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quinta-feira, 9 de julho de 2015

"Debaixo da Graça"


O que Paulo quer dizer com as palavras de Romanos 6:14, onde declara que os cristãos não estão mais "debaixo da lei", e sim "debaixo da graça"? Será que, com isso, a obediência à lei torna-se desnecessária?


ANTES da expressão "debaixo da graça", o apóstolo das gentes, Paulo, usa a expressão "debaixo da lei", O que significa estar debaixo da lei"?


Quer dizer estar sob a condenação da lei. A pessoa transgrediu a lei e esta o acusa e condena. Isto se verifica com relação a qualquer tipo de lei a que alguém esteja sujeito. As leis do trânsito, por exemplo. Verifica-se a infração: O motorista é passível de condenação. No entanto, ao pagar a multa a que está sujeito (de acordo com o previsto na lei), a culpa deixa de existir. Imediatamente o culpado passa a gozar o direito de continuar dirigindo, sem que as leis do trânsito o condenem, a não ser que venha a reincidir. Não estando "sob as leis do transito", isto é, não sendo transgressor ou Infrator, encontra-se livre para dirigir, OU seja, "debaixo da graça do trânsito".


Não pode ser condenado enquanto for obediente à sinalização.


O mesmo ocorre com o cristão. Paulo, ao escrever o verso em lide, dirigia-se aos cristãos de Roma. Tratava-se de pessoas convertidas. Isto está bem claro ao lermos os versos 2 e 3 do mesmo capítulo: "Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?"

Vê-se, claramente, que Paulo endereçava tais palavras a crentes convertidos, para os quais o mundo já havia morrido. Como se não bastassem esses versos citados, leiamos o 17 e o 18: "Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes chamados. E, libertados do pecado, fostes servos da justiça".


Ora a expressão "obedecestes de coração à forma de doutrina" equivale a guardastes a lei de Deus. Sendo assim, os crentes de Roma estavam libertos do pecado, isto é, livres da condenação da lei enquanto obedecessem aos seus reclamos pela graça de Cristo. Ademais, note-se que a própria passagem em lide declara que aqueles a quem Paulo se dirige não estão "debaixo da lei", porque "o pecado [e não a lei] não terá domínio" sobre eles.


Segundo a definição bíblica, pecado "é transgressão da lei" (1 S. João 3:4). Logo, os que não estão sob o domínio do pecado, por terem sido justificados e experimentado o novo nascimento, é que não estão "debaixo da lei". Observe-se o contraste traçado pelo mesmo apóstolo, escrevendo aos gálatas, entre as práticas dos que estão "debaixo da lei", chamadas de "obras da carne", e as dos que são "guiados pelo Espírito" que evidenciam a genuína santificação, "fruto do Espírito" (Gálatas 5:16 a 24).


Diante dessas considerações, o texto poderia ser exegeticamente amplificado para comunicar a seguinte interpretação: "tendo abandonado os vossos pecados, tendo cessado de quebrar "a lei, tendo crido em Cristo e sendo batizados, vós agora não sois mais governados pelo pecado ou pelas paixões, nem sois condenados pela lei, porque achastes graça à vista de Deus, que vos concedeu esse favor imerecido, e os vossos pecados foram perdoados". (cf. Subtilezas do Erro, p. 87).


Quando os cristãos romanos (a quem Paulo se dirigia, repetimos) estavam no pecado, a lei os condenava. Estavam "debaixo da lei". Eram réus de juízo. No entanto, o apóstolo lhes prega o evangelho da graça, e eles o aceitam de coração, convertendo-se. Ao se arrependerem de seus pecados, Deus lhes perdoou as faltas, pela fé que depositavam em Cristo como seu Salvador pessoal, ao mesmo tempo que a lei deixava de condená-los.


Pela graça foram perdoados. O dom do perdão foi obra da graça, que se lhes manifestou na forma de justiça imputada. Deus riscou a culpa que impendia de seus ombros. Assim, os cristãos romanos não eram mais servos do pecado, mas servos de Cristo.


Mediante a graça foram perdoados e por ela mantinham- se obedientes à lei. Esta, não encontrando neles falta alguma, não os condenava. Era tão-somente para eles um padrão de justiça, de conduta. É por isso que o mesmo Paulo diz que a lei é "santa, justa e boa". Isto é, mostra a situação do pecador e lhe aponta o remédio, Cristo Jesus.


Há ainda os que estão "fazendo força" para guardar a lei para, assim, livrar-se da condenação. Ora, essa é a mais lamentável forma de legalismo, pois somente após obter a graça que nos liberta da condenação é que podemos viver em harmonia com os princípios contidos no Decálogo no processo de santificação e vitória sobre o pecado.


A propósito, citemos o seguinte trecho do Comentário Adventista, com referência a Romanos 1:14: "A lei não pode salvar o pecador, nem pode pôr fim ao pecado e seu domínio. A lei revela o pecado (Romanos 3:20), e, em virtude da pecaminosidade do homem, a lei, por assim dizer, faz com que a transgressão aumente (cap. 5:20). A lei não pode perdoar o pecado, nem pode prover qualquer poder para vencê-lo. O pecador que procura ser salvo sob a lei, encontrará somente condenação e profunda sujeição ao pecado. Sempre que se admitir que o homem pode ser salvo mediante os próprios esforços, não haverá barreira eficaz contra o pecado". "O cristão, porém, não busca a salvação legalisticamente, como se pudesse ser salvo pelas próprias obras de obediência (Rom. 3:20, 28). Reconhece que é transgressor da lei divina, que em sua própria força é totalmente incapaz de cumprir seus reclamos . . Quando o homem está "sob a lei", a despeito de seus melhores esforços, o pecado continua a ter domínio sobre ele, porque a lei não pode livrá-lo do poder do pecado. Sob a graça, entretanto, a batalha contra o pecado não é uma empresa arriscada, mas uma vitória certa". - 
Extraído do livro Consultoria Doutrinária.

domingo, 26 de abril de 2015

A Porta da Graça se fechou para Satanás? Quando?



Quando Cristo disse na cruz “Está consumado” estava querendo dizer muito mais do que se pode imaginar. Ali foi consumada (concluída) a obra redentora do ser humano. Consumada a sentença final de satanás, condenando-o à morte eterna.
Foram dadas oportunidades a Satanás ao longo do tempo. Na cruz foi o fechamento da porta da graça para ele. No momento em que o filho de Deus foi levado à morte pelos pecados do mundo, fruto em grande medida do ódio de Satanás contra Cristo, este selou a sua condenação para sempre.

A partir da cruz Satanás está selado para a destruição eterna. Não por uma arbitrariedade da parte de Deus, mas por um endurecimento de sua parte.

Nós também devemos ser cuidadosos para não achar que somos mais “sabios” do que Deus, para não lutarmos contra os justos princípios do seu reino. Por isso Deus amorosamente nos convida a entrarmos num relacionamento de confiança nele.

“Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento” – Provérbios 3:5.

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle e Ele tudo fará”. Salmos, 37:5.

Um abraço.

Via Bíblia

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Sublime graça do Senhor que a mim pecador salvou.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

O que vem depois da graça?




Cresci ouvindo amigos de formação dispensacionalista afirmando que o tempo da lei passou e que agora vivemos o tempo da graça. Eles diziam que o Antigo Testamento, com suas leis e mandamentos, dera lugar ao Novo Testamento, em que tudo se resume no amor de Deus, um amor sem exigências, que nos aceita como somos; que o Deus justo e temível da antiga dispensação dera lugar ao Jesus manso e misericordioso da nova dispensação. Um tipo de evolucionismo divino.

