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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O Uso de Palmas e Aplausos no Culto


por: Levi de Paula Tavares
Periodicamente tem surgido pessoas, líderes da igreja e até mesmo alguns pastores defendendo o uso de palmas e aplausos no culto de adoração. Os argumentos são os mais variados, mas podemos resumi-los na seguinte lista:
O louvor quadrado, formal e frio, é tão extremadamente prejudicial.
É muito importante que o adorador se envolva no louvor, com todo o ser, inclusive, com o corpo.
A Bíblia nos recomenda a cantar a Deus com palmas em Salmos 47:1-2.
Não existe uma única passagem bíblica sequer que condene o ato de bater palmas.
O louvor acompanhado das palmas alcança muito melhor o seu objetivo de envolver a todos.

Bater palmas é uma questão cultural. A igreja deve usar as melhores formas de expressão existentes em sua cultura que levem a maioria a participar do louvor.
Palmas podem usadas, desde que com equilíbrio, para a honra e glória de Deus.
Estes são alguns dos argumentos levantados pelos defensores desta prática. Estes argumentos tem sustentação escriturística? Quais são os princípios bíblicos aplicáveis a este debate? Qual seria a posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia com relação a esta questão?
Na verdade, assim como em toda a questão da música sacra e da adoração, não existe o que poderíamos chamar de “posição oficial”, como aqueles encontrados na declaração das 28 crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mesmo a “Filosofia Adventista de Música”, um documento oficial da Associação Geral, publicado em 1972, e revisto em 2005, não traz nada a respeito das palmas, talvez por que fosse impensável para os que participaram de sua elaboração que alguém, algum dia usaria palmas na igreja.
Vamos ver o que a Palavra de Deus e o Espírito de Profecia tem a dizer acerca desta questão. Vamos analisar os argumentos colocados, um a um:
1. O louvor quadrado, formal e frio, é tão extremadamente prejudicial.
O louvor frio não é somente prejudicial: ele não é louvor e, portanto, não existe! É um ritual, apenas uma forma, vazia de conteúdo. Obviamente que isto é uma distorção do verdadeiro louvor, mas qual é o remédio divino para esta distorção?
Buscarmos, através da comunhão pessoal, uma razão íntima para louvar a Deus de forma plena ou;
Buscarmos estímulos externos para incitar a participação popular em uma manifestação de excitação de massas?
Todos sabemos quais são as instruções de Deus a este respeito, mas não custa nada relembrar: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23-24).
Ellen White fala o seguinte a este respeito:
“Se trabalharmos para criar excitação do sentimento, teremos tudo quanto queremos, e mais do que possivelmente podemos saber como manejar. Calma e claramente ‘prega a Palavra’. Importa não considerar nossa obra criar excitação. Unicamente o Espírito de Deus pode criar um entusiasmo são. Deixai que Deus opere, e ande o instrumento humano silenciosamente diante dEle, vigiando, esperando, orando, olhando a Jesus a todo momento, conduzido e controlado pelo precioso Espírito que é luz e vida.” (Carta 68, 1894.)
2. É muito importante que o adorador se envolva no louvor, com todo o ser, inclusive, com o corpo.
O argumento acima não leva em conta o princípio estabelecido por Paulo em Romanos 12:1-2: o culto cristão é um culto racional (“logiken latria“); demanda uma renovação da mente. Este texto está em perfeita consonância com as citações do Antigo Testamento que falam de entrega e transformação do coração, visto como a sede das decisões e da razão, ou seja, do “eu” (veja Isaías 6:10; 29:13; Jeremias 4:14; 24:7; 29:13; 31:33; 32:39;).
Vamos ver ainda o que o Espírito de Profecia nos diz sobre o assunto:
“Movimentos corporais são de pouco proveito. Tudo o que esteja ligado, de alguma forma, com o serviço religioso, deve ser digno, solene e impressivo.” Manuscript Releases .v 5, Manuscrito nr. 306 – Música, p. 194
“Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração. Necessitamos, com lágrimas e confissão partida de um coração quebrantado, aproximar-nos mais de Deus; e Ele Se aproximará de nós.” Review and Herald, 14 de novembro de 1899; Evangelismo p. 510
3. A Bíblia nos recomenda a cantar a Deus com palmas em Salmos 47:1-2.
4. Não existe uma única passagem bíblica sequer que condene o ato de bater palmas.
