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segunda-feira, 23 de março de 2015

Páscoa - Uma História Mal Contada

Quando pensamos em páscoa, quase que inevitavelmente lembramos de coelhos e ovos de chocolates, mas afinal de contas, o que tudo isso tem haver com páscoa? Qual a sua origem? Seu verdadeiro significado? Nos contaram mal essa história!

sábado, 30 de março de 2013

A sexta-feira é santa?



Nessa época do ano lembro-me com saudade dos tempos de menino. Na páscoa, não tínhamos ovos de chocolate. Eram casquinhas de ovos de galinha recheadas de amendoim, misturado com calda de açúcar. As casquinhas eram coletadas desde janeiro e coloridas com tinta guache. Em casa ou na escola.  Uma caixinha de sapato, devidamente forrada e enfeitada ao redor com papel crepom de diferentes cores, complementava o “ninho” onde os ovos eram guardados até o domingo de páscoa.

Na sexta-feira “santa” havia uma espécie de silêncio reverenciando o dia. As pessoas falavam baixo. Não se ouviam gritos, fogos ou ruídos altos. Lembro-me de um incidente curioso que aconteceu no final da década de 1980, em minha pequena cidade. Iríamos comemorar no sábado o aniversário de nosso programa radiofônico “A Voz da Mocidade” com a presença ilustre de Sonete, Williams Costa Jr., Flávio Santos e Eclair. Na sexta-feira santa chovia bastante. Decidimos gravar um convite e usá-lo em carro de som, circulando pelas ruas da cidade e arredores. Em um vilarejo próximo, porém, o carro quase foi apedrejado por estar fazendo “barulho em um dia santo”.

Não sei até que ponto essa reverência à sexta-feira santa continua sendo observada, hoje. Os anos passam e os costumes arraigados vão sendo, paulatinamente, abandonados.  Agora pouco fui ao mercado. Estava lotado. A maioria preocupada em encher seus carrinhos com os ovos de chocolate. O açougue tinha a fila mais longa. E não era carne de peixe que procuravam…

Jesus morreu, como um cordeiro pascal, em uma sexta-feira. Descansou na sepultura no sábado e ressuscitou na madrugada do primeiro dia da semana.  Está na Bíblia! Alguns tentam sacralizar um ou outro dia. “A sexta é mais importante: foi o dia em que Ele deu a vida”, dizem alguns. “Não. É o domingo, pois Ele ressuscitou nesse dia”, argumentam outros.

Graças a Deus por ter enviado Seu Filho Unigênito ao mundo para nos oferecer, gratuitamente, o perdão dos pecados e a vida eterna para todos aqueles que crerem em tão incomparável gesto de amor!

Não precisamos, porém, perder tempo com discussões relacionadas a sacralização da sexta ou do domingo. Lá no começo do mundo Deus separou o sábado como dia de repouso, comunhão e comemoração da criação. Anos depois, promulgou essa decisão na lei dos mandamentos em Êxodo, capítulo 20. Após a crucifixão e sepultamento de Jesus, ao entardecer da sexta, “no sábado descansaram, segundo mandamento” (Lucas 23:56). E assim continuaram procedendo os  primeiros cristãos anos após a ressurreição, como esclarecem outros textos bíblicos ( Atos 13:42,45; 15:21; 16:13; 17:1 e 2; 18:4, Apocalipse 1:10; Isaías 66:23 …)

O principal significado para “santo”, na Bíblia, é “separado”. O que Deus separa para um fim ou finalidade sagrado é santo. E é exatamente assim que devemos proceder com o dia que Ele escolheu: o sábado. Foi Ele quem separou!

A sexta-feira “santa”, ou qualquer outro dia da semana, deve ser um dia de reflexão diante do inexplicável gesto de amor por parte do Criador em oferecer o que de melhor tinha para resgatar a humanidade escravizada por satanás.  Não fizemos nada por merecer. Pelo contrário, zombamos, escarnecemos, batemos nEle, cuspimos na Sua cara, pregamos mãos e pés no madeiro da cruz; com raiva apertamos em Sua cabeça a coroa de espinhos… Mesmo assim Ele nos perdoa, nos ama e nos espera de braços abertos! Todos os dias.

Via Amilton Menezes

sábado, 16 de março de 2013

A história da páscoa.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O cristão deve presentear com ovos de páscoa?


Já havia escrito uma página inteira sobre o assunto quando decidi apagar tudo e fazer uma nova abordagem. Cheguei à conclusão de que, se muitos artigos já abordam o significado da páscoa com base em Êxodo 12, seria mais útil escrever algo sobre dar ou não ovos de chocolate de presente.



Em Filipenses 4:5 recebemos o seguinte conselho: “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.” Paulo diz que Jesus está voltando e que uma das maneiras de testemunharmos às outras pessoas sobre Ele é sendo moderados em tudo o que fazemos. Por isso, acredito que esse versículo precisa ser levado em conta nesse tipo de resposta que pretendo dar no artigo.


Sabemos que os ovos de chocolate são usados para sustentar a máquina capitalista. Todavia, não acredito que isso seja um bom argumento para proibirmos uma simples manifestação de apreço por um filho ou amigo. Afinal, o capitalismo também é sustentado com os computadores e roupas que compramos – e com uma infinidade de outros produtos dos quais fazemos uso. Portanto, deixamos de lado esse argumento.


Também há a questão do cuidado com nossa saúde, que não deve ser passada por alto. Nossa alimentação precisa ser saudável e precisamos nos esforçar para atingirmos essa meta, pois, através de nossa alimentação Deus é glorificado (1Co 10:31). Além disso, com um corpo e uma mente saudável podemos nos comunicar melhor com o Espírito Santo.


O ideal é que nenhum de nós coma qualquer tipo de doce, porém, nem todos têm a mesma facilidade para tomar tal decisão. Por isso, precisamos ter paciência com as pessoas que estão no processo de crescimento. Cada um deve decidir por si quando será o tempo ideal para não comer doce algum.


Alguns farão total abstinência, enquanto que outros usarão doces (incluindo chocolates) em pouca quantidade. Os dois grupos precisam ser respeitados. Afinal, o cristão tem que olhar para a sua própria vida e não para o prato dos outros.


