Mostrando postagens com marcador A Natureza de Cristo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A Natureza de Cristo. Mostrar todas as postagens

domingo, 11 de março de 2018

A Humanidade de Cristo

Resultado de imagem para A Humanidade de Cristo
Excertos dos Escritos de Ellen G. White
Compilado por Robert W. Olson

Tradução de Sônia Maria M. Gazeta

Título do original em Inglês. “The Humanity of Christ”
CENTRO DE PESQUISAS ELLEN G. WHITE
Instituto Adventista de Ensino – Engenheiro Coelho SP – 1996

 Introdução
 Muitos séculos após Jesus ter vindo ao mundo, Seus seguidores têm-se empenhado em discussões longas e acrimoniosas juntamente sobre que era o Senhor. Era Ele Deus – o Ser que criou o universo? Era Ele homem, um membro da família humana de carne e sangue? Era ambos? Alguns cristãos, chamados Docetistas, julgavam que mesmo a sugestão de que o Deus invisível pudesse tornar-se um ser físico era ultrajante. Eles diziam que não havia possibilidade de Cristo tornar-Se humano; Ele apenas parecia humano.

Todavia Cristo era humano, tanto quanto divino, e precisamos vê-lo como um de nós. Precisamos deixar que Seus pés toquem o solo. O Propósito deste livro é apresentar um quadro preciso de nosso Senhor em Sua humanidade. Uma vez que Ellen White conheceu tão bem Jesus e com Ele conversou em visão (veja, por exemplo, Primeiros Escritos, p. 77) nós a citamos a citamos muitas vezes, mas longe de esgotarmos seus escritos, assim como utilizamos as Sagradas Escrituras.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Como pode a divindade de Cristo não morrer na cruz?



‘”Quando Cristo foi crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A divindade não sucumbiu e morreu; isso teria sido impossível” (Manuscript Releases, v. 21, p. 408). “Eu sou a ressurreição e a vida.” (João 11:25). Aquele que disse: “Dou a Minha vida para tornar a tomá-la” (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer.” (Mensagens Escolhidas, v. 1 p. 301)

Vocês poderiam me indicar algumas fontes adventistas contemporâneas que comentem esse conceito da deidade/divindade de Cristo não morrer?

Desconheço fontes adventistas contemporâneas que comentem esse conceito, embora possa haver algumas. Estamos simplesmente lidando com um dos mistérios da Encarnação. Jesus era inteiramente Deus e inteiramente humano, com Suas duas naturezas unidas em uma só. Encontrei mais sobre a declaração que você citou nesta referência extraída de The Seventh-Day Adventist Bible Comentary (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia), no volume 5, p. 1113, 1114, nos “Ellen G. White Comments” (Comentários de Ellen G. White) sobre Marcos16:6:

6 (Jo 1:1-3,14; Fp 2:5-8; Cl 2:9; Hb 1:6, 8; 2:14-17; Hb 4:15).]A Divindade Não Morreu. – A natureza humana do Filho de Ma­ria se transformou na natureza divina do Filho de Deus? Não; as duas naturezas foram misteriosamente mescladas em uma pessoa – o homem Jesus Cristo. NEle habitava corporalmente toda a divin­dade. Quando Cristo foi crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A divindade não sucumbiu e morreu; isso seria impossível. Cristo, Aquele que não pecou, salvará cada filho e filha de Adão que aceitar a salvação que lhes é oferecida, consentindo em se tornarem filhos de Deus. O Salvador comprou a raça caída com Seu próprio sangue.

Isso é um grande mistério, um mistério que não será inteira e completamente compreendido em toda sua grandeza até que os re­dimidos sejam trasladados. Só então o poder, a grandeza e a eficácia do dom de Deus para o homem serão entendidos. Mas o inimigo está determinado a fazer com que essa dádiva seja tão mistificada que venha a tornar-se como nada (Carta 280,1904). [...]

“Eu sou a ressurreição e a vida.” Aquele que disse “Eu dou a Mi­nha vida para a retomar” emergiu da sepultura para a vida que era Ele mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, Cristo possuía o poder de romper os grilhões da mor­te. Ele declara ter vida em Si mesmo para reviver quem Ele quiser.

Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. Eles são recipientes da vida do Filho de Deus. Por mais capazes e talen­tosos, por maiores que sejam suas habilidades, eles são reabastecidos com vida que vem da Fonte de toda vida. Ele é a fonte de vida. So­mente Aquele único que possui a imortalidade e faz Sua habitação na luz e na vida pode dizer: “Tenho autoridade para dar [Minha vida], e tenho autoridade para retomá-la.” [...]

Cristo estava investido com o direito de dar imortalidade. A vida que, em Sua humanidade, Ele doou, outra vez Ele a tomou, e deu para a raça humana. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Youth Instructor, 4 de agosto de 1898).

Se por definição Deus é imortal, como pode a divindade morrer? Como disse a Sra. White, “isso seria impossível”. Mesmo assim, Jesus morreu, e Sua morte afetou até mesmo Sua divindade. Ela não morreu, mas este­ve pelo menos quiescente lá na tumba.

FAGAL, William. 101 perguntas sobre Ellen White e seus escritos. Tatuí, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2013, p. 120 .

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Cristo veio com a natureza de Adão antes ou depois da queda?