Uma vez que os dois argumentos acima são relacionados ao contexto dos aplausos nas Escrituras, vamos analisá-los de uma só vez, procurando compreender, através de uma pesquisa abrangente, como o assunto é tratado na Bíblia.
Os textos bíblicos que citam, de alguma forma, este tipo de manifestação são os seguintes:
Números 24:10 – “Então a ira de Balaque se acendeu contra Balaão, e bateu ele as suas palmas; e Balaque disse a Balaão: Para amaldiçoar os meus inimigos te tenho chamado; porém agora já três vezes os abençoaste inteiramente.”
II Reis 11:12 – “Então Joiada fez sair o filho do rei, e lhe pôs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as palmas, e disseram: Viva o rei!”
Jó 27:22-23 – “E Deus lançará isto sobre ele, e não lhe poupará; irá fugindo da sua mão. Cada um baterá palmas contra ele e assobiará tirando-o do seu lugar.”
Jó 34:36-37 – “Pai meu! Provado seja Jó até ao fim, pelas suas respostas próprias de homens malignos. Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.”
Salmos 47:1 – “Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo. Porque o SENHOR Altíssimo é tremendo, e Rei grande sobre toda a terra.”
Salmos 98:8 – “Os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas,”
Isaías 55:12 – “Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.”
Lamentações 2:15 – “Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?”
Ezequiel 6:11 – “Assim diz o Senhor DEUS: Bate com a mão, e bate com o teu pé, e dize: Ah! Por todas as grandes abominações da casa de Israel! Porque cairão à espada, e de fome, e de peste.”
Ezequiel 21:14 – “Tu, pois, ó filho do homem, profetiza e bate com as mãos uma na outra; e dobre-se a espada até a terceira vez, a espada dos mortos; ela é a espada para a grande matança, que os traspassará até o seu interior.”
Ezequiel 21:17 – “E também eu baterei com as minhas mãos uma na outra, e farei descansar a minha indignação; eu, o SENHOR, o disse.”
Ezequiel 22:13 – “E eis que bati as mãos contra a avareza que cometeste, e por causa do sangue que houve no meio de ti.”
Ezequiel 25:6 “Porque assim diz o Senhor DEUS: Porquanto bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e com todo o desprezo do teu coração te alegraste contra a terra de Israel,”
Naum 3:19 – “Não há cura para a tua ferida, a tua chaga é dolorosa. Todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem não passou continuamente a tua malícia?”
A simples leitura dos textos acima nos deixa claro imediatamente que a expressão “bater palmas” na cultura hebraica dos tempos do Antigo Testamento, se referia muito mais a uma expressão de surpresa e espanto do que qualquer forma de comemoração ou reconhecimento, como hoje ocorre na nossa cultura. Esta expressão de surpresa poderia ser tanto positiva quanto negativa, ou até mesmo de forte reprovação, zombaria, escárnio e desprezo.
Além disso, de acordo com a referência Strong, a palavra hebraica utilizada neste texto (tâqah) também é traduzida como:
Soprar, tocar (trombetas) (46 ocorrências)
Cravar, afixar (com estacas ou cravos) (5 ocorrências)
Golpear (4 ocorrências)
Erigir (tendas) (3 ocorrências)
Empurrar, enfiar (armas brancas) (2 ocorrências)
Lançar (1 ocorrência)
Na verdade, podemos agrupar os textos acima, de acordo com seus significados, da seguinte forma:
Surpresa, espanto: Números 24:10; Salmos 98:8; Isaías 55:12; Lamentações 2:15; Naum 3:19
Reprovação, repreensão, rejeição, desprezo: Jó 27:22-23; Ezequiel 6:11; Ezequiel 22:13
Afirmação, concordância: Jó 34:36-37; Ezequiel 21:14; Ezequiel 25:6-7
Celebração, reconhecimento: II Reis 11:12; Salmos 47:1-2
Assim, fica bastante óbvio que qualquer referência a textos bíblicos que mencionem “bater palmas” (os quais ocorrem apenas no Velho Testamento), não pode ser transposta diretamente para a nossa cultura e às manifestações atuais, uma vez que o sentido das expressões bíblicas é muito diferente daquele empregado hoje. Será necessário uma análise do contexto das citações, para podermos compreender mais corretamente seu significado. Vamos analisar apenas os dois textos que indicam um significado de celebração ou reconhecimento, já que os outros significados estão, por si mesmos, excluídos da adoração.
Em II Reis 11:12 é citado o aplauso de reconhecimento e celebração. Porém, dizer que o rei estava sendo adorado através desta manifestação é absurdo! Fica assim evidenciado que o ato de bater palmas não era usado de forma direta como elemento de adoração, mesmo quando era usado como forma de celebração ou reconhecimento.
