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terça-feira, 17 de maio de 2016

É Possível ou Impossível o Arrependimento? – Hebreus 6:4-6




“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa Palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-O à ignomínia”.

Estes versos, através dos séculos, têm deixado seus leitores angustiados e perplexos, porque, à primeira vista, parecem ensinar que não há esperança de arrependimento ou de aceitação divina para aqueles que aceitaram a Cristo e depois O rejeitaram.

Para melhor compreensão do problema, Hebreus 6:4-6 deve ser estudado juntamente com as declarações que tratam do mesmo assunto em Hebreus 10:26-31 e 12:15-17, 25-29.

Há várias interpretações sugeridas para solucionar os aparentes paradoxos desta passagem com as demais doutrinas escriturísticas, destacando-se entre estas as arminianas e as calvinistas, apresentadas por Russell Champlin, em O Novo Testamento Interpretado, vol. 5, págs. 537 e 538.

Em uma coisa os comentaristas estão de acordo: há neste trecho referências ao pecado da apostasia.

Declara o Comentário Bíblico Adventista:

“Entre as várias opiniões que têm sido sugeridas, duas são dignas de consideração:

1º) Que a apostasia aqui referida é o ato de cometer o pecado imperdoável (Mateus 12:31-32), uma vez que esta é a única forma de apostasia que é sem esperança.

2º) Que a passagem corretamente compreendida não ensina a absoluta desesperança da apostasia aqui descrita, mas uma desesperança condicional (Hebreus 6:6). A maioria dos comentaristas aceita a primeira alternativa, embora a segunda tenha méritos e possa ser baseada no grego”.

Como bem salientou Cotton: “Nada pode existir nesta passagem que nos leve a duvidar da total misericórdia de Deus, pois, do contrário, esta passagem destruiria o Evangelho”.

Deduzimos da leitura de Hebreus 6:4-6, e das outras passagens correlatas, que Paulo fala de pessoas que propositadamente rejeitaram a Cristo e os princípios do Evangelho.

As afirmações aqui consignadas pelo apóstolo trouxeram sérios problemas para a igreja cristã, especialmente durante as perseguições, quando alguns fraquejaram e posteriormente arrependidos de terem sido tíbios na fé quiseram voltar, muitas comunidades cristãs não queriam aceitá-los escudados em Hebreus 6:6.

A seguinte verdade não pode ser esquecida: Cristo está sempre de braços abertos para receber o mais indigno pecador, que reconhece o erro e apela pelo perdão como nos relata Mateus 18:22 e se comprova na triste experiência de Pedro. Em contrapartida, outra verdade escriturística deve ser lembrada: não há esperança para quem consciente e deliberadamente rejeita os ensinamentos de Cristo e o Seu sacrifício vicário em nosso favor.

Algumas ponderações esclarecedoras:

“Caíram” (6:6) significa não pecados grosseiros, mas, antes, nada menos que apostasia deliberada, uma completa rejeição e execração à fé de Cristo. No que lhes diz respeito (isto é, para si mesmos) tais pessoas expulsam Cristo de suas próprias vidas, ou rejeitam Sua reivindicação de ser o Filho de Deus, por ação similar à daqueles que procuraram livrar-se dEle ao crucificá-Lo. Desse modo expõem Cristo publicamente à vergonha” (O Novo Comentário da Bíblia, editado em português por Russell P. Shedd).

“Há aqui referências aos apostatados do cristianismo, àqueles que rejeitaram todo o sistema cristão e seu Autor, o Senhor Jesus.

O apóstolo se refere também àqueles que se uniram com os judeus blasfemos, chamando a Cristo de impostor, sustentando que Sua morte na cruz foi consequência de ser um malfeitor. Este procedimento tornou impossível sua salvação, porque de maneira obstinada e maliciosa rejeitaram ao Senhor que os resgatara. Ninguém que creia em Cristo como o grande sacrifício pelo pecado e conhece o cristianismo como uma revelação divina está aqui incluído, embora ele possa ter desventuradamente apostatado de algum aspecto da salvação de Deus.

Estão crucificando novamente a Jesus Cristo, isto é, eles mostram abertamente que julgam a Cristo como digno da morte que Ele sofreu, tornando-se um exemplo público por ter sido crucificado.

Isto mostra que é a apostasia final, pela total rejeição do Evangelho e blasfêmia ao Salvador dos homens, que o apóstolo tem em vista neste relato” (Notas de Adam Clarke sobre Hebreus 6:4 a 6).

“Algumas pessoas ficam perturbadas com estes textos, pensando que é possível que eles se refiram ao apostatado comum, que em seu coração jamais rejeitou ao Senhor, e que está constantemente pensando que algum dia voltará a servi-Lo novamente. E muitas vezes, quando ele começa a pensar seriamente em fazer isto o mais depressa possível, então o inimigo das almas o confronta com estes textos, da mesma forma que confrontou o próprio Cristo com textos da Escritura, procurando dar-lhes una aplicação errônea.

“O texto fala de indivíduos que verdadeiramente foram iluminados.Verdadeiramente provaram o dom celestial, e sabem por experiência o que ele significa. Tornaram-se participantes do Espírito Santo. Provaram a Palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro. Sua experiência alcançou as profundezas de um conhecimento definido, de forma que conheceram os explícitos fundamentos do divino dom. E então estes indivíduos se afastam de tudo isto, e, segundo o texto citado dodécimo capítulo de Hebreus, consideram o sangue da aliança, pelo qual foramsantificados, como coisa profana, comum. Desprezaram o Espírito da graça.

“O texto fala de uma deserção real que leva um homem a renunciar a coisas que ele realmente sabe serem a verdade, e a tratar com desrespeito e desprezo o Espírito Santo, cujas influências em toda a sua bendita realidade ele sentiu no próprio coração e vida.

“E tendo desertado desta maneira pode ser prontamente visto que ele se desligou de todas as influências que o atrairiam ao céu, e propositada e determinadamente se colocou numa posição sem esperança e fora do alcance de Deus. O texto mostra que ele fez isto voluntariamente – exercitou sua vontade para fazê-lo.

“Mas o pobre apostatado, em vez de exercitar qualquer poder da vontade simplesmente deixou que sua vontade fosse vencida e destronada pelos persistentes ataques de Satanás; e para todos estes, o Senhor envia muitos apelos graciosos em Sua Palavra, como (Jereremias 35:12-14, 22). De todos os benditos atributos de Deus, há um que Ele destacou como preeminente: O Senhor… tem prazer na misericórdia. Miquéias7:18” (Questions and Answers, F. M. Wilcox, vol. 2, págs. 210-212).

Livro: Leia e Compreenda Melhor a Bíblia, de Pedro Apolinário.

domingo, 24 de junho de 2012

Se o arrependimento é derivado de um ato mau e Deus conhece o fim desde o princípio, como explicar o fato de Deus haver Se arrependido? (Gn 6:6 e 7)

Arrependimento de Deus
Por Alberto R. Timm
A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus.
Já o arrependimento divino é expresso através das palavras hebraica naham e grega metamelomai, que não sugerem qualquer mudança intrínseca na mente de Deus, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as criaturas. Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento humano, que acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma bênção divina que lhes fora prometida ou de um castigo divino que lhes deveria sobrevir.
O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de Suas bênçãos e de Seus castigos em Jeremias 18:7-10: “No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também Eu me arrependerei do mal que pensava em fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de uma nação ou de um reino para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der ouvidos à Minha voz, então, Me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.”
Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos antediluvianos e dos ninivitas. Em Gênesis 6:6 e 7 é dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam degenerado a tal ponto que a única solução para eles seria a sua destruição (ver Gn 6:5). Por semelhante modo, Jonas 3:10 diz que “Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas, não porque Ele houvesse mudado, mas porque estes se converteram completamente de seus maus caminhos (ver Jn 3:5-9).
Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para que Se arrependa (ver Nm 23:19; I Sm 15:29; Sl 110:4; Hb 6:17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu relacionamento com os seres humanos (ver Dt 7:9 e 10). Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas as possíveis mudanças no comportamento humano.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Plano da Redenção para os anjos!