Alguns entendem de forma equivocada Romanos 8:3, que afirma que Jesus veio "em semelhança de carne pecaminosa", para "provar" que Cristo veio com a natureza de Adão depois da queda. Porém, eles esquecem que o próprio texto não diz que Jesus veio com uma natureza pecaminosa, mas sim que veio em semelhança de carne pecaminosa.

Tais indivíduos também alegam que "para vencermos como Cristo, Ele tem que ter vindo com a natureza de Adão depois da queda; do contrário, não poderia ser nosso modelo". É claro que Cristo é nosso modelo (1Jo 2:6), mas de modo algum podemos esquecer de que primeiro Ele é o nosso Salvador. Se pudéssemos imitar o exemplo de perfeição dEle (Mateus 5:48 também é mal interpretado), o Senhor nem precisaria ter vindo aqui. Poderíamos com nossas próprias obras chegar a um nível de perfeição elevado.

Só podemos obedecer a Deus e seguir o exemplo de Cristo se primeiro O aceitarmos como Salvador e depois continuarmos, durante a vida toda, passando pelo processo de santificação (Hb 12:14; Rm 6:22; Fp 3:13-16). É por isso que para sermos bons ou fazermos qualquer ato digno de aprovação do Senhor,dependemos totalmente da graça dEle e não das nossas obras! "Pois Deus [não o próprio ser humano, fraco pelo pecado]está sempre agindo em vocês para que obedeçam à vontade dEle, tanto no pensamento como nas ações" (Fp 2:13; veja também Ef 2:8, 9).

A pergunta ainda não quer calar: Cristo veio com a natureza de Adão antes ou depois da queda?

No aspecto FÍSICO, realmente Jesus nasceu com a natureza de Adão DEPOIS da queda. O Salvador não veio a este mundo com a mesma altura e vigor físico de Adão. Pelo contrário: a Bíblia diz que no aspecto físico o Salvador não chamava atenção (ver Isaías 53:2).

Entretanto, no aspecto ESPIRITUAL, Jesus veio com a natureza de Adão ANTES da queda, ou seja, moralmente perfeito. E não poderia ser diferente, pois a Bíblia diz que Jesus é o segundo adão (cf. 1Co 15:45). Se Jesus tivesse vindo com alguma propensão ao pecado, sendo o "segundo Adão", isso indicaria que o "primeiro Adão" também foi criado imperfeito, o que seria uma heresia! E mais: se Cristo tivesse tendências para o mal, seria um pecador. Consequentemente, não poderia nos salvar, pois também precisaria de um Salvador.

Alguém poderia ainda perguntar: "Então, como Jesus poderia ser tentado (Mt 4:1-11) se Ele não tinha uma natureza pecaminosa?"

Não há um porquê de Cristo precisar ter uma natureza pecaminosa para ser tentado. Adão era perfeito e mesmo assim pôde ser tentado. O fato de Adão poder ser tentado não indica que Deus o tivesse criado com propensões pecaminosas. O mesmo se dá em relação a Cristo, o "segundo Adão", como vimos anteriormente. O detalhe é que a tentação de Adão e de Jesus era apenas externa, e não interna (eles não tinham a vontade de pecar). Poderiam escolher pecar, devido ao livre-arbítrio, mas sem sentir aquele desejo pecaminoso. Se Cristo tivesse a tendência interna para o mal, o simbolismo do cordeiro perfeito, sem defeito (Êx 12:5), usado nos dias do Antigo Testamento para simbolizar a Cristo (João 1:29), perderia todo o sentido! Além do mais, contradiria frontalmente textos como Hebreus 4:15, 7:26, 1 Pedro 2:22... (confira-os em sua Bíblia).

O fato de Jesus ter algumas "debilidades inocentes" como sentir fome, sede e ficar cansado (Jo 4:6, 7; Mt 4:2) não indica que Ele tinha natureza pecaminosa. Ter tais características humanas em nada afetou a perfeita natureza espiritual dEle.

Podemos resumir e concluir o assunto com uma frase, dita pelo professor e doutor Amim Rodor (do Centro Universitário Adventista ) em uma de suas aulas de Cristologia: "Jesus foi afetado pelo pecado (fisicamente), mas não infectado (moralmente)."

Àqueles que acreditam que Jesus veio com uma natureza pecaminosa, Ele pergunta: "Quem dentre vós Me convence de pecado?" (Jo 8:46).

Leandro Quadros

domingo, 22 de março de 2015

Natureza Humana de Cristo

Natureza Humana de Cristo
By Joe Crews

INTRODUÇÃO

A falsificação mais perigosa é aquela que mais se assemelha à verdade. É por isso que as falsificações religiosas são tão mortais, embora frequentemente toleradas ao invés de serem identificadas e expostas. Os Cristãos, em geral, têm medo de serem mal compreendidos se se posicionarem contra algo que se parece tanto com a coisa mais pura na religião. Já que geralmente existe apenas uma fina linha separando o melhor do pior, o falso do verdadeiro, eles temem ser acusados de atacar o genuíno, caso se oponham à falsificação.

Será que Satanás fabricou algum tipo de falsificação da mais sagrada das doutrinas do Cristianismo? De fato ele a fabricou! E as delicadas diferenças têm levado até mesmo teólogos e eruditos muito reticentes a se oporem a ela abertamente.

Muitos sinceros Cristãos argumentam que as visões paralelas são tão próximas que nenhuma dúvida deveria existir sobre isso. Outros acreditam que a diferença é basicamente semântica e envolve apenas graus de significado no uso das palavras.

