrigação constitucional de respeitar a liberdade de crença “dos seus acadêmicos, em especial aqueles que guardam o pôr do sol de sexta até o pôr do sol de sábado por serem adeptos da religião Adventista do Sétimo Dia”.

Com a decisão, os alunos sabatistas terão abono das faltas e a universidade deverá oferecer atividades em datas alternativas para os acadêmicos que justificarem a transferência da data por razão de crença religiosa. Não foi concedida a aplicação de nenhuma multa para as duas faculdades.

(Correio do Estado)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Rio registra primeira união estável entre três mulheres




Há pouco mais de uma semana, o Brasil registrou sua primeira união estável entre três mulheres. O local escolhido para a formalização foi o 15º Ofício de Notas do Rio, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste. De acordo com o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), este é o segundo trio que declara oficialmente uma relação. O primeiro caso aconteceu em Tupã, no interior de São Paulo, em 2012. Na ocasião, um homem e duas mulheres procuraram um cartório para registrar a relação. Com medo de serem hostilizadas, as três mulheres preferiram não dar entrevista. De acordo com a tabeliã Fernanda de Freitas Leitão, que celebrou a união, o fundamento jurídico para a formalização desse tipo de união é o mesmo estabelecido na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2011, ao reconhecer legalmente os casais homossexuais. “Não existe uma lei específica para esse trio, tampouco existe para o casal homoafetivo. Isso foi uma construção a partir da decisão do STF, que discriminou todo o fundamento e os princípios que reconheceram a união homoafetiva como digna de proteção jurídica. E qual foi essa base? O princípio da dignidade humana e de que o conceito de família é plural e aberto. Além disso, no civil, o que não está vedado, está permitido”, explicou a tabeliã.

O presidente do IBDFAM, Rodrigo Pereira, declarou que a relação entre três pessoas é reconhecida quando for caracterizada como núcleo familiar único. “Essas três mulheres constituíram uma família. É diferente do que chamamos de família simultânea (casais homo ou heterossexuais). Há milhares de pessoas no Brasil que são casadas, mas têm outras famílias. Esses são núcleos familiares distintos. Essas uniões de três ou mais pessoas vivendo sob o mesmo teto nós estamos chamando de famílias poliafetivas”, afirmou Pereira.

Por lei, uma mesma pessoa não pode se casar com outras duas [por enquanto...]. Mas o caso do trio é diferente por ser visto como uma união única.

Além da união estável em si, as três mulheres fizeram testamentos patrimoniais e vitais. O próximo passo delas é gerar um filho por meio de inseminação artificial. Por isso, a declaração da relação foi acompanhada dos testamentos, que estabelecem a divisão de bens e entregam para as parceiras a decisão sobre questões médicas das três cônjuges. [...]

Pereira explica que todos os direitos concedidos aos casais com união estável devem ser garantidos ao trio de mulheres. “A proteção legal deve ser a mesma. Ainda não tem jurisprudência, porque isso está começando. Isso é novo para o Direito, mas não tem uma verdade única. A família é um elemento da cultura, sofre variações”, completou. [...]

(JusBrasil)

Nota: Não, a família não é um “elemento da cultura”. O conceito de família e de casamento – a união monogâmica entre um homem e uma mulher – vem do relato da criação, em Gênesis. Quando esse relato passou a ser visto paulatinamente como um mito, uma alegoria (mesmo por pessoas e igrejas que dizem seguir a Bíblia), estava preparado o caminho para a dissolução do conceito bíblico de casamento. Uma vez que o “casamento” de pessoas do mesmo sexo foi aprovado, não mais haverá impedimentos morais (e logo, logo legais) para situações que envolverem poligamia, incesto (duvida?) e, por que não, até zoofilia. Abriram a porta, agora não tem como segurar o que passar por ela. Ao abandonar a visão criacionista das origens, a humanidade destruiu os fundamentos morais e teológicos sobre os quais deveria estar fundada. Além do casamento, o sábado, memorial da criação, também tem sido relido à luz da teologia liberal e do paganismo. Tivesse sempre sido guardado por todos os cristãos, quem sabe essa situação toda fosse diferente hoje. [MB]

A Sintonia Fina do Universo


Reasonable Faith apresenta o trabalho do filósofo e teólogo Dr. William Lane Craig e visa fornecer, nos lugares públicos, uma perspectiva cristã inteligente, articulada e inflexível, sem deixar de ser graciosa sobre as questões mais importantes a respeito da verdade da fé cristã, tais como:

- a existência de Deus
- o significado da vida
- a objetividade da verdade
- o fundamento dos valores morais
- a criação do universo
- design inteligente
- a fiabilidade dos Evangelhos
- a singularidade de Jesus
- a historicidade da ressurreição de Jesus
- o desafio do pluralismo religioso

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Primeiro presidente adventista


novo presidente das ilhas fiji e adventista
General adventista já exercia o cargo de ministro de Emprego, Produtividade e Relações Industriais. Créditos da imagem: acervo do governo de Fiji

O novo presidente das ilhas Fiji, no Pacífico Sul, é um adventista do sétimo dia. Com 31 votos a favor e 14 contra, o general-de-divisão Jioji Konrote foi eleito pelo parlamento no dia 12 de outubro para um mandato de três anos. É a primeira vez que um membro da igreja assume a presidência da nação.
A cerimônia de posse de Konrote, que exerce a função de ministro de Emprego, Produtividade e Relações Industriais, está prevista para ocorrer no início do mês de novembro.

Em um anúncio oficial sobre a nomeação, conforme informou a agência internacional de notícias da Igreja Adventista (ANN), o primeiro-ministro de Fiji, Frank Bainimarama, disse que o general adventista é “um modelo de lealdade, coragem e devoção como comandante militar, de honestidade e dedicação como ministro, e de tato e perseverança como um diplomata”.

Konrote tem um longo currículo como militar e diplomata. Ele é o único fijiano a ser nomeado comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano e secretário-geral adjunto das Nações Unidas. Ele tem servido como o Alto Comissariado da ONU para a Austrália e Fiji, além de embaixador plenipotenciário para Cingapura. Em 2006, ele foi eleito membro do parlamento de Fiji e, desde então, tem servido como ministro.

Segundo informou a ANN, Jioji Konrote é um membro respeitado de uma congregação adventista na capital, Suva, a cidade mais populosa e principal centro cultural e turístico das ilhas Fiji.

Com uma população de aproximadamente 900 mil habitantes, Fiji viveu situações políticas delicadas nos últimos anos. Foram três golpes de Estado e uma tentativa de sublevação desde que conquistou sua independência, em 1970. Curiosamente, hoje a república parlamentarista é governada pelo mesmo militar que promoveu o golpe de 2006. Frank Bainimarama assumiu como primeiro-ministro em 2014, após ganhar as eleições que consumaram o retorno à democracia.
 [Equipe RA, da redação / Com informações da ANN e do UOL]

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Comentários de Ellen G. White Sobre o Uso dos Recursos do Dízimo


Robert W. Olson

A. Introdução

Por ocasião da Organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não tínhamos um sistema dizimal plenamente desenvolvido, nem dispúnhamos de alguma instrução de Ellen G. White a respeito do emprego do dízimo. Os mais antigos comentários da Sra. White sobre como deviam ser gastos os recursos provenientes do dízimo eram de natureza bem geral. Perto do fim de 1879, ela escreveu:

“Importa que se apóiem as instituições que são instrumentos de Deus no promover Sua obra na Terra. Devem-se erigir igrejas, estabelecer escolas, e aparelhar as casas editoras com os meios necessários à realização de uma grande obra na publicação da verdade a ser propagada por todas as partes do mundo. Essas instituições são ordenadas por Deus, e devem ser mantidas com dízimos e ofertas liberais. À medida que a obra se dilata, necessitar-se-ão de meios para que ela avance em todos os seus ramos.” – 4T, 464 (1TS, 543).

Três anos mais tarde, ela fez um comentário um tanto semelhante: “O dízimo de todas as nossas rendas é do Senhor. Reservou-o para Si, para ser empregado em fins religiosos.” – CM, 67.

No entanto, por volta da década de 1890, Ellen White tornara-se muito mais explícita nos seus conselhos. À medida que a Igreja crescia e novos problemas e desafios tinham de ser enfrentados, o Senhor lhe deu mais luz de Sua vontade nessa questão.

Em 16 de março de 1897, ela escreveu para A. G. Daniells:

“Esta manhã enviei-lhe uma carta escrita para a América, e enviada ontem de manhã para lá, que lhe mostrará como eu considero o dinheiro do dízimo que está sendo usado para outras finalidades. [Ver Special Testimonies, Série A. No 10, págs. 16-25.] Este é o fundo de renda especial do Senhor, para um fim especial. Eu nunca compreendi tão plenamente este assunto como o compreendo agora. Como me foram enviadas perguntas, para que eu as respondesse, recebi instruções especiais do Senhor, de que o dízimo é para um fim especial, consagrado a Deus para sustentar os que ministram na obra sagrada, como os escolhidos do Senhor para realizar o seu trabalho, não somente pregando sermões, mas ministrando. Eles devem compreender tudo o que isso abrange.” – Carta 40, 1897; 1MR, 187.

A própria Sra. White nos ajuda a compreender “tudo o que isso abrange”, pois ela aprovou especificamente certos usos do dízimo, ao passo que desaprovou outros de maneira não menos específica.

B. Uso Apropriado do Dízimo

De acordo com Ellen White, os recursos do dízimo podem ser usados devidamente para o sustento das seguintes categorias de obreiros ou projetos:

1. Ministros do Evangelho 

“Examine cada qual suas rendas com regularidade, pois são todas uma bênção de Deus, e ponha de parte o dízimo como fundo separado, para ser sagradamente do Senhor. Em caso algum deve ser esse fundo dedicado a qualquer outro uso; deve ser unicamente dedicado ao sustento do ministério do evangelho.” – R&H, 9 de maio de 1893; CM, 81.

“O dízimo deve ser usado para uma só finalidade — sustentar os ministros a quem o Senhor designou para fazerem Sua obra. Ele deve ser usado para sustentar os que proferem as palavras de vida para as pessoas e têm sobre si o encargo do rebanho de Deus. … Quando um homem ingressa no ministério, ele deve ser pago com o dízimo e receber o suficiente para sustentar sua família. Não deve sentir-se como se fosse um mendigo.” – Ms 82, 1904.

2. Instrutores Bíblicos 

“O dízimo deve ser para os que trabalham na palavra e na doutrina, sejam eles homens ou mulheres.” – Ev, 492.