Imagino Jesus, o Miguel, fazendo assim com um
 anjo contaminado por Lúcifer,
 mas arrependido pelo Espírito Santo!

Por que Jesus morreu pelos humanos caídos e não pelos anjos caídos? Por que estes não tiveram uma segunda chance? Ou eles tiveram até a cruz? Lúcifer conheceu o plano da Redenção antes da fundação do mundo? (Jammily Oliveira, Maceió-AL)


“Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu.” (Cl 1:20, NTLH).


“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (ARA).


“Foi por meio do seu Filho que Deus reconciliou consigo todas as coisas, no céu e na terra, pois a morte de Cristo na cruz trouxe para todos a paz com Deus através de seu sangue” (NBV).


Esse texto paulino talvez sugira que Jesus morreu também para solucionar problemas celestiais, não somente terrenos, como a queda de anjos, por exemplo! Por outro lado, Paulo pode querer se referir aos pecados humanos registrados no Santuário celestial, como ele escreveu aos Hebreus (Hb 9:23).


No entanto, Paulo não foi o único a escrever sobre “problemas celestiais”. Judas, possível irmão do Homem Jesus, por parte do esposo de Sua mãe Maria (cf. Mt 13:55, Gl 1:19 e Jd 1), menciona em sua carta sobre anjos “que não guardaram o seu estado original” (verso 6)! Seria o caso de, alguns dentre esses, terem se arrependido e recebido o perdão de Deus sem haver a necessidade de serem expulsos do Céu com Lúcifer? João escreveu: “o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo 38). Poderíamos visualizar este princípio no contexto da sedição de Lúcifer no Céu? Claro que sim, pois “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13:8)! Vamos organizar cronologicamente, então, as ideias e os eventos pré-históricos (e históricos) para encontrarmos respostas:
  a)  Criação de Lúcifer. “No dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus” (Ez 28:13,14).
  b)  Origem do pecado e do mal, ou seja, da transgressão da Lei de Deus (I Jo 3:4). “Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15, NVI).
  c)  O Filho de Deus Se manifesta para destruir as obras do diabo (I Jo 3:8). “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20, ARC). Afirmar que isto só vale para pecadores humanos contradiz a imparcialidade e a imutabilidade do caráter de Deus!
  d)   Disseminação das ideias de Lúcifer no Céu e contaminação de outros anjos. “Pela abundância do teu tráfico, encheram de violência o teu interior, e pecaste” (Ez 28:16, Tradução Brasileira). “Anjos... pecaram” (II Pe 2:4). “Com a cauda ele [o dragão Satanás, cf. Ap 12:9] arrastou do céu a terça parte [talvez um número não literal devido o contexto simbólico] das estrelas [ou seja, dos anjos de Deus, cf. Jd 13 e Ap 1:20]” (Ap 12:4, NTLH).
  e)  O Senhor Jesus consegue destruir as obras do diabo na vida de alguns dos anjos contaminados. Evidências bíblicas:
i)                           Apenas os anjos que “não ficaram dentro dos limites da autoridade concedida a eles” (Jd 6, NBV) e “pecaram” (II Pe 2:4, ARC) que Deus não perdoou! Fazendo uma comparação com os pecadores humanos: “Tornou Moisés a JAVÉ e disse: Ora, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste. Então, disse JAVÉ a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:31-33). Certamente JAVÉ agiu assim também para com os pecadores angélicos, para com aqueles que pecaram contra o Senhor Espírito Santo (cf. Mc 3:29).
ii)                         “Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” (I Co 6:3). Ora, se os justos julgarão os próprios salvos e os perdidos, durante o milênio (I Co 6:2, Ap 20:4 e Mt 19:28), não é invenção dizer que os anjos a serem julgados pelos mesmos justos durante os mil anos, são os anjos salvos e os anjos perdidos! Afinal, os anjos que não precisaram da redenção de Jesus, necessitam do julgamento?!
iii)                       Paulo chama os anjos de “eleitos” (I Tm 5:21) ou “escolhidos” (TB). O mesmo ele faz com pecadores humanos que aceitaram o convite da graça e foram justificados por Jesus! “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). A mesma palavra εκλεκτός aparece em Mt 22:14, “muitos são chamados, mas, poucos, escolhidos”. O sentido de muitos é todos os pecadores humanos, pois Jesus afirmou que veio salvar os perdidos (Lc 19:10); e Sua morte foi por “todos” (I Tm 2:6). Todos são muitas pessoas, obviamente, de modo que, os “escolhidos” são aqueles que foram chamados dentre todos e aceitaram o chamado! Aplique isto ao tráfico de informações mentirosas sobre o caráter de Jesus que Lúcifer espalhou no Céu, a consequente contaminação sobre uma quantidade de anjos não mencionada nas Escrituras, o trabalho de Jesus para destruir as obras do diabo na mente dos anjos, Seu êxito em alguns dos afetados e infectados, ou seja, Seu “chamado” a todos os anjos contaminados pelo veneno da serpente e a aceitação deste convite da graça por parte dos anjos “escolhidos”! Infelizmente, o autor do mal preferiu se tornar a serpente, em vez de aceitar o perdão divino.
  f) Pecado eterno por parte dos anjos rebeldes que não aceitaram o “chamado” de Deus e a eterna expulsão deles do Céu! “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás,” (Ap 12:7-9). “Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno [tártaro no grego], os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (II Pe 2:4, ARC).
   g)   Diálogo semiaberto entre os anjos não caídos e os caídos.
por (Hendrickson Rogers)

sábado, 10 de março de 2012

O Arrependimento de Deus e do Homem

O leitor da Bíblia ao chegar a passagens como Gênesis 6:6; I Samuel 15:11 e Jonas 3:10 que declaram que Deus se arrependeu e posteriormente confrontá-las com Números 23:19;I Samuel 15:29; Salmo 110:4 e Hebreus 6:17 que afirmam ser impossível que Deus se arrependa, pensará que existe grande contradição na Palavra de Deus quanto ao arrependimento divino.
Com a finalidade de dissipar dúvidas sobre a veracidade da palavra inspirada e para que declarações aparentemente conflitantes sejam esclarecidas esta monografia foi preparada. Para que este objetivo seja alcançado é necessário pesquisar diretamente nas línguas originais em que o Velho e o Novo Testamento foram escritos, porque estas nos fornecem elementos convincentes.

O Que é Arrependimento?