De todos os textos acima, a única referência bíblica acerca de bater palmas que poderíamos, de alguma forma, relacionar com o louvor é de Salmos 47:1-2. Porém, devemos observar uma coisa importante: O contexto do Salmo 47 indica que não é o povo de Israel que estava sendo chamado a bater palmas, mas sim as nações que haviam sido subjugadas. Ora, será que os povos pagãos, que não conheciam a Deus de forma plena nem O amavam, e que foram subjugados em Seu nome, estariam dispostos a adorá-Lo? Estariam dispostos a saudar o Deus do povo que os dominara? Provavelmente não e, neste caso, não podemos, de forma alguma, chamar isso de adoração.
Portanto, sendo Salmos 47:1-2 o único texto que poderia ser utilizado para defender esta prática como parte da adoração, podemos dizer com segurança que não há justificativa escriturística para fazer uso desta expressão no contexto da adoração a Deus na igreja. Se fosse esta a intenção do Salmo, ou se houvesse uma justificativa coerente para isto, este prática teria sido introduzida no Templo. Porém o relato bíblico nega esta possibilidade, já que não há nenhuma indicação aqui ou qualquer outro lugar da Bíblia de que bater palmas fosse uma característica usual na adoração.
Além disso, diferentemente da prática que se quer adotar atualmente em algumas igrejas (inclusive com o apoio de alguns pastores), notamos que somente Deus é o receptor desta expressão exuberante de alegria relatada no Salmo 47, e não um cantor, pregador, ou qualquer outra pessoa que se apresenta à frente. Da mesma forma, este “bater palmas” não é um acompanhamento rítmico à música que está sendo cantada.
5. O louvor acompanhado das palmas alcança muito melhor o seu objetivo de envolver a todos.
Seria ótimo que todos estivessem envolvidos no louvor. Ellen White cita que “O canto não deve ser feito por uns poucos. O mais freqüentemente possível, una-se toda a congregação.” – Evangelismo, p. 507. Mas, o que este texto está dizendo é que devemos dar oportunidades de participação em grupo a todos aqueles que têm motivos pessoais para louvar, e não que devemos incitar a participação do grupo em uma atividade corporal, através de métodos de manipulação de massas.
O objetivo do louvor não é incitar a interação grupal, e sim dar glórias a Deus, reconhecendo o que ele fez na vida do adorador, de forma pessoal. Se eu não reconheço isto, por que participar de um momento de louvor? Porque o clima do ambiente me induz a participar da coreografia? Porque não quero ficar de fora da atividade da “galera”? Porque “entrei no clima”? Será que esses motivos (ou outros semelhantes) seriam aprovados e aceitos por Deus como sendo verdadeira adoração?
Caberia um estudo mais aprofundado sobre o que é louvor e como ele se encaixa na adoração (não, as duas palavras não são sinônimas…). Aliás, estamos falando de adoração ou de entretenimento?
Mais uma vez recorro ao Espírito de Profecia para nos ajudar a esclarecer alguns conceitos:
“A santificação bíblica não consiste em forte emoção. Eis onde muitos são levados ao erro. Fazem dos sentimentos o seu critério. Quando se sentem elevados ou felizes, julgam-se santificados. Sentimentos de felicidade ou a ausência de alegria não é evidência de que a pessoa esteja ou não santificada.” (Santificação, p. 10)
6. Bater palmas é uma questão cultural. A igreja deve usar as melhores formas de expressão existentes em sua cultura que levem a maioria a participar do louvor.
Com relação ao fato de que o ato de bater palmas é uma questão cultural, a questão já ficou um pouco mais clara quando examinamos, acima, os textos bíblicos existentes a este respeito. Mas com relação à participação no louvor, devemos nos perguntar: O papel da igreja é fazer com que o povo louve, para conseguir uma experiência “espiritual” ou é um agrupamento de pessoas dispostas a louvar, por conta de sua experiência espiritual pessoal, que forma uma igreja?
Se tivermos a coragem de responder de maneira sóbria e espiritual a esta pergunta, veremos que muitas vezes estamos “colocando o carro na frente dos bois” no que se refere às nossas reuniões de adoração. Muitas vezes colocamos o foco no adorador, e não em Deus, que deveria ser o centro de tudo o que ocorre durante um culto de adoração. Assim, não é surpreendente que surjam argumentos defendendo a utilização de métodos de manipulação de massas, buscando atrair, de maneira cada vez mais envolvente a “platéia”.