“Há esposas de pastores – Irmãs Starr, Haskell, Wilson e Robinson – que têm sido obreiras dedicadas, diligentes e sinceras, dando estudos bíblicos e orando com famílias, ajudando em tudo com seus esforços pessoais, de maneira tão bem-sucedida como seus maridos. Essas mulheres dão todo o seu tempo, e lhes é declarado que não recebem nada por seus trabalhos porque seus maridos recebem salário. Recomendo que prossigam, e todas essas decisões serão revistas. A Palavra declara: ‘Digno é o trabalhador do seu salário.’ Quando for tomada alguma decisão como essa, eu irei protestar em nome do Senhor. Acharei ser meu dever criar um fundo com o dinheiro do meu dízimo para pagar essas mulheres que estão realizando uma obra tão essencial como os pastores.” – Carta 137, 1898; MR, 959.

3. Professores de Bíblia

“Algumas mulheres estão agora ensinando moças a trabalharem com êxito fazendo visitas e dando estudos bíblicos. … Não deveria esse trabalho  ser considerado tão farto em resultados como a obra dos pastores ordenados? Não deveria isto determinar o pagamento das pessoas que trabalham? Essas obreiras não seriam defraudadas se não fossem pagas? …

“Em muitos aspectos, uma mulher pode comunicar a suas irmãs conhecimento que não é possível a um homem comunicar. A obra sofreria grande prejuízo sem essa espécie de labor. Repetidas vezes o Senhor me tem mostrado que as instrutoras são tão grandemente necessárias à obra a que Ele as designou, como os homens.” – Ms 43a, 1898; MR, 330.

“Os que tiverem mais vocação para o ministério deviam ser empregados para dirigir o ensino de Bíblia em nossas escolas. As pessoas escolhidas para essa obra precisam ser acurados estudantes da Bíblia; homens que tenham profunda experiência cristã; e seu ordenado deve ser pago do dízimo.” – CPPE, 431 (1913).

“Tem sido comunicada positiva luz para que os que ministram em nossas escolas, ensinando a Palavra de Deus, explicando as Escrituras, educando os alunos nas coisas divinas, sejam sustentados com o dinheiro do dízimo. Estas instruções foram dadas há muito tempo, e mais recentemente têm sido aqui e ali repetidas.” – 6T, 215 (1900); CM, 103.

Em 4 de dezembro de 1904, W. C. White escreveu para William Covert, presidente da Associação Wisconsin:

“Na resolução desse problema nas escolas com as quais Mamãe estava estreitamente ligada, o dízimo só era usado para o pastor ligado à escola, que tinha a principal responsabilidade pelo ensino da Bíblia e cujo trabalho especial era o preparo de jovens para a obra evangélica.”

4. Campos Missionários Necessitados, Tanto na América Como Além-Mar

“Em algumas das maiores associações, o dízimo poderá ser mais do que suficiente para sustentar os obreiros que agora estão no campo. Isso, porém, não sanciona o seu uso para alguma outra finalidade. Se as associações estivessem fazendo a obra que Deus deseja que elas façam, haveria muito mais obreiros no campo, e a necessidade de recursos aumentaria grandemente. Há missões a serem mantidas em campos onde não há igrejas nem dízimos, e também onde os crentes são novos e o dízimo é limitado. Se tendes recursos que não sejam necessários depois de acertardes as contas com os vossos ministros de maneira liberal, enviai o dinheiro do Senhor para esses lugares desprovidos.” – Ms 139, 1898; 1MR, 182, 184.

“Precisamos compreender cada vez mais que os recursos que chegam à associação, nos dízimos e dádivas de nosso povo, devem ser usados para o sustento da obra não somente nas cidades americanas, mas também nos campos estrangeiros. Que os meios tão zelosamente arrecadados sejam distribuídos altruistamente. Os que compreendem as necessidades dos campos missionários não serão tentados a usar o dízimo para o que não é necessário.” – Ms 11, 1908; 1MR, 192.

5. Diretores do Departamento de Publicações

W. C. White escreveu para W. S. Lowry em 10 de maio de 1912:

“Em muitas associações, em anos passados, surgiu a pergunta se era lícito e apropriado pagar o agente estadual de colportagem com o dízimo. Esta questão tem sido debatida em concílios de Uniões e da Associação Geral, e nossos irmãos têm a convicção de que é certo sustentar esse agente com o dízimo porque os livros são pregadores muito eficazes. Sempre que esta questão é apresentada a Mamãe, ela tem dado sua aprovação ao plano que geralmente é adotado por nosso povo.”

6. Médicos Missionários (Pastores Médicos) 

“Alguns, que não vêem a vantagem de educar os jovens para que sejam médicos tanto da mente como do corpo, dizem que o dízimo não deve ser usado para sustentar médicos missionários, que dedicam o seu tempo ao tratamento de doentes. Em resposta a tais afirmações, sou instruída a dizer que a mente não deve tornar-se tão estreita que não possa apreender a verdade da situação. Um ministro do evangelho que seja também médico missionário, que pode curar também enfermidades físicas, é um obreiro muito mais eficiente do que aquele que não o pode fazer. Sua obra como ministro do evangelho é muito mais completa.” – Medicina e Salvação, pág. 245.

7. Benefícios de Aposentadoria Para Pastores e Suas Famílias

“Muitos obreiros foram para a sepultura com o coração quebrantado, por terem envelhecido e perceberem que eram considerados um fardo. Mas se houvessem sido retidos na obra, e obtido uma colocação tranqüila, com todo o seu salário, ou parte dele, poderiam ter realizado grande bem. Durante o seu tempo de serviço esses homens efetuaram trabalho dobrado. Sentiam tanta responsabilidade pelas almas que não desejavam ver-se livres do excesso de trabalho. Os pesados encargos suportados abreviaram-lhes a vida. As viúvas desses ministros não podem ser olvidadas; mas, se for necessário, devem ser pagas com o dízimo.” – Ms 82, 1904; 1MR, 189.

Em 24 de fevereiro de 1911, E. R. Palmer escreveu para Ellen White descrevendo os pormenores do recém-adotado plano de aposentadoria. Ele declarou: “Cada uma de nossas associações contribui com cinco por cento de seus dízimos para o Fundo de Aposentadoria.”

Ellen White respondeu:

“Fiquei contente por receber uma carta sua, como alguém que foi designado para  desempenhar uma parte na distribuição do fundo de aposentadoria. … É correto que sejam elaborados planos seguros para o sustento de nossos obreiros idosos ou de obreiros mais novos que estejam sofrendo por causa de trabalho excessivo.” – Carta 10, 1911; MR, 193.

8. Salário Parcial Para Alguns Colportores Evangelistas

De acordo com W. C. White, foi provido um salário parcial para alguns colportores na Austrália enquanto a Irmã White esteve ali. Em 11 de junho de 1902, ele escreveu para o diretor de Publicações da União-Associação do Lago:

“Não vejo luz alguma num movimento indiscriminado para colocar os colportores na folha de pagamento e tomar suas comissões. Estudei a proposta muitas vezes e nada vejo nela senão ruína financeira para a associação e desmoralização para os colportores.

“Há muitos lugares, porém, em que nossos colportores deveriam estar, mas onde é muito difícil de trabalhar; e creio que seria uma grande vantagem para nossa obra se homens e mulheres fiéis fossem escolhidos para ir a nossas cidades e outros campos que são especialmente difíceis, com a promessa de dois ou três dólares por semana, para ajudá-los a se manterem durante os períodos em sua obra nos quais suas comissões não lhes dão amplo sustento. Tenho visto este plano ser adotado com excelentes resultados, e creio sinceramente nele.

“Nas Colônias australianas não dispúnhamos de recursos para sustentar obreiros bíblicos de acordo com o plano antigo; mas conseguimos o maior número de colportores possível para venderem o Bible Echo, o Health Journal e nossos livros menores, nas grandes cidades, e pagamos a cada um desses obreiros de dois a dois e meio dólares por semana do dízimo da associação, para ajudá-los em suas despesas. Penso que será necessário adotar um plano semelhante a esse em muitos campos difíceis.” – W. C. White a J. B. Blosser, 11 de junho de 1902.

Embora não tenhamos uma declaração de Ellen White apoiando esse uso de recursos do dízimo, parece ser razoável deduzir que ela aprovava o plano, pois ele foi posto em prática na Austrália enquanto ela esteve ali. O fato de que W. C. White defendia o plano também parece indicar que Ellen White o aprovava.

C. Usos do Dízimo em Situações Incomuns

1. Casas de Culto, em Casos Excepcionais

“Há casos excepcionais, em que a pobreza é tão profunda que, para conseguir o mais humilde lugar de culto, talvez seja necessário apropriar-se dos dízimos. Esse lugar não é, porém, Battle Creek nem Oakland.” — Ms 24, 1897; 1MR, 191.

 “Todos aqui [Petoskey, Michigan] são pobres, quase não conseguindo manter-se por si mesmos. Assim sendo, o pedido que faço é que a associação compre esta pequena casa de culto. Desejamos que todos vós concordeis com isto, e a associação poderá ficar com a propriedade até que a igreja aqui aumente em número e possa comprá-la.” – Carta 96, 1890, a O. A. Olsen, presidente da Associação Geral.

2. O Secretário e Tesoureiro de Igrejas Grandes

C. F. McVagh, presidente da União-Associação do Sul, escreveu para W. C. White, em 24 de outubro de 1912:

“Os irmãos Nicola, Hart e outros dos irmãos mais idosos dizem-me lembrar-se claramente de que, anos atrás, a Irmã White afirmou que o arrecadador de dízimo e secretário da igreja de Battle Creek devia ser pago do dízimo, e até o tempo da administração Haughey suponho ser verdade que a igreja de Battle Creek pagava o seu secretário e tesoureiro com o dízimo, e então enviava o saldo para a associação.”

Em resposta, W. C. White disse que suas recordações eram as mesmas:

“Minha lembrança do caso está plenamente em harmonia com as declarações dos irmãos Nicola, Hart e outros. No passado, quando a igreja de Battle Creek estava crescendo, verificou-se que se o trabalho de coletar o dízimo não fosse levado avante com regularidade, a quantidade recebida seria muito menor do que se a tarefa fosse realizada de maneira metódica, por um arrecadador que fizesse desse trabalho o seu constante dever. Verificamos também que esse trabalho requeria mais tempo do que seria correto solicitarmos de um, dois ou três diáconos, e a comissão da igreja achou que seria um bom método e um benefício para os dizimistas e também para a associação, escolher e empregar um bom arrecadador, e pagar-lhe uma importância razoável pelo tempo que gastasse fazendo esse trabalho.

“Esse plano, com as razões que lhe serviam de base, foi apresentado a Papai* e a Mamãe, e recebeu sua calorosa aprovação. Não posso mencionar o tempo e o lugar, nem repetir as palavras, mas estou bem certo de que Mamãe deu sua calorosa aprovação a esse plano, e parece-me que a sabedoria do plano pode ser discernida claramente do ponto de vista comercial e que deve ser mantido, embora não encontremos um testemunho escrito que trate do assunto.