Afirmou Billy Graham que se o vocábulo arrependimento pudesse ser descrito com uma palavra, ele usaria o vocábulo renúncia. E esta renúncia seria o pecado.
O primeiro sermão pregado por Jesus foi: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”
Devemos a salvação unicamente à graça de Deus, mas a fim de que o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário se torne eficaz ao crente, é preciso que ele se arrependa do pecado e aceite a Cristo através da fé.
O arrependimento é mencionado 70 vezes no Novo Testamento. Jesus disse: “. . . se, porém não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.”
Que significaria a palavra arrependimento para Jesus?
Qualquer um de nossos dicionários a definirá como “sentir tristeza, ou lamentar.” Porém, a palavra no original hebraico e grego tem uma conotação muito mais ampla por significar mais do que lamentar e sentir tristeza pelo pecado.
Arrependimento na Bíblia significa “mudar ou voltar-se”. A Palavra indica que deve haver uma completa mudança no indivíduo.
Pedro mostrou com seu arrependimento que estava disposto a transformar sua vida, a seguir uma nova direção. De outro lado, Judas entristeceu-se, sentiu remorso, mas não se arrependeu.
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “arrependimento é sinônimo de compunção, contrição. Insatisfação causada por violação da lei ou de conduta moral e que resulta na livre aceitação do castigo e na disposição de evitar futuras violações.”
Como um termo teológico é o ato de abandonar o pecado, aceitando a graciosa dádiva da salvação de Deus, entrando para o companheirismo com Ele.
Arrependimento evangélico tem sido definido como mudança de pensamento, que leva a novo modo de agir. Em outras palavras, é a revolta consciente e definitiva do homem contra seu próprio pecado.
Arrependimento significa tornar-se outra pessoa. “Se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de medo algum entrareis no reino dos céus”. Mateus18:3.
Russell Norman Champlin assim define arrependimento:
1º) “É um ato divino que transforma o homem, mas que depende de reação positiva do homem, uma vez inspirada pela fé.”
2º) “É o começo do processo da santificação.”1
“Consiste de uma revolução naquilo que é mais determinativo na personalidade humana, sendo o reflexo, na consciência, da radical mudança operada pelo Espírito Santo por ocasião da regeneração.”2

Arrependimento no Velho Testamento

No hebraico são encontrados dois vocábulos para expressar a idéia de arrependimento.
1. hbb – Naham. É o arrependimento de Deus e corresponde ao grego metamélomai. As seguintes passagens bíblicas confirmam a sua existência. Gênesis 6: 6 e 7; Êxodo 32: 14; Jonas 3:9 e10.
Deus é imutável em seu ser, na sua perfeição e em seus propósitos. O arrependimento divino não traz mudança do seu ser, do seu caráter, mas apenas mudança em sua maneira de tratar com os homens. O arrependimento de Deus é uma referência à alteração que se realiza na sua relação para com o homem. O exemplo dos ninivitas nos ajuda a compreender o arrependimento de Deus. A cidade não foi destruída porque o povo se arrependeu de suas más obras. Deus mudou o seu tratamento devido à mudança operada no povo. O arrependimento de Deus (Naham) foi uma conseqüência do arrependimento do povo (Shubh).
Na International Standard Bible Encyclopaedia, vol. IV, pág. 2.558 se encontra a seguinte explicação:
“A palavra hebraica Naham é um termo onomatopaico, que significa dificuldade em respirar, como gemer, suspirar, e também lamentar, magoar-se, compadecer-se e, quando a emoção é produzida pelo desejo do bem dos outros, chega a significar compaixão e simpatia; quando, porém, se refere ao próprio caráter e atos, significa lastimar, arrepender-se. A fim de adaptar a linguagem à nossa compreensão, Deus é representado como alguém que se arrepende, quando retarda as penalidades que tem de aplicar ou quando o mal a sobrevir é desviado por ter havido uma reforma genuína (Gênesis 6:6; Jonas 3:10).”
II. dd` – Shubh – arrependimento do homem.
Este vocábulo hebraico corresponde ao grego metanoéo.
A palavra significa girar, voltar ou retornar, e é aplicada quando a pessoa deixa o pecado e se volta para Deus de todo o coração.
Se pecado etimologicamente significa falhar em atingir o alvo, desviar-se do caminho certo; arrepender-se é retornar ao caminho correto ou total retorno da pessoa a Deus.

O Arrependimento no Novo Testamento

Assim como há no hebraico duas palavras, uma para expressar o arrependimento divino e outra o humano, existem também em grego duas diferentes palavras para transmitir estes dois tipos de arrependimento.
I. O verbo usado em grego para o arrependimento de Deus é metamelomai – metamélomai.
Metamélomai pode ser traduzido por pesar, sentir tristeza, remorso, mudança de sentimento. Ter cuidado ou preocupação por alguém ou alguma coisa. Etimologicamente significa mudar uma preocupação por outra.
Possuindo Deus caráter e atributos imutáveis Ele é perfeito, logo não pode mudar nem para melhor nem para pior. No entanto, a imutabilidade divina não consiste em agir sempre da mesma maneira. Há casos e circunstâncias que podem ser alterados.
Strong nos esclarece sobre a imutabilidade de Deus:
“Deus, embora imutável, não é imóvel. Se Ele, coerentemente, segue um curso de ação segundo a justiça, Sua atitude precisa ser adaptada á toda mudança moral nos homens. A imutável santidade de Deus requer que Ele trate os ímpios diferentemente dos justos.
“Quando os justos se tornam ímpios, seu tratamento a respeito destes deve mudar. O sol não é volúvel ou parcial porque derrete a cera, enquanto endurece o barro; a mudança não está no sol, mas nos objetos sabre os quais brilha. A mudança no tratamento de Deus para com os homens é descrita antropomorficamente como se ocorressem mudanças no próprio Deus.”3
II. Metanoeo – metanoéo é o verbo usado em grego para o arrependimento do homem.
Dicionários e comentários nos informam que significa:
a) Uma mudança de mente, de pensamento
b) Literalmente significa pensar diferentemente.
c) Teologicamente a palavra inclui não somente mudança da mente, mas uma nova direção da vontade, propósito e atitudes.
O verbo metanoéo é usado em o Novo Testamento 32 vezes.
O arrependimento inclui três aspectos:
1º) O aspecto intelectual, ou seja, o reconhecimento, pelo homem, do erro de sua vida, sua culpa diante de Deus, sua incapacidade para, em suas próprias forças agradar a Deus. Sendo o homem um ser intelectual, Deus somente se agrada em ser adorado por meio de um processa racional.
2º) O aspecto emocional – tristeza pelo seu pecado como uma ofensa contra um Deus santo e justo. Os sentimentos não são equivalentes ao arrependimento, mas podem conduzir a um verdadeiro arrependimento, porque o verdadeiro arrependimento não pode provir de um coração frio ou indiferente.
3º) O aspecto da vontade ou volitivo – mudança de propósito, resolução íntima contra o pecado e disposição para buscar de Deus o perdão, purificação e poder. Este é o mais importante dos elementos, pois Deus pode apelar à pessoa para se converter, chamá-la ao arrependimento, mas como Deus dotou o homem com o livre arbítrio, somente este pode ou não aceitar o perdão divino; somente o próprio homem pode escolher arrepender-se ou não.
Apesar das ponderações anteriores, o arrependimento, no mais profundo sentido está além das forças ou do poder humano. Ellen G. White declara: “O arrependimento, bem como o perdão, são dons de Deus por meio de Cristo.”4
É importante compreender (como insiste Morris Venden, o autor de Meditações Matinais, 1981, nos dias 22 a 31 de maio) esta verdade fundamental. Não podemos primeiro arrepender-nos para depois ir a Cristo. Devemos ir a Ele como estamos e Ele irá transformar a nossa vida.
Paulo em Romanos 2:4 nos asseverou com muita objetividade que é a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento.
O arrependimento é um passo decisivo na vida do cristão, desde que a Bíblia no-lo apresenta como uma das condições para a salvação. As seguintes citações bíblicas corroboram para esta afirmação:
Mat. 3:1 e 2 – “Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia, e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”
Mat. 4:17 – “Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”
Luc. 13:3 – “… Se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.”
A Pena abalizada de Ellen G. White confirma a nítida distinção entre o arrependimento divino e humano.
“O arrependimento de Deus não é como o do homem. ‘Aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa.’ I Samuel 15:22. O arrependimento de Deus implica uma mudança de circunstâncias e relações. O homem pode mudar sua relação para com Deus, conformando-se com as condições sob as quais pode ser levado ao favor divino; ou pode pela sua própria ação, colocar-se fora da condição favorável, mas o Senhor é o mesmo, ontem, hoje e eternamente. Heb. 13:8.”5
“O arrependimento quando referente a Deus significa uma mudança de atitude, ou um voltar atrás. Nesse sentido é que a expressão é usada em I Sam. 18:8. Deus não modifica seu propósito, porém o homem, sendo um agente moral livre, pode modificar a realização do propósito divino. O relato de Jonas sobre a destruição de Nínive nos mostra que houve uma mudança de atitude com relação a Deus, e Ele também mudou Seu procedimento, isto é, arrependeu-se do mal de que lhes ameaçara.”6