O dispensacionalismo foi muito criticado e combatido. No entanto, o que vemos hoje é o seu reconhecimento, não apenas pelos que creem nas diferentes dispensações na história da salvação, mas, sobretudo, pelos cristãos pós-modernos, que rejeitam mandamentos, leis ou qualquer chamado à obediência. O que importa é o amor. É preciso sentir-se amado para então amar. É preciso sentir-se aceito para então obedecer. O problema é que nunca se sentem suficientemente amados ou aceitos.

No livro “Uma Força Medonha”, C. S. Lewis descreve um diálogo entre Ranson e Jane sobre casamento. Ela achava difícil confiar no marido porque sentia que já não o amava mais. Ranson então lhe diz: “A senhora não deixou de obedecer por falta de amor, mas perdeu o amor porque nunca tentou obedecer”. A relação entre o amor e a obediência é intensa e vital. Jesus também afirmou: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama” (Jo 14.21).

A ruptura que muitos cristãos fazem entre o Antigo e o Novo Testamento, entre lei e graça, entre mandamento e amor, compromete tragicamente a formação do caráter cristão. O processo que envolve o crescimento e o amadurecimento cristão requer obediência consciente e diligente. Uma passagem bíblica que expressa bem isto está em 2 Pedro 1.4-7: “[...] ele nos deu as suas grandes e preciosas promessas, para que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da corrupção que há no mundo [...]. Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude, à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio [...]”.

As promessas foram cumpridas em Cristo. O propósito de Deus para o ser humano foi revelado. O caminho do crescimento espiritual foi escancarado com a vida, morte e ressurreição de Cristo. Maturidade cristã é tornar-se participante da natureza divina, revelada em Cristo. É por causa disso que devemos abandonar a corrupção que existe no mundo e nos entregar, deliberadamente, às virtudes, ao domínio próprio, à perseverança e a tudo o que nos leva a ser semelhantes a Cristo.

É possível fazer isto sozinho? Não. Jesus afirmou: “[...] sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). Somente a graça de Deus pode realizar isto em nós. Porém, se eu nada fizer, nada será feito. É aqui que a obediência e o amor se encontram na experiência da fé. Os mandamentos de Deus não são uma negação de sua graça e amor, são sua afirmação. É a obediência aos mandamentos que nos leva a experimentar o amor divino.

Pedro afirma que precisamos nos empenhar para acrescentar à nossa fé a virtude, o domínio próprio, a perseverança, a piedade, a fraternidade e o amor. Sou eu que tenho de me empenhar. A responsabilidade é minha. Ninguém fará isto por mim. Consigo fazer isto por conta própria? Não. Preciso da graça de Deus. Contudo, se eu não me esforçar para fazer, nada será feito.

A formação do caráter cristão requer uma experiência intensa e poderosa com a graça de Deus. Deus, em Cristo, nos revelou seu amor, cumprindo por meio dele todas as promessas. Fomos salvos, regenerados e transportados do império das trevas para o seu reino de amor, justiça e paz. O caminho foi trilhado por ele, ele é o primogênito da nova criação. Sua vida consistiu em fazer a vontade do Pai e realizar a sua obra.

A formação do caráter cristão requer a mesma obediência aos mandamentos de Deus. Um cristão passivo e apático jamais experimentará o real significado da graça divina e, mais cedo do que imagina, perceberá a fragilidade de seu amor por Deus. Não deixamos de obedecer a Deus por falta de amor, deixamos de amá-lo por não obedecer-lhe.

Via Ultimato

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Fim do Tempo da Graça


Ninguém Sabe Quando Terminará o Tempo da Graça


Deus não nos revelou o tempo em que esta mensagem será concluída, ou quando terá fim o tempo de graça. Devemos aceitar as coisas reveladas a nós, mas não devemos nos preocupar em buscar o conhecimento daquelas mantidas em segredo.
Têm-me chegado cartas buscando esclarecimento especial quanto ao tempo do fim da graça. A essas perguntas respondo que tenho apenas esta mensagem a dar: “que agora é tempo de trabalhar, enquanto é dia, pois a noite vem, quando ninguém pode trabalhar”. Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 191.

A Imposição da Lei Dominical Precede o Fim do Tempo da Graça


“O Senhor mostrou-me claramente que a imagem da besta formar-se-á antes que termine a graça; pois isso será a grande prova para o povo de Deus, pela qual será decidido seu destino eterno”. Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 81.
O que é a "imagem da besta"? E como ela será formada? A imagem é feita pela besta de dois cornos, também chamada imagem da besta. Portanto, para sabermos o que é a imagem, e como será formada, devemos estudar as características da própria besta - o papado.
“Quando se corrompeu a primitiva igreja, afastando-se da simplicidade do evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, perdeu o Espírito e o poder de Deus; e, para que pudesse governar a consciência do povo, procurou apoio do poder secular. Disso resultou o papado, uma igreja que dirigia o poder do Estado e o empregava para favorecer aos seus próprios fins, especialmente na punição da ‘heresia’. A fim de formarem os Estados Unidos uma imagem da besta, o poder religioso deve a tal ponto dirigir o governo civil que a autoridade do Estado também seja empregada pela igreja para realizar os seus próprios fins. A ‘imagem da besta’ representa a forma de protestantismo apóstata que se desenvolverá quando as igrejas protestantes buscarem o auxílio do poder civil para imposição de seus dogmas”. O Grande Conflito, pág. 443, 445.

O Tempo da Graça Terminará Quando For Concluído o Selamento


Pouco antes de entrarmos no tempo de angústia, todos nós recebemos o selo do Deus vivo. “Então eu vi os quatro anjos deixarem de segurar os quatro ventos. E vi fomes, epidemias e espada, nação se levantando contra nação e o mundo inteiro em confusão”. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, pág. 968.
“Vi anjos indo aceleradamente de um lado para o outro no Céu. Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado voltou da Terra, e referiu a Jesus que sua obra estava feita, e os santos estavam numerados e selados. Então vi Jesus, que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez Mandamentos, lançar o incensário. Levantou as mãos e com grande voz disse: ‘Está feito’ ”. Primeiros Escritos, pág. 279.
“Só nos resta, por assim dizer, um pequeno instante. Mas, conquanto nação se esteja levantando contra nação e reino contra reino, não se desencadeou ainda um conflito geral. Ainda os quatro ventos sobre os quatro cantos da Terra estão sendo retidos até que os servos de Deus estejam assinalados na testa. Então as potências do mundo hão de mobilizar suas forças para a última grande batalha”. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 369.
“Um anjo que volta da Terra anuncia que a sua obra está feita; o mundo foi submetido à prova final, e todos os que se mostrarem fiéis aos preceitos divinos receberam ‘o selo do Deus vivo’. Cessa então Jesus de interceder no santuário celestial. Levanta as mãos, e com grande voz diz: ‘Está feito’ ”. O Grande Conflito, pág. 613.

