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quinta-feira, 20 de julho de 2017

O que “Game of Thrones” tem a ver com pornografia?



A pornografia é um assunto tabu no mundo cristão. Poucas pessoas se arriscam a falar do tema. Porém, isso não significa que o assunto não seja importante. É muito importante!

Vou abrir meu coração para vocês: Eu fico muito preocupado com cristãos achando que o conteúdo de esta e outras series e filmes “não afetam” as pessoas. Não se iluda, afeta sim! Tudo o que colocamos na nossa mente, que é parte do Templo do Espírito Santo, afeta nossa vida. Não é à toa que Salomão diz: Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.” Outra versão: “Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.” O principal é guardar a nossa mente e cuidar as coisas que colocamos lá! Não há dúvidas sobre este assunto!

sábado, 3 de setembro de 2016

O Alto Preço da Pornografia


A pornografia é um negócio grandioso. Com rendimentos anuais excedendo aos 13 bilhões de dólares nos Estados Unidos e 97 bilhões ao redor do mundo, a indústria pornográfica é maior do que a Microsoft, Google, Amazon, eBay, Yahoo!, Apple, Netflix e EarthLink juntas. Claramente, o apetite por obscenidade é voraz. Mas seria isso ruim? Muitos diriam que não. De acordo com as pesquisas do Barna Group, 38% dos adultos acreditam não haver qualquer imoralidade em ver material de sexo explícito. Além disso, aproximadamente um a cada quatro acredita que não deveria haver restrições quanto à pornografia ou ao seu acesso, a despeito de seu conteúdo impróprio para menores. Infelizmente, 28% dos cristãos “nascidos de novo” acreditam que, mesmo com o que está escrito em Mateus 5:28, não há nada de errado em ver pornografia. O mais triste é descobrir que por volta de 50% dos cristãos e 40% de seus pastores admitem ter problemas com a pornografia. Sob tudo isso está o conceito de que a pornografia seja uma relação particular entre um provedor do mercado livre e seus consumidores. Diferente de outras formas de atividade sexual como a prostituição, o adultério ou o estupro, as consequências negativas, em qualquer das citadas, são apenas vivenciadas pelo usuário. Ainda que a pornografia possa não ser saudável, de acordo com o ponto de vista social, tem pouca ou nenhuma importância. Quanto a todas as preocupações excessivas dos grupos religiosos e conservadores, essa está ultrapassada e inapropriada. Contra tais noções, está a evidência esmagadora da natureza destrutiva da obscenidade, não pelos usuários, mas pelos familiares e a sociedade.

Os estudos mostraram que as imagens sexualmente estimulantes deixam marcas no cérebro que ativam respostas bioquímicas espontâneas, causando dependência psicológica que influencia comportamentos e hábitos. Por exemplo, em uma audiência do Senado americano em 2004, a Dra. Mary Anne Layden, do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Pensilvânia, declarou que o cérebro rastreia os resultados mostrados das imagens pornográficas, da mesma forma que ocorre com usuários de cocaína. Em suma, a pornografia é viciante e na internet ela é como o crack.

Atraídos pela disponibilidade, acessibilidade e o anonimato, 40 milhões de americanos adultos visitam regularmente os sites de sexo virtual. De acordo com o National Council on Sexual Addiction and Compulsivity (Conselho Nacional sobre o Vicio e a Compulsividade Sexuais), existem entre 18 e 24 milhões de viciados em sexo nos Estados Unidos, 70% dos quais “afirmam ter problemas de comportamento sexual virtual”.

Muitos descrevem seu vício como sendo uma “vida no inferno”. Como sua tolerância psicológica produz pelo material sexualmente explícito, os usuários são conduzidos a mais e mais imagens pervertidas, a fim de alcançar os mesmos níveis de satisfação sexual. Eles descobriram, assim como C. S. Lewis uma vez propôs, “um desejo cada vez mais crescente por um prazer cada vez menor”.

O consumidor habitual pode gastar horas procurando na internet por aquela imagem especial que ela espera lhe satisfazer por todo o dia; as procuras estendem-se ao local de trabalho. Uma pesquisa da Nielsen Online descobriu que 25 por cento dos empregados com acesso à internet visitam sites de sexo explicito no escritório, ainda que corram riscos de serem disciplinados ou mesmo demitidos. Mas tais comportamentos não estão limitados aos trabalhadores de nível inferior ou em posições não críticas.

Só em abril, o inspetor geral da Comissão Americana de Valores Mobiliários (CAVM) descobriu que, em 2008, trinta e um oficiais superiores acessavam pornografia nos computadores do escritório, enquanto o mercado financeiro estava em chamas. Mais recentemente, mesmo com o derramamento sem fim de petróleo BP no Golfo, funcionários do governo responsáveis por supervisionar as atividades de perfuração foram pegos, entre outras atividades, baixando pornografia no local de trabalho.

No local de trabalho, o vicio em pornografia resulta na perda da produtividade e na negligência de cumprir os deveres, que podem ter efeitos danosos talvez até desastrosos. Em casa, resulta paradoxal e tragicamente em desordens íntimas.

Como o desejo do viciado é pelas cenas eróticas, sua excitação pela “coisa real” diminui. Os fóruns médicos online estão cheios de preocupações quanto aos homens que perderam a libido pelas mulheres na sua vida após a inclinação prolongada à pornografia. Um homem escreve o seguinte:

“Desde que coloquei internet de alta velocidade em casa, comecei a ver muito mais pornografia e meu desejo e desempenho sexuais diminuíram lentamente. Agora está se tornando um problema real. Eu simplesmente não fico tão excitado quanto ao sexo como de costume e parece que perco o interesse depois de alguns minutos.”

Eu sempre me perguntei acerca do mercado frenético de drogas sexuais masculinas que começaram a aparecer na televisão uma década ou mais atrás. Como um vermelho sangue, homem de meia idade, eu tive um péssimo momento, imaginando uma clientela suficiente para comprar todos aqueles produtos. Li registro após registro de homens que se alimentam de pornografia, os quais começaram por uma foto, mas experimentam disfunção erétil (DE) com uma pessoa. Essa é uma experiência masculina comum.

“É assustador o pouco conhecimento que há na internet de que a DE, causada pelo excesso de pornografia, é um problema bem real... Acredito de fato em toda essa anulação de sentimentos. Embora meu coração e alma estejam em minha esposa, ela não pode fisicamente me excitar.”
A baixa libido e o medo de falhar fazem com que muitos homens “pornografados” se tornem indiferentes à sua esposa, até irritados ao ponto de evitarem seus avanços românticos.

Assim como os homens objetificam as mulheres em montantes de seios, coxas e bumbuns, todos unidos para a felicidade masculina, as mulheres se objetificam em espécie. Para competir com aquela modelo das telinhas toda photoshopada, cheia de silicone, as mulheres tentam imitar sua aparência. Lábios com botox, aumento de seios, bronzeamento, “bumbum brasileiro”, entre muitos outros. A auto-objetificação feminina se reflete, o que se tornou, rapidamente, em um dos presentes mais populares de graduação às garotas: aumento de seios, com preços iguais ou maiores que 4.000 dólares. Não é coincidência o fato de que as demandas de drogas para o desempenho masculino e os aumentos do corpo feminino seguem juntos à explosão da pornografia na internet.

Às vezes, uma esposa visitará os sites favoritos de seu marido, na esperança de aprender o que o satisfaz. Mas no fim, de coração partido, ela sempre perde para a megera computadorizada. Assim um viciado reflete dolorosamente: “Ela não pode competir; nenhuma garota nunca pode competir com a ficção visual sexual sem fim que a pornografia oferece.”

A pornografia coloca um enorme estresse no relacionamento, principalmente o casamento. É comum que a esposa do usuário expresse sentimentos de traição, desconfiança e perda de autoestima. Com frequência, tais sentimentos levam à depressão clínica com feridas psicológicas e emocionais duradouras.

Com o surgimento da desconfiança e da ferida, muitas mulheres decidem terminar seu casamento em divórcio. Para ter ideia de quantos, dois terços dos advogados presentes na reunião de 2003 da Academia Americana de Advogados Matrimoniais disseram que a pornografia virtual estava envolvida na metade dos casos que representaram. Considerando as consequências negativas do divórcio, sentido principalmente pelas mulheres e crianças, a pornografia, contrariando o movimento do livre arbítrio, é uma doença social grave. E isso inclui a própria indústria pornográfica.

Shelley Lubben, ex-estrela pornô que abandonou esse mercado, é hoje advogada cristã para os que são vítimas da indústria que lhes é prejudicial física, emocional e espiritualmente. Falando da própria experiência, Shelley diz: “[As atrizes] devem fazer no set o que eles desejam… As garotas… sentem-se como estrelas. São alvos das atenções… Elas não percebem a degradação… Originadas na pornografia, [elas] nem mesmo perguntam se isso é errado… Se afundam nas drogas para dormir. Têm seu [corpo] rasgado… Elas contraem HIV e herpes e se desligam emocionalmente, morrendo.”

Isso é pelos empregados “voluntários” no mercado, mas e quanto aos involuntários? Um número significativo de pessoas na pornografia no cinema e na internet são vítimas de tráfico internacional de humanos. O Departamento Estadual Americano registra que há mais de 12 milhões de escravos modernos, aproximadamente 1,5 milhão dos quais são forçados para o mercado do sexo. Também são incluídas as vítimas mais jovens da demanda insaciável pela obscenidade infantil.

Como mencionado anteriormente, o consumo habitual leva à tolerância psicológica, que cria um desejo crescente pelas imagens distorcidas e chocantes. A escalada no desvio leva com frequência à pornografia infantil.