Seria possível que nosso poderoso adversário psicológico pudesse antecipar essas imprevisíveis reações humanas e habilidosamente criar sutis desvios da verdade que dificilmente seriam reconhecidos e resistidos? De fato, eu creio que ele seria um tolo se não explorasse seus seis mil anos de experiência nas ciências mentais! É por isso que o caminho do erro sempre jaz tão perto do caminho da verdade inegável. Satanás apostou que o professo Cristão relutaria em tomar posição contra algo tão próximo da verdade, especialmente se tal verdade envolvesse a obra da cruz, ou a imaculada vida do Filho de Deus. Quem gostaria de se posicionar contra essas santas realidades? Parece mais seguro simplesmente tolerar a posição deturpada do que se arriscar a ser mal compreendido ao atacar a falsificação quase perfeita.

Estou convencido de que Satanás engenhosamente produziu e popularizou um erro disfarçado, gerando assim uma rede de erros relacionados. E todos esses erros circulam em torno dos assuntos mais sagrados e queridos ao coração de um Cristão comprometido -justificação pela fé, a encarnação de Jesus, e a vitória sobre o pecado.

Não pode haver dúvida de que as séries de visões errôneas estão relacionadas umas às outras por uma convincente cadeia de lógicas e razões humanas. Se um ponto é verdadeiro, então todos os outros pontos devem, necessariamente, também ser verdadeiros. Mas se um ponto estiver em erro, os outros pontos perdem sua credibilidade.


O PECADO ORIGINAL

É muito provável que a cadeia de erros tenha sido iniciada pela inserção da doutrina do pecado original na teologia da igreja primitiva. Começando com a posição biblicamente válida da natureza carnal inerente ao homem, a qual o predispõe a pecar, a idéia gradualmente evoluiu para que a culpa de Adão também fosse imputada a seus descendentes. Agostinho foi responsável, mais do que qualquer outro, por propagar esta visão da culpa transmitida. Através de Lutero e dos reformadores, ela encontrou seu caminho dentro de muitas das igrejas Protestantes.

Embora a doutrina criasse uma tremenda controvérsia na igreja primitiva, muitos Cristãos modernos parecem aceitar a visão da maioria de hoje sem muita reflexão ou questionamentos profundos. É fácil ver que existe apenas uma única diferença marginal entre as duas visões, tanto naquela época quanto agora. A natureza enfraquecida e pecaminosa de Adão foi passada para seus filhos através das leis da hereditariedade, tornando impossível a eles não pecar enquanto permanecessem em um estado não convertido. Desde que os pecados deles eram o resultado do pecado de Adão, foi fácil deslizarem para dentro do erro de aceitar que eles compartilham a culpa do mesmo.

Mas há uma diferença muito importante entre a inclinação para o pecado e a culpa do pecado, e é esse pequeno grau de diferença que tem disparado uma série de outros erros doutrinários. Disse o profeta: “O filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho” (Ezequiel 18:20).


O BATISMO INFANTIL

Como uma conseqüência natural da crença do pecado original, a igreja Católica desenvolveu uma forte doutrina do batismo infantil. Apenas pelo seu sacramento de aspersão poderia a maldição da culpa de Adão ser removida do bebê. Uma vez que a salvação da criança dependia de um batismo apropriado, foi atribuída uma prioridade absoluta a esse ritual. Se uma escolha tivesse que ser feita entre a vida da mãe e a vida do bebê não nascido, a mãe seria sacrificada. Os médicos e enfermeiras Católicos eram instruídos na arte de batizar um feto ainda no útero se houvesse alguma dúvida da sobrevivência do mesmo.

A doutrina do pecado original também deu origem ao dogma da imaculada concepção de Maria. Se todo bebê nascia com a culpa em sua alma, então alguma coisa precisava ser feita para preservar Jesus dessa culpa, caso contrário, Ele não poderia ser um sacrifício perfeito pelo pecado. A solução Católica atribuiu a Maria uma concepção miraculosa também, que a preservou do efeito do pecado original. Portanto, Jesus teria nascido de uma mãe humana sem participar da suposta culpa de Adão.

Como uma conseqüência estendida da visão de Jesus ser, de forma geral, diferente do homem, a igreja Católica também introduziu o ilegítimo sistema do sacerdócio humano. Se o filho de Deus não viveu na natureza caída do homem, então a escada não foi descida do céu à terra. O abismo continua sem uma ponte entre um Deus santo e a humanidade caída. Dessa forma, alguns outros meios deveriam ser providenciados para completar a conexão.

Primeiro, ela foi atribuída aos sacerdotes na terra, os quais era sabido possuírem carne pecaminosa. Depois, um papel mediador foi reivindicado para aqueles que haviam habitado em carne pecaminosa mas foram canonizados, pela igreja, como santos no céu. Finalmente, aos anjos e à mãe de Jesus foi concedido o status de intercessores entre o homem e Deus.

Já podemos começar a ver a reação em cadeia das conseqüências de um pequeno desvio da verdadeira doutrina.


NATUREZA CAÍDA OU NÃO CAÍDA?