Dois Exemplos Distintos de Arrependimento Encontrados na Bíblia

1º) O arrependimento de Pedro.
Após a negação do Mestre, quando o olhar compassivo e perdoador de Cristo lhe penetrou na alma, ele se rendeu à influência benfazeja do amor. Lucas 22:62 afirma que ele chorou amargamente. Esta é a tristeza que opera o arrependimento que conduz à salvação – II Cor. 7:9-10. O arrependimento de Pedro foi o metanoéo que modificou toda a sua vida. Ele estava triste por causa do seu pecado. Sua trágica queda por ocasião do julgamento de Cristo, seguida de seu arrependimento e subseqüente reabilitação, aparece como sendo o ponto de conversão de sua vida e caráter. Daí por diante, e com uma única exceção (Gál. 2:11-13), ele nos é apresentado como nobre apóstolo, com dignidade, coragem, prudência e firmeza de propósito.
2º) O arrependimento de Judas.
Em Mateus 27:3 se encontra o verbo metamélomai, que em algumas traduções aparece traduzido por arrepender-se, mas o seu arrependimento foi somente no sentido de tristeza ou remorso pelo seu pecado, e não no sentido de mudança de vida, de abandono do pecado. Essa tristeza segundo o mundo é a que opera a morte (II Cor. 7:10).
Judas não sentiu profundo pesar por haver traído a Cristo, mas tristeza por perceber que seus planos falharam.
O verbo metamélomai foi usado porque o seu arrependimento foi apenas mera tristeza, desespero, sem nenhuma mudança da mente (metanoéo).
Cristo sabia que o traidor não se arrependera verdadeiramente.
A pena inspirada confirma esta declaração:
“Até dar esse passa Judas não passara os limites da possibilidade de arrependimento. Mas quando saiu da presença de seu Senhor e de seus condiscípulos, fora tomada a decisão final. Ultrapassara os termos.”7

Conclusão

A idéia principal na afirmação de que Deus se arrependeu, nada tem a ver com falhas e pecados como acontece com o homem, mas apenas a sua mágoa com o mau procedimento humano e o seu desejo de sustar o curso do mal.
Rendamos sempre graças a Deus porque no seu infinito amor ele se entristece com o nosso pecado e muda o seu tratamento, quando nos arrependemos de nossas obras más.
Deus é imutável, mas a mutabilidade humana faz com que ele mude o seu trato para conosco.
Referências
1. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. III, pág. 68.
2. O Novo Dicionário da Bíblia, vol. 1, pág. 141.
3. A Teologia Sistemática de Strong, pág. 124.
4. Testemunhos Seletos, de Ellen G. White, vol. II, pág. 94.
5. Patriarcas e Profetas, de Ellen G. White, pág. 630.
6. SDA Bible Dictionary
7. O Desejado de Todas as Nações, de Ellen G. White, págs. 654 e 655.
Extraído do livro “Explicação de Textos Difíceis da Bíblia” de Pedro Apolinário, Professor de Grego e Crítica Textual no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Série Verdades Bíblicas com Cid Moreira - 5 Fé, Arrependimento e Confissão

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Arrependimento Falsificado

domingo, 2 de outubro de 2011

Que Fazer com o Sentimento de Culpa?

De todos os conflitos emocionais que atribulam o coração, um dos mais generalizados e mais difíceis de superar é o sentimento de culpa. Este nasce da consciência e convicção que tem o homem de sua própria pecaminosidade.
O sentimento de culpa é uma convicção natural que surge como consequência de nossas próprias faltas. É uma consequência do pecado; desse mesmo pecado que nos separa de Deus, nos entristece, e é capaz de conduzir-nos ao desespero e à ruína, se não for aplicado o grande remédio. Por outro lado, há uma forma – e uma só – de terminar com o sentimento de culpa: é a que veremos a seguir neste estudo.
O rei Davi depois de haver caído numa grave falta moral, expressou a angústia e abatimento que o dominavam, nestas significativas palavras: “Envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a Tua mão pesava dia e noite sobre mim; e o meu vigor se tornou em sequidão de estio” (Salmo 32:3-4). E logo acrescentou, numa sentida oração que dirigiu a Deus: “Não me repulses da Tua presença, nem me retires o Teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da Tua salvação” (Salmo 51:11-12).
Por que perdera a alegria? Por que estava angustiado? Era o pecado que o desesperava. Era o sentimento de culpa, consequente da violação da lei de Deus, que o submergia nessa profunda tristeza. E rogava ao Senhor que não o privasse de Sua presença e que, graças ao maravilhoso remédio provido por Seu amor, lhe devolvesse a alegria dasalvação que dele fugira.
A condição de Davi é típica da experiência de milhares de homens e mulheres que em nossos dias vivem perplexos, oprimidos por um tremendo drama interior, angustiados por um problema para o qual não encontram solução satisfatória.
Que fazer, pois, com o sentimento de culpa?
A única esperança de reconquistar a paz e a felicidade é o retorno da alma a Deus, fonte única e suprema de toda felicidade. Porém, como o pecado abriu um abismo entre nós e nosso Criador, Cristo, com Sua vida de perfeita justiça e Sua morte expiatória, estendeu a ponte que nos permite o acesso a nosso Pai celestial.
Por meio de Jesus, e mercê de nossa fé nEle, conseguimos a reconciliação com Deus. Aceitando-O como nosso Salvador pessoal, como nosso Substituto que paga o preço de nossa redenção, e voltando-nos para Ele, entregando-Lhe nossa vida, recebemos como dom gratuito, outorgado pela graça do Senhor, a justificação.
Desejamos investigar agora na Palavra de Deus como se processa nosso encontro com Cristo; o que significa recorrer a Ele; o que nos induz a nEle depositar nossa fé.
Porque a fé é um princípio ativo que se traduz em ação. E nossa fé em Jesus, nossa aceitação do Seu sacrifício, nos leva a dar dois passos, que especificamente, tornam possível nossa justificação, eliminam o sentimento de culpa, e nos convertem em beneficiários do perdão de Deus e da paz que só Ele nos pode dar. Referimo-nos ao arrependimento e confissão.