Certo é que, depois de receber algumas manifestações sobre o assunto cheguei à conclusão de que faz menos mal dar um presentinho de páscoa do que encher a boca de críticas e despejar tudo nos outros…


Se Jesus Cristo for o primeiro em nossas vidas, aprenderemos a ser tolerantes com os demais e moderados em nossas opiniões. Encontraremos o equilíbrio necessário para vivermos o cristianismo sem desanimar os outros com atitudes extremistas que não levam a nada.


Desse modo, mesmo que o sacrifício de Cristo por nós deva ser lembrado todos os dias, não deixe a páscoa passar em branco. Poderá usar esse momento para falar ao coração das pessoas que o personagem central do período pascal é o Salvador. Esse é um momento do ano em que todos estão mais sensíveis (assim como no Natal) e não deveríamos perder a oportunidade.


Também não diga aos seus filhos que ganhar um ovinho de páscoa “é algo pagão”. Respeite a sensibilidade das crianças e ensine-as a viver com moderação em tudo aquilo que fazem, para que na fase adulta reflitam melhor o caráter de Deus.


E, não se esqueça de ensinar às crianças que a melhor maneira de celebrarmos a páscoa é participarmos da Santa Ceia (Jo 13; 1Co 11:17-34), como estabelecida pelo Senhor: com a presença do pão sem fermento (símbolo do corpo de Cristo sem pecado), do vinho sem álcool (símbolo do perfeito sangue de Cristo derramado na cruz) e do Lava-pés (símbolo de humildade e de reconhecimento do valor de nosso irmão na fé).


Fale a elas que, quando tiverem idade suficiente para compreenderem melhor o que Jesus fez por cada ser humano, poderão participar da Ceia, até o dia em que Jesus voltará para nos buscar e levar-nos para o lar eterno que Deus preparou para aqueles que O amam:


“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha.” (1Co 11:26)


Se quiser saber algo mais sobre a origem da páscoa, recomendo a leitura do artigo disponibilizado pelo amigo e pastor Valdeci Júnior no site http://www.nasaladopastor.com/ Lá poderá encontrar também outras respostas dele sobre a páscoa.


Um abraço a todos!

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Páscoa - Qual o verdadeiro significado?



Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?


A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?


A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.
Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que esta doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho...
O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: "Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador." O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor. 


Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?
Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos - o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.


Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa "passagem" "passar por cima". Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.


A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.


A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:
Jesus tomou o pão,"e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha." 


Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão "isso é o meu corpo" signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio dizendo "Eu Sou a porta" (João 10:7), "Eu sou o caminho" (João 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai." ( Mateus 26:29)


Portanto, a cerimônia da Santa-Ceia, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados:


1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com deus, com o nosso próximo e conosco mesmo - união - não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve...


2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: "Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai. (Mateus 26:29)


Conclusão:
Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente deus espera de cada um de nós.


Jesus foi claro "Fazei isto em memória de mim." Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: "Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens."


Equipe Novo Tempo

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Páscoa - Seu Início e Significado Hoje




Estamos nos aproximando de um dos feriados mais importantes do ano: a PÁSCOA! Você já parou pra pensar sobre o significado desta data? Será que a páscoa se limita a um feriado em que as famílias trocam ovos de chocolate? Com certeza não! Existe um motivo mais especial para se comemorar esta data, e esse motivo está na Bíblia.

Houve um tempo em que o povo escolhido de Deus (os israelitas) estava sendo escravizado no Egito. Esse foi um período de aproximadamente 450 anos. Os israelitas estavam sofrendo muito com essa situação, e Deus interveio de forma maravilhosa. O livro de Êxodo, na Bíblia, registra com detalhes esse evento (Êxodo 1 a 13).

Deus envia Moisés ao Egito com a finalidade de convencer Faraó a libertar os israelitas da escravidão, mas Faraó resistiu e não deixou o povo sair. A partir dessa resistência de Faraó e seu descaso com o Deus soberano Criador do céu e da Terra, algumas pragas começaram a cair no Egito. Tais sinais deviam evidenciar que Faraó (que era considerado por seu povo um deus vivo) não tinha o controle sobre a natureza ou sobre o mundo espiritual, e sim o Deus Criador, adorado pelos israelitas. O curioso é que as pragas não eram apenas meras coincidências da natureza, ou efeitos do clima da época, pois atingiam apenas os egípcios, enquanto nada acontecia aos israelitas escravizados...

Foram enviadas 10 pragas sucessivamente:
1. As águas tornam-se em sangue;
2. Aparecem muitas rãs, que contaminam toda a comida e empesteiam as casas;
3. Piolhos em grande escala atingem a todos os egípcios e seus animais – nem mesmo a elite da corte escapo ao infortúnio!
4. Enxames de moscas contaminam tudo o que havia ao redor;
5. Peste que causava mortandade nos animais;
6. Úlceras malignas que causavam dores horríveis aos egípcios;
7. Chuva de pedras que destruiu casas e plantações egípcias;
8. Gafanhotos que consumiram o pouco que havia restado das plantações;
9. Trevas e escuridão total por três dias consecutivos;
10. Morte dos primogênitos – desde os animais até aos filhos egípcios, nem mesmo o filho primogênito de Faraó escapou dessa calamidade...

Talvez o leitor desatento possa imaginar que essa sequência de eventos tenha acontecido sem que ninguém soubesse, pegando os egípcios de surpresa, mas não foi esse o caso... Deus enviava Moisés para falar com Faraó, e cada vez que o monarca impedia os israelitas de saírem do Egito, Moisés era incumbido de alertar que essa desobediente resistência causaria uma calamidade em sua nação, e avisava especificamente o que aconteceria. Mesmo assim Faraó não deixava o povo sair, e todos os egípcios sofriam a praga anunciada.

Ao término das nove pragas Faraó se mostrava tão inflexível como no início. Por isso o Senhor manda uma décima praga, a mais terrível de todas – a morte dos primogênitos. Isso era tão assombroso que Deus deu ordens expressas a seu povo para que seguissem uma cerimônia a fim de que seus filhos primogênitos não fossem mortos. Essa cerimônia está registrada nos capítulos 11 e 12 de Êxodo.