Agora vamos observar o efeito do pecado original nas igrejas Protestantes. Como elas puderam evitar o dilema de suas crenças relacionadas com a natureza de Cristo? Embora elas rejeitassem a tradição Católica da imaculada concepção, elas idealizaram uma doutrina que era igualmente nãoescriturística e que removia Cristo totalmente da família caída de Adão. Esta visão declarava que Jesus encarnou de uma maneira especial que o preservou da participação na natureza dos descendentes de Adão. Em vez disso, Ele nasceu com a natureza não caída de Adão e viveu Sua vida santa no estado incorrupto de humanidade inocente.

Novamente somos surpreendidos com a maravilhosa duplicidade da falsificação. Ele realmente veio na natureza humana, eles dizem, mas deveria ser na natureza não caída de Adão, de forma a protegê-Lo da poluição do pecado original. A verdade é que este pequeno desvio estendeu o fundamento para uma série de outras conclusões falsas que atacam algumas das mais acariciadas verdades do Protestantismo.

Em primeiro lugar, tal doutrina é diametralmente oposta ao claro ensinamento da Bíblia. Pelo menos, seis vezes somos assegurados que Jesus teve uma natureza humana exatamente como a nossa. Em Hebreus 2:11 lemos: “Tanto o que santifica, como os que são santificados, vêm todos de um só. Por esta causa Jesus não se envergonha de lhes chamar irmãos.” Irmãos são de uma mesma carne e natureza familiar. Cristo é o único que santifica, e nós estamos sendo santificados; e todos somos de uma única carne, de modo que Ele pode nos chamar de Seus irmãos. Isso estabelece o ponto além de qualquer dúvida.

“Pois na verdade Ele não tomou sobre si a natureza de anjos, mas Ele tomou sobre si a semente de Abraão” (Hebreus 2:16 KJV). Como poderia Ele participar da semente de Abraão se Ele tomasse sobre Si a natureza de Adão não caído? A ênfase aqui é que ele não tomou sobre Si alguma natureza exótica, sem pecado, tal como a que os anjos ou o santo Adão pudessem ter tido, mas a mesma natureza que os filhos de Abraão possuíam. Eles tinham corpos e mentes enfraquecidos pelo pecado. Assim também Ele. Isto não envolve culpa. Estar sujeito ao pecado não é ser culpado dele. Ele foi tentado da mesma forma que nós somos, todavia Ele nunca, nem mesmo uma única vez, nutriu ou cedeu ao pecado. Ele nunca desenvolveu qualquer propensão em direção ao pecado por dar-lhe caminho. Ele permaneceu imaculado pelo pecado e foi sempre totalmente puro e santo.

“Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus” (Hebreus 2:17).


POR QUE A NATUREZA HUMANA?

Por que Ele nasceu na mesma carne e natureza que temos? Para que Ele pudesse ter entendimento de nossas fraquezas e inclinações para o pecado, e ser um Sumo Sacerdote misericordioso por nós. As palavras “em todas as coisas” realmente significam “em todas as coisas”? É claro que sim!

Paulo declarou que Jesus “nasceu da descendência de Davi segundo a carne” (Romanos 1:3). Seria contrário à razão interpretar estas palavras como significando que Cristo herdou de Maria uma natureza santa, não caída. Qualquer que fosse a semente de Davi segundo a carne, nosso Senhor participou da mesma. Todos os descendentes de Davi, exceto um, cedeu a suas inclinações hereditárias e cometeram pecados pessoais. Jesus, como todos os outros, herdou a natureza de Davi segundo a carne, mas Ele não cedeu à fraqueza inerente àquela natureza. Embora tentado em todos os pontos como nós somos, Ele não respondeu com um único grau de indulgência a qualquer dessas tentações. Sua vida foi uma constante fortaleza de invencível poder espiritual contra o tentador.

Ao contar completamente apenas com a força sempre presente de Seu Pai, Ele demonstrou a vitória que é possível, para toda semente de Davi segundo a carne, experimentar.

Novamente lemos: “Portanto, visto que os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas” (Hebreus 2:14). Note como o escritor inspirado enfatiza a semelhança do corpo de Cristo com o do homem. ELE MESMO TAMBÉM PARTICIPOU DAS MESMAS COISAS (no inglês, HE ALSO HIMSELF LIKEWISE, significando ELE TAMBÉM, ELE MESMO, DA MESMA FORMA). Essas palavras são usadas consecutivamente, mesmo sendo repetitivas e redundantes. POR QUÊ? De forma a impressionar-nos de que Jesus realmente participou da MESMA natureza que o homem caído possui. Exatamente como os filhos participam da mesma carne e sangue, ELE MESMO, TAMBÉM DA MESMA FORMA, tomou a MESMA! Como alguém pode ser confundido por esta linguagem não ambígua?


JESUS POSSUIU FRAQUEZAS HEREDITÁRIAS?

Essas palavras inspiradas, definitivamente, nos dizem que Cristo tomou parte da mesma natureza que os filhos que “são participantes da carne e sangue”. Isto não nos diz, sem dúvida, o tipo de natureza que Cristo possuiu? Adão teve algum filho nascido antes que ele pecasse? Nenhum! O fato é que todos os filhos que já nasceram neste mundo herdaram a mesma natureza humana caída de Adão, porque eles nasceram depois que Adão pecou. O livro de Hebreus declara que Jesus “também participou das mesmas coisas”. As mesmas quais? A mesma carne e sangue que os filhos herdam de seus pais. Que tipo de carne as crianças herdam de seus pais? Apenas carne pecaminosa. Algum outro tipo de carne, exceto carne pecaminosa, alguma vez foi conhecida entre os descendentes de Adão? Nenhuma, seja qual for. Se Jesus participou da mesma carne e sangue que os folhos, tinha que ser carne e sangue pecaminosos. Não há nenhuma outra conclusão a ser tirada. Todavia, Ele mesmo era sem pecado!