O Departamento de Justiça Americano estima que há quase 100 mil pedófilos em todo o mundo, que mantêm a internet cheia de mais de um milhão de imagens pornográficas de crianças, que nem são adultas nem consentiram com isso por qualquer definição racionável. Há vítimas que vivem o mesmo tipo de efeitos físicos e psicológicos assim como outras crianças abusadas sexualmente, mas com uma diferença. Agregadas às memórias do abuso em si, estão as imagens degradantes que permanecem “lá fora”, escondidas nas gavetas da escrivaninha ou arquivos eletrônicos, prontos para reaparecer a qualquer momento ao redor do mundo com o clique de um mouse e a re-traumatização da vítima.

Homens, mulheres e famílias, cristãos ou não cristãos, leigos e clérigos, adultos e crianças, empregados, local de trabalho e a indústria. Não há segmento da sociedade que não seja tocado pelos tentáculos corrosivos da pornografia, a um custo financeiro inestimável e um custo humano para o qual nenhuma cifra de dólar pode ser assinada. (Saúde e Família)

Regis Nicoll é colunista da BreakPoint, Salvo e Crosswalk, além de contribuir para o blog da Irmandade da Prisão, The Point; tradução Elizandra Milene da Rocha)

Nota: Vale a pena atentar para as seguintes advertências da Bíblia:

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convém. Todas as coisas são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas... O corpo não é para a impureza, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo.” I Coríntios 6:12-13

“Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso não sabeis que o vosso corpo é o santuário do Espírito santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” I Coríntios 6:18-20

“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição, que cada um saiba possuir o seu corpo em santificação e honra, não com desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda, nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza e sim para a santificação... Quem rejeita estas coisas não rejeita ao homem e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.” I Tessalonicenses 4:3-8

“Foge... das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” I Timóteo 2:22

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Filipenses 4:8

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Como a pornografia cria o “cliente”




Atores do filme Uma Linda Mulher

Hoje eu quero falar sobre a construção social da masculinidade, especificamente da construção social do cliente. Vamos partir do princípio de que homens não “são assim mesmo”. Na verdade, são socializados para serem clientes, estupradores, agressores de mulheres e cafetões. Mas o que temos que entender e nos perguntar é: De onde vem isso? O que faz um homem chegar ao ponto de pagar por sexo com uma mulher que ele nunca viu na vida? Uma mulher que ele sabe muito bem que prefere estar em qualquer lugar do que ali e que provavelmente está nessa situação por ter sido abusada sexualmente, por ser pobre e estar desesperada. Um dos fatores – não o único – mas um fator-chave que leva os homens a procurarem prostitutas é a pornografia. A pornografia é a principal fonte de “educação sexual” nos dias de hoje; não há nada mais poderoso como educação sexual do que ela, e vou falar de como a pornografia, a mídia e a cultura pop criam os clientes. Mas como a mídia e a cultura pop fazem isso? Glamourizando a prostituição e ignorando, polindo e reabilitando clientes. Vamos começar lembrando do filme Uma Linda Mulher. 

Pense na história: um cliente que se apaixona pela prostituta e eles vivem felizes para sempre. Todos concordam que foi um sucesso, não? Faturou milhões. Bilhões, provavelmente. E o que Hollywood faz sempre que um filme fatura milhões? Faz de novo, faz a parte 2. Minha pergunta é: Cadê Uma Linda Mulher 2?  Vamos imaginar como seria: eles fazem um lindo casamento entre a prostituta e o cliente e eles vão viver em uma linda casa. E um dia eles brigam, e então do que ele vai xingá-la? “Sua p...!”
“Sua p... imunda!” “Não discuta comigo porque, senão, adivinha, te jogo de volta na rua de onde você veio!” Me responda uma coisa: Quantas prostitutas você acha que vivem felizes para sempre com seus clientes? Está vendo por que eles não podiam fazer Uma Linda Mulher 2?

Mulheres foram assistir a isso, não foram? E todo mundo amou, certo? Esse é um sinal de quanto as mulheres estão colonizadas, de como o patriarcado está nas nossas mentes e molda quem somos.

Outra pergunta: Que ator estrela de Hollywood bateu tanto em uma mulher que ela acabou no hospital e o processou? Saiu em todos os jornais britânicos, mas nos EUA nem uma palavra: Jack Nicholson.[1] Se você não acredita em mim, existe um laudo que está no processo feito pela prostituta. E o laudo diz como ele bateu e jogou ela de cabeça no chão porque não queria pagar pelo programa depois de ter feito sexo com ela e outra mulher. Viu como a mídia colabora com o silêncio para manter isso invisível? E naquele mesmo ano, depois disso ter acontecido, ele estava na primeira fila do Oscar e ninguém tocou no assunto.

Conhece Eliot Spitzer, o cliente mais famoso dos Estados Unidos?[2] Sabe o que ele era antes de ser desmascarado como um cliente? Governador de Nova York. Antes de ser pego gastando 10.000 dólares por mês com prostitutas, sabe o que ele estava prestes a lançar? Uma campanha anti-prostituição. Ele era tão violento como cliente que era difícil achar prostitutas que aceitassem sair com ele. Ainda descobriram que ele traficava mulheres de um estado para outro. Ele foi “reabilitado” e agora tem um programa de TV. E sua esposa o apoia.

Mas o que leva homens como Charlie Sheen, Tiger Woods, Eliot Spitzer, Hugh Grant, Jerry Springer e Eddie Murphy a se tornarem clientes? Vamos analisar uma das forças sociais que constroem a masculinidade: a pornografia.

1. É a legitimação cultural da compra e venda de mulheres.
2. É a prostituição filmada: mulheres sendo pagas para fazer sexo. A diferença entre prostituição e pornografia é que você pode continuar vendendo a mulher quantas vezes quiser, mesmo depois de morta você pode vender sua imagem várias e várias vezes. Não existe limitação física das mulheres na pornografia, pois o sexo prostituído está gravado.
3. É a representação visual do sexo prostituído.
4. É o uso de mulheres traficadas sexualmente.
5. É criadora de demanda.

Vou explicar como ela cria a demanda explicando como a indústria pornográfica funciona. Sempre que falo sobre pornografia, me dizem que ela sempre existiu, e eu concordo com isso. Desde o início dos tempos, sempre existiu pornografia. Mas o que eu quero falar é sobre a indústria pornográfica.

A industrialização do sexo

É necessário conhecer e entender a indústria pornográfica para mudar a visão que temos sobre o assunto. A indústria pornográfica começou em 1953 com a primeira edição da Playboy. Nunca antes na história uma revista pornográfica tinha circulado pelo mainstream do capitalismo. É por isso que temos que pensar nisso como uma indústria. Temos que analisar como um plano de negócios de um pequeno grupo de administradores de empresas pensando em como criar demanda e construir mercado.

É difícil ter estatísticas exatas, mas é uma indústria que movimenta aproximadamente 97 bilhões de dólares no mundo todo. E lembre-se de que 97 bilhões de dólares compram muitos políticos na América. O montante de dinheiro que os pornógrafos investiram para o desenvolvimento da internet foi crucial para a sua criação. A internet não comanda a pornografia, a pornografia comanda a internet:

- 37% da internet é pornografia.
- Existem mais de 26 milhões de sites pornôs.
- A indústria pornográfica fatura 3.000 dólares por segundo.
- 40 milhões de usuários consomem pornografia regularmente nos EUA.
- Uma a cada quatro buscas do Google são por pornografia.
- Mais de um terço de todos os downloads feitos são pornografia.
- A cada ano são lançados mais de 13.000 filmes pornôs.

Numa conferência recente, os pornógrafos anunciaram que estão investindo em desenvolvimento de celulares, pois em países em desenvolvimento muitas famílias têm apenas um computador em casa e os homens não conseguem baixar pornografia no meio da sala. Já com um celular, os homens podem achar um lugar sozinhos para assistir pornografia. E onde a pornografia chega, o tráfico de mulheres e a prostituição vão atrás.

Esse é o nível de pesquisa que eles fazem para entrar em países superpopulosos. “A ‘corporatização’ da pornografia não é algo que acontece ou que vai acontecer, é algo que já aconteceu – e se você ainda não se ligou nesse fato, não há mais lugar nessa mesa para você. É Las Vegas acontecendo de novo: os independentes, mafiosos renegados e empreendedores visionários sendo varridos pelas grandes corporações” (Adult Video News, 2009).

Pornografia não é um amontoado de imagens aleatórias, não é fantasia – fantasia acontece na cabeça, pornografia acontece nos bancos internacionais do capitalismo. Dois lugares completamente diferentes. O que significa fazer parte da indústria pornográfica hoje:

- Aumentar o capital.
- Contratar gerentes e contadores.
- Fazer fusões e aquisições.
- Fazer exposições comerciais.
- Fazer negócios com outras empresas (bancos, empresas de cartão de crédito, operadoras de TV a cabo, etc.).

Cada vez que um homem compra pornografia, isso vai para um cartão de crédito. Agora imagine quanto dinheiro as empresas de cartão de crédito ganham com isso. Agora pense nas conexões entre a mídia mainstream e a pornografia. Um exemplo de como essa conexão funciona são as RealDolls, mulheres de silicone “anatomicamente corretas”, cuja lista de espera para comprar é de seis meses. Todos os anos em Las Vegas acontece uma convenção pornô. Eu fui lá e entrevistei o cara que estava no estande da RealDolls e perguntei: “Por que você acha que os homens compram essas bonecas?” Ele me olhou direto nos olhos e disse: “Isso os ajuda a desenvolver relacionamentos com mulheres.” Ok. Então perguntei: “Você já assistiu ao filme A Garota Ideal (Lars and the real girl)? Sabe, o filme em que um cara se apaixona por uma boneca? Estrelando Ryan Gosling, uma grande estrela de Hollywood.” Ele me respondeu: “Se eu já assisti? Nós fomos os consultores do filme e no dia do lançamento nosso site caiu de tanto que os homens acessaram.”