Um anjo destruidor passaria pelo Egito por volta da meia noite e tiraria a vida de cada primogênito, tanto dos animais como dos seres humanos. Para que os israelitas não sofressem essa calamidade, eles deveriam, na noite que antecederia a matança, se reunir em família e cearem juntos, mas de uma forma diferente: Deveriam sacrificar um cordeirinho de um ano, sem defeito, assar sua carne e comê-la com pães sem fermento e ervas amargas. Contudo, antes de participarem desse jantar, eles deveriam recolher um pouco do sangue do cordeiro que havia sido morto e passar esse sangue nos batentes das portas de suas casas. O sangue do cordeiro nos umbrais das portas seria um sinal para o anjo destruidor passar por alto aquela casa e não ferir o primogênito dali.

As ervas amargas eram um símbolo do período em que os israelitas serviram aos egípcios como escravos – tempo de sofrimento e amarguras... O pão sem fermento significava o estilo de vida que cada israelita deveria ter – sem o fermento do pecado. E o cordeiro representava a Cristo, que um dia viria a este mundo e verteria Seu Sangue para nos salvar!

Todos os israelitas obedeceram ao Senhor e realizaram a cerimônia indicada, e nenhum mau lhes sucedeu. Mas nas casas dos egípcios houve a morte do filho primogênito. Até mesmo o príncipe herdeiro morreu! Essa foi uma das noites mais tristes e desesperadoras na história do Egito.

Depois desse último incidente Faraó entendeu que o Deus YHWH (IAVÉ ou JAVÉ) é o único Soberano do Universo, e permitiu que os israelitas partissem do Egito em liberdade, rumo a Canaã, a terra prometida.

A atitude do anjo destruidor de passar por alto a casa dos israelitas fiéis seria celebrada em todos os anos seguintes com uma festa específica, a festa doPESAH (do hebraico, que significa, literalmente, “passar por cima” ou “passar por alto”). Essa seria a festa mais importante do calendário judeu, e tinha como objetivo relembrar a libertação que Deus providenciou aos israelitas. Uma curiosidade: a tradução para o português da palavra pesah é “páscoa”.

No Novo Testamento a páscoa adquire um significado especial para os cristãos, já que é interpretada como figura da obra redentora de Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29).


Logo após ter ceado a páscoa com seus discípulos, Jesus Cristo foi ao monte das Oliveiras para orar. Em seguida foi preso, torturado e morto no dia seguinte... Naquele final de semana se comemorava a páscoa judaica, algo a indicar que naquele ano o verdadeiro Cordeiro de Deus estava morrendo em lugar não apenas dos primogênitos, mas de toda a humanidade.

Portanto, a Páscoa representa muito mais que ovos de chocolate, ou um mero feriado para reunião familiar. A cada ano esta data deveria nos lembrar de que Cristo morreu por nossos pecados para que pudéssemos viver por Sua justiça. Esta é uma data que representa salvação a todos os seres humanos (não apenas aos israelitas, pois em Cristo, a salvação está disponível a todas as pessoas, independentemente de cidadania, idade, sexo ou condição social).


O Cordeiro de Deus (Jesus Cristo) já derramou Seu Sangue para nos libertar. Já suportou sofrimento e desgraça por nós, oferece-nos agora Sua misericórdia e graça, e com ternura nos convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).

Autor: Pastor Moisés Móra, Distrital de Chapecó-SC

sábado, 23 de abril de 2011

Páscoa: Proteção e Liberdade

As festas litúrgicas caracterizam a vida religiosa de um povo, e com Israel não era diferente. Suas festas anuais comemoravam os grandes feitos divinos operados em seu favor no passado, fortaleciam a fé em Deus na certeza de Sua presente e contínua proteção, e apontavam para Sua futura provisão face ao pecado; a vinda do Redentor Dessa forma, estimulavam o zelo religioso nacional, conscientizando mais significativamente cada israelita de sua dependência de Deus, e gerando nele maior sentimento de gratidão e amor Àquele a quem tudo devia.
Infelizmente, com o passar do tempo, as festas e outras atividades ligadas ao santuário se degeneraram em formalismo. Perdido de vista o propósito principal delas, tornaram-se mera ostentação de um sistema religioso vazio (ver Isa 1:11-14); esta situação predominava entre os judeus nos dias de Jesus.
Páscoa e outros festivais – Entre as festas do calendário litúrgico, a Páscoa ocupava lugar preponderante. Associada com os Pães Asmos, ela, Pentecostes e Tabernáculos perfaziam as chamadas festas de peregrinação, quando a presença de cada israelita em Jerusalém era requerida (ver Êxo. 23:14-17; 34:23; Deut. 16:16). Nota-se a importância da Páscoa no fato de que não havia qualquer penalidade expressa para aqueles que não observassem as festas de peregrinação, exceto ela (Núm. 9:13). Era tão importante a comemoração pascoal que a lei fazia provisão para quem não pudesse observá-la na ocasião própria, devendo fazê-lo imprescindivelmente um mês depois (versos 10-12).
A Páscoa marcava a abertura das festas anuais como prescritas em Levítico 23. Do verso 4 em diante, podem-se estabelecer sete festas e sete sábados cerimoniais:
A essas festas, duas outras foram acrescentadas após o exílio babilónico: Purim, em 14 e 15 de Adar, o duodécimo mês (Est. 9:23-28); e Hanukkah (Dedicação), em 25 de Kislev, o nono.