O Arrependimento

O arrependimento é uma atitude da mente, um estado da alma, que constitui a primeira condição indispensável para que Cristo aplique em nossa vida Sua virtude curadora.
Quando São João Batista pregava a mensagem de reforma às margens do rio Jordão dizia: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus” (Mateus 3:2).
Na memorável ocasião em que São Pedro pregou de Cristo a uma vasta multidão, o dia de Pentecostes, os circunstantes, tomados de uma profunda convicção de sua pecaminosidade, exclamaram suplicantes: “Que faremos, irmãos?” O apóstolo respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão de vossos pecados” (Atos 2:37-38).
Mais tarde, falando em Jerusalém, deu a mesma instrução fundamental: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (Atos 3:19).
No arrependimento verdadeiro que, juntamente com a confissão, cura a alma de sua culpabilidade e lhe devolve a paz, há três elementos básicos:
1) Reconhecimento do pecado, falta ou imperfeição do caráter.
2) Tristeza pelo pecado.
3) Repúdio, isto é, desejo de abandoná-lo.
Não é mero temor ao castigo ou terror em face das consequências do mal praticado, mas uma tristeza pelo pecado em si, mágoa por haver ofendido a nosso amante Pai celestial. O mero temor pelos possíveis resultados não proporciona alívio nem atrai o perdão e a salvação. Ao contrário, submerge a pessoa na angústia. Tal é o caso de Judas, cujo medo o levou ao desespero e ao suicídio. Tal também o caso de Esaú, que só quis livrar-se das consequências da profanação em que incorreu ao vender os benefícios espirituais da primogenitura por um prato de lentilhas. Porém seu falso arrependimento não o fez odiar o pecado e abandoná-lo, mas persistiu numa vida depravada.
O arrependimento salvador que, permite ao Senhor proporcionar à alma Sua graça redentora, é, por outro lado, resultado da obra do Espírito de Deus no coração. Uma das funções do Espírito Santo é, conforme explica São João, convencer o homem do seu pecado (João 16:8).
Cada vez que o ser humano sente uma leve insinuação que no íntimo de sua consciência o faz experimentar pesar por haver agido mal, ou pelos defeitos de seu caráter, pode estar seguro de que se trata da obra benéfica e poderosa do Espírito divino que o está guiando ao arrependimento. Portanto, ao indivíduo compete responder-Lhe, pois de outra sorte, desprezando-O com indiferença, contrista o Espírito Santo e endurece seu coração, tornando-o menos sensível a essa voz celestial que o chama (Efésios 4:30).
Em compensação, quando o coração não se endurece, mas reconhece sua necessidade de Deus, quando cede à suave influência do Espírito Santo, o pecador começa a compreender a santidade da lei divina, e sente o terror de aparecer tal como é, com sua impureza, à vista de Deus. Anela ser purificado e restituído à glória do Céu, e coloca-se em situação de permitir ao Senhor favorecê-lo com Sua graça perdoadora e purificadora.
Um coração orgulhoso, cheio de presunção, não vê suas debilidades nem percebe seus pecados, fecha as portas para a graça de Deus. Por outro lado, o arrependimento sincero, a convicção e reconhecimento da própria pecaminosidade, ensejam a benção e favor divinos.
Para ensinar esta grande verdade Jesus relatou a seguinte parábola: “Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um fariseu e o outro publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças Te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê, propício a mim, pecador ! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta, será humilhado; mas o que se humilha, será exaltado” (Lucas 18:10-14).
De fato, o reconhecimento de nossa premente necessidade, e a contrição do coração, constituem o maior argumento ante o trono do Altíssimo, para conseguir a justificação por meio de Cristo, e por conseguinte, o perdão e a paz.

A Confissão

Jesus disse uma vez aos fariseus: “Os sãos não precisam de médico” (Lucas 5:31). Na realidade, a Bíblia nos ensina que “não há justo, nem seque rum…pois todos pecaram” (Rom 3:10 e 23). Porém lamentavelmente há pessoas que pensam estar sãs, e assim impossibilitam a maravilhosa ação terapêutica de Cristo, o grande Médico do Céu. O melhor remédio nada fará pelo enfermo que não reconheça sua condição e esteja disposto a tomar o medicamento.
A confissão é o segundo passo que o homem dá para alcançar a justificação pela fé. O pecador, arrependido, humilhado e contrito, consciente de seu pecado, apresenta-se diante do Senhor, e exercendo fé no sacrifício de Cristo, confessa suas faltas e perde perdão.
A confissão é o complemento indispensável ao arrependimento, para obter a justificação pela fé. “O que encobre as suas transgressões” – dizem as Escrituras – “jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Provérbios 28:13).
Sendo assim, como se deve fazer a confissão? Infelizmente, nesta matéria, assim como em várias outras, o cristianismo popular, apartando-se do claro ensinamento da Bíblia e do único método propiciado pelas Escrituras e reconhecido por Deus, incorreu num grave equívoco.
Conforme as Escrituras, o grande Livro de Deus, base única de nossa fé, a confissão auricular é de todo ineficaz e inoperante, e ademais, a experiência dá testemunho de seus graves prejuízos e más consequências.
A Bíblia ensina que a confissão deve ser feita a deus, não a um homem. Lemos: “Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e Tu perdoaste a iniquidade do meu pecado” (Salmo 32:5). Note-se aqui que a confissão é feita “ao Senhor” e não a um ministro.
Como demonstração categórica de que nenhum ministro tem a faculdade de receber confissões e pronunciar a absolvição, e que estas funções pertencem exclusivamente a Deus, vemos o claro ensino do próprio apóstolo São Pedro, que, ao condenar uma vez o delito de simonia, disse ao culpado: “Arrepende-te, pois, da tua maldade, e roga ao Senhor; talvez que te seja perdoado o intento do coração” (Atos 8:22). São Pedro não se arrogava atribuições de perdoar ou absolver a este pecador, e o instruiu para que se arrependesse e elevasse sua confissão diretamente a Deus.
Graças a Deus não necessitamos ir com as intimidades de nossa vida a um ser humano, tão falível quanto nós, mas podemos recorrer diretamente a Cristo, que é nosso Sumo Sacerdote e nosso melhor amigo. O homem perverteu o plano de Deus para obter sua libertação do sentimento de culpa. A confissão auricular e a psicanálise são deformações, substitutos pobres e inoperantes do método bíblico, autorizado pelo Céu, e único sistema eficaz.
À base de todo problema emocional há, em geral, um problema moral. À base de todo conflito há, de ordinário, a transgressão de um princípio moral. E o pecado é eliminado pelo arrependimento e confissão. A psicanálise não cura: só pode aclarar, na melhor das hipóteses, a confusão mental. A confissão auricular não cura a alma. Unicamente o arrependimento e a confissão, nos podem livrar do sentimento de culpa, se praticados conforme indica a Bíblia.

Método para Falar com Deus

O cristão tem o privilégio de falar com Deus como a um amigo e abrir-Lhe plenamente seu coração por meio da oração. A oração é a prece elevada ao Senhor de forma espontânea, e neste sentido diferencia-se fundamentalmente da reza, que é a repetição de uma fórmula escrita por outrem. É o diálogo livre da alma com seu Deus.
Pela oração expressamos louvores e gratidão a nosso pai Celestial, que nos cumula de graça, todos os dias. Em oração levamos a Deus nossas angústias, fardos e aflições, e Lhe apresentamos todos os problemas, pedindo-Lhe Sua graça, direção e ajuda, pois Ele tem uma solução para cada um deles. Pela oração colocamos, todos os dias, nossos planos aos pés de Cristo, para pedir-Lhe que nos guie pelas Suas providências.
Por meio desta conversação íntima com deus confessamo-Lhe de forma específica e detida todos nossos pecados, nossos erros, faltas, imperfeições, e Lhe pedimos perdão conforme a sua promessa. Pois a confissão não deve ser feita de modo ligeiro ou de forma descuidada, mas ser sincera, profunda, específica e mencionar pecados particulares.
É também por meio da oração que pedimos a Deus Seu poder e graça para vencer o pecado e sobrepormo-nos ao mal, para viver uma vida triunfante e feliz sobre a qual a tentação deixe de ter império.