Sim, utilizamos o termo “platéia”, em vez de congregação, porque é a isto que que o grupo de pessoas presentes na igreja é rebaixado, quando tratamos o culto como momentos de entretenimento.
7. Palmas podem usadas, desde que com equilíbrio, para a honra e glória de Deus.
Concordamos plenamente com o conceito de que é necessário equilíbrio quando tratamos das coisas de Deus. Mas qual equilíbrio? Quem decide qual é o ponto de equilíbrio? Cada um de nós desenvolveu, por conta de suas experiências pessoais, escalas de valores diferentes e, portanto, vê os extremos em pontos diferentes, e encontra o ponto de equilíbrio num local diferente desta escala. Ou encontramos um ponto de equilíbrio absolutamente objetivo, e portanto, não sujeito às interpretações extremamente variáveis da subjetividade, ou o conceito de equilíbrio se torna tão fluído, indistinto e pessoal que não terá nenhum valor como métrica. Parece-nos que a melhor opção é saber o que Deus nos esclareceu a respeito, em vez de buscar explicar como cada um define o seu ponto de equilíbrio, o que não levará a ponto algum.
Ainda acerca deste argumento, devemos levantar algumas observações:
Será que o uso das palmas no culto, pelo que vimos nos escritos de Ellen White, é a posição de equilíbrio? Ou esta seria uma posição de entusiasmo, excitação, movimentação de massas?
Como bater palmas com equilíbrio? Bater palmas não é uma expressão espontânea de apreciação por parte de um grupo? Não é, por natureza, uma manifestação ruidosa e expansiva?
Qual será o próximo passo? Bater os pés? Assobios? Pulos? Gritos? Como traçar uma linha divisória?
Se considerarmos que estas últimas manifestações não são apropriadas, não nos esqueçamos que Ezequiel 6:11 e 25:6 citam o bater dos pés; Jó 27:23 cita assobios; Ezequiel 25:6 cita pulos de alegria e Salmos 47:1; 98:8 e Isaías 55:12 citam aclamações se júbilo, todos estes em conjunção com as palmas! Obviamente que para aceitarmos estas manifestações com base nesses textos, será necessário distorcer completamente o seu significado, mas ao aceitarmos as palmas não estaríamos dando uma indicação de que esta distorção pode ser aceitável?
Infelizmente, temos que concluir que a aceitação de palmas nos momentos de adoração, uma prática não encontra base bíblica para justificar-se, não passa de relativismo, puro e barato! Dentro da visão e dos valores do Pós-Modernismo, a verdade é relativa à cosmovisão reinante. Portanto, ela só existe dentro de uma comunidade que compartilha da mesma cosmovisão, não em âmbito universal. Assim, a verdade seria aquilo em que a comunidade decide acreditar. Nós somos Adventistas do Sétimo Dia, povo remanescente, levantado por Deus com uma mensagem específica para o tempo do fim, ou cristãos pós-modernistas? Qual é o nosso conjunto de valores? A vontade de Deus, expressa através da Bíblia e de Sua mensageira para este povo, ou as práticas reinantes nos povos e denominações ao nosso redor? Tendo em mente que a nossa forma de adoração é um reflexo do nosso conceito de Deus, a Palavra de Deus nos diz:
“Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver ao redor de vós.” (Deuteronômio 6:14)
“Será, porém, que, se de qualquer modo te esqueceres do SENHOR teu Deus, e se ouvires outros deuses, e os servires, e te inclinares perante eles, hoje eu testifico contra vós que certamente perecereis.” (Deuteronômio 8:19)
Tendo em vista a análise feita acima, não podemos dizer com certeza que o aplauso tenha entrado na igreja Adventista do Sétimo Dia como o resultado de uma pesquisa com oração, na Bíblia e nos escritos de Sra. White. Veio, como tantas outras coisas vieram, mais pelo “desejo de moldar-se segundo outras igrejas” (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 18).
Ellen White, embora sem mencionar palmas diretamente, dá o seguinte conselho, referindo-se a um regente e cantor: “Movimentos corporais são de pouco proveito. Tudo o que esteja ligado, de alguma forma, com o serviço religioso, deve ser digno, solene e impressivo. Deus não se agrada quando ministros que professam ser representantes de Cristo, representam-No tão mal como se fossem arremessar o corpo em atitudes de representação, gesticulando de modo indigno e vulgar, e gestos grosseiros e reles. Tudo isso diverte e despertará a curiosidade daqueles que desejam ver coisas estranhas, bizarras e empolgantes, mas estas coisas não elevarão a mente e o coração daqueles que as testemunham.” Manuscript Releases, vol. 5, Manuscript nr. 306 – Music, p. 194