Origem e elementos da Páscoa

- A palavra hebraica para Páscoa é Pesach, cujo sentido se infere do contexto do evento comemorado. O termo significa passagem, da forma verbal pasach, passar por cima, desconsiderar, omitir, precisamente como, em inglês, a páscoa bíblica é chamada Passover (pass = passar + over = sobre). Após o Êxodo, a Páscoa seria comemorada em memória dos acontecimentos que culminaram com a saída de Israel do Egito, com particular referência à morte dos primogênitos egípcios. Naquela terrível noite para os opressores, mas não para os oprimidos, o anjo da morte “passou por alto” isto é, desconsiderou as casas onde famílias de hebreus residiam, poupando a vida de seus primogênitos.
Mas não bastava que ali estivesse uma família israelita; o que garantia a preservação da vida era a marca do sangue nos umbrais da porta: sangue derramado e aplicado foi, naquela noite, sinônimo de vida poupada (Êxo. 12:12,13, 22 e 23). O sangue provinha do cordeiro sacrificado para esse fim, o cordeiro pascal, morto vicariamente, isto é, no lugar de primogênitos humanos. Assim, em virtude do sacrifício da páscoa, a morte “passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito” (v. 27). Precisamente após esse fato, os israelitas foram libertados, partindo rumo a terra da promissão.
Páscoa, de fato, se liga à idéia de proteção, resgate, salvação e liberdade.
Êxodo 12 oferece os necessários elementos da festa:
1) Um cordeiro “sem mancha” (versos 3-5) para ser sacrificado - sem ele, simplesmente não havia Páscoa, pois esta equivalia ao cordeiro (v. 21);
2) O cordeiro deveria ser assado por inteiro e comido, sem que qualquer de seus ossos fosse quebrado (v. 46);
3) A refeição pascal deveria ser acompanhada de pão não levedado e ervas amargas (v. 8) – enquanto estas eram um símbolo apropriado da amargura da escravidão, o pão sem levedura era representativo da pureza e integridade. Em determinado aspecto, fermento, na Bíblia, é símbolo do pecado (I Cor. 5:7 e 8).

A Páscoa no Novo Testamento

- A santa-ceia, instituída por Jesus na quinta à noite (o dia anterior ao da crucifixão), foi uma refeição pascal. Os Evangelhos afirmam que Jesus comeu a Páscoa com os discípulos naquele dia (Mat. 26:17-19; Mar. 14:12-16; Luc. 22:7-15). Mas não há qualquer declaração sobre o sacrifício do cordeiro, o qual, no tempo de Jesus, era efetuado no templo, pois isso ocorreria no dia seguinte, sexta feira, entre 14h30 e 15h A antecipação do evento cumpriu o propósito de Jesus. Ele afirmou no contexto da ceia: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do Meu sofrimento” (Luc. 22:15).
A ausência da vítima pascal indica o momento da transição, quando Jesus tomaria o lugar do cordeiro e o antítipo cumpriria o tipo. A Páscoa, portanto, foi comemorada por Jesus em termos de evento messiânico. O cordeiro pascal não era mesmo para ser imolado, porque Ele, Jesus, era agora esse cordeiro, a ser oferecido justamente no dia da celebração da Páscoa. E, desde que a refeição pascal incluía pão asmo, este elemento se fez presente na Santa Ceia, e foi servido por Jesus aos discípulos como símbolo do Seu corpo, o verdadeiro Cordeiro pascal. O vinho, outro elemento da refeição pascal, foi então servido como símbolo do Seu sangue que logo seria derramado “em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mat. 26:28), tal como o sangue do cordeiro pascal fora, no princípio, derramado para a preservação de vidas.
Efetivada, assim, a transição, restava agora a Jesus cumprir tudo aquilo que antes havia sido estabelecido como figura e sombra. Ele foi sacrificado no dia seguinte como vítima pascal, morrendo na cruz ”por volta da hora nona” (Mat. 27:46), precisamente o horário do sacrifício do cordeiro. Isso é tão real que o Novo Testamento identifica-O como o Cordeiro de Deus, sem defeito e sem mácula, que tira o pecado do mundo, Aquele que em Seu sacrifício não teve quebrado nenhum osso (I Ped. 1:19; João 1:29 e 36; 19:36). Aqui a Páscoa alcança seu mais profundo significado. De fato, Jesus é “nosso Cordeiro Pascal” (I Cor. 5:7), e por Ele desfrutamos vida e liberdade (João 8:31,32 e 34-36).

Deturpação

Notamos que, segundo a Bíblia, a Páscoa esteve mais relacionada com a morte de Jesus do que com Sua ressurreição, embora esse evento estivesse indiretamente envolvido. Com sua ressurreição, Jesus cumpriu o cerimonial do molho movido que ocorria no transcurso dos dias dos Asmos (Lev. 23:6-12). Ele ressuscitou como “as primícias” dos que dormem (I Cor. 15:23).
Por que, então, a Páscoa, no cristianismo atual, se liga mais à ressurreição que à cruz?
Naturalmente houve, pela apostasia que invadiu os arraiais do cristianismo depois da era apostólica, uma deturpação do sentido cristão da Páscoa Mais ou menos na metade do segundo século, uma controvérsia pascal começou a ocorrer sobre quando e como deveria ser ela comemorada Cristãos da Ásia Menor, sob a liderança de Policarpo, defendiam um dia fixo anual, correspondente a 14 de Nisan, quando jejuavam e concluíam a celebração com a Santa Ceia e uma refeição fraterna chamada ágape. Os cristãos ocidentais, sob a liderança de Aniceto de Roma, defendiam um tempo semanal fixo, o primeiro fim de semana após esta data, sendo a sexta e o sábado dias de tristeza e jejum, e o domingo de alegria.
Embora Vítor, bispo de Roma, tentasse em 168 impor a todas as igrejas o costume romano de celebrar a Páscoa a cada ano no domingo, a controvérsia perdurou até o quarto século, e só foi resolvida por força de concílios Em 314, o Concílio de Aries declarou que a coisa mais desejável de todas era que “a pascha do Senhor fosse observada em um único dia e num único tempo em todo o mundo” O Concílio de Nicéia deu seqüência ao parecer de Aries determinando que a Páscoa recaísse, em cada ano, no domingo seguinte à primeira lua cheia depois do equinócio vernal, quando se dava o início da primavera. Vale lembrar que esse concílio foi convocado em 325 pelo mesmo Constantino que, quatro anos antes, lavrara o decreto dominical requerendo a observância do “dia do Sol” em todo o Império. Segundo o historiador Eusébio, a razão apresentada pelo imperador para essa deliberação foi mais ou menos a mesma que motivou líderes cristãos a adotarem, como dia de guarda, o primeiro da semana em lugar do sétimo: romper qualquer vínculo com os judeus. Não é, pois, por mero acaso que a páscoa cristã é chamada de Easter, em inglês (east significa este, ou oriente, o lado do nascente). Esse termo se liga ao surgimento e ascensão do Sol na primavera, e envolve o sentido de renovação, renascimento, etc; supuseram, portanto, que nada seria mais original do que comemorar a páscoa sempre no dia do Sol. Tudo isso contribuiu para, posteriormente, serem agregados, ao contexto pascal, elementos populares como o ovo de páscoa e a figura do coelho, animal considerado dos mais prolíferos em toda a natureza.
Mais tarde, o Concílio de Cartago (397) e o Sínodo de Toledo (400) reafirmaram a posição de Aries e Nicéia. Foi assim dado à Páscoa um sentido mais restrito, sendo aplicada exclusivamente à ressurreição de Cristo.