Uma escritora, reconhecendo esta clara posição bíblica, descreveu isso sucintamente nestas palavras:

“Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 49).

Essa declaração descreveu a operação das leis da hereditariedade e está em perfeita harmonia com a declaração de Paulo, de que Jesus participou da mesma carne e sangue que os filhos recebem de seus pais. Isso está referindo-se à hereditariedade também. Se Cristo tivesse nascido com a natureza não caída de Adão, a própria sugestão da influência hereditária seria ridícula ao extremo. Não poderia haver lugar para qualquer tipo de tendências hereditárias em uma natureza “adâmica” que nunca conheceu tanto o nascimento quanto a ancestralidade. Se Ele não possuísse nenhuma fraqueza herdada, por que o autor de Hebreus diria que ele participou da mesma carne e sangue que os filhos recebem dos pais? Certamente é porque o Criador não incorporou nenhuma fraqueza inerente na criação original. Adão não possuía nenhuma batalha para lutar contra tendências hereditárias. Ele possuía o poder em si mesmo para escolher sempre não pecar. Jesus, como homem, reivindicou ter esse mesmo tipo de poder? Não! Ele disse:“nada faço de mim mesmo, mas falo como o Pai me ensinou” (João 8:28). Repetidamente, Cristo falou de ser dependente de Seu Pai para o que Ele dizia e o que Ele fazia. Ele escolheu viver Sua vida aqui como um homem da mesma maneira que nós temos que vivê-la. Para salvar a Si mesmo do pecado e dos perigos da carne, Ele dependeu constantemente e unicamente do poder de Seu Pai. Foi dessa forma que Ele superou o Diabo, fechou cada avenida da tentação, e viveu uma vida de perfeita obediência.

Por nunca ceder ao apelo inerente da carne, Ele deu um exemplo do tipo de vitória que pode vir a cada filho de Adão através da dependência do Pai.

Satanás tentou Jesus no deserto a usar Seu poder divino para satisfazer Sua fome agonizante. Satanás sabia que Jesus tinha o poder divino para operar aquele milagre. Sua esperança era que ele pudesse provocá-Lo a depender de Sua divindade para alívio próprio. Por que isso teria sido um triunfo para Satanás? Ele poderia ter usado isso para sustentar suas acusações de que Deus requeria uma obediência que nenhum homem, na carne, poderia prestar. Se Jesus falhasse em superar o tentador na mesma natureza que temos e pelos mesmos meios disponíveis para nós, o Diabo teria provado que a obediência é, de fato, um requisito impossível. Satanás entendeu muito bem que Jesus não poderia usar Seu poder divino para salvar a Si mesmo e salvar o homem ao mesmo tempo. Foi isto o que tornou o teste uma experiência tão severa e agonizante para Cristo.

Se Jesus realmente herdou a natureza comprometida de Adão, então por que Ele não pecou como o resto dos descendentes de Adão? Porque Ele era cheio do Espírito Santo de Deus desde o ventre, e possuía uma vontade completamente entregue ao Pai, e uma natureza humana santificada. Podemos nós participar do mesmo poder para guardar-nos de pecar? Sim! Jesus ao viver Sua vida de vitória sobre o pecado, não utilizou Sua divindade, mas confinou-se ao mesmo poder disponível a nós através da conversão e santificação.


CRISTO VENCEU EM NOSSA PRÓPRIA NATUREZA

Não tivesse Ele obtido a vitória sobre Satanás na mesma natureza que temos, que encorajamento poderia ser tirado de Sua vitória? Não é necessário me mostrar que era possível para Adão não ceder ao pecado. Eu já sabia disso. O que eu preciso saber é se eu posso superar o pecado, sendo minha natureza a que é.

Satanás acusou Deus de requerer algo que não podia ser feito. A razão pela qual o homem caído não podia prestar obediência é claramente descrita em Romanos 8:3-4: “Pois o que era impossível à lei, visto que estava enferma pela carne, Deus, enviando Seu filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

Esses versos são simplificados quando fazemos algumas perguntas: O que a lei não poderia fazer por nós porque éramos muito fracos na carne para guardá-la? Ela não podia salvar-nos.

Já que nós não podíamos guardá-la devido à fraqueza da carne, o que fez Deus? Ele enviou Jesus para obedecer à lei perfeitamente na carne. Ele condenou o pecado na carne pela total vitória sobre ele.

O que Sua vitória na carne tornou possível para nós? “Para que a justiça (os justos requisitos) da lei se cumprisse em nós”. Ela habilitou-nos a obedecer.

Como Sua vitória na carne tornou possível a nossa obediência? Pelo milagre da conversão, que muda nossa caminhada, da carne para o Espírito. Então Cristo em nós, através do Seu Espírito, comunica vitória sobre o pecado para nossas vidas.

Estas verdades óbvias apontam um dos grandes problemas em se acreditar na natureza humana pré-lapsariana de Cristo (isto é, a natureza de Adão antes da queda). Se Sua vitória sobre Satanás, na carne, foi com o propósito de habilitar-me a cumprir os requisitos da lei, como poderia Sua vitória ajudar-me de alguma forma, se ela foi obtida em alguma outra carne se não a minha? Aqui é onde essa falsa doutrina ataca o belo princípio da justificação pela fé.