O Tempo da Graça Terminará Repentina e Inesperadamente


“Quando Jesus deixar de interceder pelo homem, os casos de todos estarão decididos para sempre. Termina o tempo da graça; as intercessões de Cristo cessam no Céu. Esse tempo afinal virá repentinamente sobre todos, e os que não purificarem a alma pela obediência à verdade, serão encontrados dormindo”. Testimonies, vol. 2, pág. 191.
“Quando terminar o tempo da graça, isso se dará repentina e inesperadamente - numa ocasião em que menos esperarmos. Mas podemos ter hoje um registro limpo no Céu, e saber que Deus nos aceita”. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, pág. 989.
Quando se encerrar a obra do juízo de investigação, o destino de todos terá sido decidido, ou para a vida, ou para a morte. O tempo da graça finaliza pouco antes do aparecimento do Senhor nas nuvens do céu.
Antes do dilúvio, depois que Noé entrou na arca, Deus o encerrou ali, e excluiu os ímpios; mas, durante sete dias, o povo, não sabendo que seu destino se achava determinado, continuou em sua vida de descuido e de amor aos prazeres, zombando das advertências sobre o juízo iminente. “Assim diz o Salvador, será também a vinda do Filho do homem.” Mat. 24:39. Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado.
“Enquanto o homem de negócios está absorto em busca de lucros, enquanto o amante dos prazeres procura satisfazer aos mesmos, enquanto a escrava da moda está a arranjar os seus adornos - pode ser que naquela hora o Juiz de toda a Terra pronuncie a sentença: ‘Pesado foste na balança, e foste achado em falta.’ ” Dan. 5:27. O Grande Conflito, págs. 490 e 491.

A Atividade Humana Depois do fim do Tempo da Graça


“Os justos e os ímpios estarão ainda a viver sobre a Terra em seu estado mortal: estarão os homens a plantar e a construir, comendo e bebendo, todos inconscientes de que a decisão final, irrevogável, foi pronunciada no santuário celestial”. O Grande Conflito, pág. 491.
“Quando a decisão irrevogável do santuário houver sido pronunciada, e para sempre tiver sido fixado o destino do mundo, os habitantes da Terra não o saberão. As formas da religião continuarão a ser mantidas por um povo do qual finalmente o Espírito de Deus Se terá retirado; o zelo satânico com que o príncipe do mal os inspirará para o cumprimento de seus maldosos desígnios, terá a semelhança do zelo para com Deus.” O Grande Conflito, pág. 615
“O trigo e o joio deverão ‘crescer ambos juntos até a ceifa’. No desempenho de seus deveres cotidianos, os justos hão de estar, até o fim, em contato com os ímpios. Os filhos da luz estão espalhados entre os das trevas para que o contraste salte aos olhos de todos”. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 13.
Cristo declarou que quando Ele vier, alguns de Seu povo expectante estarão empenhados em transações comerciais. Alguns estarão semeando no campo, outros ceifando e colhendo, e outros ainda moendo num moinho.

A Descrença e os Prazeres Proibidos Continuam


“O ceticismo e o que é chamado de ciência têm, em grande medida, minado a fé do mundo cristão em suas Bíblias. Erros e fábulas são aceitos de bom grado, para que eles possam seguir o caminho da condescendência pessoal e não ficar alarmados, pois não procuram preservar o conhecimento de Deus. Dizem: ‘O dia de amanhã será como este, e ainda maior e mais famoso’. Mas, em meio à sua descrença e iníquo prazer, será ouvida a voz do arcanjo e a trombeta de Deus.
Quando tudo em nosso mundo for buliçosa atividade, imersa em egoísta ambição de lucro, Jesus virá como um ladrão”. Manuscrito 15b, 1886.
“Quando o professo povo de Deus se estiver unindo com o mundo, vivendo como vivem os do mundo, e com eles gozando de prazeres proibidos; quando o luxo do mundo se tornar luxo da igreja; quando os sinos para casamentos estiverem a tocar, e todos olharem para o futuro esperando muitos anos de prosperidade temporal, subitamente então, como dos céus fulgura o relâmpago, virá o fim de suas resplendentes visões e esperanças ilusórias”. O Grande Conflito, págs. 338 e 339.

Os Homens Estarão Inteiramente Absortos nos Negócios


“Quando Ló advertiu os membros de sua família da destruição de Sodoma, eles não quiseram atender às suas palavras, mas o consideraram um entusiasta fanático. A destruição que ocorreu encontrou-os desprevenidos. Assim será quando Cristo vier - agricultores, negociantes, advogados, comerciantes, estarão inteiramente absortos nos negócios, e o dia do Senhor virá sobre eles como um laço”. Review and Herald, 10 de março de 1904.
“Quando pastores, agricultores, negociantes, advogados, grandes e pretensos bons homens exclamarem: ‘Paz e segurança!’, sobrevirá repentina destruição. Lucas relata as palavras de Cristo, de que o dia de Deus vem como um laço - a figura de um animal andando na selva em busca da presa, e eis que, de repente, ele é apanhado na disfarçada armadilha do caçador”. Manuscript Releases, vol. 10, pág. 266.
“Quando os homens estão despreocupados, enlevados nas diversões, absortos em comprar e vender, o ladrão se aproxima com passos furtivos. Assim será na vinda do Filho do homem”. Carta (Ellen G. White) Nº 21, Ano 1897.

Líderes Religiosos Estarão Cheios de Otimismo


“Quando os raciocínios da filosofia houverem banido o temor dos juízos de Deus; quando ensinadores religiosos estiverem a apontar no futuro para longas eras de paz e prosperidade, e o mundo estiver absorto em sua rotina de negócios e prazeres, plantando e construindo, banqueteando-se e divertindo-se, rejeitando as advertências de Deus e zombando de Seus mensageiros, então é que súbita destruição lhes sobrevirá, e não escaparão”. Patriarcas e Profetas, pág. 104.
“Venha quando vier, o dia do Senhor virá de improviso aos ímpios. Correndo a vida sua rotina invariável; encontrando-se os homens absortos nos prazeres, negócios, comércio e ambição de ganho; estando os dirigentes do mundo religioso a engrandecer o progresso e ilustração do mundo, e achando-se o povo embalado em uma falsa segurança, então, como o ladrão à meia-noite rouba na casa que não é guardada, sobrevirá repentina destruição aos descuidados e ímpios, e ‘de nenhum modo escaparão’ ”. O Grande Conflito, pág. 38.

Satanás Deduz que Terminou o Tempo da Graça


“No tempo de angústia Satanás instiga os ímpios, e eles cercam o povo de Deus para destruí-los. Mas ele não sabe que foi escrito ‘perdão’ ao lado de seus nomes nos livros do Céu”. Review and Herald, 19 de novembro de 1908.
            “Assim como Satanás influenciou Esaú a marchar contra Jacó, instigará os ímpios a destruírem o povo de Deus no tempo de angústia... Ele vê que santos anjos os estão guardando, e deduz que seus pecados foram perdoados; mas não sabe que seus casos foram decididos no santuário celestial”. O Grande Conflito, pág. 618.

Fome da Palavra


“Os que não apreciam, não estudam e prezam ternamente a Palavra de Deus proferida por Seus servos terão por que lamentar-se amargamente no futuro. Vi que o Senhor, em juízo, andará no fim do tempo pela Terra; as terríveis pragas começarão a cair. Então os que desprezaram a Palavra de Deus, os que a tiveram em pouca conta, ‘andarão de mar a mar, e do norte até o oriente; correrão por toda parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão’ ”. Amós 8:12.
“Há na Terra uma fome de ouvir a Palavra”. Manuscrito 1, 1857.