Quando lidamos com a indústria pornográfica, estamos lidando com um poder cultural, social e político que tem a capacidade de definir o panorama sexual, pois trabalha como qualquer outra indústria. Concordamos que a indústria de alimentos molda a maneira como comemos, que a indústria da moda molda a maneira como nos vestimos, então como é possível que a indústria do sexo seja a única que não molda o comportamento humano? Se a indústria pornográfica não molda a maneira como nos comportamos, então tudo que sabemos sobre sociologia e psicologia está errado. Teríamos que concordar que todos nós nascemos com certa sexualidade e que ela se mantém intocada pela cultura, e sabemos que isso é impossível; sabemos que a sexualidade é construída pela cultura.

Quando falo em pornografia, que imagens vêm a sua cabeça? Revista Playboy? Pessoas fazendo sexo? A revista Playboy está falida e só sobrevive porque vende sua marca e investe em outras empresas mais hardcore sob outros nomes para manter sua marca “limpa”. A Penthhouse faliu e a Hustler se diversificou. [...]

É assim que a pornografia é hoje: não existe mais soft-porn (pornô leve) e hardcore (pornô pesado), o que existe é feature-porn (pornô “longa metragem”) e gonzo-porn (pornô “sem roteiros”). O soft-core não existe mais porque migrou para a cultura pop. O nível de hipersexualização das artistas pop atuais seria considerado soft-porn 15 anos atrás. Hoje olhamos para a mídia e ficamos dessensibilizados a um nível de hipersexualização que é totalmente novo. E por causa dessa hipersexualização da cultura pop a pornografia teve que ficar mais hardcore para se diferenciar da MTV, por exemplo.

Para a indústria, o feature-porn é o que eles chamam de “mercado para casais”. É um filme de uma hora e meia, música suave, às vezes tem história, mas o sexo é hardcore. Os homens costumam mostrar esses filmes para as namoradas para elas se acostumarem com sexo hardcore.

No documentário The price of pleasure (O preço do prazer), por exemplo, um rapaz fala sobre como ele quer apresentar sexo anal para sua namorada, mas não sabe como fazer. Então ele pega um filme feature-porn, que sempre tem sexo anal, e espera o momento certo para propor sexo anal a ela: o momento em que ela não fizer mais careta para as cenas. Ou seja, quando um homem sugere assistir um feature-porn com uma mulher, geralmente ele quer que ela se anime a fazer sexo hardcore com ele. Resumindo, é esse tipo de pornô que homens e mulheres costumam assistir juntos. Mas quando homens estão sozinhos, o que eles assistem mesmo é gonzo-porn (pornô “sem roteiros”): é assim que eles chamam o pornô pesado sem história nenhuma. O “pai” desse tipo de pornô é um homem chamado Max Hardcore. [...] Ele é um sádico sexual e um dos donos da indústria gonzo. Ele, na verdade, inventou a pornografia com vômito. Esse homem usa espéculos como instrumento de tortura em vaginas e ânus de mulheres.

Quando comecei minhas pesquisas 15 anos atrás e entrevistei pornógrafos da indústria, nenhum deles queria chegar perto do Max Hardcore; ninguém queria ser dono dessa empresa; ele era considerado muito extremo. Da última vez que estive em Las Vegas, ele tinha o maior estande no centro da convenção pornô e tinha a maior fila de autógrafos lá.  Ele agora é o centro da indústria pornográfica. 

Não existe um jeito melhor de contar a história da pornografia do que contar a história da marginalização de Max Hardcore até sua chegada ao topo. [...] Você não pode deixar que o cara que vai se masturbar assistindo aquele sexo violento veja qualquer sinal de humanidade naquelas mulheres; porque na maioria das vezes os homens que chegam até esses filmes pornôs não são sádicos. Mas a questão é como fazer homens que não são sádicos sexuais se masturbarem vendo sexo sádico? Isso é um problema na indústria, porque você concorda que a maioria dos meninos de 13 anos não é sádico sexual ainda, não é mesmo?

Isso é muito importante. Porque quando você faz tráfico de mulheres, você tem que mostrar que aquelas mulheres “são diferentes das que você conhece”. Você faz essa divisão porque, quando chega a hora de assistir tortura sexual, ninguém vai olhar nos olhos daquela mulher e ver um ser humano, mas sim uma p.... Homens com frequência discutem comigo dizendo que as mulheres que fazem esse tipo de filme amam o que estão fazendo, e eu sempre rebato: “Você já pesquisou? Conversou com as atrizes?” E eles respondem: “Dá para ver que elas gostam.” E o mais interessante é que, na verdade, você vê o contrário. Elas são péssimas atrizes. Podemos ver que elas estão chorando, que elas estão chateadas e que, no final, elas estão completamente acabadas. [...]

Agora imagine um menino de 11 anos, hormônios aflorando, ele digita “pornô” no Google imaginando que vai ver alguns seios e é isso que ele encontra. Como eles o mantêm no site? Os pornógrafos pensaram nisso muito bem: “Sabe o que a gente diz sobre romance e preliminares? A gente diz [...]! Esse site não é para meias-bombas tentando impressionar vadias metidas. A gente pega lindas p... e faz o que todo homem realmente gostaria de fazer. A gente faz elas engasgarem até a maquiagem borrar e... [impublicável]” (texto de um site pornográfico).

Imagine um menino de 12 anos, ele não sabe que vai assistir isso e se assusta, mas os pornógrafos planejaram isso muito bem, eles dizem: “Faça o que todo homem realmente gostaria de fazer.” Essa é a isca. Eles estão dizendo para o menino: “Você é um homem de verdade? Porque se você for, é isso que você realmente gostaria de fazer.” E o que você acha que um menino de 12 anos vai fazer? Vai fugir assustado porque não é um “homem de verdade”? Claro que não! Ele está construindo sua masculinidade. E como você a constrói? Você vaga pela cultura se perguntando o que significa ser um homem. É assim que eles conquistam os meninos. Assim como as mulheres vagam pela cultura se perguntando “O que significa ser uma mulher?”, e encontram Beyoncé, Lady Gaga e Rihanna, eles vagam pela cultura e encontram isso. É como uma aranha espalhando a teia.

Os meninos acabam excitados e traumatizados. Essas crianças são vítimas da indústria pornográfica porque fazer isso com um menino de 12 anos é vitimá-lo e traumatizá-lo, pois não é isso que ele procura. Essa é a idade em que ele desenvolve suas preferências sexuais, e quanto mais ele desenvolve suas preferências sexuais pela pornografia, mais a pornografia define quem ele é. Quanto mais a pornografia define quem ele é, mais provavelmente ele vai se tornar um cliente. Porque quantas mulheres ele vai encontrar que vão fazer esse tipo de coisa? Ele vai querer fazer essas coisas. E é assim que a pornografia cria demanda. [...] Ninguém precisa ser PhD para entender o que isso significa: nojo e ódio às mulheres numa idade em que os meninos estão desenvolvendo suas preferências sexuais. [...]

Você tem noção de que um pequeno grupo de homens em Los Angeles está construindo a preferência sexual dos meninos pré-adolescentes no mundo todo? Isso é o que eu chamo de colonização cultural na sua pior forma. Porque quando você coloniza sexualmente uma cultura, você a coloniza por completo.

Um relatório médico da indústria pornográfica mostrou que atualmente as atrizes estão contraindo gonorreia na garganta e nos olhos e clamídia no ânus. Você acha justo que a cada ano um grupo de mulheres de cada geração tenha que lidar com isso? Você acha que elas são diferentes de mim e de você?

Antigamente, o que os meninos adolescentes faziam quando os hormônios começavam a agir? Roubavam a Playboy do pai. Você tinha acesso limitado à pornografia. Por pior que a Playboy fosse, ela não chegava aos pés do que a pornografia é hoje. Nunca antes uma geração de meninos foi criada com acesso 24 horas à pornografia pesada. Esse tipo de experimento social nunca foi feito antes. E esses meninos vão crescer e se tornar políticos, advogados, médicos, ou seja, os líderes da próxima geração, pois quando eles crescerem ainda viveremos numa sociedade patriarcal. E eu pergunto: Que tipo de pais, advogados, juízes vão se tornar esses homens criados pela pornografia gonzo? Esse tipo de pergunta não está sendo feita. E como socióloga e estudiosa de pornografia, posso garantir que haverá implicações que você ainda nem pode entender. Porque assim que você perde a habilidade de se conectar emocionalmente com alguém, que tipo de ser humano você se torna?


E qual é o futuro da pornografia? Bom, a pornografia está num beco sem saída. Sabe por quê? O problema que eles enfrentam hoje é o seguinte: eles já fizeram tudo o que podiam com o corpo de uma mulher, até quase matá-la. Não sobrou mais nada. E porque a pornografia é tão rentável, acessível e anônima, e porque tantos homens a usam todos os dias, se instaurou uma total dessensibilização. O que faz o sexo ser interessante? A pessoa com a qual você está fazendo sexo e a conexão que tem com ela. Mas a pornografia destruiu toda essa conexão e deu lugar ao nojo e ao puro ódio às mulheres.

Veja o que disse um diretor de filmes gonzo: “O problema com o mercado de sexo extremo, o sexo gonzo, é que tantos fãs querem ver coisas cada vez mais extremas que estamos sempre procurando novos caminhos para fazer coisas diferentes.” Bom, e sabe para onde a indústria pornográfica está indo?

Em 2003, a lei que proibia pornografia com mulheres de 18 anos que aparentavam ter menos de 18 anos foi derrubada. Do dia para a noite, houve uma explosão do que eu chamo de “pornografia infantil legalizada”. Estão na sessão “teen” dos sites pornográficos. O tipo de filme que temos hoje em dia é: Primeira vez com o papai, P... do papai, Tudo bem, ela é minha enteada 7. Você sabe quantas enteadas são estupradas? Isso não é coincidência. Pedófilos costumam ir atrás de mulheres com filhos. E aonde tudo isso está nos levando?