“Em anos passados, não foi feito esforço algum para ocultar de outras igrejas o fato de que a igreja de Battle Creek procedia dessa maneira. Nossos irmãos reconheciam amplamente que em igrejas cujas circunstâncias são diferentes precisam ser adotados métodos diferentes. Apraz-me dizer-lhe que a igreja do Sanatório de Santa Helena emprega um fiel arrecadador de dízimos e paga os serviços efetuados por ele com o dízimo. Se esse plano fosse interrompido, penso que a associação perderia de cinco a dez vezes o que é pago ao arrecadador. Mas não achamos que nossas igrejas menores tenham de adotar este plano ou que elas fiquem perplexas porque o plano é adotado em nossas igrejas muito grandes.” – W. C. White, a C. F. McVagh, 31 de outubro de 1912.

* Tiago White faleceu em 1881; portanto, essa era uma prática muito antiga em Battle Creek. O fato de que a igreja do Sanatório de Santa Helena pagava o seu “arrecadador de dízimos”, em 1912, parece indicar que Ellen White continuava aprovando o plano.

3. Obra Médico-Missionária, de Maneira Muito Limitada

Em 4 de maio de 1898, a Comissão da Associação Geral autorizou uma troca de dízimos com o Dr. John Harvey Kellogg, o qual escreveu para Ellen White em 17 de março de 1901, a respeito desse fundo especial:

“O dízimo que é pago pelos obreiros do nosso sanatório é pago na íntegra à tesouraria da associação, do mesmo modo que os outros dízimos. Mas, a nosso pedido, e com a sua aprovação, uma quantia equivalente é apropriada para ser usada em levar avante a obra missionária ligada ao sanatório. Esta é a maneira pela qual a questão sempre tem sido conduzida, e nunca pedi algo diferente.

Ellen White, evidentemente, aprovou o uso, pelo Dr. Kellogg, dos recursos do dízimo para finalidades médico-missionárias, pois três anos antes ela escrevera aos nossos irmãos dirigentes:

“Por que, pergunto-vos, não foram feitos esforços especiais para empregar obreiros médico-missionários em nossas igrejas? O Dr. Kellogg quer tomar algumas medidas que eu ficaria triste se ele fosse compelido a tomar. Ele diz que se não forem concedidos recursos para levar a mensagem às igrejas pelos obreiros médico-missionários, ele separará o dízimo que é pago à associação, para sustentar a obra médico-missionária. Deveis chegar a um acordo e trabalhar harmoniosamente. Que ele separe o dízimo da tesouraria seria uma necessidade que eu receio grandemente. Se esse dinheiro, em dízimos, é pago à tesouraria pelos obreiros, por que, pergunto, não deveria essa quantia ser proporcionada para levar avante a obra médico-missionária?” – Carta 51a, 1898.

“Se não for prestado nenhum auxílio pelos presidentes e pastores de nossas associações aos que estão engajados em nossa obra, o Dr. Kellogg não depositará mais o dízimo dos obreiros do sanatório. Eles irão utilizá-lo para levar avante a obra que está em harmonia com a luz da Palavra de Deus. …

“Quando o Senhor atua nas igrejas, ordenando que efetuem determinado trabalho, e eles recusam efetuá-lo, se alguém consente em dirigir-se às profundezas da desgraça e miséria humanas, a bênção de Deus estará sobre ele.” – Carta 51, 1898.

Ellen White advertiu que esse tipo de trabalho, embora importante, não deveria absorver todas as energias da Igreja. Ela indagou:

“Se todos nós nos empenhássemos no trabalho que o Dr. Kellogg está realizando pelas classes mais baixas do povo, que seria da obra que deve ser efetuada nos lugares em que a mensagem do terceiro anjo, a verdade sobre o sábado e a segunda vinda de nosso Senhor nunca foram proclamadas?” – Carta 18, 1900.

D. Uso Impróprio do Dízimo

“Ellen White também identificou algumas finalidades para as quais o dízimo não devia ser empregado. Estas abrangiam o seguinte:

1. O Cuidado dos Pobres, dos Doentes e dos Idosos

“Devido às circunstâncias, alguns ficarão pobres. Pode ser que eles não foram cautelosos, ou não souberam como conduzir as coisas. Outros, são pobres devido a doenças ou infortúnios. Qualquer que seja a razão, eles estão em necessidade, e ajudá-los é um aspecto importante da obra missionária. Essas pessoas infelizes e necessitadas não devem ser enviadas longe do lar para serem atendidas. Que cada igreja sinta a responsabilidade de ter especial interesse pelos fracos e idosos. Um ou dois, dentre eles, certamente poderão ser tratados. O dízimo não deve ser utilizado para essa obra.” – Ms 43, 1900; MR, 177.

“O dízimo é separado para um uso especial. Não deve ser considerado fundo para os pobres.” – CM, 103.

2. A Educação de Estudantes Necessitados

“Agora, quanto à educação de estudantes em nossas escolas. É uma boa idéia; terá de ser efetuada; mas Deus não permita que em vez de nós mesmos praticarmos abnegação e sacrifício pessoal para realizar essa obra, subtraiamos algo da porção do Senhor, reservada especificamente para sustentar os ministros em atividade no campo. …

“Todas essas coisas devem ser feitas, segundo estais propondo, para ajudar os estudantes a obterem uma educação, mas eu vos pergunto: Não devemos, todos nós, agir altruistamente nesta questão, criando e mantendo um fundo para ser utilizado em tais ocasiões? Quando virdes um rapaz ou uma moça que são pessoas promissoras, adiantai ou emprestai a quantia necessária, com a idéia de que é um empréstimo, não uma dádiva. É melhor que seja assim. Então, quando a quantia for devolvida, poderá ser usada para educar a outros. Esse dinheiro não deverá, porém, ser retirado do dízimo, e sim de um fundo separado, providenciado com essa finalidade.” – Carta 40, 1897; 1MR, 193, 194.

3. Fins Escolares e Sustento de Colportores

Um raciocina que o dízimo pode ser aplicado para fins escolares. Outros argumentam ainda que os colportores devem ser sustentados com o dízimo. Comete-se grande erro quando se retira o dízimo do fim em que deve ser empregado – o sustento dos ministros. … Devem-se estabelecer provisões para esses outros ramos da obra. Eles devem ser mantidos, mas não do dízimo.” – 9T, 248-250 (1909).

4. Despesas de Igrejas

“Foi-me mostrado que é um erro usar o dízimo para atender a despesas ocasionais da igreja. … Estais roubando a Deus cada vez que pondes a mão no tesouro a fim de tirar fundos para atender às despesas correntes da igreja.”* — CM, 103.

“Seu povo de hoje precisa lembrar que a casa de culto é propriedade do Senhor e que deve ser escrupulosamente cuidada. Mas os recursos para essa obra não devem provir do dízimo.” – 9T, 248 (1909).

5. Construções de Igreja ou Institucionais

Uma igreja para 1.500 pessoas sentadas foi erigida em Oakland, Califórnia, na década de 1880. O custo total, incluindo o terreno e os móveis, foi de 36.000 dólares. Uma década mais tarde, o débito da construção fora reduzido para 12.400 dólares; mas, por diversas razões, os membros estavam tendo grande dificuldade para efetuar os pagamentos da hipoteca. Em 1o de fevereiro de 1897, C. H. Jones escreveu para Ellen White:

“Estamos numa situação crítica. Há grande perigo, a menos que a dívida seja liquidada, de que a igreja seja considerada inadimplente, e que se execute a hipoteca. …

“Irmã White, seria errado, nessas circunstâncias, que a igreja de Oakland retivesse parte do seu dízimo, durante algum tempo, a fim de liquidar a dívida – tomando-o simplesmente como um empréstimo a ser devolvido à associação logo que seja possível? Se for errado, não queremos fazê-lo; se for correto, será um grande alívio para a igreja.”

Respondendo de maneira geral, Ellen White declarou:

“Há casos excepcionais, em que a pobreza é tão profunda que, para conseguir o mais humilde lugar de culto, talvez seja necessário apropriar-se dos dízimos. Esse lugar não é, porém, Battle Creek nem Oakland.” — Ms 24, 1897; 1MR, 191.

Então, numa carta a Jones, sob a data de 27 de maio, ela respondeu mais diretamente à sua pergunta, afirmando:

“Toda pessoa que tem a honra de ser um mordomo de Deus deve proteger cuidadosamente o dinheiro do dízimo. Este é um recurso sagrado. O Senhor não sancionará o empréstimo desse dinheiro para qualquer outra obra. Isso produzirá males que agora não podeis discernir. Ele não deve ser utilizado pela igreja de Oakland, pois há missões a serem mantidas em outros campos, em que não há igrejas nem dízimos.” – Carta 81, 1897; 1MR, 185.

Em 1895-1896, foi construído o Sanatório de Boulder, ao custo de cerca de 80.000 dólares. Dessa quantia, 60.000 dólares foram providos pela Associação Geral, com recursos basicamente oriundos do dízimo. Ellen White se opôs a essa forma de financiar as despesas da construção dessa instituição. Em 19 de junho de 1899, ela escreveu:

“Foi-me perguntado por meio de uma carta: ‘A senhora tem alguma luz para nós a respeito do Sanatório de Boulder?’ … A luz que o Senhor achou por bem conceder-me é que não foi correto construir esse sanatório com recursos providos pela Associação Geral.” – Carta 93, 1899.

* Depois de ler essa mensagem de Ellen White, a igreja de Battle Creek votou, em 16 de janeiro de 1897, “que a igreja abandone a prática de pagar as despesas correntes da igreja e do Tabernáculo com o dízimo”. (Publicado em Special Testimony to Battle Creek Church, pág. 10.) 

E. Considerações e Conclusões

Ellen White declara que o dízimo deve ser usado para “uma só finalidade – sustentar os ministros” e que ele deve ser dedicado “somente para sustentar o ministério do evangelho”. Estas expressões parecem indicar que os recursos do dízimo devem ser reservados exclusivamente para pagar os salários de pastores e evangelistas. É evidente, porém, que Ellen White não interpretou seus próprios escritos de modo tão restrito.

Entre os legítimos recebedores dos recursos do dízimo ela incluiu os  diretores do Departamento de Publicações, pastores médicos, os médicos missionários do Dr. Kellogg, um tesoureiro e secretário de igreja e, evidentemente, colportores evangelistas com designações territoriais especialmente difíceis.

A ampla compreensão de Ellen White da questão do uso do dízimo é ainda mais acentuada por sua prontidão para fazer exceções às regras em determinadas circunstâncias. Conforme foi mencionado, ela admitiu que, em casos de extrema pobreza, os recursos do dízimo poderiam ser usados para adquirir casas de culto. É verdade que isso constituía um uso excepcional – e não regular — do dízimo, mas recebeu a aprovação de Ellen White.