Foi mostrado a Ellen White o conflito final do povo remanescente de Deus:
“Vi que alguns, com fé robusta e gritos clamavam perante Deus. Estavam pálidos e seus rostos demonstravam a profunda ansiedade resultante de luta interna. Grossas gotas de Suor banhavam sua fronte…
Os anjos maus os rodeavam, oprimindo-os com trevas para ocultar-lhes a visão de Jesus … De quando em quando Jesus enviava um raio de luz aos que angustiosamente oravam, para iluminar seu rosto e dar alento aos seus corações.
Vi que alguns não participavam dessa obra…ao contrário mostravam-se indiferentes e negligentes, sem cuidar-se de resistir as trevas que os envolviam, e essas trevas os encobriam como uma densa nuvem. Os anjos de Deus se afastaram deles e acudiram em auxilio aos que dedicadamente oravam. Vi anjos de Deus que se apressavam para auxiliar todos quantos de empenhavam em resistir com todas as forças aos anjos maus e procuravam ajudar-se a si mesmos invocando perseverantemente a Deus.” (Primeiros Escritos, pp. 269-270)
Brevemente, antes da vinda de Jesus, cada cristão deve passar pela experiência do Getsêmani. Aqueles que desenvolveram uma experiência superficial baseada no emocionalismo, não suportarão este tempo. Porém aqueles que têm aprendido a defender a verdade e os princípios, receberão ajuda para permanecerem firmes.
Haverá um verdadeiro derramamento do Espírito Santo. Porém não será acompanhado de música mundana, palmas, leviandade, trivialidade e fanatismo – ao contrário, nos levará a uma profunda contrição de alma. Mas antes do verdadeiro derramamento do Espírito Santo virá um movimento falso, assim como antes da segunda vinda de Cristo haverá uma segunda vinda falsa. Não será muito melhor esperar pelo Espírito Santo verdadeiro e pela verdadeira Segunda Vinda?
“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o SENHOR, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos”. Isaías 25:9
Seguem abaixo algumas outras citações de Ellen White a respeito da ordem e solenidade no culto:
“Não temos tempo agora para gastar em buscar as coisas que agradam unicamente aos sentidos. É preciso íntimo esquadrinhar do coração. Necessitamos, com lágrimas e confissão partida de um coração quebrantado, aproximar-nos mais de Deus; e Ele Se aproximará de nós.” – Review and Herald, 14 de novembro de 1899 – Evangelismo, p. 510
“As superfluidades que se introduziram no culto em ______, têm de ser vigorosamente evitadas. … A música só é aceitável a Deus quando o coração é consagrado, e enternecido e santificado por sua docilidade. Muitos, porém, que se deleitam na música não sabem coisa alguma sobre produzir melodia ao Senhor, em seu coração. Estes foram ‘após seus ídolos’”. Ezequiel 6:9. – Carta 198, 1899.
“Quando os professos cristãos alcançam a alta norma que é seu privilégio alcançar, a simplicidade de Cristo será mantida em todo o seu culto. As formas, cerimônias e realizações musicais não são a força da igreja. No entanto, estas coisas tomaram o lugar que deveria ser dado a Deus, tal como se deu no culto dos judeus.
O Senhor revelou-me que, se o coração está limpo e santificado, e os membros da igreja são participantes da natureza divina, sairá da igreja que crê a verdade um poder que produzirá melodia no coração. Os homens e as mulheres não confiarão então em sua música instrumental, mas no poder e graça de Deus, que proporcionará plenitude de alegria. Há uma obra a fazer: remover o cisco que se tem trazido para dentro da igreja. …
Esta mensagem não se dirige apenas à igreja de ______, mas a todas as igrejas que lhe seguiram o exemplo.” – Manuscrito 157, 1899.
“Outros ainda vão ao extremo oposto, pondo mais força nas emoções religiosas, e manifestando intenso zelo nas ocasiões especiais. Sua religião parece ser mais da natureza de um estimulante do que uma permanente fé em Cristo.
Os verdadeiros pastores conhecem o valor da obra interior do Espírito Santo sobre o coração humano. Satisfazem-se com a simplicidade nos cultos. Em vez de dar valor ao canto popular, volvem sua atenção principalmente para o estudo da Palavra, e dão de coração louvor a Deus. Acima do adorno exterior, consideram o interior, o ornamento de um espírito manso e quieto. Na sua boca não se acha engano.” – Manuscrito 21, 1891.