Um tempo atrás entrevistei estupradores de crianças que não eram pedófilos. Explico: nenhum deles se encaixava na descrição do que é um pedófilo – homens que em média aos 14 anos começam a molestar crianças e quando chegam à fase adulta deixam um rastro de centenas de vítimas. Esses homens que entrevistei estavam presos por posse de pornografia infantil e por estuprar uma criança depois dos 50 anos, e quando eu perguntei se eles eram pedófilos, eles ficaram ofendidos e disseram: “Claro que não! A gente prefere sexo com mulheres adultas!” Então eu perguntei: “Mas se vocês não são pedófilos, por que estupraram crianças?” E a resposta que eles me deram foi: “Ficamos entediados com a pornografia adulta e queríamos tentar algo novo.” E sabe quanto tempo eles levaram para estuprar uma criança depois de ver pornografia infantil? Um ano.

É isto o que a sociedade fez: abriu as portas para uma nova geração de homens que nunca antes havia considerado uma criança como vítima, e agora considera.

Você conhece o termo aliciamento, não? Aliciamento é quando um molestador foca numa vítima criança, mas ele não bate ou violenta, ele diz o quanto ela é especial, o quanto ela é legal, ele compra presentes, ele diz o quanto ela é gostosa até que chega um ponto em que a criança acredita que a coisa mais importante na vida dela é o quanto ela é atraente.

Nesse dia das entrevistas, eu aprendi uma lição valiosa sobre a nossa cultura, e ela não me foi dada por um acadêmico, mas por um estuprador que estava preso por violentar a enteada de 10 anos. Vou chamá-lo de Dick. Quando entrevistei Dick e perguntei como ele estuprou a criança, ele disse: “A cultura fez boa parte do aliciamento por mim.” Foi aí que a minha ficha caiu. Vivemos numa sociedade aliciadora. Não existe mais um único aliciador aliciando uma única criança de cada vez; o que existe é uma cultura inteira aliciando nossas meninas a se comportarem inapropriadamente de maneira sexual e aliciando nossos meninos a serem fãs de pornografia gonzo. Nossa cultura se tornou um aliciamento coletivo.

(Gail Dines, FestivalMarginal)

sábado, 18 de julho de 2015

Viciados em pornografia perdem o interesse sexual



Superestímulo artificial

Começa com a curiosidade, considerada “inofensiva”. Depois, as atividades do cotidiano dão lugar a sucessivos cliques e horas passadas diante da tela. Até vir o diagnóstico: vício em pornografia online. O assunto ganhou visibilidade com o caso do britânico de 23 anos Daniel Simmons, divulgado [no mês passado]. Dependente em recuperação, ele chegou a perder a capacidade de se relacionar com mulheres do mundo real. A perda de libido pode ser uma consequência do vício, explica Marco de Tubino Scanavino, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Algumas pessoas, diz ele, desenvolvem uma necessidade de estímulos cada vez mais excitantes. “Nesse contexto, o sexo com parceiros habituais deixa de ser estimulante.”

“Eu não conseguia ter ereções com mulheres de verdade porque eu tinha assistido muita pornografia”, revelou Daniel em entrevista à BBC. O rapaz conta que o processo até o vício - que durou seis anos - foi rápido. Aos 15, ele ganhou um laptop dos pais e, meses depois, já era um consumidor diário de sites pornográficos. Eram duas horas conectado por dia.

Sinais específicos e simples de serem identificados apontam a dependência. Segundo Scanavino, os mais comuns são: consumo exagerado de conteúdo pornográfico; dificuldade para controlar o acesso a esse tipo de site; isolamento social; e comprometimento no desenvolvimento de atividades. Já em relação às causas do problema, pesquisas sugerem que histórico de dependência na família, graves problemas familiares na infância e exposição a situações eróticas nessa fase da vida podem favorecer o mal.

“Esse tipo de vício afeta mais homens, provavelmente por razões culturais. Eles acessam a sexualidade de modo mais frequente e menos associado à afetividade”, explica o psiquiatra.

Para Fátima Vasconcellos, da Associação Brasileira de Psiquiatria, os pais precisam ficar atentos ao tempo que os filhos dedicam ao mundo virtual. Evitar sair e preferir ficar recluso no quarto ou no banheiro são sinais que devem alertar os responsáveis. “Os pais precisam ser próximos, fazer pelo menos uma refeição com os filhos. Isso ajuda os jovens a ter uma vida saudável.” 

(O Dia)

Nota: É uma questão de superestímulo. Algo parecido ocorre com o paladar. A pessoa acostumada a alimentos muito condimentados ou substâncias estimulantes terá dificuldades em apreciar alimentos simples como as frutas, por exemplo. Os viciados em pornografia (ou qualquer outro desvio da sexualidade sadia) terão dificuldades em sentir prazer no sexo normal, idealizado por Deus (heterossexual, marital e monogâmico). O cérebro se acostuma a relacionar/sentir prazer com determinadas práticas (dietéticas, sexuais, etc.). A dopamina (neurotransmissor do prazer) não tem capacidade de escolha. Ela existe simplesmente para nos dar prazer. A escolha do que nos dará prazer é nossa, e deve ser feita de maneira consciente e responsável. Se a fonte do prazer for correta, o resultado será bem-estar, saúde. Se for incorreta, a pessoa colherá insatisfação e doenças. [MB]

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Jovem conta como pornografia afetou sua vida sexual



O sexo real perdeu a graça

Daniel Simmons, de 23 anos, é um viciado em pornografia atualmente em recuperação.Mas, antes de procurar ajuda profissional para o problema, ele conta que não conseguia se concentrar nas tarefas do dia, não conseguia se relacionar sexualmente com mulheres “de verdade” e, mesmo assim, não conseguia parar.“Eu tinha 15 anos quando comecei a assistir pornografia, após meus pais me comprarem um laptop. Fiz o que praticamente todo adolescente faz e procurei sites de pornografia”, diz Simmons à BBC. O problema, conta, é que o hábito rapidamente se tornou diário e o fez perder o controle de sua vida. “Eu assistia pornografia duas horas por dia. Perdi minha capacidade de concentração. Não conseguia focar minha atenção em atividades normais, cotidianas. Não fazia ideia de que na verdade tinha um problema com pornografia. Eu negava o problema, mas fui viciado durante seis anos.”

Sua percepção sobre isso começou a mudar quando Simmons descobriu um site para viciados em pornografia e percebeu que “não estava mais sozinho”. Ele compara sua recuperação a parar de usar de drogas. “Passei cem dias em abstinência de álcool e de masturbação. As primeiras duas semanas foram horríveis, com mudanças repentinas de humor. Foi muito duro. Passei noites sem dormir e às vezes acordava suando frio. Às vezes, sem motivo, eu começava a tremer. Meu corpo inteiro tremia e eu não sabia por quê”, recorda.

“Sentia uma ansiedade profunda durante interações sociais e, em outros dias, me sentia no topo do mundo e conseguia fazer qualquer coisa que quisesse.”

Em meio a algumas recaídas “não muito ruins”, Simmons conta que está conseguindo voltar à rotina, mas só depois de ter sua vida sexual bastante afetada. “Quando estou com alguma mulher, sinto que não fico tão excitado”, diz. “Eu não conseguia ter ereções com mulheres de verdade porque eu tinha assistido tanta pornografia. Não era mais excitante estar com uma mulher de verdade. Me sentia mal, não sabia o que havia de errado comigo. Sexualmente, não conseguia sentir nada por ninguém. Não tinha libido, minha libido parecia falsa. Eu tinha libido por pornografia, mas não por seres humanos reais.”

Simmons diz que não assiste pornografia há um ano e meio, ajudado por sessões diárias de meditação. “Eu sei que tem um monte de rapazes e garotas por aí que estão sofrendo com esse problema”, diz. “Com certeza, muitos por aí têm um problema mas estão se escondendo, e falar sobre isso é algo que eu quero fazer porque acho necessário.”

Segundo Robert Hudson, terapeuta que trata pessoas viciadas em sexo, “usar pornografia não é o problema”. “É parecido com beber. A maioria das pessoas consegue tomar um drinque em segurança. (A pornografia) começa a ter consequências sérias quando começa a tomar conta da sua vida”, diz o especialista. “Ela se torna um problema quando você começa a cancelar atividades familiares ou encontros com amigos porque você quer ir para casa assistir pornografia.” [Ainda que isso fosse verdade, vale a pena o risco de flertar com o perigo? Nenhum viciado começou consumindo grandes quantidades de álcool ou pornografia. No caso da pornografia, o que Hudson parece ignorar é a questão da pureza mental, que certamente afetará, também, os relacionamos – da pessoa com o sexo oposto e dela com Deus. – MB]

Hudson diz que há alguns passos para ajudar pessoas que se identificam como viciadas em pornografia. “A primeira coisa é pedir a elas que parem de se masturbar durante 90 dias. Isso permite que o seu sistema se desacelere e pare de procurar pornografia.”

“Você não está curado, mas o que isso faz é ajudá-lo a perceber que não está usando a pornografia porque tem uma ereção ou está excitado - você provavelmente usa pornografia porque está entediado, estressado ou solitário.”

(BBC Brasil)

Nota: Essa é outra evidência do mal que a hiperestimulação tem feito com as pessoas. A título de comparação, podemos mencionar a preferência de certas pessoas por doces e/ou fast foods. O paladar pervertido acaba se acostumando com alimentos que não fazem bem à saúde, mas que são extremamente estimulantes das papilas gustativas e dos neurônios especializados na gustação. Algo parecido ocorre no âmbito sexual: o viciado em pornografia estimulou tanto o cérebro com o sexo pervertido que a prática sexual normal passa a ser para ele algo “sem graça”. E como ocorre com qualquer tipo de vício, a tolerância fará com que esse indivíduo busque sempre novas modalidades de perversão, cada vez mais intensas e degradantes. O que Hudson não mencionou, mas que é um grande aliado na luta contra qualquer vício, é o poder da oração. Abra o coração a Deus e peça-Lhe forças para vencer. Encha e mente com conteúdos puros e edificantes, a fim de substituir os conteúdos que acabam alimentando as fantasias e o vício. E que Deus ajude Simmons e tantos outros jovens a se livrar das algemas da pornografia.