Por outro lado, Ellen White mencionou diversas causas para as quais o dinheiro do dízimo não devia ser utilizado. Ao especificar que o dízimo não devia ser usado para despesas da igreja, cuidado de indigentes, salários de colportores ou fins escolares, ela não estava rotulando essas causas de indignas, mas indicando que se o dízimo fosse usado para esses e outros bons programas similares, não sobraria dinheiro suficiente para sustentar o ministério evangélico.

O fundamento lógico para dar a máxima prioridade ao ministério evangélico no uso dos recursos do dízimo deve ser que os pastores, evangelistas e administradores de associações não dispõem de outra fonte adequada de renda para o seu sustento. Isto é também verdade a respeito de outros que trabalham no escritório das associações, como secretárias, contadores, zeladores, etc. Colportores, professores, obreiros de instituições médicas e empregados de casas publicadoras, todos produzem rendimentos de seus trabalhos. Tal não é, porém, o caso dos pastores ou do pessoal do escritório da associação. Por isso, se o dízimo é desviado para outros empreendimentos, o ministério evangélico será prejudicado e, conseqüentemente, a Igreja, como um todo, também será prejudicada.

Talvez surja a pergunta: Por que Ellen White aprovou o pagamento do “arrecadador de dízimos” (tesoureiro) da igreja de Battle Creek com o dízimo, se ele não era um pastor e não estava empenhado na obra ministerial? A resposta, provavelmente, está no fato de que seu trabalho conduzia a uma receita muito maior de dízimos para a associação, mesmo depois de ser pago o seu salário, do que seria o caso se ele não exercesse essa função.

Talvez também seja feita a pergunta: Por que Ellen White instou com as congregações locais para que pagassem suas despesas operacionais (utilidades, manutenção, materiais, etc.) com ofertas voluntárias, ao passo que não deu o mesmo conselho a respeito das despesas do escritório da associação. Em outras palavras, se é apropriado pagar a conta elétrica do escritório da associação com recursos do dízimo, por que não pagar também a conta elétrica da igreja local com o dízimo?

A resposta a essa pergunta poderá ser que as despesas do escritório da associação ocorrem a fim de prover um centro de atuação e subsistência para os dirigentes da associação. Tais despesas passam a fazer parte da função ministerial. Por outro lado, as mesmas despesas, numa igreja local, provêem um centro de atuação para os membros e não estão exclusivamente ligadas à obra do pastor.

Ainda há um outro assunto que merece atenção. Uma prática ocasionalmente encontrada no decorrer dos anos é a de alguns membros de igreja designarem o seu dízimo a projetos de sua própria escolha. Ellen White se opôs a esse procedimento, declarando:

“Ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo segundo seu próprio juízo. Não devem servir-se dele numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que possam considerar como obra do Senhor. …

“Se nossas igrejas tomarem sua posição baseadas na Palavra do Senhor, e forem fiéis na devolução do dízimo ao Seu tesouro, mais obreiros serão animados a entrar para a obra ministerial. Mais homens se dedicariam ao ministério, não estivessem eles informados da escassez do tesouro.” – 9T, 247, 249.

O “tesouro”, no conceito de Ellen White, era a associação. Agradou-lhe que o Dr. Kellogg estivesse pagando todo o dízimo dos obreiros do sanatório “à associação” (ver pág. 23), e ela demonstrou grande pesar ante o pensamento de que esse plano viesse a ser suspenso. “Isso de ele separar o dízimo do tesouro — ela escreveu – seria uma necessidade que eu receio grandemente” (Carta 51a, 1898).

Na opinião de Ellen White, portanto, as várias associações deviam assumir a responsabilidade de autorizar o dispêndio dos recursos do dízimo. E isso devia ser feito por meio de grupos representativos de dirigentes da Igreja que compõem as comissões de nossas Associações locais, das Uniões e da Associação Geral. Ellen White se opôs energicamente ao “régio poder” exercido por alguns homens que controlavam todos os fundos da Associação Geral durante a década de 1890. Na assembléia da Associação Geral de 1901, ela admoestou os delegados:

“Não é o desígnio de Deus que dois ou três homens planejem por toda a Associação e decidam como o dízimo deve ser usado, como se o dízimo fosse um fundo que lhes pertencesse.” – 1901, GCB, 83.

Se as várias associações têm de decidir como os recursos do dízimo devem ser usados, alguns talvez queiram saber por que Ellen White, às vezes, utilizou o seu dízimo para certas causas de sua própria escolha. A resposta a essa questão é dada por Arthur L. White, em The Early Elmshaven Years, págs. 389-397:

A devida consideração do amplo conjunto de comentários de Ellen White sobre este assunto conduz ao seguinte resumo de princípios a serem aplicados na utilização dos recursos do dízimo:

1. O dízimo é do Senhor e deve ser devolvido à casa do tesouro, a tesouraria da associação, por meio da igreja local dos membros.

2. Os ministros do evangelho e os instrutores bíblicos devem ter a primazia no dízimo e ser remunerados adequadamente (págs. 17 e 18; Seções 1 e 2).

3. A associação deve partilhar o dízimo com a Igreja mundial (pág. 18; Seção 4).

4. Os membros da Igreja devem dar ofertas para as despesas operacionais da igreja local (págs. 20, 21 e 22; Seções 1, 2 e 4).

5. Alguns aspectos do evangelho, embora sejam importantes, não devem ser mantidos com o dízimo, pois dispõem de outras fontes para sua manutenção (pág. 22; Seção 3).

6. As exceções a estes princípios só podem ser efetuadas em casos de extrema pobreza ou em circunstâncias extraordinariamente incomuns (págs. 20 e 21).

 Fonte: 1o de junho de 1986
Revisado em fevereiro de 1990
Centro White

domingo, 18 de outubro de 2015

A PORTA ABERTA E A PORTA FECHADA


Esta é uma expressão derivada de Apoc. 3:7 e 8, onde Cristo é descrito como Aquele que “abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá” (uma alusão a Isa. 22:22), e como Alguém que diz à igreja de Filadélfia: “Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar”. Os adventistas têm aplicado este texto ao encerramento da primeira fase e a abertura da segunda e final fase do ministério de Cristo no Céu, onde Ele tem sido o sumo sacerdote dos cristãos desde Seu sacrifício na cruz (ver Santuário). O duplo ministério de Cristo foi prefigurado pelo serviço do antigo sumo sacerdote, que servia “em figura e sombra das coisas celestes” (Heb. 8:5). No santuário terrestre ele servia diariamente no lugar santo, o primeiro compartimento do santuário, e uma vez por ano no lugar santíssimo, o compartimento interior onde estava a arca de ouro na qual estavam as tábuas dos dez mandamentos e sobre a qual aparecia a glória visível de Deus. Esta entrada no santo dos santos ocorria no Dia da Expiação na cerimônia de purificação do santuário (Lev. 16).

Ao aplicar o tipo a Cristo, Ellen White declarou: “Então Jesus Se levantou e fechou a porta do lugar santo e abriu a porta que dá para o santíssimo, e passou para dentro do segundo véu, onde permanece agora junto da arca e onde agora chega a fé de Israel. Vi que Jesus havia fechado a porta do lugar santo, e que nenhum homem poderia abri-la; e que Ele havia aberto a porta para o santíssimo, e que homem algum podia fechá-la (Apoc. 3:7 e 8); e que uma vez que Jesus abrira a porta para o santíssimo, onde está a arca, os mandamentos têm estado a brilhar para o povo de Deus, e eles estão sendo testados sobre a questão do sábado” (Present Truth 1:21, agosto de 1849; também Primeiros Escritos, pág. 42).

Esta aplicação corrigiu, não imediatamente mas num prazo mais longo, um conceito errôneo sobre a “porta fechada” da parábola das virgens néscias e prudentes – uma concepção errônea que havia sido derivada do movimento milerita de 1844. Os mileritas haviam baseado sua expectativa da volta de Cristo principalmente na profecia de Daniel sobre a purificação do santuário no final dos 2300 dias proféticos (Dan. 8:14). No clímax do movimento, em 1844, eles especificamente relacionaram esta profecia com a cerimônia de purificação do antigo Dia da Expiação, como se tipificasse o fim da mediação de Cristo (embora vissem a purificação do santuário como a purificação da Terra no fogo final). Ao mesmo tempo deram ênfase crescente e específica à parábola profética das virgens prudentes e néscias (Mat. 25).

Guilherme Miller havia comparado sua mensagem da expectativa do segundo advento ao “clamor da meia-noite” da parábola (“Eis aí o noivo!”), e havia enfatizado o ponto de que as virgens prudentes, que estavam prontas para encontrar o noivo que chegava, entraram com ele para as bodas, e a porta foi fechada, deixando as virgens atrasadas do lado de fora. As virgens ele interpretou como os que foram chamados a encontrar o Senhor que estava voltando; as bodas, como o reino eterno, do qual os despreparados seriam para sempre excluídos. “‘E fechou-se a porta’”, ele disse, “subentende o encerramento do reino mediatório, e o término do período do evangelho” (Guilherme Miller, Evidence … of the Second Coming of Christ [1840], pág. 237). Diferentemente da maioria das outras pessoas que estavam então esperando pelo breve retorno de Cristo (ver Premilenialismo), os mileritas colocavam forte ênfase sobre a doutrina de que na vinda de Cristo todo ser humano ou estaria preparado ou despreparado para encontrá-Lo, e que a oportunidade de salvação então cessaria. Isto em jargão teológico era chamado o encerramento do tempo de graça. Os mileritas ensinavam que “a noção de um tempo de graça após a vinda de Cristo é um chamariz para a destruição, inteiramente contrário à Palavra de Deus, a qual ensina positivamente que quando Cristo vier a porta será fechada, e os que não estiverem prontos nunca poderão entrar” (“Boston Second Advent Conference”, The Signs of the Times 3:69, 1o de junho de 1842; reimpresso em SB, nº 1083). Porque esperavam que Cristo voltasse no fim dos 2300 dias proféticos, haviam enfatizado o encerramento do tempo de graça no final desse período. Portanto, durante um curto tempo após o desapontamento de outubro de 1844, Miller e muitos outros acharam que sua obra pelo mundo estava concluída, que restava apenas um pequeno “tempo de tardança” – talvez alguns dias ou meses – até que Cristo viesse. Em dezembro de 1844 Miller escreveu: “Fizemos nossa obra em advertir os pecadores e em tentar despertar uma igreja formal. Deus em Sua providência fechou a porta. Só podemos nos estimular uns aos outros a ser pacientes e diligentes em confirmar nossa vocação e eleição. Estamos agora vivendo no tempo especificado em Malaquias 8:18 (também Dan. 12:20, Apoc. 22:10-12). Nesta passagem não podemos deixar de ver que um pouco antes de Cristo voltar, haveria uma separação entre os justos e os injustos, entre os justos e os ímpios, entre os que amam a Sua vinda e os que a odeiam. E nunca, desde os dias dos apóstolos, foi traçada tal linha divisória como a que foi traçada em relação ao sétimo mês judaico” (carta de Miller, no Advent Herald, 11 de dezembro de 1844, pág. 142; reimpresso no Western Midnight Cry 4:25, 21 de dezembro de 1844). Outros se expressaram de maneira semelhante a princípio. Mas J. V. Himes, o mais eminente colega de Miller, e outros, sustentavam que, uma vez que Cristo não havia voltado, o período profético dos 2300 dias não devia ter terminado em 1844; que devia se estender a alguma outra data no futuro, e portanto que o cumprimento do “clamor da meia-noite” da parábola das virgens também ainda estava no futuro; e que o movimento de outubro de 1844 (ver Movimento do Sétimo Mês) era um erro, e não o cumprimento da profecia. Na primavera de 1845 o principal grupo milerita, incluindo Miller, tinham tomado esta posição. Este grupo, ainda possuído da idéia de que a “porta” da parábola das virgens não podia ser outra senão a “porta da salvação’, argumentava assim: Uma vez que Cristo não veio, a porta da salvação ainda deve estar aberta; portanto, a parábola das dez virgens ainda não se cumpriu. Concluíram que qualquer pessoa que ensinasse que esta parábola havia se cumprido devia crer que o tempo de graça havia se encerrado, e devia, portanto, ser ipso facto um herege da “não-misericórdia”. A frase “porta fechada” se tornou um epíteto.