A Benção do Perdão

São João escreveu: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9). De sorte que, se nossa contrição é sincera, nosso arrependimento profundo e nossa confissão franca e completa, teremos fé em Cristo como nosso Salvador e abrigaremos a absoluta segurança de que Deus cumprirá Sua promessa; e antes de levantarmos os joelhos, agradeceremos a deus pela benção do perdão.
Saíremos de nossa audiência com deus, realizada na intimidade de nossa câmara secreta, totalmente aliviados, reconfortados e felizes, porque o peso da culpa terá desaparecido para sempre.
“Quanto dista o Oriente do Ocidente” – nos diz a Palavra inspirada – “assim afasta de nós as nossas transgressões” (Salmo 103:12). “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miquéias 7:19). Graças a Deus por estas categóricas promessas. É realmente admirável o resultado do arrependimento e confissão: como põe em ação o amor e a misericórdia de Deus, e enchem a alma de paz.
Mahatma Gandhi, grande líder da índia, não era cristão, porém cria na paternidade de Deus. Certo dia, quando criança, furtou dinheiro de seu pai e comprou carne. Ao deitar-se naquela noite não tinha paz no coração. Depois de horas de agonia, saltou da cama e , não se animando a falar diretamente com o progenitor, escreveu a confissão.
Foi então à habitação onde este jazia enfermo, e lhe entregou a nota. À medida que este lia a confissão do filho, corriam-lhe profusamente as lágrimas pelas faces. O rosto triste, porém perdoador e cheio de amor daquele pai, nos dá uma imagem exata de nosso Pai celestial, que está desejoso de perdoar nossos pecados, porque nos ama entranhavelmente.
Com razão diz o salmista: “Bendize, ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de Seus benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida, e te coroa de graça e misericórdia” (Salmo 103:2-4).
Quão desesperadora é a agonia do que não confessa seus pecados, e quão maravilhosos a paz e gôzo do homem que foi perdoado. Na experiência do rei Davi achamos um contraste notável e exemplificador. Vejamos seu estado antes de haver confessado seu pecado: “Enquanto calei” – disse ele “os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus gemidos todo o dia. … E o meu vigor se tornou em sequidão de estio” Achava-se enfermo, com os ossos envelhecidos, gemendo pelo tormento e angústia.
Porém logo se produz uma mudança admirável. Resolve confessar suas culpas. “Confessei-Te o meu pecado” – expressa ao relatar sua história – “e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e Tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”.
Quando isto ocorreu, quando, contrito ante Deus, abriu-Lhe o coração e confessou sua maldade, foi alcançado pelas ondas do amor divino, cumpriu-se a promessa do Céu, e se sentiu amplamente perdoado e reabilitado, restituído à harmonia com o Pai celestial.
Depois desta experiência tão reconfortante, expressou Davi a felicidade e paz que o inundavam com estas palavras: “Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é encoberto.Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade” (Salmo 103:2-4, 32:3-5, 1 e 2).
Naturalmente para que possa ser exercido o perdão misericordioso de Deus em nosso favor, requer-se que, quando tivermos ofendido ao nosso próximo, além da confissão à Deus, confessemos também a nosso semelhante a falta, peçamos perdão e façamos, no possível, a reparação necessária. O apóstolo São Tiago nos instrui neste sentido: “Confessai, pois, os vossos pecados unas aos outros” (Tiago 5:16).
Além disso, é condição básica que nós mesmos estejamos dispostos a perdoar aos que tenham faltado conosco. Na oração magistral do pai Nosso, Cristo nos ensinou a orar desta maneira: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas” – continua dizendo Jesus – “Também vosso pai celeste vos perdoará; se , porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:12, 14 e 15).
Ninguém se desanime pensando que por natureza é rancoroso e portanto não pode perdoara seus semelhantes. Quando Cristo toma posse do coração, transforma sua natureza, e implanta no homem uma nova modalidade de vida, e o que de outra maneira é impossível, se torna perfeitamente natural. O fato é que não podemos receber o perdão de Deus e a paz se abrigarmos ódio e rancor. Muitas das angústias humanas tem sua raíz num espírito degenerado, que não se enterneceu pelo amor de Deus, que conserva sua velha natureza, e , portanto não perdoa nem esquece. Na experiência de tal pessoa não podem existir o gôzo e a felicidade que Cristo lhe quer dar.
Em resumo, pois, uma vez cumpridos estes dois requisitos, o arrependimento e a confissão, e mercê da fé que a pessoa exerce em Cristo, fica perdoada, reconciliada com Deus, justificada, e com direito à vida eterna pelos méritos da vida perfeita e morte expiatória de Jesus. E o coração se enche de paz e contentamento. Realiza-se plenamente, então, a experiência que é mencionada na Epístola aos Romanos: “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rom 5:1).

Um Caminho Sempre Livre

Ocorre sem dúvida às vezes que a pessoa que está atribulada pela convicção de sua culpabilidade, sente-se indigna de ira Deus e de buscar a Cristo para apresentar seu arrependimento na presença do pai e fazer a confissão de suas faltas. A fé nas seguras promessas de Deus deveria vencer este obstáculo, de vez que o Senhor está ansioso por receber-nos tais como somos, perdoando-nos, reabilitando-nos com Sua graça, e desejando recolher-nos nos braços de Seu amor e misericórdia. Por meio de nosso Salvador, o caminho a Deus está sempre livre.
Cristo conhece nossa condição e nos compreende, porque passou por todas as tentações. Portanto está em situação de nos ajudar. “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas, antes foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:15-16).
Em um dos livros cuja leitura tem feito maior bem neste mundo, depois da Bíblia, Caminho a Cristo, achamos estas palavras, escritas com toda devoção por sua autora, Ellen G.White, pessoa de vida piedosa e de profunda experiência cristã: “Quando virdes vossa pecaminosidade, não espereis até que vos tenhais melhorado. Quantos há que julgam não ser suficientemente bons para ir a Cristo! Tendes esperança de tornar-vos melhor mediante vossos próprios esforços? “Pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal”(Jer 13:23). Só em Deus é que há socorro para nós. Não devemos esperar persuasões mais fortes, melhores oportunidades ou um temperamento mais santo. De nós mesmos nada podemos fazer. Temos de ir a Cristo exatamente como nos achamos” (Caminho a Cristo pág.28).
“Jesus estima que a Ele nos cheguemos tais como somos, pecaminosos, desamparados, dependentes. Podemos ir a Ele com todas as nossas fraquezas, leviandade e pecaminosidade, e rojar-nos arrependidos a Seus pés. É Seu prazer estreitar-nos em Seus braços de amor, atar nossas feridas, purificar-nos de toda a impureza” (Caminho a Cristo, pág 50).
O maravilhoso amor perdoador de Deus nunca desiludirá ao penitente contrito. Pelo contrário, há grande gôzo no Céu por um pecador que se arrepende (Lucas 15:7). Isto é o que se depreende da maravilhosa parábola do filho pródigo, relatada pelo Mestre, cuja primeira parte transcrevemos a seguir:
“Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte que me cabe dos meus bens. E ele lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente…Então caindo em si, disse: quantos trabalhadores de meu pai tem pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o Céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado seu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou e, compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: trazei depressa a melhor roupa; vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se” (Lucas 15:11-24).
Quando aquele filho mau compreendeu a condição lastimável na qual se encontrava, arrependeu-se e decidiu levantar-se e ira seu pai para confessar-lhe seus erros e faltas. Porém é maravilhoso o amor daquele pai que corre ao seu encontro, e nem sequer permite que termine seu discurso, mas com abundantes lágrimas de alegria, o estreita carinhosamente ao peito, ordena que lhe troquem os andrajos por um vestido novo, e ordena a preparação de um banquete para festejar o regresso do filho amado. O pai carinhoso é o amante Pai celestial.
Cristo quer aliviar-nos da pesada carga de nossas culpas; anela devolver-nos a paz, gôzo e felicidade. Quer reconciliar-nos plenamente com o Pai. Porém, espera nosso regresso. Como o homem da parábola, todos os dias espreita o horizonte para vislumbrar nossa silhueta. Prometeu perdoar-nos com Sua misericórdia infinita, e encher-nos da doce paz do Céu. Hoje mesmo podemos experimentara benção, a paz do perdão e libertação de todo sentimento de culpa, se nos prostarmos em oração secreta aos pés de Jesus. É maravilhoso aprendera dialogar com Ele, abrir-Lhe nosso coração, contar-lhe nossas lutas, confiar-Lhe nossos problemas, confessar-Lhe nossas faltas e perdir-Lhe perdão, e solicitaro poder do Céu para viver a vida cristã vitoriosa.
A Jesus se conhece, na verdade, de joelhos. Um ministro religioso que estava em visita a Copenhage, Dinamarca, enquanto transitava pelas ruas, chegou à catedral onde está a célebre estátua de Cristo, esculpida por Thordwaldsen. Deteve-se ali para examinar a excelsa beleza daquela peça extraordinária. Sua excelência artística sobrepujava toda descrição.
Porém notou que não podia ver bem o rosto de Cristo, pois Ele se achava inclinado para a terra. Acercou-se mais, e nem assim ainda podia observá-lo. Por fim notou um pequeno genuflexório aos pés daquele Cristo de pedra. Ajoelhou-se com reverência e viu o rosto, e tão só ali pode vê-lo e admirá-lo perfeitamente.
Só de joelhos, no maravilhoso diálogo da oração, se pode conhecera Jesus, nosso melhor amigo. Somente ali se chega a compreender Sua misericórdia e Seu amor perdoador. Só quando o coração está contrito e humilhado aos pés de Jesus, a alma se enche da doce paz do Céu. De Seu amável rosto irradia amor e bondade. Aprenda cada um de nós a manter esta íntima comunhão com Ele, e saia refrigerado com o gôzo e felicidade que este diálogo nos proporciona.
Extraído do Livro “Paz na Angústia”, de Fernando Chaij, CPB-1967.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O que fazer para libertar-se de um pacto com o diabo?