Via Criacionismo

terça-feira, 14 de abril de 2015

7 razões para parar de ver pornografia neste exato momento



Existem alguns tópicos aos quais eu volto frequentemente. E se você é um leitor regular deste site, você sabe que um desses tópicos é a pornografia. Eu volto a isso de novo e de novo porque vejo o estrago que ela tem feito, e vejo o desespero daqueles que são apanhados nela. Meu objetivo para hoje é simples: eu quero dar a você 7 boas razões pelas quais você deve parar de ver pornografia neste exato momento.

1. O custo para a sua alma

Eu quero começar por aqui: com o custo para a sua alma. Se você é consumido pela pornografia e não deseja matar esse pecado, você tem todas as razões para estar preocupado com o estado de sua alma. Deus promete que, se ele nos salvou, nós adquiriremos novas paixões e novas afeições. Nós teremos não apenas a habilidade, mas também o desejo de trocar o pecado pela santidade, de substituir imoralidade por pureza sexual. Se você não fica triste com o seu pecado, se não possui um real desejo pela vitória, se toda vez você imprudentemente escolhe o pecado em vez do seu Salvador, você precisa se perguntar o seguinte: eu amo a pornografia o suficiente para perder o céu por ela? Se esse pecado continua dominando sua vida, isso pode ser uma prova de que você não possui uma fé salvífica e aniquiladora do pecado. Por amor à sua alma, pare de ver pornografia.

2. O custo para o seu próximo

Até mesmo aqueles que não conhecem quase nada sobre a fé cristã sabem disso: os cristãos são ordenados a “amar o próximo como a si mesmo”. Assim como Jesus, os cristãos devem estimar aos outros mais do que a si mesmos e colocar as preocupações dos outros à frente das suas próprias. De todas as pessoas, os cristãos devem saber que a pornografia cobra um alto custo daqueles que a fizeram – o custo de seus corpos, de suas almas, de seu bem estar mental, de sua dignidade, de seu futuro. Uma vasta quantidade da pornografia é feita contra a vontade daqueles que a fizeram. O simples fato é que, ao assistir à pornografia, você está assistindo a estupro e tendo prazer com isso. Você se torna um participante voluntário na violência sexual, e você permite que aquele ator na tela sofra para o seu prazer. Por amor ao próximo, pare de ver pornografia.

3. O custo para a sua igreja

Em uma época em que a igreja cristã está clamando por mais e melhores líderes, uma geração inteira de homens e mulheres jovens estão se infantilizando por causa de sua dedicação à pornografia. Eles estão em uma eterna pornolescência, um período entre a convicção do pecado e a determinação de fazer o que for preciso para pará-lo. Nesse período, eles constantemente escolhem a imoralidade sexual em detrimento de Deus, e suas vidas espirituais estão estagnadas. Por amor à sua igreja, pare de ver pornografia.

4. O custo para a sua família

É raro nos dias de hoje um pastor que não tenha visto alguma família desmoronar sob o peso do vício da pornografia. Homens estão dilacerando suas famílias por amor aos prazeres ilícitos; mulheres estão evitando dar atenção aos seus maridos para ler ou assistir aquilo que é proibido e que promete satisfações maiores e mais fáceis. Crianças estão sendo expostas à pornografia por meio dos rastros que seus pais deixam para trás. Pais estão convidando Satanás para dentro de suas casas por meio do seu comprometimento com aquilo que é proibido por Deus e amado por Satanás. Por amor à sua família, pare de ver pornografia.

5. O custo para a sua missão

A comissão do Senhor é uma comissão urgente, pois é uma questão de vida ou morte eterna. O tempo é curto, o que torna o trabalho dos cristãos algo urgente. Apesar disso, muitos cristãos estão distraídos por algo maligno e inútil como a pornografia. Sua atenção está presa; sua energia, esgotada; sua utilidade, minada. Por amor à sua missão, pare de ver pornografia.

6. O custo para o seu testemunho

Os cristãos são chamados para serem diferentes, para se destacar do resto do mundo por meio de seus desejos e comportamento. Cristãos devem matar o pecado e demonstrar o poder de Deus em remover e destruir todos os competidores. Ainda assim, muitos cristãos tiveram seu testemunho despedaçado quando a sórdida verdade apareceu e os outros viram que, por um lado, eles professam a fé em Cristo, mas, por outro, são consumidos pela luxúria. Os pais minam o evangelho que eles falam para os seus filhos, pastores minam o evangelho que eles pregam para sua congregação. Por amor ao seu testemunho, pare de ver pornografia.

7. O custo para a sua salvação

Por fazer pouco caso da pornografia, você está fazendo pouco caso da morte de Jesus Cristo. Se você é um cristão, você afirma em sua profissão de fé que o custo do perdão não foi nada menos do que a morte do amado Filho de Deus. Jesus sofreu e morreu por seu pecado. Como você, mesmo sendo um cristão, brinca com o seu pecado e não o leva a sério? Como você pode se agarrar a ele? Como Spurgeon disse com a sua eloquência costumeira: “O pecado foi perdoado por um preço tão alto que não podemos mais brincar com ele doravante”. Pelo amor de Deus, pare de ver pornografia.

Traduzido por Victor Bimbato | Reforma21.org | Original aqui, algumas adaptações do Site Bíblia e a Ciência

sábado, 11 de abril de 2015

Ao meu pai que assiste pornografia, de sua filha


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Querido Papai,

Antes de tudo, eu quero que você saiba que eu te amo e te perdoo pelo o que isso tem causado em minha vida. Eu também queria que você soubesse exatamente o que seu uso de pornografia tem feito na minha vida. Você pode achar que isso afeta somente você, ou mesmo os relacionamentos da mamãe e os seus. Mas isso tem tido um profundo impacto sobre mim, assim como sobre todos os meus irmãos.

Eu descobri a pornografia no seu computador por volta dos doze anos, mais ou menos, assim que estava começando a tornar-me uma jovem. Primeiro, me pareceu bastante hipócrita da sua parte que você estivesse tentando ensinar-me o valor do que eu deixo entrar na minha mente em termos de filmes, enquanto você entretinha regularmente sua mente com esse lixo. Suas conversas sobre tomar cuidado com o que eu assistia significavam virtualmente nada.

Por causa da pornografia, eu sabia que a mamãe não era a única mulher para quem você olhava. Eu passei a dolorosamente perceber seus olhos erráticos quando nós saíamos por aí. Isso me ensinou que todos os homens têm olhos assim e não se pode confiar neles. Eu aprendi a desconfiar e mesmo a detestar os homens pela maneira como eles percebiam as mulheres dessa forma.

Em relação à modéstia você tentou conversar comigo sobre como minhas roupas afetam aqueles que estão ao meu redor e como eu deveria valorizar a mim mesma pelo que eu sou por dentro. Suas ações, entretanto, ensinaram-me que eu somente seria verdadeiramente bonita e aceita se me parecesse com as mulheres nas capas das revistas ou na indústria pornográfica. Suas conversas comigo não significaram nada e, na verdade, apenas me deixaram com raiva.

Quando eu cresci, tudo o que tive foi essa mensagem reforçada pela cultura em que vivemos. Essa beleza é algo que só pode ser alcançada se você se parecer com “elas”. Eu também aprendi a confiar em você menos e menos enquanto o que você me ensinava não se alinhava com o que você fazia. Eu me perguntava mais e mais se algum dia eu encontraria um homem que me aceitaria e amaria por quem sou, não apenas por um rosto bonito.

Quando minhas amigas estavam em casa, eu me perguntava como você as percebia. Você as enxergava como minhas amigas ou você as via como rostos bonitos em uma de suas fantasias? Nenhuma garota deveria questionar isso sobre o homem que suspostamente deveria estar protegendo ela e as outras mulheres de sua vida.

Eu conheci um homem. Uma das primeiras coisas que eu perguntei a ele foi sobre sua dificuldade com pornografia. Eu estou grata a Deus porque isso não foi algo que teve controle sobre sua vida. Nós ainda temos conflitos por causa da desconfiança dos homens profundamente arraigada em meu coração. Sim, pai, o fato de você assistir pornografia tem afetado meu relacionamento com meu marido anos depois.

Se eu pudesse lhe dizer uma coisa, seria isso: a pornografia não afetou apenas sua vida; ela afetou todos à sua volta, de maneiras que eu não acho que você sequer imagine. Ela ainda me afeta até hoje quando percebo o poder que ela tem sobre nossa sociedade. Eu temo pelo dia em que terei de conversar com meu doce garotinho sobre pornografia e suas compridas e vorazes garras. Quando eu lhe contar sobre como a pornografia, como muitos pecados, afeta bem mais do que apenas nós.

Como disse, eu te perdoei. Sou muito grata pelo que Deus tem feito em minha vida nessa área. É uma área em que eu ainda tenho conflitos de tempos em tempos, mas estou grata pela graça de Deus e também pela de meu marido. Eu oro para que você tenha superado isso e que os muitos homens que lutam com isso tenham seus olhos abertos.

Com amor, Sua Filha.