Via Música e Adoração

domingo, 7 de outubro de 2012

Existe algo de errado em bater palmas nos cultos da Igreja?



Era noite de sexta feira e eu me sentei debaixo de uma grande tenda da reunião campal enquanto ouvia o programa musical que precedia o pregador da noite. Depois de mais de quarenta anos assistindo às reuniões campais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, esta era sem dúvida mais uma experiência familiar e agradável. Era bom estar em comunhão com o povo de Deus.
Mas desta vez fiquei chocado. Assim que os primeiros músicos terminaram a sua apresentação, enquanto saíam da plataforma, o auditório aplaudiu! Novamente, em seguida ao próximo número, e ao próximo. Isto foi inédito para mim, comecei a sentir-me bastante incomodado. Por um momento questionei minha própria consciência. É o santo Sábado, não é? Isto é um culto sagrado, não é? Porquê o aplauso?
Como havia assistido a outras reuniões campais e cultos adventistas durante muitos anos, tentei racionalmente e biblicamente parar e analisar meu desconforto e esforçar-me para responder uma pergunta fundamental: há alguma coisa de errado em bater palmas nos cultos da Igreja?

Um Ambiente Secular
Depois de algum tempo de convivência com o aplauso nos meios cristãos, inevitavelmente adquire-se uma atmosfera secular. Histórica, sua jurisdição foi o teatro, a arena de esportes competitivos, os grandes eventos sociais. Sua intrusão no culto sagrado ofende as sensibilidades espirituais dos que foram criados com outra compreensão. Para eles, o aplauso durante um culto sagrado altera o foco da ligação vertical com Deus para uma linha horizontal.
As luzes neste palco focam o humano enquanto apagam o divino e o mandam para os bastidores. Seculariza-se o sagrado. É um ruído que desconcentra, como um ritmo de música rock em pleno culto de adoração.
Bater palmas ainda é outro indicador de nosso conceito variável da grandeza de Deus. Reinventamos Deus à nossa própria imagem. Falamos d’Ele considerando o que cremos que Ele é ou deveria ser. Sua soberania, onipotência e santidade foram suplantadas por algo com qualidades mais humanas. Afinal nosso novo Deus não leva tão a sério os detalhes, estávamos enganados; mas agora compreendemos isso. Assim pensamos nós.
O serviço israelita do santuário foi planejado para criar respeito pela santidade de Deus. Todo o ritual, todo o utensílio era envolvido com santidade. Quando foram incinerados dois jovens sacerdotes que chegaram intoxicados à porta do tabernáculo, Deus disse a Moisés, “Serei santificado naqueles que se cheguem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo.” (Levíticos 10:3).
Nós adoramos o mesmo Deus. O fato de nossas igrejas estarem equipadas com sistemas eletrônicos e instrumentos musicais não faz com que a santidade de Deus diminua, pelo contrário. Temos que aumentar, não diminuir, a diferença entre o santo e o profano, o limpo e o sujo (veja Ezequiel 22:26).
Os Adventistas do Sétimo Dia entendem que, na conclusão do grande conflito, a adoração é o assunto principal. Sempre entendemos que a batalha se travaria em relação a um dia especial; agora sabemos que também incluirá a forma. Bater palmas tem parecido ser inofensivo para alguns, mas na realidade está deixando o “nariz do camelo” da influência secular entrar na igreja. Gritar, assobiar, e ritmar com o pé ainda não chegou (pensa o autor, mas estas práticas já tomaram lugar em várias reuniões adventistas, inclusive em Lisboa no Congresso Jovem), mas podem estar muito distantes? Aqueles que ousam tocar a montanha serão tentados a tocar a arca.

O Quociente do Entretenimento
Na faculdade onde estive como estudante, uma salva de palmas era usada para selecionar os vencedores do prêmio, em programas para jovens amadores. Batíamos palmas com toda a nossa força para assim fazer subir o indicador visual em favor de nosso competidor favorito.
Congregações estão votando agora com aplausos em seus personagens favoritos e os líderes destes cultos os incitam; tudo isso é igual àqueles shows (competições) que eu presenciava na faculdade.
Observei que uma canção “contemporânea” que puxe o fôlego, cantada com balanço e movimentos do corpo, olhos meio fechados, microfone seguro perto dos lábios, pode “derrubar uma casa,” enquanto um violino de qualidade ou solo de um clarinete podem receber uma fraca salva de palmas.
Está claro que a maioria das congregações pode facilmente ignorar o trabalho duro dos músicos e tempo que investiram aprendendo a tocar ou cantar bem; na verdade eles simplesmente aplaudem o que os faz sentir bem. O aplauso é uma medição do valor do entretenimento.
A mensagem transmitida desta forma aos músicos torna-se tanto instrutiva quanto cruel: Dá-nos aquilo a que nossas naturezas carnais foram acostumadas ou seu desempenho não será apreciado.
Além de dar falso testemunho sobre o propósito da música na adoração, se a prática de aplaudir continuar se espalhando pelas nossas igrejas, isto poderá muito bem desencorajar os muitos jovens de possuírem e desenvolverem uma música séria com valor espiritual.
De qualquer forma, esta ainda não é a consideração mais importante com relação ao aplauso em nossos cultos. Mais fundamental é a pergunta: O que estamos tentando conseguir batendo palmas? Será dar elogios e adulação aos artistas? Nesse caso então, perdemos o propósito da adoração que é dar honra e elogiar a Deus.
Estamos acostumados a sermos entretidos. Nossas casas têm centros de entretenimento. Os nossos automóveis são da mesma forma equipados para dar-nos a certeza de que as nossas mentes estarão constantemente distraídas. Não é fácil de achar “um lugar quieto, longe do passo rápido onde Deus pode acalmar minha mente preocupada.” 1, parece no mínimo razoável que a igreja deveria ser aquele lugar, e não um tipo de teatro Sabático.