Não Mais Orações Pelos Ímpios


“Os ministros de Deus terão realizado seu último trabalho, oferecido suas últimas orações, derramado sua última e amarga lágrima por uma igreja rebelde e um povo iníquo. Foi dada sua última e solene advertência. Oh, então, quão depressa casas, terras e dólares que foram ambiciosamente acumulados e acalentados, e firmemente agarrados, seriam dados em troca de alguma consolação pelos que professaram a verdade mas não viveram de acordo com ela, para que fosse explicado o caminho da salvação ou para ouvir uma palavra de esperança ou uma oração ou exortação de seus pastores! Mas não! Eles continuarão sentindo fome e sede inutilmente; sua sede nunca será mitigada; eles não poderão obter nenhuma consolação. Os seus casos estão decididos e resolvidos para sempre. É um tempo terrível e espantoso”. Manuscrito 1, 1857.
“Na ocasião em que os juízos de Deus estiverem caindo sem misericórdia, oh! quão invejável para os ímpios será a posição dos que habitam no esconderijo do Altíssimo - o pavilhão em que o Senhor esconde todos os que O têm amado e obedecido a Seus mandamentos! Em tal tempo como esse, a condição dos justos será realmente invejável aos que estiverem sofrendo por causa de seus pecados. Mas a porta da graça estará fechada para os ímpios. Depois que terminar o tempo da graça não serão mais oferecidas orações em seu favor”. The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 3, pág. 1.150.

O Caráter não Pode Ser Transferido


“O Senhor vem com poder e grande glória. Será então o Seu trabalho fazer completa separação entre o justo e o ímpio. Mas o óleo não pode ser transferido para o vaso dos que não o têm. Então se cumprirão as palavras de Cristo: ‘Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Então, estando dois no campo, será levado um e deixado outro’. Os justos e os ímpios devem estar associados no trabalho da vida. Mas o Senhor lê o caráter; Ele discerne quem são os filhos obedientes, que respeitam e amam aos Seus mandamentos”. Testemunhos para Ministros, pág. 234.
“Solene coisa é morrer, mas muito mais solene é viver. Todo pensamento e palavra e ato de nossa vida será novamente enfrentado. O que fazemos de nós mesmos no tempo da graça, isso havemos de permanecer por toda a eternidade. A morte traz a dissolução do corpo, mas não opera mudança no caráter. A vinda de Cristo não nos muda o caráter; fixa-o apenas para sempre, além da possibilidade de qualquer mudança”. Testemunhos Seletos, vol. 2, pág.

Outra Oportunidade não Convenceria os Ímpios


“Devemos aproveitar ao máximo nossas oportunidades atuais. Não nos será concedido outro tempo de graça em que possamos preparar-nos para o Céu. Esta é nossa única e derradeira oportunidade para formar caracteres que nos habilitem para o futuro lar que o Senhor preparou para todos os que obedecem aos Seus mandamentos”. Carta (Ellen G. White) Nº 20, Ano 1899.
‘Não haverá um tempo de graça depois da vinda do Senhor. Os que dizem que haverá, estão enganados e iludidos. Antes que Cristo venha, a situação será semelhante à que existiu antes do Dilúvio. E depois que o Salvador aparecer nas nuvens do Céu, ninguém terá outra oportunidade de obter a salvação. Todos terão feito suas decisões”. Carta 45, 1891.
“Todos serão examinados e julgados de acordo com a luz que tiveram. Os que se desviam da verdade para as fábulas não podem esperar uma segunda oportunidade. Não haverá um milênio temporal. Se, depois que o Espírito Santo trouxe convicção aos seus corações, resistirem à verdade e usarem sua influência para impedir que outros O recebam, eles nunca se convencerão. Não buscaram a transformação do caráter no tempo de graça que lhes foi concedido, e Cristo não lhes dará a oportunidade de passarem outra vez pela mesma situação. A decisão é definitiva”. Carta 25, 1900.

Fonte: Eventos Finais, Cap. 16 - pág. 237-240 – Ellen G. White
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domingo, 4 de novembro de 2012

Quando começou a graça?


Há alguns meses, um famoso pregador pentecostal da atualidade, que mantém um programa diário em horário nobre na TV, disse que a graça só começou a existir depois de Jesus. Segundo ele, antes de Jesus não havia graça no mundo. Para confirmar sua declaração, o aclamado missionário citou o seguinte verso do Evangelho de João: 

"Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (1:17).

Mas... há algum fundo de verdade nisso? 

Primeiramente, precisamos definir o que é a graça divina. 

Uma passagem bíblica chave para entendermos o que significa a graça é a seguinte: 

"pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Rom. 3:23-24).
Vemos que, para Paulo, a graça era a resposta de Deus ao problema do pecado, ou seja, para o pecador arrependido, o Senhor concede um "perdão" especial, uma "absolvição" legal da condenação do pecado. Para o filho de Deus que foi revestido pela "graça" não há mais penalidade dos pecados passados, pois o Senhor Jesus pagou o preço por todos eles ao derramar Seu sangue, inocente, no Calvário. Paulo ainda acrescenta que esta "graça" divina para o pecador é concedida gratuitamente, ou seja, NADA do que o homem faça ou deixe de fazer pode "comprar" este dom precioso de Deus em seu benefício.
No site Bibliaonline, mantido por Adventistas, encontramos também a seguinte definição para a graça:
"No N.T. é aquele favor que o homem não merece, mas que Deus livremente lhe concede - algumas vezes é posta em contraste com a lei (Rm 6.14) - e também exprime a corrente de misericórdia divina, pela qual o homem é chamado, é salvo, é justificado, e habilitado para viver bem e achar isso suficiente para ele (Gál. 1.15 - Efés. 2.8 - Rom. 3.24 - 1Cor. 15.10 - 2Cor. 12.9)".

Esclarecido, então, o que seja a graça, vejamos se há referências a ela no AT.
A Graça no Antigo Testamento

A passagem bíblica considerada por muitos como o primeiro "pacto" de salvação entre Deus e o homem é Gên. 3:15, quando o Senhor promete que, no futuro, o inimigo seria derrotado por um "descendente" da mulher. Isso nos mostra que desde o Éden já foi incutida no homem pecador a esperança de salvação para as consequências terríveis que o pecado traria sobre todos. 

Poderíamos também citar diversos exemplos de pessoas que foram "agraciadas" (rsrs) com o perdão divino, começando pelo próprio casal edênico e passando por personagens muito conhecidos, como por exemplo Abraão, Jacó, Moisés, Raabe, Sansão, etc. 

Mas, e a expressão "graça"? Encontramos ela no AT, com o mesmo sentido com que é tratada no NT? Na minha opinião, alguns dos mais significativos estão nos Salmos: 

"Volta-Te, SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por Tua graça" (6:4). 

"No tocante a mim, confio na Tua graça; regozije-se o meu coração na Tua salvação" (13:5). 

"Não ocultei no coração a Tua justiça; proclamei a Tua fidelidade e a Tua salvação; não escondi da grande congregação a Tua graça e a Tua verdade. Não retenhas de mim, SENHOR, as Tuas misericórdias; guardem-me sempre a Tua graça e a Tua verdade" (40:10-11). É curioso como, aqui, o salmista usa o mesmo vocabulário usado por João no texto citado pelo pregador da TV... 

"e a Ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras" (62:12). 

"Porque a Tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios Te louvam" (63:3).



"Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a Sua graça" (66:20). Este é o meu verso favorito de toda a Bíblia. 


"Quanto a mim, porém, SENHOR, faço a Ti, em tempo favorável, a minha oração. Responde-me, ó Deus, pela riqueza da Tua graça; pela Tua fidelidade em socorrer" (69:13). 


"Responde-me, SENHOR, pois compassiva é a Tua graça; volta-Te para mim segundo a riqueza das Tuas misericórdias" (69:16). 


"Porque o SENHOR Deus é sol e escudo; o SENHOR dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam retamente" (84:11). 


"Justiça e direito são o fundamento do teu Trono; graça e verdade Te precedem" (89:14). 


"Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia" (103:3-4). 


E tantos outros... 


Pelo visto, alguém que não concordaria com o prezado pregador que mencionei acima era Davi. Afinal, ele foi um dos muitos personagens do AT que sabiam por experiência própria que a graça do Senhor já se manifestava naqueles dias. 


Portanto, neste início de semana, é importante saber que a GRAÇA não se iniciou com o ministério terrestre de Jesus, pois a graça, a misericórdia, o perdão... SEMPRE EXISTIRAM, desde quando o pecado passou a ser uma realidade na vida dos filhos de Deus. 


O que Jesus veio fazer foi dar uma revelação mais ampla, mais abrangente sobre este precioso dom divino. Conforme o Comentário Adventista de João 1:17, "João não tem o propósito de insinuar que era mau o sistema revelado por meio de Moisés, em comparação com o que agora era revelado por meio de Cristo, a não ser que, embora era bom o sistema de Moisés, o de Cristo é melhor (ver Heb. 7:22; 8:6; 9:23; 10:34). (...) Ao afirmar que a 'verdade' vem por meio de Cristo, João O identifica como a realidade que era assinalada por todos os símbolos e cerimônias do AT, que não eram mais que uma sombra dos bens vindouros. Em Cristo o símbolo acha seu cumprimento na realidade (Colos. 2:16-17). Em nenhum sentido João indicou que o sistema do AT era falso ou errôneo".
Louvado seja Deus, porque não nos deixa nas trevas em nenhum tema importante para nossa salvação! 


"Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça" (Salmo 66:20). 
Oh glória!
Por Gilson Medeiros

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Salmo 6 - Salvação Pela Graça


Há muitas coisas que podem acontecer com um homem de Deus. Davi era um homem singular: ele era um rei, era um profeta, e, portanto, era um líder espiritual e o povo esperava muito dele. Sua responsabilidade era grande, e ele sabia disso. No entanto, as coisas não estavam indo muito bem com ele, pelo que se pode ver nos seus próprios escritos. Mas, as coisas podiam mudar; assim cria o grande poeta e cantor de Israel.

Muitas vezes não podemos senão ver sombras em nossa vida; as trevas se avizinham, e não temos nenhuma perspectiva de como ver uma luz no final do túnel. Muitas vezes sentimos que as coisas podem piorar, e entramos em pânico. Mas, aqui neste Salmo 6, vemos 4 coisas que aconteceram com Davi, e 4 coisas que podem acontecer com você, 4 coisas que podem acontecer com um cristão sincero.

I – MEDO (v. 1-3)

Davi tinha medo da ira divina. Ele orou: “Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.” No salmo 3:6, ele dissera: “Não tenho medo de milhares do povo que tomam posição contra mim de todos os lados!” Mas agora, ele tinha medo da ira de Deus. E isso pode acontecer com qualquer cristão, que tenha um pouco de sensibilidade espiritual.

De onde vem o medo da ira de Deus? O medo vem por causa do pecado. Adão e Eva estavam felizes no Jardim do Éden. Então, eles cometeram o pecado. Mas Deus não tinha abandonado os Seus filhos e foi procurá-los pela viração do dia, como de costume, mas eles estavam escondidos. E Deus chamou ao homem e lhe perguntou: “Adão, onde estás?” A resposta veio com muitos receios: “Ouvi a Tua voz no Jardim e tive medo e me escondi!” (Gn 3:10).

E agora vemos a Davi, um homem “segundo o coração de Deus”, que estava com medo de Deus! Não é incrível? Um homem que possuía muita luz do conhecimento do seu Benfeitor, agora estava temendo ser repreendido e castigado pela ira de um Deus vingador! Mas como podia acontecer isso com Davi? A razão era a mesma de Adão. Ele havia pecado contra Deus e sabia da gravidade do seu pecado. Ele sentia uma profunda convicção de pecado e temia que Deus o castigasse. Ele sabia que a ira de Deus é despertada pelo pecado. Ele sabia que a ira de Deus era a manifestação da Sua justiça contra o seu pecado.

Ele sentia o peso da culpa, e ele temia a repreensão e o castigo de Deus. Ele foi repreendido por Natã, ele foi repreendido por sua esposa Mical, ele foi repreendido por Joabe, o comandante do seu exército. A repreensão humana, ele podia suportar. Mas tinha medo e grande pavor de ser repreendido e castigado por um Deus irado por causa dos seus pecados. Portanto, ele tinha muitos motivos para orar desse modo: “Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor”.

A grande pergunta é esta: Será que Deus castiga? Ele nos pune por causa de nossos pecados? Há muitas pessoas nesse mundo que tem medo de Deus. Elas foram ensinadas desde a infância a temer um Deus que fica muito irado quando erramos. E muitos pregadores, para contrapor-se a este sentimento, para consolar os que são assim atribulados, adquirem a fama de populares pregando que Deus não castiga a ninguém, porque é um Deus de amor e um pai de amor não castiga os seus filhos pelos erros que cometem.

Mas qual é a verdade? O que a Bíblia diz sobre esse assunto? A Bíblia diz que Adão foi punido pelo seu pecado, e a ira de Deus se manifestou, quando eles foram expulsos do Paraíso. Deus castigou o mundo antediluviano, e destruiu a todos os pecadores. Deus castigou a Sodoma e Gomorra, e Sua ira se manifestou com fogo e enxofre. Deus castigou ao povo de Israel, mandando-os para o exílio assírio e babilônico por causa de seus muitos pecados e transgressões.

E isso não se limita ao Antigo Testamento, porque logo na Igreja primitiva, vemos Ananias e Safira sendo mortos por causa de sua hipocrisia, mentira e roubo. Vemos Herodes sendo morto, por causa de sua blasfêmia e orgulho. E podemos ainda adicionar a ira de Deus se manifestando nas 7 últimas pragas contra o mundo inteiro por causa de seus pecados.

Davi conhecia a Deus e teve de ser castigado algumas vezes por seus erros, porque ele era um rei teocrático, e tinha de ser exemplo de justiça para o povo, além de ter uma grande luz acerca do caráter divino. E a Bíblia ensina que, quanto mais luz tivermos, maior será a repreensão e o castigo (Lc 12: 47-48). E agora, vamos pregar que Deus não castiga, enganando o povo com falsas insinuações? A resposta não é esta. O consolo é outro. A esperança se encontra na Cruz de Cristo, porque lá “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas feridas fomos sarados” (Is 53:5). Jesus Cristo foi castigado por causa dos nossos pecados, e, portanto, não precisamos mais ser castigados.

Entretanto, Paulo ainda nos adverte: “Se vivermos deliberadamente [voluntariamente]em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários... Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10: 26-27,31). Se continuarmos em pecado conhecido, estaremos calcando aos pés o Filho de Deus e ultrajando o Espírito Santo da graça e só podemos esperar um castigo severo (v. 29).