* Por conta da natureza do tópico, o post original foi publicado anonimamente

Traduzido por Josaías Jr | Reforma21.org | Original aqui

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A ilusão da pornografia

A ex-atriz pornô Shelley Lubben, em seu livro Truth Behind the Fantasy of Porn (A Verdade por Trás da Fantasia da Pornografia), afirma que a pornografia é “a maior ilusão do mundo”. Segundo ela, muitas mulheres desse universo bebem e usam drogas para poder fingir que gostam do que fazem. Embora a indústria do sexo tente pintar outra realidade, Shelley revela que “as mulheres estão com uma dor indizível por ser espancadas, cuspidas e xingadas. [...] Pornografia é nada mais do que sexo falso, contusões e mentiras em vídeo. Confie em mim, eu sei”. No livro, Shelley traz testemunhos de outras ex-atrizes, como o de Michelle Avanti, que em sua primeira cena tentou voltar atrás: “Um ator disse que eu não poderia voltar atrás porque havia assinado um contrato”, disse Michelle. “Fui ameaçada de que se não fizesse a cena seria processada em uma enorme quantia em dinheiro. Acabei tomando doses de vodca para fazer a cena. Como eu fazia mais e mais cenas, abusei da prescrição de pílulas que me eram dadas a qualquer momento por diversos médicos em San Fernando Valley.”

Shelley diz que muitas mulheres acabam nesse mundo por culpa da extrema erotização da sociedade. “Onde mais poderia uma criança que foi hipersexualizada ter tanta atenção? Os olheiros da pornografia ficam à espreita pesquisando online por anos os perfis e predando as desavisadas fêmeas sexualizadas. Fingindo ser adolescentes ou admiradores do sexo masculino, postam palavras lisonjeiras [...] e as adolescentes emocionalmente carentes rapidamente caem na armadilha.” 

Jennifer Case é outra atriz que deixou a indústria do sexo, segundo ela, “pela graça de Deus”. Hoje ela também milita contra a pornografia e diz aos homens: “Há uma pessoa real do outro lado das imagens que você está vendo, e você está destruindo a vida dela e a vida dos filhos dela.” Numa entrevista para o site The Porn Effect, Case testemunha de sua própria experiência sobre os malefícios que a indústria pornográfica provoca nas mulheres envolvidas. Ela diz que ficou traumatizada, oprimida e se sentindo abusada. Assim como outras atrizes desse segmento, ela também se tornou viciada em drogas e precisava do dinheiro da pornografia para continuar alimentando o vício. Além disso, ela teve que lidar com doenças sexualmente transmissíveis. “Tive muitas infecções diferentes o tempo inteiro. Deixei Hollywood porque fiquei muito doente por causa da clamídia. Meu abdome doía tanto que tive que voltar para casa”, disse ela.

Aliás, falando em doença... o Departamento de Saúde Pública de Los Angeles, em setembro de 2009, publicou relatórios surpreendentes de 2.396 casos de clamídia, 1.389 casos de gonorreia e cinco casos de sífilis entre artistas pornôs. Entre 2004 e 2008, repetidas infecções foram relatadas por 25,5% dos indivíduos. Também foi relatado que a prevalência de clamídia e gonorreia em artistas pornô é dez vezes maior em Los Angeles.

Mercado que só cresce

A despeito dos riscos relacionados com a pornografia (para quem faz e para quem vê), segundo matéria publicada no site LifeSiteNews, a produção e a venda de conteúdos pornográficos atualmente representam a sétima maior indústria dos Estados Unidos. “Novos vídeos e páginas de internet são produzidos a cada semana, com a revolução digital trazendo um grande número de novos sistemas de distribuição. Toda nova plataforma digital se torna uma oportunidade de marketing para a indústria pornográfica.”

Os rendimentos anuais da indústria pornográfica chegam perto dos 15 bilhões de dólares, nos Estados Unidos, e quase 100 bilhões ao redor do mundo. Essa indústria é maior do que Microsoft, Google, Amazon, eBay, Yahoo!, Apple, Netflix e EarthLink juntas. Perto de 50 milhões de norte-americanos adultos visitam regularmente sites de sexo virtual. De acordo com o National Council on Sexual Addiction and Compulsivity (Conselho Nacional sobre o Vício e a Compulsividade Sexuais), existem mais de 20 milhões de viciados em sexo nos Estados Unidos, 70% dos quais afirmam ter problemas de comportamento sexual virtual.

De acordo com pesquisas do Barna Group, quase 40% dos adultos acreditam não haver qualquer imoralidade em ver material de sexo explícito. Além disso, aproximadamente um a cada quatro acredita que não deveria haver restrições quanto à pornografia ou ao seu acesso. “Infelizmente, 28% dos cristãos acreditam que, mesmo com o que está escrito em Mateus 5:28, não há nada de errado em ver pornografia”, diz Regis Nicholl, colunista do site BreakPoint. “O mais triste é descobrir que por volta de 50% dos cristãos e 40% de seus pastores admitem ter problemas com a pornografia”, revela.

E o problema começa cada vez mais cedo. As palavras “sexo” e “pornô” estão entre as dez mais procuradas por crianças na internet. O ranking foi feito pela empresa de segurança Symantec, que identificou as cem principais buscas feitas durante quatro meses, por meio de seu serviço de segurança familiar OnlineFamily.Norton, que supervisiona o que as crianças e os adolescentes fazem na internet. A palavra “sexo” aparece em quarto lugar e “pornô” em sexto.

Por esse e outros motivos, é preciso orientar as crianças com respeito ao uso da internet. Gregory Smith, vice-presidente e diretor executivo de informação do Departamento de TI da World Wildlife Fund, em Washington, DC, escreveu o livro Como Proteger Seus Filhos na Internet (Editora Novo Conceito). Para ele, deixar a criança diante de um computador com acesso à internet, sem qualquer tipo de monitoração, é a mesma coisa que colocá-la numa esquina e não ficar vendo o que acontece. Em seu livro, ele apresenta os riscos da internet, inclui detalhes de tragédias recentes do mundo real (inclusive um diálogo explícito mantido entre um predador sexual e uma adolescente, o que torna a leitura não recomendável para crianças) e revela alguns segredos das atividades online.

Efeitos

Um grande número de jovens consumidores de pornografia na internet está sofrendo de ejaculação precoce, ereções poucos consistentes e dificuldades de sentir desejo com parceiras reais, é o que afirma reportagem publicada na revista Psychology Today. Pesquisa feita pela Universidade de Pádua, na Itália, indicou que 70% dos homens jovens que procuravam neurologistas por ter um desempenho sexual ruim admitiam o consumo frequente de pornografia na internet.

Outros estudos de comportamento sugerem que a perda da libido acontece porque esses grandes consumidores de pornografia estão abafando a reposta natural do cérebro ao prazer. Anos substituindo os limites naturais da libido por uma intensa estimulação acabariam prejudicando a resposta desses homens à dopamina. Esse neurotransmissor está por trás do desejo, da motivação – e dos vícios. Ele rege a busca por recompensas. Uma vez que o prazer está fortemente ligado à pornografia, o sexo real parece não oferecer recompensa. Então essa seria a causa da falta de desejo em muitos homens.

Em seu site, Nicholl publicou o testemunho de um homem que escreveu: “Desde que coloquei internet de alta velocidade em casa, comecei a ver muito mais pornografia e meu desejo e desempenho sexuais diminuíram lentamente. Agora está se tornando um problema real. Eu simplesmente não fico tão excitado quanto ao sexo como de costume e parece que perco o interesse depois de alguns minutos.”


William Struthers, da Faculdade Wheaton, explica que “os homens parecem ter sido feitos de tal maneira que a pornografia sequestra o funcionamento adequado de seu cérebro e tem efeito de longo prazo em seus pensamentos e vida”. Struthers é psicólogo com formação em neurociência e especialidade de ensino nas bases biológicas da conduta humana. No livro Wired for Intimacy: How Pornography Hijacks the Male Brain (Programado Para a Intimidade: Como a pornografia sequestra o cérebro masculino), ele se vale da neurociência para explicar por que a pornografia é uma grande tentação para a mente masculina. “A explicação mais simples da razão por que os homens veem pornografia (ou procuram prostitutas) é que eles são levados a procurar intimidade”, explica ele. O impulso para obter intimidade sexual foi dado por Deus e é essencial para os homens, reconhece ele, mas é facilmente mal direcionado. Os homens são tentados a buscar “um atalho para o prazer sexual por meio da pornografia” e acham que dá para se acessar esse atalho com facilidade.

Num mundo de pecado, a pornografia se torna mais do que uma distração e uma distorção da intenção de Deus para a sexualidade humana. Torna-se um veneno viciante. Struthers explica: “Ver pornografia não é uma experiência emocional ou fisiologicamente neutra. É fundamentalmente diferente de olhar para fotos em preto e branco do Memorial Lincoln ou olhar um mapa colorido das províncias do Canadá. Os homens são reflexivamente atraídos para o conteúdo de material pornográfico. Como tal, a pornografia tem efeitos de grande repercussão para estimular um homem à intimidade. Não é um estímulo natural. Atrai-nos para dentro. A pornografia é indireta e voyeurística em sua essência, mas é também algo mais. A pornografia é uma promessa sussurrada. Promete mais sexo, melhor sexo, infinito sexo, sexo conforme os desejos, orgasmos mais intensos, experiências de transcendência. [...] [A pornografia] atua como uma combinação de múltiplas drogas.”

Segundo Struthers, quando o homem vê imagens pornográficas, essa experiência cria novos padrões na programação do cérebro, e experiências repetidas formalizam a programação. “Se eu tomo a mesma dose de uma droga repetidas vezes e meu corpo começa a tolerá-la, precisarei tomar uma dose mais elevada da droga a fim de que tenha o mesmo efeito que tinha com uma dose mais baixa, na primeira vez”, explica o psicólogo. 