Mas uma minoria continuou a defender que o tempo estava correto; que o erro devia ter sido na natureza do cumprimento profético; que em outubro de 1844 os 2300 dias haviam terminado no Dia da Expiação simbólico e que a parábola havia se cumprido (embora não da maneira que eles esperavam); e portanto que a porta da parábola – o que quer que ela significasse – havia se fechado em cumprimento da profecia. Para eles a frase “porta fechada” era equivalente à afirmação da crença de que o “verdadeiro clamor da meia-noite” havia sido o clímax de uma mensagem dada por Deus, e de que o movimento de 1844 havia sido dirigido e permitido por Deus, em Sua providência, como um teste de sua consagração e de sua disposição para estar prontos a encontrar seu Senhor.

Naturalmente estes consideravam a maioria, que havia renunciado ao “tempo”, como tendo voltado as costas à verdade e negado a direção do Senhor no “clamor da meianoite”. Alguns continuaram a defender – como Miller havia ensinado – que a porta era a da salvação, pois ainda esperavam que Cristo viesse muito em breve. À medida que o tempo passava, alguns passaram a sustentar que era a porta O “acesso” para os ouvintes – os indivíduos obstinados e voluntariosos que haviam fechado os ouvidos à mensagem de Deus para aquela época; em qualquer dos dois casos não havia qualquer chance de sua mensagem ser aceita pelo mundo naquele momento. A infeliz controvérsia sobre a “porta fechada” magnificou indevidamente o assunto e prolongou os mal-entendidos. Como era de esperar, os ânimos se acirraram nesta época de desilusão e confusão.

Os extremistas da doutrina da porta fechada declaravam que Cristo havia vindo, não literalmente, mas “espiritualmente” (ver Espiritualismo [1]). Mas o pequeno grupo que formou o núcleo da futura Igreja Adventista do Sétimo Dia se opôs igualmente aos caprichos daqueles que declaravam que Cristo havia vindo espiritualmente e a posição da maioria que “negava sua experiência passada” no movimento de 1844. Eles conservaram sua confiança no cumprimento de 1844, e concluíram que seu erro estava no evento que haviam esperado.

Eles aceitaram a explicação do Desapontamento que foi primeiro proposta por Hiram Edson no dia seguinte ao Desapontamento, a saber, que o ministério de Cristo como nosso sumo sacerdote no santuário celestial não havia terminado com os 2300 dias, mas havia entrado em outra fase, simbolizada (1) pela entrada do sumo sacerdote no santo dos santos, o início da purificação simbólica do santuário, e (2) pela vinda do noivo às bodas (não à Terra); e que o final desta fase, simbolizada pelo ato de o sacerdote sair do santuário e pelo ato de o noivo voltar das bodas (Lucas 12:36), ainda estava no futuro, e seria seguida pelo Segundo Advento.

O fato de conservarem a crença no término dos 2300 dias em 1844 e de separarem o Segundo Advento desse período profético os salvou do erro ao qual a maioria do grupo foi suscetível – o de procurar datas futuras para o fim. Mas os deixou com o dilema de ou aceitar a doutrina da não-misericórdia ou corrigir seu conceito da “porta fechada” da definição inicial que ela possuía no movimento milerita. Eles gradualmente passaram a ver a abertura da fase final do ministério de Cristo como o fechamento da porta do lugar santo e a abertura da porta do santíssimo – a abertura de uma nova mensagem do sábado, e a abertura de um ministério mais amplo em favor do mundo antes do segundo advento. Mas isso levou tempo.

É interessante traçar os passos pelos quais os pequenos grupos que mais tarde se tornaram os Adventistas do Sétimo Dia saíram do dilema da porta fechada e resolveram o duplo problema: (1) A porta está fechada? e (2) O que é a porta? Ellen G. Harmon (mais tarde White) foi acusada de reivindicar revelação divina para a doutrina da não-misericórdia. Isto ela negou. Ela declarou mais tarde: “Com meus irmãos e irmãs, após a passagem do tempo em quarenta e quatro, acreditei que não mais se converteriam pecadores. Nunca, porém, tive uma visão de que não se converteriam mais pecadores. … Foi-me mostrado que havia uma grande obra a ser feita no mundo por aqueles que não haviam tido a luz e rejeitado. Nossos irmãos não podiam compreender isto em face da fé que tínhamos no imediato aparecimento de Cristo” (Carta 2, 1874, em Mensagens Escolhidas, livro 1, pág. 74).

Sua primeira visão (dezembro de 1844) retratou o “povo do Advento” viajando ao longo de um caminho para a Cidade Santa com a luz do “clamor da meia-noite” atrás deles, e entrando na cidade no Segundo Advento. Esta visão, para aqueles que a aceitaram, significava a certeza de que a mensagem e o movimento de 1844 não havia sido uma ilusão; ou, em outras palavras, que os 2300 dias haviam terminado e a parábola, com sua “porta fechada”, havia se cumprido, e que muito em breve eles veriam seu Senhor, que estava retardando Seu aparecimento para testar-lhes a fé.

A visão dela em 1845 estava em harmonia com a explicação de Edson – o fato de Cristo, o sumo sacerdote, ir do lugar santo para o lugar santíssimo, dentro do véu, explicado como sendo Sua vinda para receber o reino, após o que Ele iria “voltar das bodas” para receber os que O aguardavam no Segundo Advento. Em 1847 ela ligou esta entrada no santo dos santos com o fechamento da porta.

Assim, tanto Hiram Edson quanto Ellen Harmon ensinaram que a obra de Cristo nosantuário não havia terminado, mas estava continuando em outra fase. Contudo, elesacharam que esta fase representaria apenas um breve período. Quando em 1848 ela descreveu uma visão retratando as futuras publicações adventistas do sétimo dia como “correntes de luz que circundavam o globo”, o pequeno grupo não conseguiu compreender que havia ou o tempo ou a possibilidade de levarem uma mensagem para o mundo em geral. Em 1849 Ellen White teve uma visão do santuário celestial que ilustrou ainda mais o significado da “porta aberta e fechada” em conexão com a mensagem do sábado e com Apoc. 3:7 e 8 (ver citação no início deste artigo). O fechamento de uma porta significava a abertura de outra.

Em 1850 Tiago White relatou a conversão de um homem que “não havia feito qualquer profissão pública de religião” antes de 1845. No ano seguinte houve uma notável mudança. Em abril, Tiago White declarou que a porta estava fechada para “aqueles que haviam ouvido a mensagem do evangelho eterno e rejeitado-a”, mas afirmou que as seguintes classes de pessoas podem ser convertidas: (1) “irmãos errantes” da igreja laodiceana (a maioria do grupo dos ex-mileritas), (2) crianças que agora estavam chegando à idade da razão, e (3) “almas ocultas”, comparadas aos “sete mil” da Bíblia que “não se dobraram a Baal” (I Reis 19:18), que se converteriam no futuro “em Seu próprio tempo”, quando ouvissem a mensagem; mas na época, ele disse, a mensagem era para os que estavam na igreja laodiceana (nota editorial na Review and Herald 1:64, 7 de abril de 1851).

Em setembro ele relatou alguns conversos desta terceira classe. Em dezembro G. W. Holt, um companheiro de ministério em Nova Iorque, escreveu que “em alguns lugares onde há apenas alguns meses aparentemente não havia sinal de existir um só filho deDeus, eles agora estão surgindo”. Em fevereiro seguinte, Tiago White relatou “muitos”, e Em maio “uma grande porção” daqueles que não tiveram conexão nenhuma com o movimento de 1844. Estas conversões parecem ter mudado o quadro. Tiago White escreveu em fevereiro, apresentando um novo conceito da “porta fechada”: “Ela contudo representa um importante evento ao qual a igreja está ligada, que devia ocorrer antes da volta de nosso Senhor das bodas. Esse evento não exclui nenhum dos sinceros filhos de Deus, nem aqueles que não rejeitaram impiamente a luz da verdade e a influência do Espírito Santo” (nota editorial no 1 na Review and Herald 2:94, 17 de fevereiro de1852). Depois de citar Isa. 22:22 e Apoc. 3:7 e 8 sobre a porta fechada e aberta, ele continuou: “Ensinamos esta Porta Aberta, e convidamos aqueles que têm ouvidos para ouvir, a virem a ela e encontrarem salvação através de Jesus Cristo. Há uma excelente glória no conceito de que Jesus ABRIU A PORTA do santíssimo. … Se for dito que somos da teoria da PORTA ABERTA e do sábado, não objetaremos; pois esta é nossa fé” (ibid. 95).

Fonte: Seventh-day Adventist Encyclopedia (Enciclopédia Adventista do Sétimo Dia), 2ª edição revisada, Commentary Reference Series vol. 11. Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publishing Association, 1996, págs. 249-252.

O Juízo investigativo nos Escritos de Ellen G. White


por Robert W. Olson

Um pilar da fé Adventista

Foi em Fevereiro de 1845, em sua primeira viagem para o Leste, que a preciosa luz em relação ao santuário celestial foi manifestada a Ellen G. White (Carta 2, 1874). Em 15 de Fevereiro de 1846, ela escreveu para Enoch Jocobs:

Deus mostrou-me o seguinte, um ano atrás, neste mesmo mês: — Eu vi um trono e, sobre ele, assentado o Pai e Seu Filho Jesus Cristo… Vi o Pai erguer-se do trono e em uma carruagem de fogo entrar no Santíssimo dentro do véu, assentar-Se… E vi um carro de nuvens, com rodas como chamas de fogo. Anjos estavam ao redor        de toda a carruagem ao ela vir onde Jesus estava. Ele entrou no carro e foi conduzido para o Santíssimo onde o Pai estava sentado. — The Day-Star, 14 de março de 1846, pág. 7. (Ver também Primeiros Escritos, pág. 55).