Entretanto, a grande resposta para as nossas almas aflitas é o próprio exemplo de Davi. Ele sabia de tudo: ele reconhecia o seu pecado, sabia do castigo que merecia, conhecia o caráter justo de Deus, sabia que Ele não faz acepção de pessoas.  Mas ele também sabia como Deus age diante de alguém que lhe suplica a misericórdia, e se humilha, reconhecendo o seu pecado e se arrependendo sinceramente. Sabia por experiência que Deus Se inclina para ouvir e atender aos que tem fé suficiente para crer no Seu amor extraordinário, e que está sempre nos dizendo: “Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jr 31:3). Davi é um exemplo de um pecador tremente diante da ira de Deus, mas que vence o seu temor por uma fé inquebrantável na misericórdia de Deus.

Muitas vezes, por causa de nossos erros, o Senhor nos repreende em Sua justiça, mas mistura Sua repreensão com a misericórdia e nos fala por Seus agentes. Pode ser através da esposa, dos amigos, do pregador, ou até por nossos filhos, ou pela simples leitura da Bíblia. Ninguém gosta de ser repreendido. Mas muitas vezes a repreensão de humanos é uma obra de Deus, misturada com Sua compaixão, a fim de velar a Sua ira e nos fazer voltar aos caminhos da justiça.

O que faz o medo da ira divina? Temos que nos livrar desse temor que conspira contra a nossa alma.

1- O medo da ira de Deus enfraquece todo o sistemaV. 2: “Tem compaixão de mim, Senhor, porque eu me sinto debilitado.” Davi suplica pela compaixão divina, porque se sentia enfraquecido, abatido. A compaixão de Deus pode desviar a Sua ira, de tal modo que nos sentimos fortalecidos. O medo da Sua ira pode abater a nossa força física, como um resultado geral de todas as coisas ruins que podem advir desse temor.

2- O medo da ira de Deus debilita a saúde dos ossos. V. 2: “Sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão abalados.” O medo infligido pelo pecado causa a doença do corpo e chega a atingir os ossos. Davi estava com esse grande problema, doente e com dor nos ossos.

Certa vez enquanto um pastor adventista estava fazendo uma conferência numa grande cidade, um homem coxo, de meia idade, e que sofria intensamente, foi levado à plataforma após a conferência. Disse ele para o pregador adventista que todo aquele dia estivera pensando seriamente no suicídio como fim para as suas misérias. Mas, agora, um de seus filhos lhe levara um convite para a conferência que estava sendo pronunciada naquela noite.

Disse ele: “O título de sua conferência me atraiu, e decidi ouvi-lo antes de meter uma bala na cabeça. Talvez o senhor tenha uma feliz solução para a minha vida angustiosa. Nos últimos catorze anos venho sofrendo de reumatismo agudo. Às vezes fico na cama três meses seguidos. Não há remédio que possa curar-me ou aliviar-me.”

Marcaram um encontro para o dia seguinte, e ele contou ao conferencista a sua triste história. Vinte anos antes estivera no caminho da prosperidade. Casara com uma linda jovem e possuía sua casa própria. Então seu pai, um rico homem de negócios, confiou ao filho alguns encargos comerciais. Este tirou vantagem da situação e, mediante processo estritamente legal, privou o pai de grande quantidade de títulos, apropriando-se deles.

Desesperado, afinal, o pai levou o próprio filho diante dos tribunais, sem nenhum resultado. Oprimido pela dor, o pai morreu alguns meses depois. O filho sentiu que havia sido a causa da morte do pai. Depois disto, graças à má administração, e como uma condenação a suas más obras, perdeu tudo, até mesmo o que havia ganho licitamente antes de arruinar o pai. Assim privara a mãe e as irmãs de uma boa herança.

Agora tinha uma grande família. Nos últimos catorze anos, vinha sofrendo de reumatismo que lhe inutilizara os dedos e causava tanta dor que muitas vezes ficava meses sem poder sair da cama. Sua culpa o perseguia e atormentava cada minuto de sua vida.

Acrescentou ele que sua mãe e uma irmã casada estavam vivendo na mesma cidade, de maneira que o conferencista mandou chamá-las no dia seguinte. Depois de haver-lhes falado sobre o assunto, conseguiu que o pobre enfermo fosse recebido. Ali, humildemente pediu perdão à sua mãe e a Deus. Depois de ouvir as palavras de perdão da mãe, um sorriso aflorou-lhe nos lábios, e ele disse: "Este é o meu primeiro momento feliz em vinte anos”.

Como resultado, dois dias mais tarde ele pôde andar com o auxílio de uma bengala e, pouco depois, se locomovia como um jovem! Nunca mais sofreu de reumatismo. Normalizando a situação de sua consciência, ele conseguiu ver melhorada sua saúde e começou a encontrar alegria na vida. O que os médicos e os remédios não puderam fazer, a confissão da culpa logrou alcançar. Agora, ele leva uma vida contente e próspera. Não tem mais ansiedade ou medo de si mesmo, dos outros e de Deus.

3- O medo da ira de Deus aflige a alma: V. 3: “Também a minha alma está profundamente perturbada.” Davi tinha um problema psicológico, que afetava o seu ser completo. A sua alma estava “profundamente perturbada”, com remorso, angústia e dor. E, como nós somos unidades indivisíveis, há uma estreita relação entre a mente e o corpo: “A relação existente entre a mente e o corpo é muito íntima. Quando um é afetado, o outro se ressente”. (E.G.White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. I, pág. 60). Quando a alma está em profunda angústia, o corpo sofre e adoece. Assim se encontrava Davi. A culpa do seu pecado trouxe a doença, o remorso, e o medo de Deus.

Então, ele suplica angustiado: “Tem compaixão de mim, Senhor!” (v. 2). Precisamos de restauração do corpo, da alma e do espírito. Precisamos de mais saúde e isso depende da compaixão divina. Muitas vezes, nós perdemos a saúde por causa de nossos erros e extravagâncias. Necessitamos da compaixão divina, a fim de sermos sarados de nossas loucuras. Mas, também, não devemos abusar da Sua misericórdia.

Ellen White, certa vez foi convidada a orar por um homem casado que apesar das relações conjugais com a esposa, ainda vivia se masturbando, e danificando o seu sistema nervoso e debilitando a sua energia vital. Agora que se encontrava fraco e doente, alguns membros da sua igreja pediram que ela orasse por esse homem vítima de suas paixões baixas, embora ninguém soubesse do que estava acontecendo. Ela, no entanto, foi avisada por Deus que não orasse por esse homem, porque não seria atendida; porque se ele fosse curado, apenas continuaria no pecado, e usaria a saúde para continuar no vício. Seguramente, não devemos abusar da graciosa misericórdia divina que nos mantém vivos para sermos reflexos da Sua glória.

O desespero de Davi estava esmagando a sua alma, e ele faz uma pergunta inquietante: “Senhor, até quando?” (v. 3), diz o salmista. “Até quando?” é o indicador de que as forças do justo estão se exaurindo, se esgotando. “Até quando?” significa o desespero da alma que não agüenta esperar mais. “Até quando?” é o clamor do justo que já suplicou muitas vezes, mas não encontrou a resposta para as suas angústias.

II – SALVAÇÃO (v. 4-5)

A outra coisa que pode acontecer a um cristão em angústia por seu pecado e pelo seu medo é salvação.