Conclusão

Não há qualquer indicação no Novo Testamento de que os cristãos do primeiro século celebravam a cada ano o dia da morte ou da ressurreição de Jesus como páscoa, porque o Salvador ao morrer deu cumprimento final ao significado de todas as festas com seus ritos, sábados cerimoniais, etc. Simplesmente não tinham mais razão de ser (ver Gál. 4:10-11 ;Col .2:16 e 17).
A maneira bíblica da comemoração é, antes de tudo,  espiritual. Começamos a fazê-lo através do batismo por imersão, segundo o que Paulo declara em Romanos 6:3 e 4, o que sela nossa união com Jesus (v. 5); isso, sim, tem valor E mais: essa experiência se renova a cada dia conforme avançamos na vida cristã alimentando-nos do Cordeiro pascal e verdadeiro pão, Cristo (João 6:35, 48, 50, 51, 53-58 e 63), o que nos leva a morrermos continuamente para o pecado e andarmos em “novidade de vida (Rom. 6:4).
A participação periódica na ceia do Senhor, que tomou o lugar da antiga páscoa, solidifica essa maravilhosa comemoração. Por isso é importante um preparo prévio para a ceia. Paulo diz: “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (I Cor. 5:7 e 8). Isto, sem dúvida, nos habilitará um dia a tomarmos a ceia com Jesus em Seu reino, conforme Sua promessa em Mateus 26:29.
E não é o que mais almejamos ?
Artigo de José Carlos Ramos publicado na revista Adventista edição de Abril/2006.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cristo Nossa Páscoa