A Música Fá-los Fazer Isto
Como já mencionei, o surgimento aplauso dinâmico não ocorre somente com os que congregam com o espírito eu-estou-aqui-para-ser-entretido, ou seja, quero participar na escolha da melhor performance, na melhor execução do artista. As pessoas aplaudem o que reconhecem instintivamente como sendo “evangelho de entretenimento” um termo usado sem hesitação por muitos no “ministério” da música hoje.
Ainda pretendo ouvir algum grupo de membros aplaudir o hino “O Pai Nosso” ou “Castelo Forte,” embora não esteja pronto para administrar a minha reação a esta altura.
Sinto-me feliz pelos que aplaudem, pois a maior parte deles, parece ainda ter um pouco de respeito pelas coisas sagradas. Penso que poucas congregações, bateriam palmas de modo selvagem e profano para a apresentação de um harpista tocando o solene hino “Fronte Ensangüentada” assim como fariam para um trio de trombetas numa versão de “Oh! Happy Day.”
Aparentemente supõe-se que a própria música ou encoraja ou reprime a inclinação para aplaudir. Se a música terminar com um floreado e um crescendo, as emoções da congregação sobem com isto, e o aplauso é freqüentemente a resposta. Tal música implora aplauso. Mas a conclusão mais difundida para os hinos sacros tende a deixar o adorador mais meditativo sobre a mensagem. Em outras palavras, quanto mais de perto a música tocada refletir o que os ouvintes estão acostumados a ouvir no mundo do entretenimento, mais vigoroso aplauso será o resultado; mas quanto mais sacra for a música, mais “cortês” será o aplauso ou simplesmente não existirá.

Sombras de Pentecostalismo?
Bater palmas, como um exercício religioso, não é um fenômeno que cresce sozinho. Pelo menos, se for, creio que é improvável permanecer deste modo. Na seqüência lógica a fila inclui os braços levantados, corpos se mexendo, e as expressões vocais extáticas tão características do Pentecostalismo.
E nós estivemos lá antes. Cedo no Adventismo achamos vários exemplos de indivíduos que foram além de gritar e bater palmas; eles foram prostrados “pelo Espírito” e mortos pelo poder de Deus (Spiritual Gifts, 2:27, 221). Ellen G. White até mesmo parece ter aprovado estas demonstrações na ocasião. Assim, por que somos tão exigentes com eles hoje?
Mas Deus mostrou a Ellen White a procedência destas práticas e ensinou-a a aplicar barreiras contra isso. Ela escreveu, “Para alguns, os serviços religiosos não significam mais que um tempo agradável. Quando seus sentimentos são despertados, pensam que estão grandemente abençoados. . . A intoxicação do excitamento é o objeto que buscam; e, se o não obtêm, julgam tudo estar errado com eles, ou que algum outro o está.” (II Mensagens Escolhidas, pág. 21).
Não adiantará levantar-se em raiva e dizer que não deveríamos deixar o diabo roubar algo de nós que é bom e direito. É muito tarde para isso, já não funciona. O Pentecostalismo ganhou uma imagem universal de sentimentalismo desenfreado; os Adventistas do Sétimo Dia escolheram historicamente o caminho da razão tranqüila e calma alegria, de forma que o mundo possa nos ver como “um povo inteligente, pensante, cuja fé se acha baseada em fundamento firme e não em confusão” (Idem, pág. 24).
Aqueles que defendem o bater palmas reivindicam que há uma necessidade de mais liberdade e espontaneidade, mais “espírito” e menos estrutura, em nossas reuniões. Ellen White considerou que tal colocação seria como algo perigoso para nosso culto. “Em nosso falar, nosso canto, e em todos os nossos cultos espirituais, devemos revelar a calma e a dignidade e o piedoso temor que atua em todo verdadeiro filho de Deus. Há constante perigo de permitir entrar em nosso meio alguma coisa que consideremos como operação do Espírito Santo, mas que na realidade é fruto de um espírito de fanatismo….Temo isto; temo isso” (Idem, pág. 43).
Ao invés disso, ela sempre ensinou que o povo de Deus deveria “agir de maneira metódica e ordenada”. (Testemunhos para a Igreja, vol. I, pág. 191).

Se Fosse Aceitável…
Até mesmo se o aplauso fosse uma forma aceitável de mostrar apreciação em nossas igrejas, não seria então uma amostra de parcialidade? Se qualquer um deveria ser destacado para uma salva de palmas na maioria das igrejas, seriam então os que cuidam dos bebês. Ou os membros da equipe da cozinha. Ou os professores da escola da igreja.
E mesmo que o Céu aprovasse estes aplausos, a minha suposição seria que estes deveriam ir para a alma que em luta ganhou a vitória sob um pesado pecado, ou alguém que passou por uma grande tribulação, sofrimento e perda com um espírito triunfante. Em tais casos, eu posso ouvir Jesus dizer, “Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida!” (Lucas 15:6).
Penso que destacar as pessoas da linha da frente para semelhantes reconhecimentos envia uma mensagem errada às pessoas nas trincheiras.