 Certa vez, um homem chamado Roger Morneau foi atraído por um amigo a ficar rico através de um pacto com o diabo. Aceitou, e começou a freqüentar o templo do satanismo. Um dia, em seu trabalho, conheceu um colega de serviço que era Adventista Do 7o Dia. Depois de um tempo, Roger ficou curioso para conhecer mais sobre a religião de seu colega, e combinou com ele para estudarem a Bíblia juntos.

Ao estudar, Roger percebeu que o satanismo era um caminho errado e resolveu desistir do pacto que havia feito com o inimigo; só que Roger não sabia o que o aguardava. Depois que satanás ficou sabendo que Roger não queria mais ser seu discípulo, perseguiu-o de tal maneira que chegou a enviar demônios para falarem com Roger pessoalmente.

Em uma conversa com um demônio, o Espírito Santo guiou Roger no debate, e ele saiu vitorioso; e ao ver que não tinha mais jeito de convencer a Roger, o espírito maligno prometeu de matá-lo. Inspirado pelo Espírito Santo, disse: Espírito- disse ele- quero que você saiba que me entreguei aos cuidados do Cristo do calvário, e estou preparado para andar debaixo da sombra da morte enquanto Ele estiver ao meu lado. Agora, EM NOME DELE, lhe ordeno que se retire de mim e não volte mais.

Este fato aconteceu há mais de cinqüenta anos, e ele está vivo até hoje! Depois de ser batizado na Igreja Adventista, o Senhor deu a Roger o dom da Oração, e através das orações de Roger Deus tem curado milagrosamente muitas pessoas de suas enfermidades, inclusive de câncer.

Prezado ouvinte, você que está vivendo esse drama, arrependido do pacto que fez com o diabo: assim como Roger venceu em nome de Jesus, você também pode vencer. Deus é infinitamente mais poderoso que o diabo, e você pode ter certeza que o Senhor não permitirá que o inimigo toque em um fio de cabelo seu. Em Romanos 8:31 diz: Se Deus é por nós, quem será contra nós??. Nos versos 38 e 39 continua: "Porque estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor".

O inimigo não pode tirar você dos braços de Deus, mesmo que você tenha cometido este erro em sua vida. Em I João 1: 9 temos a seguinte garantia: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." A Bíblia diz que, no momento em que nos arrependemos e confessamos nossos pecados, Deus nos perdoa no mesmo instante! Faça isso e tenha a certeza de você já está perdoado por Deus. Estamos orando por sua decisão. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Deus se arrepende como nós?


Se o arrependimento é derivado de um ato mau e Deus conhece o fim desde o princípio, como explicar o fato de Deus haver Se arrependido (Gênesis 6:6 e 7)? A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus. Já o arrependimento divino é expresso através das palavras hebraica naham e grega metamelomai, que não sugerem qualquer mudança intrínseca na mente de Deus, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as criaturas. Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento humano, que acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma bênção divina que lhes fora prometida ou de um castigo divino que lhes deveria sobrevir. O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de Suas bênçãos e de Seus castigos em Jeremias 18:7-10: “No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também Eu me arrependerei do mal que pensava em fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de uma nação ou de um reino para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der ouvidos à Minha voz, então, Me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.” Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos antediluvianos e dos ninivitas. Em Gênesis 6:6 e 7 é dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam degenerado a tal ponto que a única solução para eles seria a sua destruição (ver Gênesis 6:5). Por semelhante modo, Jonas 3:10 diz que “Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas não porque Ele houvesse mudado, mas porque estes se converteram completamente de seus maus caminhos (ver Jonas 3:5-9). Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para que Se arrependa (ver Números 23:19; I Samuel 15:29; Salmo 110:4; Hebreus 6:17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu relacionamento com os seres humanos (ver Deuteronômio 7:9 e 10). Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas as possíveis mudanças no comportamento humano. 

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, abril de 1998. Edição e revisão ortográfica por Hendrickson Rogers.

 

domingo, 28 de agosto de 2011

Cristo, Justiça Nossa

“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” I João 1:9.
Deus requer que confessemos nossos pecados e perante Ele humilhemos o coração; devemos, porém, ao mesmo tempo ter confiança nEle como um terno Pai, que não abandona aqueles que nEle põem a confiança. Muitos dentre nós andam pela vista, e não pela fé. Cremos nas coisas que se vêem, mas não avaliamos as preciosas promessas que nos são dadas na Palavra de Deus; e no entanto não podemos desonrar a Deus mais decididamente do que mostrando que desconfiamos do que Ele diz, e pomos em dúvida se o Senhor é sincero para conosco ou nos está enganando.

Deus não Se desanima conosco por causa de nossos pecados. Podemos cometer erros e ofender o Seu Espírito; mas quando nos arrependemos e vamos ter com Ele com o coração contrito, Ele não nos faz voltar. Há empecilhos a serem removidos. Têm-se acariciado sentimentos errados, e tem havido orgulho, presunção, impaciência e murmurações. Tudo isso nos separa de Deus. Os pecados devem ser confessados; tem de haver mais profunda obra de graça no coração. Os que se sentem fracos e desanimados podem tornar-se fortes varões de Deus e fazer nobre trabalho pelo Mestre. Devem, porém, trabalhar de um ponto de vista elevado; não devem ser influenciados por quaisquer motivos egoístas.