1- Davi queria salvação da ira de Deus. Ele sabia por experiência própria o que significava ser castigado por Deus, e ele agora pedia salvação da ira e do furor de Deus contra ele por causa de seu pecado. Então, Davi faz um veemente apelo: v. 4: “Volta-Te, Senhor”. Ele estava com receio e medo da ira de Deus e agora pede que Ele volte da ira para a misericórdia. Que Ele faça o caminho de volta, desviando-Se do Seu furor para a compaixão de que tanto ele precisava.

De fato, salvação é da ira divina. Deus nos salva de Sua própria ira. O apóstolo Paulo disse: “Sendo justificados pelo Seu sangue, seremos por Ele salvos da ira!” (Rm 5:9). Quando chegar o grande Dia do Juízo, quando a ira divina se manifestar nas 7 últimas pragas sobre esse mundo ímpio, nós seremos salvos dessa ira. Mas esta é uma promessa que se aplica também para o tempo presente (Rm 3:26). Somos salvos de Sua ira agora mesmo, porque Deus pode contemplar a Cruz de Jesus Cristo e ver o Seu sangue derramado, fazendo propiciação por nós, que clamamos pela Sua salvação.

2- Davi queria livramento do pecado. Davi disse, no v. 4: “Livra a minha alma”. O pecado aprisiona a alma, o medo encerra o pecador em remorsos. O pecado escraviza o homem e daí ele se encontra sem poder, fraco, abatido, “sem ar, sem luz, sem razão”. “Todo o que comete pecado é escravo do pecado”, disse Cristo. Mas Ele também disse: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8:34,36). Podemos crer na libertação do pecado pelo Filho de Deus. Ele nos liberta do pecado completamente, e agora Se encontra no Céu e intercede por nós.

3- Davi queria salvação de graça. As suas palavras textuais são estas: V. 4: “Salva-me por tua graça.” Davi ora por salvação pela graça. Davi conhecia o Evangelho. Não é admirável? Muitos teólogos populares poderiam se surpreender com uma oração rogando salvação pela graça registrada no Antigo Testamento. Dizem muitos teólogos modernos que há duas dispensações, a Dispensação da Lei, que era a dispensação do Antigo Testamento, quando todos os homens se salvaram pela observância dos mandamentos de Deus; e a Dispensação da Graça, que é a nossa dispensação, do Novo Testamento, quando todos os cristãos podem se salvar pela livre graça de Deus.

Mas isso é uma falsa doutrina. Essa teoria cria a necessidade da existência de duas classes de pessoas redimidas. A 1ª classe formada de pessoas que se jactam de suas realizações; a outra, seria formada de pessoas humildes. Entretanto, jamais teremos no Céu duas classes de salvos, uns que se salvaram pelas obras, e poderiam dizer: “Nós fomos salvos graças aos nossos esforços, porque praticamos as obras da Lei”, e outra classe de cristãos humildes que teriam de confessar: “Nós, pelo contrário, nada temos de mérito em nossa salvação, porque estamos aqui por causa da graça de Deus através de Jesus Cristo, que morreu para nos salvar!”
De fato, tanto o Novo quanto o Antigo Testamento testificam que todos os homens serão salvos pela graça. O apóstolo Paulo disse: “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2:11). Portanto, não pode haver duas dispensações, não pode haver divisões no que se refere ao meio de salvação; todos se salvarão do mesmo jeito como está planejado por Deus, “porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3: 22-24).

O salmista temia a ira de Deus e agora, ele pede que Deus o salve pela Sua graça. Assim é o Evangelho. A salvação nos é dada gratuitamente. “Pela graça sois salvos, mediante a fé.” (Ef 2:8), disse o apóstolo Paulo. Como você se sente quando eu falo da graça? Será que as cordas de sua alma vibram de emoção pela graça maravilhosa de Deus? Você sente o coração cheio de esperança?

Então, Davi argumenta com DeusV. 5: Ele dá uma razão por que deveria ser salvo: “Pois, na morte, não há recordação de ti; no sepulcro, quem te dará louvor?” Davi dirige uma pergunta poderosa para Deus: “Senhor, se eu morrer, como poderei continuar a Te louvar, como poderei me lembrar dos Teus poderosos feitos?” Aqui temos um dos segredos da oração eficaz. Quando você orar e pedir salvação, argumente com Deus nos Seus termos e diga: “Senhor, salva-me por Tua graça, porque se eu morrer, não poderei continuar Te louvando!”, e Deus atenderá à sua oração, pois esse é um argumento muito forte, que fere a sensibilidade do próprio Deus. Se quiser ser atendido, use os argumentos que Deus inspirou.

“Na morte não há recordação de Ti”. Muitos hoje ensinam a consciência após a morte, dizendo que a morte é o momento em que a alma sai de sua prisão corpórea, a fim de estar sempre se lembrando de Deus no Céu, para nunca mais esquecê-lO. Mas se isso fosse verdade, a morte seria uma bênção, procurada pelos filhos de Deus como um meio de recordar a Deus por toda a eternidade. Mas o salmista diz exatamente o contrário: “Na morte, não há recordação de Ti!” Na morte não há consciência de Deus. Portanto, ele quer ser livrado da morte!

Davi não cria na imortalidade da alma. Se ele cresse na teoria de que os mortos justos vão para o Céu após a morte, a fim de louvar a Deus, ele jamais teria dito: “No sepulcro, quem te dará louvor?” Estas palavras não fortalecem o ensino da imortalidade incondicional. Se ele cresse assim, ele teria dito: “No sepulcro, teremos o início de um louvor eterno. Senhor, se eu morrer, haverei de me lembrar de Ti todos os dias da eternidade; se eu descer ao sepulcro, não haverá nenhum problema, porque eu tenho uma alma imortal, e O louvarei para todo o sempre!”

Mas Davi não escreveu isso. Ele declarou que na morte não há consciência, não há sabedoria, não há nenhum conhecimento, nem do que se passa na terra, como também do que se passa no Céu. Ele falou que ao morrer, o homem perde a sua capacidade espiritual de louvar a Deus.

Se aquela teoria popular fosse verdade, a morte seria muito bem-vinda. Mas a morte não é a libertação da alma que se desprende do corpo para festejar a sua liberdade, a fim de subir ao Céu, e dar ao crente a oportunidade de louvar a Deus no Paraíso eternamente. A morte é uma maldição que o pecado trouxe da qual somos salvos por graça de Deus.

Davi não ensina a imortalidade da alma. A única coisa neste salmo que ele ensina sobre a natureza do homem é que a sua alma está “profundamente perturbada”, que o seu espírito está debilitado e que os seus ossos estão abalados fisicamente. Ele sentia a aproximação da morte, mas não pôde dizer que logo iria louvar a Deus no Céu, eternamente, porque não cria nisso, e nem podia crer, por não ser verdade. Portanto, ele ensina muito mais a fragilidade da alma do que a sua imortalidade.

III – O CANSAÇO (6-7)

1- Davi estava cansado de tanto gemer. Davi sentia a sua alma cansada dos resultados fatais do pecado, que incluem o gemido da alma. Isso também pode acontecer com você. O cristão também está cansado de tanto gemer. Disse o apóstolo Paulo: “Também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8:23).