Em suas primeiras narrações do grande conflito entre Cristo e Satanás, publicado em 1858, ela explicou porque Cristo havia entrado no Santíssimo no santuário celestial:

Como os sacerdotes no santuário terrestre entravam no santíssimo uma vez por ano para purificar o santuário, Jesus entrou no santíssimo do céu, no final dos 2.300 dias de Daniel 8, em 1844, para fazer uma  expiação  final  para  todos que pudessem ser beneficiados por Sua mediação, e para purificar o santuário…

Vi que cada caso foi então decidido para vida ou morte. Jesus tinha apagado o os pecados de Seu povo… Enquanto Jesus estivera no santuário, o julgamento tinha estado em andamento para os justos mortos e depois para os justos vivos. — 1 Spriritual Gifts, pg. 162-8.

Ellen White mais tarde adotou a frase “juízo Investigativo” para este aspecto particular do ministério de Cristo (4 Spirit of  Prophecy, 266, etc.), embora pareça que outros usaram o termo antes dela (por exemplo, ver Tiago White, RH 29-01-1857, pág. 100). Com o passar dos anos, ela deixou sobejamente claro que a doutrina do juízo Investigativo era uma das principais doutrinas da Escritura e era de importância vital para os Adventistas do Sétimo Dia. Ela cria que através do Espírito Santo., ela e outros Adventistas tinham sido divinamente guiados na compreensão correta do assunto. Quando A. F. Ballenger começou a ensinar que Cristo entrou em Seu ministério no Santíssimo por ocasião de Sua ascensão em vez de em 1844, Ellen White escreveu:

Em linguagem clara e franca que dizer àqueles que compareceram a esta conferência (Conferência Geral de 1905) que o Irmão Ballenger tem permitido que sua mente receba erros peculiares e creia neles. Deus não ditou a mensagem que ele sustenta. Esta mensagem, se aceita, minaria os pilares de nossa fé. — Manuscrito 62, 1905, pp. 1e 2.

Um ano mais tarde ela escreveu para W. W. Simpson, um ministro em San Diego, Califórnia:

As verdades dadas a nós após a passagem do tempo de 1844 são justamente tão certas e imutáveis como quando o Senhor as deu a nós em resposta às nossas urgentes orações…

Naquele tempo um erro após o outro tentava se impor sobre nós; ministros e doutores traziam novas doutrinas. Pesquisávamos as Escrituras com muita oração, e o Espírito Santo trazia verdades às nossas mentes. Algumas noites inteiras foram devotadas à pesquisa das Escrituras, e à solicitação fervorosa da guia de Deus. Grupos de homens e mulheres devotos reuniam-se para este propósito. O poder de Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramente o que era a verdade e o que era o erro.

À medida que os pontos de nossa fé eram assim estabelecidos, nossos pés eram colocados sabre um sólido fundamento. Aceitávamos a verdade ponto por ponto, sob a demonstração do Espírito Santo. Eu era tomada em visão, e explicações eram dadas a mim. Ilustrações das coisas celestiais e do santuário eram-me dadas de forma que éramos colocados onde a luz brilhava sobre nós em raios claros e distintos…

Sei que a questão do santuário ainda permanece em justiça, justamente como a temos mantido por tantos anos. — Carta 50, 1906 (Porções em Obreiros Evangélicos 302, 303).

Poucos meses mais tarde Ellen White reagiu contra vários artigos no jornal do Dr. Kellogg, Médico Missionário, o qual ele sentia que turvava as águas no assunto do santuário. Em um editorial sobre “O Santuário Terrestre”, Pastor George C. Tenney tinha declarado:

O homem é um ser duplo, intelectualmente falando. Ele é criado com uma inteligência  qual é formada de suas propensões e desejos corporais, ou como poderíamos dizer, animais… Este departamento da natureza humana relaciona-se com o primeiro compartimento do Santuário…

Mas o homem é também de sua natureza animal, e infinitamente superior a ela. Isto é chamado “o íntimo do homem” ou “O homem interior”… Quando Cristo vem a nós nos méritos de Seu próprio sangue e como Sumo Sacerdote entra no coração, o lugar santíssimo, Ele transmite vida e poder para as energias dormentes da glória divina, e então, da alma humana a glória brilha visivelmente. — Médico Missionário, Junho de 1904, pp. 169-70.

Em resposta a este e outros editoriais, Ellen White Escreveu para Temmey:

Fiquei surpresa e triste ao ler alguns de seus artigos no “Médico Missionário” e especialmente aqueles sobre o santuário. Estes artigos mostram que você tem-se afastado da fé. Você tem ajudado a confundir a compreensão de nosso povo. A correta compreensão do ministério no santuário celestial constitui o alicerce de nossa fé — Carta 208, 1906 (Porções em Evangelismo, 221).

Claramente, o assunto do ministério de Cristo no santuário celestial era de grande importância para Ellen White. Ela instou seus companheiros Adventistas a não tratarem o assunto indiferentemente, mas a estudas a questão tão completamente que eles fossem capazes de explicá-las para outros. “Nós não devemos descansar”, ela escreveu, “até tornarmo-nos sábios em relação ao assunto do santuário” (LS 278). Além disso, ela declarou:

O assunto do santuário e do juízo investigativo deve ser claramente entendido pelo povo de Deus. Todos precisam de um conhecimento individual na posição e obra de Seu grande Sumo Sacerdote, caso contrário, será impossível para eles exercer a fé que é essencial para este tempo, ou ocupar a posição que Deus espera que eles ocupem…

É de máxima importância que todos que têm recebido a luz, tanto velhos quanto jovens, investiguem inteiramente estes assuntos, e sejam capazes de dar uma resposta a cada um que lhes pergunte a razão da esperança que há neles. — 4 SP 313.

Seguindo seu próprio conselho, ela repetidamente de explicações declaradas do ministério de Cristo no santuário celestial e Sua obra de juízo investigativo. Sua descrição do assunto em 1858 (1 Spiritual Gifts 157-62, 197-201) foi aumentada em 1884 (4 Spirit of Prophecy 307-15) e ainda expandida em 1888 (GC 470-91).

Em adição e estes tratamentos definitivos do assunto Ellen White refere-se frequentemente ao juízo celestial em todos os escritos. ela parece sempre ter o juízo em vista. Sem dúvida valerá a pena rever os pontos altos de seus ensinamentos sobre este pilar do alicerce da fé Adventista.

O Santuário Celestial

A base da doutrina do juízo investigativo é a existência — seja de que forma for — de um santuário no céu, onde Cristo está presentemente ocupado em Seu trabalho mediatório em favor da espécie humana. Ellen White insiste em que há de fato tal santuário e que a compreensão do celestial pode ser obtida por um estudo do terrestre. Ela declara:

Deus nos livre que o estardalhaço de palavras vindas de lábios humanos debilitem a crença de nosso povo na verdade de que existe um santuário no Céu, e que um  modelo deste santuário foi uma vez construído no Terra. Deus deseja que Seu povo se familiarize com este modelo, tendo sempre em sua mente o santuário celestial, onde Deus é em todos. — Carta 233, 1904, citado em Cristo em Seu Santuário, pp. 15.

Ellen White além disso, lembra os seus leitores que, desde que os serviços terrestres eram um “exemplo e sombra” do celestial, consequentemente “o que se fazia tipicamente no ministério do santuário terrestre é feito na realidade no ministério do santuário celestial” (GB 419).

Começa o Juízo no Céu

Para Ellen White uma superabundância de referências escriturísticas apontam para o início da grade sessão de julgamento no céu — o juízo investigativo.  Após citar Daniel 7: 9, 10, ela escreve:

Assim foi apresentado à visão do profeta o grande e solene dia em que o caráter e vida dos homens passariam em revista perante o Juiz de todo a Terra… Assistido por anjos celestiais, nosso grande Sumo Sacerdote entra no lugar santíssimo, e ali comparece a presença de Deus a fim de se entregar aos últimos atos de Seu ministério em prol de homem, — para realizar a obra do juízo de investigação, e fazer expiação por todos os que se verificarem com direito aos benefícios da mesma. — O Grande Conflito 479, 480.

Outras passagens nos livros de Daniel e Apocalipse especificamente aplicadas ao começo do julgamento são Daniel 8: 14; 7: 13, Apocalipse 14: 7, e 11: 19 (GC 425, 432). A vinda do Senhor para Seu templo como predita em Malaquias 3: 1 e, na parábola das dez virgens, a vinda do noivo para o casamento (Mateus 25: 10), foram também ambas entendidas como descrições do esmo evento.

Não somente o ano — 1844 — mas mesmo o próprio dia — 22 de Outubro — quando o julgamento no céu começou, foi predito nas profecias. Ellen White apoiou totalmente o cálculo Milerita, o qual estabeleceu 22 de Outubro como sendo a data do término do período dos 2.300 anos. Ela declara:

Vi que eles estavam certos na sua interpretação dos períodos proféticos. O tempo profético terminou em 1844, e Jesus entrou no lugar santíssimo para purificar o santuário no fim dos dias. — Primeiros Escritos, pág. 243.

No décimo dia do sétimo mês, o grande Dia da Expiação, o tempo da purificação do santuário, que no ano 1844 caía no dia vinte e dois de Outubro, foi considerado como o tempo da vinda do Senhor. Isto estava de acordo com as provas já apresentadas. de que os 2.300 dias terminariam no outono…

O cômputo dos períodos proféticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação. — GC. 398, 457.

A Purificação do Santuário

“Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Daniel 8: 14). O santuário que devia ser purificado em 1844 somente podia ser o santuário celestial, uma vez que o templo terrestre não tinha mais função após a ruptura do véu na morte de Cristo. Mas há alguma coisa no céu que precisa ser purificada? Para aqueles que rejeitaram tal pensamento, Ellen White observou que a purificação do “santuário terrestre, bem como do celestial” foi “plenamente ensinada” em Hebreus 9: 22, 23 (GC 416). Explicando o celestial pelo terrestre, ela escreveu:

Como antigamente eram os pecados do povo colocados, ela fé, sobre a oferta pelo pecado, e, mediante o sangue desta, transferidos simbolicamente para o santuário terrestre, assim em o novo concerto, os pecados dos que se arrependeram são, pela fé, colocados sobre cristo e transferidos de fato, para o santuário celeste. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais se poluíra, igualmente a purificação real do santuário celeste deve efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão registrados. Mas antes que isso se possa cumprir, deve haver um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do santuário, portanto, envolve uma investigação — um julgamento. — GC 420.