Cumprindo a Páscoa antitípica, a morte do Cordeiro de Deus concede ao cristão a libertação do pecado e o conduz à Canaã celestial.
Novamente é Páscoa! Durante os dias deste mês, crianças e adultos provocarão uma corrida frenética aos supermercados e lojas para adoçar a boca. Ovos de chocolate - pequenos ou grandes, escuros ou brancos, doces ou meio amargos, recheados, flocados, etc.- de todos os formatos, para todos os gostos e imaginações.
A ficção mítica se repete: coelhos que botam ovos de chocolate. E pasme: embrulhados em papéis coloridos. Fantástico, não é?
Entre as culturas ocidentais, a Páscoa de hoje é uma das datas comemorativas mais importantes. Pesquisas históricas mencionam que ela foi introduzida em homenagem a um deus teuto-saxônico (germânico-britânico) séculos atrás, por ocasião da primavera (março/ abril) e do plantio no hemisfério norte. Devido à sua reprodução e grande fertilidade, o coelho foi tomado como símbolo desse evento. No cristianismo, a Páscoa foi estabelecida ou adotada no calendário das festas religiosas romanas, em referência à morte e ressurreição de Jesus.
Por que transformar a Páscoa em crendice? Como cristãos, temos um fato histórico real, escrito com sangue, na cruz. Essa história precisa ser contada ao mundo que perece. Caso contrário, a Páscoa não terá sentido nem motivo para comemoração.
Instituição da Páscoa
Nos capítulos 12 e 13 de Êxodo, encontramos a origem e finalidade dessa festa tipológica. O povo de Israel havia passado quatro séculos no cativeiro egípcio e chegara o momento tão esperado da libertação.
Êxodo 12:3-14 descreve detalhadamente as ordens divinas: " Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, [...] um cordeiro para cada família.[...] O cordeiro será sem defeito, macho de um ano;[...] e o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde. Tomarão do sangue e o porão em ambas as ombreiras e na verga da porta[...] naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão.[...] Desta maneira a comereis: lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão; comê-la-eis à pressa; é a Páscoa do Senhor."
Os versos 12 a 14 mencionam o propósito: "Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos[...]; quando Eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora,[...] Este dia vos será por memorial."
Páscoa: a palavra em português não traduz exatamente a essência do significado. Deus disse a Moisés que ordenasse aos israelitas a celebração anual da Páscoa (hebr.Pesach " passagem do ou sobre"; gr. Pascha; latim Pascua; inglês Passover [pass over] "passar sobre") como lembrança permanente do livramento dos primogênitos israelitas.
Eles jamais deviam se esquecer daquela noite em que o anjo destruidor passou sobre os lares, viu o sangue do cordeiro pascal nos portais das casas dos que tinham observado as ordens divinas.
O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, nenhum osso seria quebrado do Cordeiro de Deus, que por nós devia morrer (Êx 12:46; Jo 19:36). Isso seria uma representação da inteireza do sacrifício de Cristo.
O cordeiro devia ser comido com ervas amargas, como lembrança do cativeiro egípcio. Quando nos alimentamos de Cristo, devemos fazê-lo com contrição e humildade, por causa de nossos pecados. O uso dos pães asmos ( heb. matzá) era também significativo. Era expressamente estipulado na lei da Páscoa que nenhum fermento fosse encontrado nas casas dos hebreus durante a festa.
A dimensão tipológica apontava também para o futuro. O cordeiro fora morto em lugar do primogênito; por isso devia ser macho (Êx 12:5). As religiões pagãs também tinham suas festas e muitas delas incluíam o sacrifício de animais. Tais sacrifícios, porém, visavam a apaziguar a fúria dos deuses, mudar a atitude deles em favor dos homens. Era uma espécie de troca: davam para receber.
Tal idéia é completamente oposta ao caráter de Deus, e não é esse o significado dos sacrifícios que Deus ordenou no Antigo Testamento. Todos eles, especialmente o da Páscoa, não tinham como alvo aplacar a ira de Deus, mas " Seu objetivo era dirigir os homens ao Salvador, levando-os assim a estar em harmonia com Deus" ( Ellen White, O Desejado de Todas as Nações,p.286). S.N.Haskell menciona que "de todos os sacrifícios registrados, nenhum chegou tão próximo à oferta antitípica quanto aquele requerido de Abrão quando Deus o chamou para oferecer seu único filho" ( The Cross and Its Shadow,p.34).
Desde a entrada do pecado, Deus ensinou de maneira ilustrada o plano da salvação. Começando com os altares: " Na porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória de Deus, e para ali iam os primeiros adoradores. Ali erguiam seus altares e apresentavam suas ofertas" ( Ellen G. White, Patriarcas e Profetas,p.84,85). Seguindo depois os patriarcas - povo de Israel - santuário - templo - profetas...
Deus ordenara que Moisés construísse um tabernáculo ou santuário todo especial, e lhe dera instruções com referência à sucessão de cerimônias anuais que eram de natureza simbólica, sendo uma "sombra das coisas que haviam de vir" ( Cl 2:17), prefigurando a vida, morte, ressurreição e ministério de Cristo.
Finalmente, Jesus - o tipo encontrara o antitípico -, a salvação em pessoa. Quando João viu Jesus, exclamou: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"(Jo 1:29)." E era a preparação da Páscoa, e quase à hora sexta; e [Pilatos] disse aos judeus:Eis aqui o vosso rei" (Jo 19:14, ARC). "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder" ( Ap 5:12).
Ao escrever aos corintos (1Co 5:7), Paulo explicou-lhes que "Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado"(ARA). Ou, "Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós" (ARC).
Quanod Cristo proferiu Suas últimas palavras, o sacerdote no templo estava para tirar a vida do cordeiro pascal. Houve repentino terror e confusão. O grande "véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas"(Mt 27:51). O cordeiro pascal desvencilhou-se das mãos do sacerdote. Aquele que veio para fazer a vontade de Deus ocasionou a cessação dos sacrifícios, holocaustos e oblações pelo pecado (Hb 10:10-12). (Ver Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações,p.757).
Quando o cordeiro pascal era sacrificado, o adorador israelita devia lembrar que, por causa dessa morte e desse sangue, ele estava sendo poupado da sua própria morte, estava sendo libertado da escravidão e tinha diante de si, aberto, o caminho para a terra de Canaã. Tudo isso era símbolo do sacrifício de Cristo, que nos salvou da morte eterna, nos libertou da escravidão do pecado e abriu, para nós, o caminho da Canaã celestial.
Mas o povo da nova Aliança (Jr 31:31; Ez 37:26), do Novo Testamento (Hb 9:14-17), precisava de outra celebração que lembrasse a morte do Redentor e pusesse diante de Seu povo a esperança de uma terra futura. " Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha"(1Co 11:26).
Para o mundo cristão, a Ceia do Senhor - solenidade instituída pelo Senhor Jesus às vésperas de Sua morte - substituta da Páscoa. Ao participarmos dela, confirmamos nossa fé na volta de Jesus a este mundo. Ele, então, nos levará para o Céu, onde, com todos os Seus discípulos, de todos os tempos e de todas as partes, celebrará a ceia das bodas do Cordeiro ( Ap 19:9), na qual beberá novamente do fruto da vide.
Significado da Páscoa
A advertência feita a nossos primeiros pais: "No dia em que dela comeres, certamente morrerás"( Gn 2:17), transformou-se em sentença. A imortalidade foi-lhes prometida sob a condição de obediência, mas, pela transgressão, perderam o privilégio de se tornar eternos. Estavam agora condenados à morte.