Os cristãos sentem os impulsos da natureza pecaminosa, as insinuações da carne e, muitas vezes, cometem pecado e gemem; isso, mesmo possuindo as “primícias do Espírito Santo”, os Seus primeiros frutos da salvação. Portanto, aguardamos o dia em que teremos o nosso corpo redimido, transformado. Estamos cansados de tanto gemer pelos nossos pecados e pelos de outros irmãos e pelos do mundo? Mas logo virá o Dia de Cristo.  

2- Davi estava cansado das noites indormidasV. 6: “Todas as noites faço nadar o meu leito, de minhas lágrimas o alago.” Ele tinha insônia, e muitas vezes era surpreendido com muitas lágrimas. Davi usa uma figura de linguagem, chamada hipérbole, que ocorre no texto quando o autor fala com exagero, figuradamente. Como disse Olavo Bilac, certa vez: "Rios te correrão dos olhos, se chorares!"  

“Todas as noites”, disse o salmista. Um famoso artista grego, artista do balé, festejado em todo o mundo como um dos maiores artistas do balé internacional, em palavras dramáticas traduziu a angústia de seu espírito, quando ele disse o seguinte: "Todas as noites me inquieto e não durmo! Jamais tenho me encontrado sozinho sem que as minhas mãos tremam, sem que os meus olhos se encham de lágrimas, sem que o meu coração se angustie." E completava: "Não tenho paz."

3- Davi estava cansado de tantas mágoas. Os relacionamentos de Davi eram muito complicados, porque ele era rei, profeta, pai e esposo. Ele era um líder espiritual do povo de Deus. Ele certamente, ocupando essa posição, ele tinha muitos adversários e inimigos. Ele transparecia em seus olhos as mágoas produzidas por tantos adversários. Ele se sentia amortecido e velho, desprezado e infeliz, vitimado pela mágoa da ingratidão.

Davi continua a sua queixa, e desabafa, no v. 7: “Meus olhos, de mágoa, se acham amortecidos, envelhecem por causa de todos os meus adversários.” Os olhos são um reflexo do corpo inteiro; se o corpo está abatido e fraco, certamente, isso será visto nos olhos. Davi estava envelhecendo prematuramente, mais rápido do que ele esperava. Seus olhos não enxergavam mais com a lucidez da juventude; sua cabeça se enchia de cabelos brancos; seus braços não tinham mais a força digna de heróis. Ele se sentia fraco, abatido e velho.

Por que isso? “Por causa dos meus adversários”, diz ele. As suas ameaças, suas perseguições, as suas calúnias, as suas traições – tudo isso conspirava contra a saúde de Davi. Mas quantos eram os seus adversários? Ele fala de “todos”. No Salmo 3:1, ele faz essa declaração: “Senhor, como tem crescido o número dos meus adversários! São numerosos os que se levantam contra mim.” Como não envelheceria Davi com tantos inimigos?

Nós também temos uma multidão de inimigos. Lutero enfrentou milhares de demônios em sua grande obra de Reforma, conspirando contra ele e seu trabalho. E ele sentiu a presença desses demônios, que procuravam matá-lo. A 6 de março de 1521, Lutero foi intimado a comparecer perante a Dieta Imperial em Worms, sendo-lhe assegurado salvo-conduto. Então, quando ele ia chegando àquela cidade, ele disse: “Ainda que houvesse em Worms tantos demônios como há telhas sobre as casas, contudo lá entrarei.” Nós sabemos que muitos deles estão prontos para nos desanimar e nos derrotar e até nos fazer envelhecer prematuramente.

IV – CERTEZA (8-10)

A 4ª coisa que aconteceu a Davi e pode acontecer com você foi a certeza.

1- Certeza de boas companhias. Davi sabe o que são boas companhias e toma providências para que as más companhias não se acheguem a ele. Davi queria ter certeza de que os seus amigos eram sinceros primeiramente com Deus. Então, se dirige aos seus adversários em tons de reprovação, como se estivesse diante deles. V. 8: “Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniqüidade.”

Este é o segredo para você ter boas companhias: Escolher os que são amigos de Deus e “quando os pecadores quiserem seduzir-te” pode dizer para eles com determinação, sem nenhum receio: “Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade!” Estas palavras servem para que saibamos escolher as nossas amizades. O perigo das más companhias é sempre muito grande especialmente para a juventude, mas também para todos. 

2- Certeza do Juízo divino. Davi profeticamente antecipou as palavras que serão pronunciadas no futuro. Cristo as usou no Seu famoso sermão do monte, ao se referir aos perdidos no Dia do Juízo, que pretensamente faziam a obra de Deus, mas a realizavam hipocritamente. Disse Cristo que muitos naquele dia hão de procurar se justificar. “Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mt 7:22-23). De fato, os ímpios dentre o povo de Deus não prevalecerão no Juízo. Não podemos pertencer ao mundo e ao reino de Cristo. Todos quantos não querem abandonar o pecado, todos que se apegam ao pecado ouvirão um dia as palavras da eterna reprovação divina: “Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade!”

Estas palavras foram muito próprias para os inimigos de Davi, em seu tempo. Muitos deles reconheceram que estavam em um caminho perigoso, ao se colocarem contra o rei de Israel, e se arrependeram de suas rebeliões. Outros continuaram em sua teimosia e foram mortos, no início do reino de Salomão.

Estas palavras tem uma força muito grande para produzir um verdadeiro arrependimento. Quando uma pessoa está vivendo em pecado, quando um cristão está acariciando um pecado predileto e ouve estas palavras, e pensa na triste possibilidade de ficar fora da companhia de Cristo eternamente, ele ainda tem a oportunidade de voltar atrás e se arrepender para deixar o pecado e praticar a justiça. “Apartai-vos de Mim todos os que praticais a iniquidade”, serão as palavras de Cristo, o grande Juiz naquele dia memorável.

3- Certeza de salvação. O salmista termina o salmo com esta certeza: “O Senhor ouviu a voz do meu lamento; o Senhor ouviu a minha súplica; o Senhor acolhe a minha oração.” (v. 8-9). Davi tinha orado: “Senhor, salva-me por Tua graça!” Agora, ele declara a certeza de sua salvação: “O Senhor me ouviu.” No início do salmo 5 (5:1), o salmista pede por 3 vezes que a sua oração seja atendida. No final do salmo 6, ele afirma que Deus atendeu a sua oração e isso ele repetiu num paralelismo tríplice.

Davi poderia dizer com certeza que Deus atendia as suas orações. Ana podia dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e eu tive o meu filho Samuel; Daniel podia dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e nos revelou o sonho de Nabucodonozor e nos livrou da morte; Pedro podia dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e me salvou da fúria da tempestade.

Nós também podemos dizer: “O Senhor ouviu a minha súplica” e agora estamos salvos do pecado e da morte, e temos a esperança da salvação e a certeza da vida eterna. Porque a oração que Deus atende mais prontamente é a súplica por salvação pela graça e misericórdia. Você também possui esta certeza? Deus ouve as suas orações? Se isso não acontece, você pode saber por quê? Há alguma coisa que você pode mudar, a fim de conseguir as respostas para as suas orações?

Você tem esta certeza? Você já passou pelo medo, pela salvação, pelo cansaço, e pela certeza? Você está baseado na graça de Jesus Cristo para a sua salvação? Tem o sangue de Cristo para libertá-lo? Se não, por que não dizer: “Senhor, tem compaixão de mim!”, e “Salva-me por Tua graça!”? 

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
prbiagini@gmail.com

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