Justiça pela fé é a imputação e a comunicação dos resultados da vida sem pecado e morte expiatória de Cristo. Inclui tanto justificação quanto santificação. Cristo atribui, ou credita, a nós, os méritos de Sua experiência sem pecado para libertar-nos da penalidade do pecado. Isso é justificação. Para libertar-nos do poder do pecado Ele não apenas, e meramente, nos conta como justos, mas Ele realmente comunica Sua força para superar o pecado. Em ambos os casos, Ele pode apenas conceder-nos o que Ele conseguiu através de Sua própria experiência encarnada como o Salvador do mundo.

Alguém pode afirmar que desde que a justificação apenas envolve uma atribuição do registro sem pecado de Cristo em nossa conta, isto poderia ter sido feito em qualquer tipo de corpo. Mas seria isto verdade? O propósito da encarnação foi redimir o homem caído e não o homem que não pecou. Para fazer isso Ele tinha que “condenar o pecado na carne” (Romanos 8:3). Nossos pecados, que procedem da carne, deveriam ser condenados por Ele, e a única maneira pela qual isso poderia ser feito era conquistar aquela carne pecaminosa e submetê-la à morte da cruz.

Jesus veio tirar o pecado do mundo, como declarou João. Como Ele poderia tirar o pecado que não estivesse mesmo na carne que Ele assumiu? Para ser mais preciso, como ele poderia “condenar o pecado na carne” em uma carne sem pecado? Paulo disse: “Estou crucificado com Cristo” (Gálatas 2:20). Por que ele posteriormente declara que nós “fomos batizados na Sua morte” (Romanos 6:3)? Todo pecador deve passar, pela fé, pela experiência da crucificação e ressurreição com Cristo. De modo a passar da morte para a vida, cada um de nós deve identificar-se com Aquele que nos representou como o segundo Adão. Nossos pecados estavam nEle. Quando Ele morreu, nós morremos; e a penalidade pelos nossos pecados foi satisfeita e exaurida.

Você pode ver que Ele teve que carregar nossa natureza caída até àquela cruz, de modo a tornar possível que nossa natureza pecaminosa fosse colocada para morrer? Qualquer coisa a menos teria falhado em satisfazer a justiça de Deus. Cristo teve que render a humanidade condenada ao salário completo do pecado naquela cruz, de modo a tornar a expiação possível por nós. De outra forma, não poderíamos nos identificar com Ele ou sermos crucificados com Ele. Obviamente, a redenção requer que Jesus viva e morra com a natureza do homem caído, de forma a fornecer a ligação vital da justificação. Agora vamos para os requisitos da santificação


PARTICIPANDO NA VITÓRIA DE CRISTO

A santificação não é um mero crédito ou contabilidade. É a comunicação de algo a nós. Assim como Ele atribui justificação para nos libertar da culpa do pecado, Ele agora comunica santificação para nos libertar do poder do pecado. O que é a santificação que Ele nos comunica? É nossa real participação na vitória de Cristo sobre o pecado. Pela fé, nos apropriamos da força da vitória que Ele experimentou na carne. Em outras palavras, Ele é capaz e desejoso de viver em nós a mesma vida de superação que Ele viveu como um homem nesta terra. Ele reproduzirá em nós Sua própria experiência sem pecado. Isso é santificação.

Se Jesus veio ao mundo com a natureza não caída de Adão para manifestar uma vida sem pecado, como poderia aquela natureza não caída ser reproduzida em mim? Homens caídos não são santificados por participar da experiência não caída de Adão! Eles são santificados ao vencer o pecado em sua natureza caída, através do mesmo poder que Jesus utilizou para vencer o pecado. Não há nenhuma forma de nós participarmos da experiência não caída de Adão. Se este foi o meio pelo qual Jesus superou Satanás, não há nenhum modo para Ele comunicá-lo a mim. Mas se Jesus obteve a vitória sobre Satanás na natureza caída dos descendentes de Adão, então eu posso participar dela com Ele. Este tipo de vitória pode ser superposta sobre minha própria vida, porque ela foi obtida na mesma natureza que eu possuo.

Uma experiência sem pecado, vivida em alguma natureza alienígena não caída, não poderia ser creditada a mim, nem jamais poderia ser possuída por mim. A natureza caída nunca pode, nesta vida, ser restaurada ao estado do homem não caído. Mas nós podemos receber a vitória sobre o pecado, a qual Jesus obteve na carne como um de nós.


OS DOIS EXTREMOS

Nesse contexto, é interessante estudarmos a breve história vivida por um grupo de Cristãos em Indiana (EUA), que reivindicavam ter carne santa. Por volta do ano 1900, um corpo particularmente grande de membros conservadores tornou-se obcecado com a idéia de que Jesus viveu Sua vida sem pecado na natureza do Adão não caído.

Assumindo, corretamente, que Sua experiência vitoriosa na carne poderia ser comunicada a cada Cristão através da fé, eles começaram a ensinar que a mesmíssima vida incorrupta sem pecado de Adão poderia ser vivida pelos homens caídos. Esta visão fanática levou-os a acreditar que eles pudessem reproduzir a absoluta santidade e perfeição do Adão não caído. Esse é apenas um bem documentado exemplo das ramificações deste falso ensinamento.