Mas o problema não se restringe aos homens. Pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Tennessee, nos Estados Unidos, recrutaram 308 universitárias heterossexuais, entre 18 e 29 anos, para completarem um questionário online. Elas responderam questões sobre a qualidade do namoro, satisfação sexual e autoestima. Segundo matéria publicada no site da revista Superinteressante, “o resultado mostrou uma relação entre felicidade, autoestima e filmes pornôs. Quanto mais pornografia os namorados ou maridos viam, maior era a chance de ter um relacionamento infeliz. Quem reclamou sobre o vício exagerado do namorado em assistir a vídeos pornôs mostrou autoestima mais baixa e insatisfação com o namoro e com a vida sexual. De tanto se compararem (ou serem comparadas) às moças dos filmes, elas ficam mais inseguras com o desempenho na cama ou com o próprio corpo”.


A verdade é que a pornografia traz um estresse enorme para o relacionamento, principalmente no casamento. “É comum que a esposa do usuário expresse sentimentos de traição, desconfiança e perda de autoestima. Com frequência, tais sentimentos levam à depressão clínica com feridas psicológicas e emocionais duradouras. Com o surgimento da desconfiança e da ferida, muitas mulheres decidem pelo divórcio”, diz Nicholl.

Para ter uma dimensão do problema em números: dois terços dos advogados presentes na reunião de 2003 da Academia Americana de Advogados Matrimoniais disseram que a pornografia virtual estava envolvida na metade dos casos que representaram. “Considerando as consequências negativas do divórcio, sentido principalmente pelas mulheres e crianças, a pornografia, contrariando o movimento do livre arbítrio, é uma doença social grave”, compara Nicholl.

Pornografia e violência

A socióloga americana Gail Dines é uma das fundadoras do movimento Stop Porn Culture, dá aulas de sociologia e gênero na Faculdade Wheelock, em Boston, e é uma grande crítica da indústria pornográfica. Em seu livro Pornland (Terra do Pornô), ela levanta uma hipótese perturbadora: os filmes pornográficos, acessados pela internet por qualquer adolescente, seriam os responsáveis pelo aumento de casos de violência sexual contra a mulher e contra crianças. “Os estudos mostram que entre 40% e 80% dos homens que fazem download de pornografia infantil acabarão se envolvendo em algum tipo de abuso contra menores”, disse Gail ao site Mulher 7×7.

“As imagens têm um impacto profundo sobre nós. Isso não significa que um cara que se masturba vendo pornografia irá estuprar uma mulher. Mas os estudos mostram que no caso de homens inclinados a praticar violência sexual, quanto mais pornografia eles assistirem, maior é a chance de eles cometerem crimes”, diz Gail na entrevista. “Já entrevistei muitos desses agressores e tenho certeza absoluta de que o crescimento da divulgação de materiais pornográficos usando crianças – ou explorando o universo infantil – está aumentando a violência sexual contra crianças. Algumas pesquisas mostram que entre 40% e 80% dos homens que baixam da internet pornografia infantil acabarão se envolvendo em algum tipo de abuso contra menores. Os estudos definitivamente sugerem que há uma ligação”, completa ela.

De acordo com a professora, a pornografia relaciona sexualidade ao menosprezo pelas mulheres. “É uma combinação muito ruim, especialmente quando pensamos que os meninos veem pornografia pela primeira vez por volta dos 13 anos. O que significa para um menino que ainda está desenvolvendo sua sexualidade ver esse tipo de pornografia? Quanto mais erotizamos essas imagens, mais dizemos aos homens que é dessa maneira que eles devem tratar as mulheres, que eles devem achar isso excitante. E os garotos vão construir sua identidade sexual em torno dessas imagens.”

Em seu site, o ex-candidato à presidência dos Estados Unidos, Rick Santorum, afirmou que a pornografia naquele país é uma “pandemia”. “Ela contribui para a misoginia e a violência contra as mulheres. É um fator que contribui para a prostituição e o tráfico sexual”, escreveu.

E tem mais: número significativo de pessoas envolvidas com a indústria da pornografia no cinema e na internet é vítima de tráfico internacional de humanos. O Departamento Estadual Americano registra que há mais de 12 milhões de escravos modernos, aproximadamente 1,5 milhão dos quais são forçados para o mercado do sexo. 

Apelo de quem sabe o que diz


Jennifer Case
A ex-atriz Jennifer Case admite que os consumidores de pornografia têm parte da culpa pelas mazelas sofridas pelos envolvidos com esse mundo, mas ela diz que compreende que só com a ajuda de Deus os homens conseguem sair do vício, assim como foi com a ajuda de Deus que ela deixou essa indústria. “Homens, Deus ama vocês! Eu amo vocês também e sempre orarei por todos vocês, para que as cadeias sejam quebradas”, diz ela. “Você é escravo da pornografia tanto quanto qualquer atriz pornô. Se você está vendo pornografia ou está viciado em pornografia, você está tentando encher um vazio dentro de você que só Deus pode preencher. Toda vez que você vê pornografia, você está aumentando o vazio, e você destruirá sua vida.”

Ela diz ainda que a pornografia é “maligna” e “é uma droga, veneno e mentira”. “Se você pensa que poderá guardá-la no escuro, Deus a tirará para fora, para a luz, para deter você e curar você.”

Num apelo muito franco, Case diz que “essas mulheres [do mundo pornográfico] são preciosas e merecem ser amadas exatamente como vocês [homens] merecem. Há uma pessoa real do outro lado das imagens que você está vendo, e você está destruindo a vida dela e a vida dos filhos dela. Em toda pornografia existe a filha de alguém. E se fosse a sua filhinha? Você pode realmente estar ajudando na morte de alguém! Atores e atrizes pornôs morrem o tempo todo de aids, overdose de drogas, suicídio, etc. Por favor, parem de olhar pornografia.”

Impressionam os apelos sinceros de mulheres como Shelley Lubben e Jennifer Case. Elas sabem que, como qualquer vício, o da pornografia geralmente começa com o descuido e a curiosidade e vai se aprofundando, até que a pessoa se dá conta de estar escravizada pelo hábito destrutivo. O alcoólico deve ficar longe do álcool. O toxicômano deve passar longe das drogas. E o viciado em pornografia também deve tomar medidas preventivas. Se o problema é a internet, deve-se acessá-la sempre acompanhado de outras pessoas, limitar o tempo de navegação, ser muito focado e específico no uso (evitando navegar a esmo por aí) e colocar filtros no computador.

Finalmente, e mais importante: como disse Jennifer, só com a ajuda de Deus se pode conseguir a libertação do vício. Portanto, se você vive esse drama, intensifique sua comunhão com Deus por meio da oração sincera, do estudo devocional diário da Bíblia, das boas companhias e da frequência regular à igreja. Quando Jesus controla nossa mente, os pensamentos e desejos se tornam puros e corretos.

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia)

terça-feira, 24 de julho de 2012

Pornografia - Cuide da sua família

Na internet, 47% das crianças recebem mensagens pornográficas não desejadas. A idade média de ver pornografia é 9 anos. A indústria Adulta diz que 20 a 30% do tráfego vem das crianças. Um vídeo forte, mas que revela uma triste realidade e perigo.



One Click-Portuguese from Jason Satterlund on Vimeo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A história de Shelley Lubben e a ilusão da pornografia



O texto a seguir foi resumido e retirado do capítulo “Sob o grande topo”, do livro A Verdade por Trás da Fantasia da Pornografia, da ex-atriz pornô americana Shelley Lubben (a tradução é de Rosaine Dalila Scruff). O grande mérito de Lubben é mostrar que, à semelhança do que ocorre com o futebol e com o UFC, por exemplo, existe todo um verniz glamoroso em torno das produções pornográficas, quando, na verdade, a realidade por trás das câmeras é tristemente bem outra. Vamos ao texto de uma mulher mergulhada no pecado, mas que aceitou Jesus e teve a vida transformada:


Sexo empacotado em filmes pornô com loiras quentes em uma cama suja, com um olhar que diz: “Quero você”, é a maior ilusão do mundo. Confie em mim, eu sei. Eu tolerei oito anos em clubes de strip e prostíbulos, moldando meu caminho para o Grande Topo, onde a mim foi prometida fortuna, fama e glamour. Eu tinha 24 anos quando entrei no mundo da pornografia.


Fui colocada em um bom show, mas nunca gostei de truques de desempenho em um circo de sexo e preferia passar o tempo com Jack Daniels [bebida alcoólica] em vez de passar com os artistas do sexo masculino que eu era paga para ser falsa com eles. Isso mesmo, nenhuma de nós, loiras quentes, gostamos de fazer pornô. Na verdade, nós odiamos isso. Odiamos nossas pernas se abrindo sexualmente para homens doentes. Odiamos ser degradadas com seus cheiros ruins e corpos suados. Algumas mulheres odeiam tanto que eu podia ouvi-las vomitando no banheiro entre as cenas. Podia encontrar outras pessoas fora, fumando cadeias intermináveis de Marlboro Light.


Mas a indústria multibilionária do pornô quer que você acredite na fantasia de que as atrizes pornôs adoram sexo. Eles querem que você compre a mentira de que nós gostamos de ser degradadas por todos os tipos de atos repulsivos. Filmes editados de forma criativa e embalagens bonitinhas são projetados para fazer uma lavagem cerebral nos consumidores, e fazê-los acreditar que a luxúria retratada nos rostos quentes e incomodados faz parte do ato. Mas a realidade é que as mulheres estão com uma dor indizível por ser espancadas, estapeadas, cuspidas, chutadas e xingadas, como “prostitutazinha suja” e “banheiro de gozo”. [...]


A ex-atriz pornô Jersey Jaxin também descreveu o tormento e o abuso que ela experimentou no set pornô. “Os caras te socando em seu rosto. Você tem sêmen em todo o seu rosto, em seus olhos. Você é machucada. Suas entranhas podem vir para fora. É interminável. Você é vista como um objeto e não como um ser humano com um espírito. As pessoas não se importam. As pessoas usam drogas porque não conseguem lidar com a maneira como estão sendo tratadas.” 