"O Filho de Deus, o glorioso Comandante do Céu, ficou tocado de piedade pela raça decaída.[...]Entretanto, o amor divino havia concebido um plano pelo qual o homem poderia ser remido. A lei de Deus, quebrantada, exigia a vida do pecador.[...] Visto que a lei divina é tão sagrada como o próprio Deus, unicamente um Ser igual a Deus poderias fazer expiação pela transgressão" ( Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p.63).
Esse plano já estava previsto e preparado antes da fundação do mundo, caso o pecado nele entrasse. Os seguintes textos comprovam isso:"[...] o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós" (1 Pe 1:19-20). "Eu sei que o meu Redentor vive e por fim Se levantará sobre a Terra"( Jó 19:25)."O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos Seus santos" ( Cl 1:26). "Segundo o poder de Deus que nos salvou [...] conforme a Sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos" ( 2Tm 1:9).
"Deus ia ser manifesto em Cristo, 'reconciliando consigo o mundo'(2Co 5:19).[...] Mas Cristo, depois de ter remido o homem da condenação da lei, poderia comunicar força divina para se unir com o esforço humano. Assim, pelo arrependimento para com Deus e fé em Cristo, os caídos filhos de Adão poderiam mais uma vez tornar-se 'filhos de Deus' (1Jo 3:2)" (ibid., p.64).
Isso é enfatizado em 1Pedro 1:18 e 19:"Não foi mediante coisas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula."
A primeira indicação de redenção foi dada na sentença pronunciada sobre Satanás, no Jardim:"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar"(Gn 3:15). Essa inimizade é sobrenaturalmente posta, e não naturalmente convidada.
Quando Satanás ouviu que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, compreendeu que, embora tivesse tido sucesso em rebaixar a natureza humana e assemelhá-la à sua própria, Deus- mediante um misterioso processo - restauraria no homem seu perdido poder e o capacitaria a resistir a seu conquistador e a derrotá-lo.
Redenção: comprar por alto preço; resgatar algo perdido ( Rm 3:24,25; Hb 9:5); "propiciação".
Paulo declara que o Pai ofereceu Seu filho como sacrifício expiatório, como propiciação " de Sua santa ira pela culpa humana porque aceitou Cristo como representante divino substituto do homem para receber Sua sentença sobre o pecado".
Reconciliação: "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" ( 2Co 5:19). Que fantástica declaração! O Céu se mobilizou para resgatar e reconciliar com Deus o planeta perdido!
A palavra "reconciliação" pressupõe alienação entre partes que anteriormente estavam unidas. E a restauração de um relacionamento interrompido. Isso é dom de Deus, pois Ele tomou a iniciativa (2Co 5:18). O feito torna-se mais surpreendente quando nos lembramos de que foi o homem quem causou essa separação.
Assim, Deus é ao mesmo tempo o provedor e o recepiente da reconciliação, a qual se tornou possível unicamente por meio do sangue propiciatório e expiatório do sacrifício voluntário de Cristo (Cl 1:20-22).
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele [...] reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:5-8).
O apóstolo João descreve essa redenção e reconciliação de maneira explícita:"Se todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo; e Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro" (1Jo 2:1,2).
"Pecado algum pode ser cometido pelo homem, para o qual não se tenha dado satisfação no Calvário" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v.1. p. 343). Como escreveu Hans LaRondelle: "A morte de Jesus não foi o fracasso trágico de um profeta, mas o resultado necessário da divina providência" ( O que é Salvação, p.24)
A Páscoa e a certeza da Salvação
Quando Simeão, avançado em idade, viu o menino Jesus sendo dedicado a Deus, orou:"Agora, Senhor, podes despedir em paz Teus servo; porque os meus olhos já viram a Tua salvação" (Lc 2:29-30).
Cristo é o evangelho personificado. O evangelho (boas-novas) da nossa salvação é a revelação de Jesus Cristo como Salvador. É o "pode de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16).
Entretanto, o fato de que Cristo deveria vir a este mundo duas vezes, alternadamente, a fim de realizar completamente nossa salvação, gerou um conflito quanto à certeza da mesma - algo que alguns teólogos classificam como "uma tensão inerente entre a dimensão presente da salvação [o 'já '] e a futura [ o 'ainda não' ]" (Hans K. Larondelle, O que é Salvação, p.11).
Durante a década de 80, a Revista Adventista publicou vários artigos em relação ao assunto. Na década de 90, livros também forma lançados pela CPB sobre o tema da certeza da salvação.
"Alguns receiam declarar que têm certeza da salvação, porque isso parece cheirar farisaísmo. Só realmente, se a pessoa pensar que a salvação depende de boas obras e em crê que ela é melhor do que o próximo. Não será quando, conscientemente, se crê que a certeza da salvação vem pela aceitação do sacrifício que Cristo fez por nós"(Revista Adventista, janeiro de 1987, p.13).
O grande reformador Lutero passou por essa experiência. Antes de desenvolver sua teologia da cruz, a salvação era para ele exigências da justiça de Deus. Tentava com todas as forças "expiar"o sentimento de culpa com jejuns e auto-punições. Mas, ao entender que justiça é oferecida e não exigida - e esse presente de Deus é Jesus -, Lutero se gloriou na cruz. Ali estava a certeza da sua salvação em oposição a méritos e realizações humanas (Rm 1:16,17; Ef 2:8-10).
"O âmago do evangelho não é 'fazer' mas 'feito'! Não é 'faça' mas 'creia'. Não precisamos ser bons para ser salvos. Devemos ser salvos para ser bons. Não somos salvo pela fé e obras, mas pela fé que opera" (Hans K. Larondelle, O que é Salvação, p.66).
Hoje, mais do que nunca, é necessário compreendermos a salvação como um processo e não como um ponto - "uma vez salvo, salvo para sempre" (doutrina calvinista), e pronto. A salvação bíblico-teológica compreende passado, presente e futuro: Eu fui salvo da culpa do pecado (justificação - Rm 8:1); estou sendo salvo do pode do pecado (santificação - Rm 6:22) e, serei salvo da presença do pecado ( glorificação - 1Co 15:51-54; Ap 21:4).
Entretanto, entre o "já" salvo ( da culpa) e o "ainda não" (glorificado) há uma vida de santificação, a fim de que guiados pelo Espírito, não percamos a salvação celestial (1Co 10:12; Hb 10:26-27 e Ap 2:10). Salvação não é uma situação estática, mas um continuado processo dinâmico.
Conclusão
Nesta Páscoa, longe da instituição religiosa, a qual decorreu de inebriantes discussões quanto à data - resultado de cálculos exaustivos de luas novas, equinócios vernais, concílios, etc. - ou dos festejos e apelos secularistas, fixemos nossa mente no Salvador e em Seu sacrifício por nós. Foi um ato de amor imensurável por este mundo alienado (Jo 3:16).
Assim como a "destruição do faráo e todo o seu exército no Mar Vermelho, e o cântico do livramento cantado pelos israelitas, forma típicos do livramento final do povo de Deus deste mundo"; podemos esperar seguros de que "os justos serão erguidos para encontrar o Senhor nos ares, mas os ímpios ficarão mortos sobre a Terra" ( S.N.Haskell, The Cross and Its Shadow, p.99). Então Jesus nos conduzirá à terra prometida!
Lembremos: o Senhor não ordena que Seu povo fixe a lei nas ombreiras de suas portas. Nenhum de nós jamais obterá a salvação escalando as sinuosas encostas do Monte Sinai. Proteção, segurança e salvação são encontradas em outro nome - o Monte Calvário, onde Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós.
Texto de Márcio Nastrini, extraído da Revista Adventista abril de 2011 na pág. 8 a 11 pelo Site Bíblia e a Ciência.