Os Méritos de Cristo, Nossa Única Esperança


Temos de aprender na escola de Cristo. Coisa alguma senão a Sua justiça pode dar-nos direito a uma única das bênçãos do concerto da graça. Por muito tempo desejamos e procuramos obter essas bênçãos, mas não as recebemos porque temos acariciado a idéia de que poderíamos fazer alguma coisa para nos tornar dignos delas. Não temos olhado para fora de nós mesmos, crendo que Jesus é um Salvador vivo. Não devemos pensar que nossa própria graça e méritos nos salvem; a graça de Cristo é nossa única esperança de salvação. Por meio de Seu profeta promete o Senhor: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Isa. 55:7. Temos de crer na clara promessa, e não aceitar os sentimentos em lugar da fé. Quando confiarmos plenamente em Deus, quando nos apoiarmos nos méritos de Jesus como Salvador que perdoa os pecados, receberemos todo o auxílio que possamos desejar.

Olhamos para nós mesmos, como se tivéssemos poder para nos salvar; mas Jesus morreu por nós porque somos incapazes de isso fazer. NEle está nossa esperança, nossa justificação, nossa justiça. Não devemos ficar desanimados, temendo não termos um Salvador, ou que Ele não tenha pensamentos de misericórdia para conosco. Agora mesmo está Ele prosseguindo em Sua obra em nosso favor, convidando-nos para nos chegarmos a Ele em nosso desamparo, e sermos salvos. Desonramo-Lo por nossa incredulidade. É espantoso como tratamos o melhor de nossos amigos, quão pouca confiança depositamos nAquele que é capaz de nos salvar perfeitamente, e que nos deu toda prova de Seu grande amor.

Meus irmãos, porventura esperais que vosso mérito vos recomende ao favor de Deus, pensando que tendes de estar isentos de pecado antes de poder confiar em Seu poder para salvar? Se esta é a luta que se processa em vosso espírito, receio que não haveis de obter força, desanimando-vos afinal.

“Olhai e Vivei”


No deserto, quando o Senhor permitiu que serpentes venenosas picassem os rebeldes israelitas, Moisés foi instruído a levantar uma serpente ardente e ordenar a todos os feridos que olhassem para ela, a fim de viverem. Muitos, porém, não viram auxílio nesse remédio designado pelo Céu. Os mortos e moribundos rodeavam-nos por toda parte, e bem sabiam que sem o auxílio divino sua sorte estava selada; mas lamentavam seus ferimentos, suas dores e morte certa, até que se lhes esvaíssem as forças e os olhos se tornavam vidrados, quando podiam ter recebido cura instantânea.

“Como Moisés levantou a serpente no deserto”, assim o Filho do homem foi “levantado; para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:14 e 15. Se sois conscientes de vossos pecados, não dediqueis todas as vossas faculdades a lamentá-los, mas olhai e vivei. Jesus é nosso único Salvador; e embora milhões de pessoas que carecem de cura rejeitem a misericórdia por Ele oferecida, ninguém que confie em Seus méritos será deixado a perecer. Conquanto reconheçamos nosso estado de desamparo sem Cristo, não nos devemos desanimar; devemos confiar num Salvador crucificado e ressurreto. Pobre alma, desanimada e ferida do pecado, olha e vive! Jesus empenhou Sua palavra; Ele salvará a todos os que se chegarem a Ele.

Vinde a Jesus, e tereis descanso e paz. Podeis ter agora mesmo essa bênção. Satanás sugere que sois desamparados, que não podeis abençoar-vos a vós mesmos. É verdade; sois desamparados. Mas exaltai a Jesus diante dele: “Tenho um Salvador ressurgido. NEle confio, e Ele nunca permitirá que eu seja confundido. Em Seu nome triunfarei. Ele é minha justiça e minha coroa de glória.” Que ninguém aqui julgue que seu caso seja sem esperança; porque não é. Podeis ver que sois pecadores e estais arruinados; mas é justamente por esse motivo que precisais de um Salvador. Se tendes pecados a confessar, não percais tempo. Estes momentos são ouro. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.” I João 1:9. Os que têm fome e sede de justiça serão fartos, pois Jesus o prometeu. Precioso Salvador! Seus braços estão abertos para receber-nos, e Seu grande coração de amor está à espera para nos abençoar.

Alguns parecem julgar que têm de estar sob prova, devendo demonstrar ao Senhor que estão reformados, antes de poder invocar Suas bênçãos. Mas estes podem reclamar a bênção agora mesmo. Precisam de Sua graça, do Espírito de Cristo, para serem ajudados em suas fraquezas, ou do contrário não podem formar um caráter cristão. Jesus fica feliz quando vamos a Ele tal qual estamos – pecadores, desamparados, dependentes.

Arrependimento, Dom de Deus


O arrependimento, assim como o perdão, é dom de Deus por meio de Cristo. É pela influência do Espírito Santo que somos convencidos do pecado, e sentimos nossa necessidade de perdão. Ninguém, senão os contritos, é perdoado; mas é a graça de Deus que torna o coração penitente. Ele conhece todas as nossas fraquezas e enfermidades, e nos ajudará.

Alguns que, pelo arrependimento e confissão, se achegam a Deus, e mesmo crêem que seus pecados estão perdoados, deixam de reclamar, como deviam, as promessas de Deus. Não vêem que Jesus é um Salvador sempre presente; e não estão dispostos a confiar a Ele a guarda de sua alma, contando com Ele para o aperfeiçoamento da obra da graça começada em seu coração. Conquanto pensem que se estão entregando a Deus, têm ainda grande dose de presunção. Há pessoas conscienciosas que confiam parcialmente em Deus, e parcialmente em si mesmas. Não esperam em Deus para ser guardadas por Seu poder, mas confiam na vigilância contra a tentação e no cumprimento de certos deveres para serem por Ele aceitas. Não há vitórias nessa espécie de fé. Essas pessoas labutam sem propósito algum; têm a alma em contínua escravidão, e só encontrarão descanso quando depuserem seus fardos aos pés de Jesus.

Há necessidade de constante vigilância e de fervorosa e terna dedicação; isso, porém, virá naturalmente, se a alma é guardada pelo poder de Deus, mediante a fé. Nada podemos fazer, absolutamente nada, para nos recomendar ao favor divino. Não devemos absolutamente confiar em nós mesmos nem em nossas boas obras; mas quando, como seres erradios e pecadores, nos chegamos a Cristo, encontramos descanso em Seu amor. Deus aceitará a cada um dos que se chegam a Ele, confiando inteiramente nos méritos de um Salvador crucificado. Brota o amor no coração. Pode não haver êxtase de sentimentos, mas haverá uma duradoura e pacífica confiança. Todo peso se tornará leve; pois leve é o jugo imposto por Cristo. O dever torna-se um deleite, e um prazer o sacrifício. O caminho que antes parecia envolta em trevas, torna-se iluminada pelos raios do Sol da Justiça. Isso é andar na luz, como Cristo na luz está. Mensagens Escolhidas, vol. 1, págs. 350-354.

Palestra matutina de Ellen G.White aos pastores na assembléia da Associação Geral realizada em novembro de 1883, em Battle Creek, Michigan, Publicada em Gospel Workers (edição de 1892), págs.411-415, e Mensagens Escolhidas, livro 1, págs. 350-354.

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