A outra extremidade para a qual os homens são levados, ao aceitar o erro da natureza pré-queda de Cristo, é exatamente o oposto à teoria da “carne santa”. Eles simplesmente afirmam que, visto que Jesus venceu na natureza sem pecado de Adão, nós não podemos experimentar Sua vitória enquanto permanecemos em corpos de carne pecaminosa.

Cristo poderia apenas comunicar o que Ele tem para dar, e posto que Ele não obteve vitória sobre o pecado em nossa natureza caída, Ele não poderia compartilhá-la conosco. Portanto, é impossível vencer como Cristo venceu.

Assim, podemos ver como a verdade bela e simples da santificação é minimizada e removida da experiência da justificação pela fé. Já vimos como o erro do “pecado original” gerou duas outras perversões, a saber, que Jesus possuía a natureza não caída de Adão, e que a santificação não pode ser comunicada ao homem por Jesus. De fato, muitos proponentes do pecado original nem mesmo acreditam que é possível superar o pecado nesta vida. Eles negam as repetidas declarações das Escrituras de que o homem caído pode realmente participar da natureza divina de Cristo. De alguma forma, eles não conseguem perceber e aceitar o mistério celestial, tão freqüentemente afirmado na Bíblia, de que Jesus tomou a natureza caída do homem sobre Si e, todavia, nunca foi culpado de pecado. Para eles, a culpa herdada de Adão é tão penetrante na natureza humana, que ela apenas pode ser vencida quando a transladação tomar lugar na vinda de Cristo.


VIVENDO SEM PECADO

É difícil para nós crermos que Jesus, em Sua humanidade, pudesse manter uma mente absolutamente pura, impecável, durante Seus 33 anos e meio neste mundo? É impossível para qualquer um, em carne humana, mesmo sob o poder de Deus, alcançar um tal ponto de vitória sobre o pecado? A resposta da Bíblia é clara: “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus... Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo” ( II Coríntios 10:3-5).

Essa promessa é feita com relação aos pecadores na carne, os quais voltam-se para o poder libertador do Evangelho. Quanto mais nosso abençoado Senhor seria capaz de clamar a força capacitadora de Seu Pai para guardá-lo de pecar! A Palavra de Deus assegura-nos que podemos participar da natureza divina de Jesus e ter a “mente de Cristo”. Sua experiência sem pecado na carne é uma garantia de que qualquer um de nós pode ter a mesma vitória se dependermos do Pai como Ele fez.

Isto significa que ao vencer o pecado Ele não possuía nenhuma vantagem sobre nós. Ele lutou contra o inimigo na mesma natureza e com as mesmas armas espirituais que estão disponíveis para nós. Se Ele possuiu qualquer vantagem sobre outros homens, foi simplesmente por Sua natureza humana inerente nunca ter sido debilitada, posteriormente, pela indulgência pessoal ao pecado.

Podemos igualar-nos ao padrão perfeito da vida sem pecado de Jesus? Não! Todos nós temos degradado a natureza humana também, ao rendermonos à carne. Não apenas trouxemos a maldição da morte sobre nós mesmos ao quebrar a lei de Deus, mas tornamo-nos a nós mesmos mais vulneráveis a Satanás ao cooperarmos com ele. Jesus nunca respondeu a um único estímulo, e Satanás não podia achar nada nEle. Ele viveu toda a Sua vida com a mente rendida e a vontade do ser inteiramente santificada. Ele não cometeu nenhum pecado pelo qual ser expiado.

Mas, embora não podendo nos igualar ao padrão, devemos procurar ardentemente refletir aquela vida santa de Jesus, tão completamente quanto possível. Pela graça de Deus, podemos colocar de lado cada pecado conhecido e sermos perfeitos em nossa esfera, com consciência nenhuma de ter acariciado um mal proceder sequer.

Isto significa que estaremos nos gabando de viver sem pecado? Pelo contrário, quanto mais nos aproximarmos de Cristo, mais sentiremos nossa indignidade. Aqueles que alcançam o padrão de Cristo serão os últimos a reconhecer isso, quanto mais gabar-se disso. É importante que Deus tenha um povo obediente no final dos tempos, para que Ele possa apontar como uma prova de Seu caráter? A Bíblia revela que todo conflito cósmico entre Deus e o mal pode ser traçado ao desejo original de Satanás em tomar o lugar de Deus e governar o universo. Foi o seu programa de falsa acusação que provocou a rebelião no céu e alienou um terço dos anjos. Satanás apresentou de forma inapropriada o caráter de Deus e acusou o Criador de fazer exigências não razoáveis e impossíveis.

Como se poderia provar que o diabo estava errado? Deus tinha que fornecer uma demonstração que silenciaria o adversário para sempre. Foi uma longa e dolorosa demonstração que levou o Filho de Deus a descer em um corpo humano de homem caído e, dentro do limite dessa natureza, superar tudo o que Satanás pudesse atirar contra Ele. Tivesse Ele utilizado qualquer poder divino para vencer o pecado, que não estivesse disponível a outros na carne, Satanás teria usado isto pra sustentar suas reclamações de que ninguém poderia guardar a lei de Deus.