Mas porque era necessária uma investigação? Não eram os pecados, quando confessados, imediatamente perdoados e para sempre esquecidos? Perdoados, sim, Ellen White explicou, mas não ainda esquecidos. Ela observou que, no tipo, “o sangue da oferta pelo pecado removia o pecado do penitente, mas permanecia no santuário até o Dia da Expiação”. Assim, no antítipo, “o sangue de Cristo, enquanto devia libertar o pecador arrependido da condenação da lei, não era para cancelar o pecado; permaneceria registrado no santuário até a expiação final”. “Após a morte são julgados sobre aquelas coisas que foram escritas nos livros”, “então pelo mérito do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todos os que verdadeiramente se tenham arrependido serão apagados dos livros do céu. Deste modo o santuário estará livre, ou purificado do pecado”(PP 371). (Ver também GC 420).

Os Registros Celestiais

Ellen White encontra ampla evidência bíblica de livros de registros no céu. Ela cita Apocalipse 20: 12, Filipenses 4: 3, e outros textos, para o livro da vida; Malaquias 3: 16 para o livro memorial; e Eclesiastes 12: 14, Mateus 12: 36, 37, e outras referências para os livros que contêm o registro dos pecados dos homens (GC 480-1). Ela se refere aos nomes destes livros celestiais um tanto vagamente. O livro da vida contém “os nomes de todos os que já entraram para o serviço de Deus” (GC 480), bem como “as boas Obras dos santos” (Primeiros Escritos 52). O livro memorial também inclui “as boas obras” dos filhos de Deus, bem como um registro de más ações. A juventude foi advertida:

Os homens podem esquecer, podem negar seu errôneo modo de agir, mas um registro disto é mantido no livro memorial, e no grande dia do juízo, a menos que os homens se arrependam e andem humildemente diante de Deus, eles enfrentarão este terrível registro justamente como ele se encontra. — YI 4-4-1905.

As “obras más dos ímpios” são registrados no “livro da morte” (PE 52), enquanto no “livro de registros” todo nome é inscrito, e “os atos de todos, seus pecados, e sua obediência, são fielmente escritos” (7 BC 987).

Deus sabe e tem um registro de tudo. Ellen White afirmou, “Toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia” estão escritos nos livros do céu com “terrível exatidão” (GC 481). “Deus tem um exato catálogo de toda avaliação injusta e todo negócio desonesto”.  Somos responsáveis não somente pelo que temos feito, mas “pelo que deixamos de fazer”, por “caracteres não desenvolvidos”, e “oportunidades não aproveitadas”(7 BC 987).

Como os traços da fisionomia são reproduzidos com maravilhosa exatidão na câmera do artista, assim é o caráter fielmente delineado nos livros do céu. — 4 SP 311.

Página após página a história da experiência de nossa vida é escrita, com os motivos que nos impeliram à ação. Tudo aparecerá como uma fotografia da vida real, mostrando quanto de nossa vida foi dada para agradar a nós mesmos, quanto para abençoar a outros, quanto para honrar a Deus, quanto para responder ao propósito de Deus ao nos criar. — RH 1-13-1891, pág. 17.

São especialmente confortantes as declarações de Ellen White de que o bem é registrado tão fielmente quanto o mal. Ela declara:

Toda tentação resistida, todo o mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, todo sofrimento e tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se registrado. — GC 481.

Deus vê muitas tentações resistidas das quais o mundo, e mesmo amigos próximos, nunca sabem; tentações no lar, no coração; Ele vê a humildade da alma em vista de sua própria franqueza, o sincero arrependimento, até mesmo por um pensamento que é mau; Ele vê a completa devoção do coração para o desenvolvimento da causa de Deus, sem coloração de egoísmo; Ele tem notado aquelas horas de dura batalha com o eu, batalhas que conseguiram a vitória — tudo isto Deus e os anjos sabem. — Carta 18, 1891.

Ellen White instou com a juventude em particular para que não se esquecessem de que suas vidas estavam sendo observadas bem de perto — mesmo meticulosamente — e que um dia os registros de nossa vida devem ser enfrentados. Para sua audiência de Youth’s Instructor ela escreveu:

Nunca estamos sós. Temos um Companheiro, quer O escolhamos ou não. Lembrem-se, moços e moças, que onde quer que vocês estejam, o que quer que estejam fazendo, Deus lá está. Para toda palavra e ação sua, vocês tem uma testemunha, — o Deus Santo, que odeia o pecado. Nada que é dito ou pensado pode escapar a Seus olhos infinitos. Suas palavras podem ser ouvidas por ouvidos humanos, mas elas são ouvidas pelo Soberano do Universo. Ele lê a cólera interior da lama quando a vontade é contrariada. Ele ouve a expressão de profanidade. Na mais profunda escuridão e solidão Ele lá está.

Dia após dia o registro de suas palavras, suas ações, e sua influência, está sendo feito nos livros do céu. Isto vocês devem enfrentar. — YI 5-26-1898. (Veja também 3 BC 1153).

Era inteiramente evidente o propósito de Ellen White, não tanto de delinear o conteúdo de cada livro celestial ou descrever a que eles se assemelhavam, mas de enfatizar o fato de que os registros de Deus são completos, e de apelar a seus leitores que estivessem preparados para o julgamento. No serviço simbólico “exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor” no Dia da Expiação. “*/De igual modo, assim hoje devemos nós afligir nossas almas em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro”. “O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos cristãos professos, deve ser deixado”, e há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que em nossas almas  porfiam pela supremacia. (GC 489-490).

O Julgamento Começa Pela Casa de Deus

Tomando como exemplo o santuário no deserto, Ellen White ensinou que o juízo investigativo trata somente com os nomes daqueles que, em algum tempo em suas vidas, confessaram seus pecados a Deus. Ela declarou:

No cerimonial típico, somente os que tinham cindo perante Deus em confissão, e cujos pecados, por meio do sangue da oferta para o pecado, eram transferidos para o santuário, é que tinham parte na cerimônia do dia da expiação. Assim, no grande dia da expiação final e do juízo de investigação, os únicos casos a serem considerados são os do povo professo de Deus. O julgamento dos ímpios constitui obra distinta e separada, e ocorre em ocasião posterior. — GC 480.

Em outra parte ela se referiu ao “povo professo de Deus” como sendo “todos os que já entraram para o serviço de Deus” (GC 480), “filhos de Deus” (7 BC 987), “todos os que creram em Jesus” (GC 482) e “os que em todos os séculos professaram ser seguidores de Cristo” (GC 427).

O juízo dos mortos começou em 1844 e “quando esta obra se completar, o juízo deve ser pronunciado sobre os vivos”(1 ME 125). Quão logo o juízo sobre os vivos começará? Ellen White responde; “Breve, — ninguém sabe quão breve — passará ela (a obra) aos casos dos vivos” (GC 490). Embora não saibamos quão breve, sabemos que “a grande obra do juízo dos vivos está para começar” (6 T 130). Esta declaração foi escrita no ano de 1900.

Quando o Senhor examina os nomes dos vivos, decide Ele seus destinos um por vez, sendo que o julgamento é completado para alguns dos vivos enquanto não foi ainda começado para outros? Há aqueles que assim pensam, pois Ellen White desse, “Não sabemos quão breve nosso nome pode ser tomado nos lábios de Cristo, e nosso caso ser finalmente decidido”. (1 ME 125).

Por outro lado, existem aqueles que creem que tempo não é um elemento para Deus, que Ele pode ter mesmo agora completado Seu julgamento dos vivos, e que os registros dos vivos são recapitulados, dia após dia, e mesmo hora após hora, pois Ellen White também disse, “Deus julga cada homem de acordo com sua obra. Não somente Ele julga, mas Ele adiciona, dia após dia, e hora após hora, nosso progresso em boas obras” (7 BC 987).

A Base da Decisão de Deus

Muito mais importante que quando Deus decidirá é como Ele decidirá nosso destino. Que padrões Ele usa e como Ele determinará se este padrão foi atingido ou não? Ellen White responde a estas perguntas para nós. A norma, ele diz, é  “a lei de Deus… pela qual o caráter e vida dos homens serão aferidos no juízo” (GC 482). Em apoio a sua posição ela cita Eclesiastes 12: 13, 14, Tiago 2: 12, e Romanos 2: 12-16. Ela também apressa-se a indicar que a fé em Jesus Cristo é essencial a fim dos homens serem capazes de  guardar a lei de Deus e que “sem fé é impossível agradar-Lhe” (GC 435).

Desde que todos os homens são diferentes, e não há duas pessoas que tenham características hereditárias e formação semelhantes, Deus não espera a mesma resposta de um como de outro. Ellen White declara:

Ele tem dado luz e vida a todos, e em harmonia com a medida luz concedida, será cada um julgado. — DTN, pág. 189.

Aqueles que têm oportunidade de ouvir a verdade e ainda não se esforçam para ouvir ou entendê-la, pensando que se eles não ouvirem não serão responsáveis, serão considerados culpados diante de Deus da mesma maneira como se eles tivessem ouvido e rejeitado… Jesus fez expiação por todos os pecados de ignorância, mas não há provisão feita para cegueira voluntária. — 5 BC 1145.

Ninguém será condenado por não observar a luz e o conhecimento que eles nunca tiveram, e que não puderam obter. — 5 BC 1145. (Ver também 2 T 691).

Quando Ellen White fala de luz que é trazida para um indivíduo, ela especifica que não é luz, a menos que ele a entenda. “Não seremos considerados como responsáveis”, ela declara, “por luz que não tem alcançado nossa percepção, mas por aquela à qual temos resistido a que temos recusado” (5 BC 1145). Novamente, ela declara que é “a verdade que alcançou seu entendimento, a luz que brilhou na alma” que condenará os pecadores no juízo (5 BC 1145).

Sobre tal base, há esperança mesmo para aqueles em terras pagãs que nunca tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho. Ellen White declara claramente:

Entre os pagãos estão aqueles que adoram a Deus ignorantemente, Aqueles para quem a luz nunca é trazida por instrumentalidade humana, ainda assim eles não perecerão. Embora ignorantes da lei de Deus escrita, eles ouviram Sua voz falando a eles na natureza, e têm feito as coisas que a lei ordena. Suas obras são evidências que o Espírito Santo tem tocado seus corações, e eles são reconhecidos como filhos de Deus.

Quão surpreendidos e jubilosos ficarão os humildes dentre as nações, e dentre os pagãos, de ouvir dos lábios do Salvador: “Quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”. Quão alegre ficará o coração do Infinito Amor quando Seus seguidores erguerem para Ele e olhar, em surpresa e gozo ante Suas palavras de aprovação. — DTN. p. 614.

Vez após vez, ela enfatiza a importância de nossa atitude em relação aos necessitados e sofredores. Ela declara:

No último dia a decisão final do Juiz de toda a terra dependerá de nosso interesse pelos necessitados, os oprimidos e tentados, e nosso trabalho prático em favor deles. Não podeis passar sempre de largo por eles e ainda achar entrada para vós na cidade de Deus como pecadores redimidos. RH, 30-11-1886. p. 738.