Há uma razão pela qual as drogas e o álcool são abundantes na indústria pornô. Becca Brat, que realizou mais de 200 filmes, disse-me quando ela deixou o pornô em 2006: “Eu saí com um monte de gente da indústria adulta, todas as meninas tinham contratos para ser atrizes de pornô gonzo. Todos tinham os mesmos problemas. Todos usam drogas. É um estilo de vida vazio tentando preencher um vazio.” 


O ator pornô Christian XXX também fala abertamente sobre o uso de drogas generalizado. Ele escreveu em seu blog, em janeiro de 2008: “Tenho visto todos os tipos de drogas no set, nas festas, nos carros, em todos os lugares. Se eu tivesse que adivinhar, colocaria o uso da maconha a 90% por todas as pessoas envolvidas na indústria (atores, diretores, equipes, agentes, motoristas, proprietários, trabalhadores de escritório, etc.). Eu estava filmando com uma garota que morreu durante uma cena de sexo comigo (ela havia abusado de OxyContin). Recentemente, uma menina teve overdose de GHB (droga de festa, clara e inodora, que não combina com álcool) no set. Vi uma garota ganhar o Prêmio AVN, e não apareceu para receber o prêmio, depois caiu nas garras das drogas, o que a levou a perder pelo menos 22 kg e deixar a face da terra.”


De fato, a pornografia pode literalmente matá-lo. Desde o ano 2000, houve pelo menos 34 mortes relacionadas com drogas entre atores. Drinks oferecidos como vodca e batidas de Percocet anestesiam as mulheres o bastante para suportar atos sexuais ásperos de extrema humilhação. Quando o álcool não é suficiente, a dor gira ao redor do vício; estrelas e astros pornôs são enviados aos médicos locais em conspiração com a indústria pornográfica para receber prescrição de Vicodin, Xanax, Valium e outros medicamentos contra a ansiedade para ajudá-los a lidar com o trauma.


A ex-atriz pornô Michelle Avanti se lembra de sua primeira cena e como ela foi conduzida ao abuso de drogas por prescrição: “Tentei voltar atrás e sair do pornô, mas um ator disse que eu não poderia voltar atrás, porque havia assinado um contrato. Fui ameaçada de que se não fizesse a cena, seria processada em uma enorme quantia em dinheiro. Acabei até tomando doses de vodca para fazer a cena. Como eu fazia mais e mais cenas, abusei da prescrição de pílulas que me eram dadas a qualquer momento por diversos médicos em San Fernando Valley. Deram-me Vicodin, Xanax, Norcos, Prozac e Zoloft. Tudo que eu tinha que fazer era dizer a eles o que eu precisava, e eles me dariam qualquer coisa que eu quisesse.”


Acha que estou exagerando sobre as operações da sombria indústria do pornô? Pense novamente. Graças à internet [...], confissões de estupro, abuso de drogas e violência estão se tornando cada vez mais públicas. A estrela pornô Belladonna disse a Diane Sawyer: “Sempre odiei pornô.” Ela confessou que, enquanto se preparava para uma filmagem que achava que seria uma cena de sexo regular, o diretor lhe pediu para fazer sexo anal. De acordo com a rede de televisão, ela tinha acabado de completar 18 anos. Poucos meses (e várias cenas) mais tarde, já uma veterana atriz pornô, Belladonna apareceu em outro estúdio. Ela foi informada de que apareceria em uma cena de estupro por uma gangue em uma prisão, e que seria compartilhada entre doze homens diferentes. Novamente, ela tentou sair. Mais uma vez, foi “convencida” a continuar.


Mas você pode perguntar: “Não são as mulheres que escolhem fazer filmes pornôs?”
Com base nas imagens sexuais com que fomos alimentados a colheradas pela TV, revistas e internet, com certeza nós escolhemos. No começo dos anos de 1970, quando aprendemos a sair perseguindo nossos caminhos, desde nossas estrelas favoritas como Doc, no “The Love Boat”, todo o trajeto pelo “Desperate Housewives” da ABC, sendo os mais populares programas entre as crianças em 2005. Sem mencionar “glamorosas” imagens de pornografia de pelúcia sendo enfiadas em nossas goelas abaixo. Não é surpresa que as crianças da América, que foram muito bem preparadas em imoralidade sexual há mais de 40 anos, acabem no MySpace ou Facebook postando imagens sensuais de si mesmas. Onde mais poderia uma criança que foi hiperssexualizada ter tanta atenção?


Mas os olheiros da pornografia ficam à espreita pesquisando online por anos os perfis e predando as desavisadas fêmeas sexualizadas. Fingindo ser adolescentes ou admiradores do sexo masculino, postam palavras lisonjeiras como “Você é a garota mais bonita”, ou “Você é tão quente”, e as adolescentes emocionalmente carentes rapidamente caem em sua armadilha. Alguns elogios mais tarde e uma boa oferta financeira, e nos encontramos em pé no meio de um escritório de agentes pornôs ouvindo sobre “modelagem nu” e sexo anal. “Você será a próxima estrela pornô mais quente, se você fizer anal”, o agente pornô faz promessas ao entregar o contrato, enquanto uma loira de peitos grandes no canto da sala pisca para nós. [...]


O engano é comum em todo o processo de preparação. Alguns de nós contraímos HIV como resultado desse engano grosseiro. O ator pornô Darren James se lembra de seu pesadelo de testes positivos de HIV em 2004: “Foi como um golpe no estômago”, disse James. “A vida era muito mais bonita.”


O Departamento de Saúde Pública de Los Angeles (DSPLA), em Setembro de 2009, publicou relatórios surpreendentes de 2.396 casos de clamídia, 1.389 casos de gonorreia e cinco casos de sífilis entre artistas pornôs. Entre 2004 e 2008, repetidas infecções foram relatadas por 25,5% dos indivíduos. Também foi relatado que a prevalência de clamídia e gonorreia em artistas pornô é dez vezes maior em Los Angeles entre os contados com a idade de 20 a 24 anos e cinco vezes maior na Cidade de Los Angeles, entre as maiores populações de risco.


No topo disso, 25 casos de HIV foram relatados pela Adult Industry Medical Healthcare Foundation (AIM), desde 2004. AIM é a clínica médica da indústria adulta que oferece serviços de testes e cuidados médicos exclusivos a estrelas da pornografia. Devido à falta de clínicas de testes para os talentos das telas, as infecções retais, orais e um nível elevado de doenças persistem entre atores pornôs. 


Além de ser coagidas, enganadas e repetidamente expostas a doenças incuráveis e potencialmente fatais, muitas mulheres experimentam graves prejuízos nas partes internas do corpo. A ex-atriz pornô Kami Andrews confessa que ama o dinheiro e o glamour do pornô, mas o que ela não gosta é o fato de que não está sendo capaz de defecar normalmente. [...]


O trato intestinal é apenas o início de extremos danos corporais graves causados por atos anais. A experiência de muitas mulheres é com outras doenças médicas, tais como prolapso do reto, uma condição terrível em que as paredes do reto se projetam para fora do ânus e, consequentemente, tornam-se visíveis fora do corpo. Eventualmente, o dano torna-se permanente – para o prazer da torcida de pornógrafos bestiais que têm criado uma maneira de transformar essa condição inominável em um “fetiche”.


Quando as estrelas pornôs terminam um dia e vão para casa com machucados e o corpo sangrando, algumas de nós fazem uma tentativa de ter um relacionamento saudável e normal, mas nosso namoradinho cafetão fica com ciúmes e abusa fisicamente de nós. Então, em lugar disso, nos casamos com nossos diretores pornôs ou regredimos de volta à infância e ficamos com os titios de 60 anos de idade. Eu preferia os titios porque desesperadamente queria o amor e a atenção do meu pai. Jenna Jameson, Jill Kelly, Rita Faltoyano e Tera Patrick preferiram se casar dentro da indústria pornô e agora são todas vítimas do que a estrela pornô Tera Patrick chama de “maldição da pornografia”. Ela afirma em seu livro sobre o divórcio: “Eu não queria ser outra estatística do pornô.”


Estrelas pornô não apenas não são boas esposas, mas nós miseravelmente falhamos como mães também. Gritamos, gritamos e batemos em nossos filhos sem nenhum motivo. Na maioria das vezes, estamos intoxicadas ou “altas”, e nossos pequenos de quatro anos de idade são os que recolhem nosso corpo sem vida que está largado no chão.


Quando nossos clientes com muitos dólares vêm até nós para ser entretidos por nossos truques, trancamos nossos filhos em seus quartos e dizemos-lhes para ficarem quietos. Eu costumava dar à minha filha de quatro anos um bip e a fazia esperar no parque até que eu tivesse acabado. Para aquelas de nós que somos casadas, o papai não se importa de ser a babá das crianças enquanto estamos em nosso trabalho, que é ser penetradas por vários artistas do sexo masculino. Claro que não, nossos maridos narcisistas só se preocupam com o dinheiro do pornô.


A verdade é que não há fantasias na pornografia. É tudo uma ilusão. Um olhar de perto e mais atento nas cenas da dura realidade da vida de uma estrela pornô vai lhe mostrar um ato que a indústria pornô não quer que você veja. A verdade é que nós, atrizes pornôs, queremos acabar com a vergonha de nossa vida e o trauma da bilheteria, mas não podemos fazer isso sozinhas. Precisamos de vocês homens para lutar por nossa liberdade e nos devolver nossa honra. Precisamos de vocês para nos manter em seus braços fortes, enquanto soluçamos em lágrimas sobre nossas feridas profundas e imploramos a cura. Queremos que você jogue fora nossos filmes e nos ajude a juntar os fragmentos quebrados de nossa vida. Precisamos de você para orar por nós, para que Deus ouça e repare nossa vida arruinada.


Não acredito na grande fantasia do Topo. Pornografia é nada mais do que sexo falso, contusões e mentiras em vídeo. Confie em mim, eu sei.

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