Um Vinho Que Intoxica
E envia a mensagem errada aos próprios artistas. Nas várias dúzias de vezes que Ellen White usa a palavra “aplauso”, não achei nenhum exemplo onde seja usada de uma forma positiva. Ela fala das pessoas “que imploram” por aplausos, dos que “buscam mais afincadamente o aplauso dos que estão ao redor deles do que a aprovação de Deus,” de alguns que “recebem aplauso para virtudes que eles não possuem, “e de alguns a quem o aplauso estimula mais do que “a taça de vinho ao bêbado” (Testemunhos para a Igreja, vol. 4, pág. 375; Primeiros Escritos, pág. 107; Testemunhos para a Igreja, vol. 2, pág. 512; vol. 3, pág. 185, 186).
Se não tivéssemos nenhuma outra razão para nos abstermos dos aplausos durante o culto de adoração, também não precisaríamos de nenhuma. Temos inumeráveis advertências na Bíblia e nos escritos da Sra. White contra incentivar o orgulho e auto-adulação aos nossos membros. Até mesmo um gole ou dois desse vinho intoxicado, pode ser viciante.

Todos batem palmas?
Mas e as referências Bíblicas?(*1) Uma análise simples do contexto do Salmo 47 indica que 
não é o povo de Israel que estava sendo chamado a bater palmas, mas sim as nações que haviam sido subjugadas. Ora, será que um povo pagão, que não conhecia Deus, e que acaba de ser vencido em nome dEle, estaria disposto a adorá-Lo?Ou será que o Salmo está dizendo que eles teriam que reconhecer o poder de Deus, porque não teriam outra alternativa? Aliás, é este o contexto da única citação que Ellen White desta passagem, em Review and Herald, 1 
de Janeiro de 1914, quando fala do rei Josafá voltando da batalha. 
Uma análise exegética da expressão "bater palmas" indica que ela é sempre usada em um contexto de admiração e espanto, não necessariamente no contexto de louvor, elogio ou aplauso, como usamos em nossa sociedade hoje. Inclusive há textos onde esta expressão é utilizada no sentido de rejeição ou reprovação, desprezo e até mesmo zombaria (ver Jó 27:23; Lamentações 2:15; Ezequiel 21:14; 22:13).

Existe também o aspecto simbólico e poético da expressão, pois em Salmos 98:8 e Isaías 55:12 os elementos da natureza são convidados a unirem-se em louvor através de palmas. Evidentemente, esta é uma impossibilidade física, o que não tira a beleza poética da 
descrição; porém, dificilmente pode ser tomada como parâmetro para a atitude do adorador pensante durante o culto a Deus. 
Além disso, de acordo com a referência Strong, a palavra hebraica utilizada neste texto (tâqah) também é traduzida como: 
- Soprar, tocar (trombetas) (46 ocorrências) 
- Cravar, afixar (com estacas ou cravos) (5 ocorrências) 
- Golpear (4 ocorrências) 
- Erigir (tendas) (3 ocorrências) 
- Empurrar, enfiar (armas brancas) (2 ocorrências) 
- Lançar (1 ocorrência) 
Portanto, não há justificativa escriturística para utilizar esta expressão como justificativa ao uso de palmas no contexto da adoração a Deus na igreja. Se fosse esta a intenção do Salmo, ou se houvesse uma justificativa coerente para isto, este prática teria sido introduzida no Templo. Porém o relato bíblico nega esta possibilidade.



Um Unificador ou Divisor?
Observei que em qualquer grupo normalmente há um número de pessoas que não aplaude. Os que o fazem e os que não fazem não se agrupam em faixas de idade ou categorias de classe. Tenho visto pessoas de cabelos brancos aplaudindo tão vigorosamente como se estivessem num concerto, o educado tão entusiasticamente quanto o inculto. Mas vejo também jovens sentados com os braços e mãos imóveis.
Bater palmas é um de vários elementos que nos divide na forma de adoração. Precisamos nos unir e solucionar o assunto com oração, estudo e muita humildade de espírito.
Qualquer reforma duradoura terá que incluir as nossas crianças. Infelizmente, temos educado nossas crianças fielmente em nossas escolas e Escola Sabatina, a cantar “canções ativas” que empregam o bater de palmas com um certo ritmo. Talvez, fazendo isto, estejamos sugerindo o que as crianças devem achar do ritmo dos “grandes hinos” da igreja, e que alguns deles são muito enfadonhos e chatos.
Devem ser postas de lado preferências culturais. Se o assunto dos finais dos tempos for adoração, cometemos um erro terrível discutindo acerca de diferenças culturais. É a santidade de Deus que deve ser a medida de nossa adoração.
“Se todos os orgulhosos e vangloriosos, cujos corações estão arquejando para o aplauso de homens e para distinção sobre os seus companheiros, pudessem calcular justamente em contraste o valor da glória terrestre mais alta com o valor do Filho de Deus, rejeitado, menosprezado, cuspido pelos mesmos que Ele veio resgatar, quão insignificante pareceria toda a honra que o homem finito pode proporcionar” (Testemunhos para a Igreja, vol. 4, pág. 375).
Texto de Lee Roy Holmes
(*1)Texto acrescentado pelo Bíblia e a Ciência do site Música e Adoração
Via Música e Adoração

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