A Páscoa de um cristão secreto

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Páscoa: Qual o Verdadeiro Significado

 Qual é a origem e significado da Páscoa? Como surgiu a idéia do coelho e ovos de chocolate? E por que na sexta-feira dizem que não se deve comer carne mas sim peixe?
A páscoa pode cair em qualquer domingo entre 22 de março e 25 de abril. Tem sido modernamente celebrada com ovos e coelhos de chocolate com muita alegria. O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930. Porém, o maior ovo e o mais pesado que a história regista, ficou pronto no dia 9 de abril de 1992. É da Cidade de Vitória na Austrália. Tinha 7 metros e dez centímetros de altura e pesava 4 toneladas e 760 quilos. Mas o que é que tem a ver ovos e coelhos com a morte e ressurreição de Cristo?
A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um deus teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida. Embora aparentemente morto, o ovo contém uma vida que surge repentinamente; e este é o sentido para a Páscoa, após a morte, vem a ressurreição e a vida. A Igreja no século XVIII, adotou oficialmente o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo. Assim foi santificado um uso originalmente pagão, e pilhas de ovos coloridos começaram a ser benzidos antes de sua distribuição aos fiéis.
Em 1215 na Alsácia, França, surgiu a lenda de que um dos coelhinhos da floresta foi o animal escolhido para levar um ninho cheio de ovos ao principezinho que estava doente. E ainda hoje se tem o hábito de presentear os amigos com ovos, na Páscoa. Não mais ovos de galinha, mas de chocolate. A idéia principal de ressurreição, renovação da vida foi perdida de vista, mas os chocolates não, ele continuam sendo supostamente trazidos por um coelhinho…
O Peixe, foi símbolo adotado pelos primeiros cristãos. Em grego, a palavra peixe era um símbolo da confissão da fé, e significava: “Jesus Cristo, filho de Deus e Salvador.” O costume de comer peixe na sexta-feira santa, está associado ao fato de Jesus ter repartido este alimento entre o povo faminto. Assim a tradição de não se comer carne com sangue derramado por Cristo em nosso favor.
Mas vejamos agora, qual é a verdadeira origem da Páscoa?
Não tem nada a ver com ovos nem coelhos. Sua origem remonta os tempos do Velho Testamento, por ocasião do êxodo do povo de Israel da terra do Egito. A Bíblia relata o acontecimento no capítulo 12 do livro do Êxodo. Faraó, o rei do Egito, não queria deixar o povo de Israel sair, então muitas pragas vieram sobre ele e seu povo. A décima praga porém, foi fatal : a matança dos primogênitos – o filho mais velho seria morto. Segundo as instruções Divinas, cada família hebréia, no dia 14 de Nisã, deveria sacrificar um cordeiro e espargir o seu sangue nos umbrais das portas de sua casa. Este era o sinal, para que o mensageiro de Deus, não atingisse esta casa com a décima praga. A carne do cordeiro, deveria ser comida juntamente com pão não fermentado e ervas amargas, preparando o povo para a saída do Egito. Segundo a narrativa Bíblica, à meia-noite todos os primogênitos egípcios, inclusive o primogênito do Faraó foram mortos. Então Faraó, permitiu que o povo de Israel fosse embora, com medo de que todos os egípcios fossem mortos.
Em comemoração a este livramento extraordinário, cada família hebréia deveria observar anualmente a festa da Páscoa, palavra hebraica que significa “passagem” “passar por cima”. Esta festa, deveria lembrar não só a libertação da escravidão egípcia, mas também a libertação da escravidão do pecado, pois o sangue do cordeiro, apontava para o sacrifício de Cristo, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
A chamada páscoa cristã, foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era. Ao adotar a Páscoa como uma de suas festas, a Igreja Católica, inspirou-se primeiramente em motivos judaicos: a passagem pelo mar Vermelho, a viagem pelo deserto rumo a terra prometida, retirando a peregrinação ao Céu, o maná que exemplifica a Eucaristia, e muitos outros ritos, que aos poucos vão desaparecendo.
A maior parte das igreja evangélicas porém, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. Na antiga Páscoa judaica, as famílias removiam de suas casas, todo o fermento e todo o pecado, antes da festa dos pães asmos. Da mesma forma, devem os cristãos confessar os seus pecados e deles arrepender-se, tirando o orgulho, a vaidade, inveja, rivalidades, ressentimentos, com a cerimônia do lava-pés, assim como Jesus fez com os discípulos. Jesus instituiu uma cerimônia memorial, a ceia, em substituição à comemoração festiva da páscoa. I Coríntios 11:24 a 26 relata o seguinte:
Jesus tomou o pão, “e tendo dado graças o partiu e disse: Isto é o meu corpo que á dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue, fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do senhor, até que ele venha.”
Vários símbolos nesta ceia merecem nossa atenção. O ato de partir o pão, indicava os sofrimentos pelos quais Cristo havia de passar em nosso favor. Alguns pensam, que a expressão “isso é o meu corpo” signifique o pão e o vinho se transformassem realmente no corpo e no sangue de Cristo. Lembremo-nos portanto, que muitas vezes Cristo se referiu a si próprio dizendo “Eu Sou a porta” (João 10:7), “Eu sou o caminho” (João 14:6) e outros exemplos mais que a Bíblia apresenta. Isto esclarece, que o pão e o vinho não fermentado, são símbolos e representam o sacrifício de Cristo. Ao cristão participar da cerimônia da ceia, ele está proclamando ao mundo sua fé no sacrifício expiatório de Cristo e em sua segunda vinda. Jesus declarou: “Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino de Meu Pai.” ( Mateus 26:29)
Portanto, a cerimônia da Santa-Ceia, que Jesus instituiu, que veio a substituir a cerimônia da Páscoa, traz muitos significados:
1 - O Lava-Pés, significa a humilhação de Cristo. Mostra a necessidade de purificar a nossa vida. Não é a purificação dos pés, mas de todo o ser, todo o nosso coração. Reconciliação com deus, com o nosso próximo e conosco mesmo – união – não somos mais do que ninguém. O maior é aquele que serve…
2 - A Ceia significa a libertação do Pecado através do sacrifício de Cristo. Significa também estar em comunhão com ele. E sobretudo, é um antegozo dos salvos, pois Jesus disse: “Não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber convosco no reino do meu Pai.” (Mateus 26:29)
Conclusão:
Advertindo a cada cristão, que tome cuidado com os costumes pagãos que tentam sempre driblar os princípios bíblicos. Não é de hoje, que se nota como os princípios bíblicos são alterados por costumes e filosofias humanas. Adoração a ídolos, a mudança do sábado para o domingo, o coelho e o chocolate, são apenas alguns exemplos das astúcias do inimigo. A Bíblia, e a Bíblia somente, deve ser única regra de nossa fé, para nos orientar, esclarecer e mostrar qual o caminho certo que nos leva a Deus e que nos apresenta os fundamentos de nossa esperança maior que é viver com Cristo e os remidos, num novo céu e numa nova terra. Devemos tomar cuidado com as crendices, tradições, fábulas, e mudanças humanas disfarçadas. Minha sugestão é examinar com oração, cuidado e com tempo as Sagradas Escrituras, para saber o que hoje é crendice ou tradição, estando atento, para saber o que realmente deus espera de cada um de nós.
Jesus foi claro “Fazei isto em memória de mim.” Ele exemplificou tudo o que deve ser feito. E se queremos ser salvos, precisamos seguir o que Jesus ensina e não outras tradições ou ensinamentos. Mateus 15:9 adverte: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.”

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