Ele declarou claramente que as decisões do último dia dependerão da questão da benevolência prática. — RH, 11-07-1899, p. 437.

Quando as nações se reunirem diante dEle, não haverá senão duas classes, e seu destino será determinado pelo que houverem feito ou negligenciado fazer por Ele na pessoa dos pobres e sofredores. — DTN. p. 613.

Ellen White nos promete que “O Juiz de toda a terra apresentará uma decisão justa. Ele não será subornado; Ele não pode ser enganado” (RH 360). Nós somos advertidos “de que tenhais ó óleo da graça em vossos corações”, pois “a possessão disto fará toda diferença a vosso respeito no julgamento”. (RH 27-03-1894, pp. 194). Somos lembrados, também, de que é “somente o trabalho acompanhado por muita oração, o qual é santificado pelo mérito de Cristo”, que “resistirá o teste do julgamento” (Serviço Cristão, p. 263).

O Apagamento do Pecado

Aqueles cujos registros da vida são examinados no juízo investigativo têm os seus nomes ou os seus pecados apagados. “Quando alguém tem pecados que permanecem nos livros de registros, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida”. Por outro lado,

Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela fé hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifício expiatório, tiveram o perdão aposto ao seu nome, nos livros do Céu ; tornando-se eles participantes da justiça de Cristo, e verificando estar o seu caráter em harmonia com a lei de Deus, seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna. — GC 483.

Ellen White encoraja seus leitores a confessar seus pecados e crer que Deus os perdoará. Ela escreve:

Temos a preciosa promessa de que todo o pecado, do qual houve sincero arrependimento, será perdoado. Voltar para Deus com a alma em contrição, clamando os méritos do sangue de Cristo, nos trará luz, perdão e paz. mas precisamos nos voltar para o Senhor com inteireza de propósito no coração, com a decisão de sermos praticantes das palavras de Cristo. Algumas vezes nossos pecados virão à mente e lançarão uma sombra sobre nossa fé; de forma que não possamos ver nada além de uma merecida punição acumulada para nós. Mas em tais ocasiões, enquanto sentimos tristeza pelo pecado, devemos olhar para Jesus, e crer que Ele perdoou nossas transgressões. — RH 13-01-1891, pp. 17.

Podemos ter hoje no Céu um registro limpo, e saber que Deus nos aceita. — 7 BC 989.

O apagamento do pecado, que têm lugar “na obra final de julgamento” (4 SP 309)  será seguido pelo encerramento  do tempo de graça ( GC 434 ), a colocação de todos os pecados confessados sobre Satanás (PE. 280-1), o tempo de angustia (3 SG 134), as sete últimas pragas (PE. 36), e a segunda vinda de Cristo (GC 485).

O Juiz

E o “Ancião de Dias”, “o Juiz de toda a terra”, “Deus Pai”, quem preside o juízo investigativo (GC 479). Enquanto o Pai preside, o Filho, de acordo com I João 2:1 e Hebreus 9:24, aparece como Intercessor e Advogado, dos pecadores “a fim de pleitear em favor deles perante Deus” (GC 482). “Jesus permanece no santíssimo”, é-nos dito, “agora para estar na presença de Deus por nós. Lá Ele não cessa de apresentar o seu povo, momento a momento, perfeitos nEle mesmo” (7 BC 933).

Enquanto o Juízo investigativo não for completado Cristo não assumirá o cargo de Juiz supremo. Ellen White declara:

Aqueles que permanecido como nosso intercessor, que ouve todas as orações de penitência e confissões; que é representado como arco-íris, o símbolo de graça e amor, circundando Sua cabeça, está prestes a cessar Seu trabalho no santuário celestial. A Graça e a misericórdia então descerão do trono e a justiça lhes tomará o lugar. Aquele para quem Seu povo têm olhado assumirá o que é Seu por direito – o cargo de Supremo Juiz. — 7 BC 989.

Cristo é o juiz que pronunciará a sentença de recompensa ou punição, Aquele apontado para “exercer o juízo” (DTN 190). Ellen White explica ainda:

O Pai não julga o homem, mas confiou todo o julgamento para o Filho. Ele Lhe tem dado autoridade também para executar o julgamento, porque Ele é o Filho do homem…

Deus designou que o Príncipe dos sofredores da humanidade devesse ser juiz de todo o mundo. Ele, que veio das cortes celestiais para salvar o homem da morte eterna; Ele, a quem os homem desprezaram, rejeitaram, e sobre quem acumularam todo o desprezo no qual seres humanos inspirados por Satanás são capazes; Ele, que se submeteu ser acusado diante de um tribunal terreno, e que sofreu a ignominiosa morte de cruz, — Somente Ele deve pronunciar a sentença de recompensa ou de punição…

Naquele dia de punição e recompensa final ambos, santos e pecadores, reconhecerão nAquele que foi crucificado, o Juiz de todos os vivos. — RH, 22-11-1898, pp. 745.

Indubitavelmente, é à luz disto – que Cristo executa o julgamento — que as citações seguintes devem ser entendidas:

Há somente um Juiz, — Aquele que morreu por nós, que tomou sobre Si nossa natureza e todas as enfermidades da humanidade, para que pudéssemos ser colocados em uma posição vantajosa diante de Deus. — RH. 19-01-1905, pp. 9.

O Pai não é o Juiz. Os anjos também não. Aquele que tomou sobre si a humanidade, e neste mundo viveu uma vida perfeita, deve julgar-nos. Somente Ele pode ser nosso Juiz. Vocês se lembrarão disto irmãos? Vocês se lembrarão disto ministros? Vocês pais, e mães, se lembrarão disto? Cristo tomou a humanidade para que pudesse ser nosso Juiz. — 9 T 185.

O Fim do Milênio

Durante os mil anos que se seguem ao retorno de Cristo, os santos se unirão com o Senhor no julgamento dos ímpios (GC 657). No fim do Milênio o drama alcança seu apogeu quando “O mundo ímpio todo achava-se em julgamento perante o tribunal de Deus” (GC 665).

Que cena solene será esta! Que ajustamento de contas terá de ser feito por pregarem na cruz Aquele que veio ao nosso mundo como uma vivi mensagem da lei. Deus fará a cada um a pergunta: Que você fez com meu Filho Unigênito? Que responderão aqueles que recusaram aceitar a verdade? Eles serão obrigados a dizer, “Nós odiamos a Jesus, e O lançamos fora”. — 5 BC 1106-7.

Diante da assembleia dos habitantes do universo Cristo pronuncia sentença sobre os rebeldes contra Seu governo. Abrem-se os livros de registro e os ímpios se tornam concisos de todo pecado cometido (GC 663). “A vida toda virá em revista como cenas em um panorama” (RH 04-11-1884, pp. 690). Os pecados de todos os ímpios serão abertamente conhecidos, nada será encoberto. Ellen White declara:

Quanto o Juízo se assentar, e os livros foram abertos, haverá espantosas revelações… Pecados secretos serão então expostos à vista de todos. Motivos e intenções que foram encobertos nas câmaras escuras do coração serão revelados. Ambições astuciosas, propósitos egoístas serão vistos onde a aparência exterior contava apenas sobre um desejo de honrar a Deus e fazer o bem aos homens… Professores ambiciosos, hipócritas, podem agora ser admirados e exaltados pelos homens; mas Deus, que conhece os segredos do coração, descobrirá a cobertura enganosa, e os revelará como eles são. Todo hipócrita será desmascarado. — RH 01-01-1884, pp. 2.

Naquela hora solene e terrível a infidelidade do esposo será declarada para a esposa, e a infidelidade da esposa, para o esposo. Pais serão informados, pela primeira vez, qual foi o caráter real de seus filhos. — RH 27-03-1888, pp. 194.

O fruto de cada exação egoísta e arbitrária tornar-se-á claro, e os homens verão os resultados de seus feitos como Deus mesmo vê. — TM 224. (Ver também VE. 241-2).

Então os pecados serão confessados, e a confissão será pública (RH 16-12-1889, pp., 770). Muito tarde para beneficiar o malfeitor ou salvar outros da decepção, a confissão somente testificará que a condenação dos pecadores é justa. Mesmo “Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença”. (GC. 667). Isto, naturalmente, é o propósito primário de todo o processo de julgamento. Esta é a forma de Deus vindicar Seu próprio caráter e Seu governo. É o Seu método de convencer o universo de que Ele tem sido eminentemente honesto e justo em todos Seu procedimento para com os homens e anjos desde que o tempo começou.

A cena do julgamento terá lugar na presença de todos os mundos; pois neste julgamento o governo de deus será vindicado, e Sua lei será apresentada como “santa, justa, e boa”. Então cada caso será decidido, e a sentença será pronunciada sobre todos. O pecado então não parecerá atrativo, mas será visto em toda sua terrível magnitude. — 1 BC 986.

Este grandioso clímax de toda a história estava frequente na mente de Ellen White. Ela escreve:

Quando falando para congregações, está sempre diante de mim o julgamento final, o qual será realizado na presença do mundo, quanto à lei do governo de Deus será vindicada, Seu nome glorificado, Sua sabedoria reconhecida e confessada como justa por crentes e incrédulos. Este não é o julgamento de uma pessoa, nem de uma nação, mas de um mundo todo, composto de seres inteligentes, de todos os tipos, de todas as espécies. O julgamento será primeiro sobre os mortos, depois sobre os vivos, e então o universo inteiro será congregado para ouvir a sentença. Eu me sinto como se estivesse na presença de todo o universo do céu, levando minha mensagem para o tempo e para a eternidade. — Carta 109, 1898.

No dia do juízo final, toda alma perdida compreenderá a natureza de sua rejeição da verdade. A cruz será apresentada, e sua real significação será vista por todo espírito que foi cegado pela transgressão. Ante a visão de Calvário com Sua misteriosa Vítima, achar-se-ão condenados os pecados. Toda falsa desculpa será banida. A apostasia humana aparecerá em seu odioso caráter. Os homens verão o que foi sua escolha, Toda questão de verdade e de erro, na longa controvérsia, terá então sido esclarecida. No juízo do Universo, Deus ficará isento de culpa pela existência ou continuação do mal. Serão demostrados que os decretos divinos não são cúmplices do pecado. Não havia defeitos no governo de Deus, nenhum motivo de desafeto. Quando os pensamentos de todos os corações forem revelados, tanto os leais como os rebeldes se unirão em declarar: “Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos. Quem Te não temerá, Senhor, e não magnificará o Teu nome? Porque os Teus juízos são manifestos”. (Apocalipse 15: 3 e 4). — DTN. 48.

ELLEN G. WHITE ESTATE, WASHINGTON, D. C.
25 de fevereiro de 1980

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