Na cruz, Jesus demonstrou ao universo inteiro que Satanás estava errado. Ele provou que era possível, na carne, ser obediente através da dependência do Pai. O passo final da prova terá lugar quando o caráter de Cristo tiver sido reproduzido naquele pequeno remanescente perseguido, que permanecer fiel através da tempestade de fogo do Armagedon e além. Muito tempo depois que os joelhos de Satanás tiverem se dobrado em reconhecimento à justiça de Deus, e eras após ele e seus seguidores tiverem provado as conseqüências eternas de seus pecados, os 144.000 continuarão ainda dando testemunho da honra e integridade do governo de Deus. Ao seu novo cântico de vitória e libertação ser escutados por anjos, mundos não caídos, inumerável multidão de santos, todos unir-se-ão em um oratório de louvor, dizendo: “Amém. Louvor, e glória, e sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém.” (Apocalipse 7:12).

É fácil entender porque aquele pequeno grupo que canta o cântico de Moisés e do Cordeiro será tão assinaladamente honrado ao permanecerem mais perto do trono de Deus. É através da experiência deles que o caráter de Deus será vindicado afinal.

Em resumo, podemos ver como o antigo erro da culpa atribuída de Adão levou à uma cadeia de enganos relacionados. As verdades mais significativas da salvação foram habilmente falsificadas. A humanidade de Jesus foi negada, a justiça comunicada por Cristo foi desafiada, e a possibilidade de vitória sobre o pecado foi ridicularizada. É apenas ao reconhecermos o engano básico que podemos evitar as perversões que a seguem. Que Deus nos dê a sabedoria para permanecermos firmes sobre a Palavra apenas, e rejeitar toda doutrina que não estiver enraizada nEle.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

A Natureza Humana de Jesus: Sem Pecado



Um dos temas mais controvertidos no meio adventista  tem sido o tema da natureza de Jesus em sua dimensão humana. Alguns tendem a pensar que Jesus veio completamente idêntico a nós. Isso inclui a tendência para o pecado. Mas como disse o Pr. Amin Rodor, a Bíblia não é nem um pouco elogiosa para com o homem caído. Basta ler textos como o Sl 51:5, Rm 3:10, Jr 17:9, Ef 2:3b. Este último afirma que "por natureza, somos filhos da ira".Mas acerca de Jesus se diz que desde o ventre de sua mãe, ao contrário do homem natural que é concebido no pecado (Sl 51:5), era um "Ente santo" (Lc 1:35). Também Hb 7:26 afirma que Ele era "imaculado...separado dos pecadores".

Ellen White afirmou as duas dimensões da natureza humana de Jesus. Para ela, Ele não foi contaminado pela tendência pecaminosa:

“Cristo não tinha natureza pecaminosa.” Sign of the Times, 29 de maio de 1901.

“Nem por um momento existiu nEle uma propensão má.” SDABC, vol. 5, págs. 1128 e 1129. Carta 8, 1895.

Ao mesmo tempo ela também afirma que Ele veio com a natureza física do homem caído:

“A natureza de Deus, cuja lei tinha sido transgredida, e a natureza de Adão, o transgressor, se reuniram em Jesus – o Filho de Deus e o Filho do homem.” SDABC, vol. 5, págs. 1128 e 1129. Carta 8, 1895

O que ela busca dizer na verdade é que Ele era tanto igual a Adão antes da  Queda (puro em seus desejos, vontades e atitudes - sem tendência para o pecado) quanto que era igual a Adão depois da Queda (em sua dimensão física, afetado pelas fraquezas humanas - como fome, cansaço, sede, dor e medo). Isso se harmoniza com o texto de Hb 2:17 que afirma que Ele era em tudo semelhante a nós (em sua aparência carnal, cf Hb 2:14), mas ao mesmo tempo, "separado dos pecadores", em Hb 7:26.

Via Crendo e Compreendendo

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Quem morreu na Cruz: O lado Divino, Humano ou Divino-Humano de Jesus?



Este é um assunto complexo e de fácil distorção, no qual muitos são tentados a substituir a revelação divina por suas próprias teorias especulativas. Mas existem algumas declarações inspiradas que nos ajudam a compreender melhor o assunto. Por exemplo, em Isaías 9:6, Cristo é chamado de “Pai da Eternidade”. Em João 11:25, Ele mesmo afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Em João 10:17, 18, Ele acrescenta: “porque Eu dou a Minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de Mim; pelo contrário, Eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” E no livro O Desejado de Todas as Nações, p. 530, Ellen G. White diz: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.”

Em harmonia com essas declarações, Ellen White argumenta no livro Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 301: “Aquele que disse: ‘Dou a Minha vida para tornar a tomá-la’ (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer. [...] É Ele a fonte, o manancial da vida. Unicamente Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e vida, podia dizer: ‘Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la.’ João 10:18.”

Nos comentários de Ellen White em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 5, p. 1.113, o mesmo conceito é corroborado: “Foi a natureza humana do Filho de Maria transformada na natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas foram misteriosamente fundidas em uma pessoa – o homem Cristo Jesus. Nele habitou corporalmente toda a plenitude da Divindade [Cl 2:9]. Ao ser Cristo crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não sucumbiu nem morreu. Isso teria sido impossível. [...] Quando a voz do anjo foi ouvida dizendo: ‘O Teu Pai Te chama’, Aquele que havia dito: ‘Eu dou a Minha vida para a reassumir’ [Jo 10:17] e ‘Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei’ [Jo 2:19], ressurgiu da sepultura para a vida que havia em Si mesmo. A Divindade não morreu. A humanidade morreu; mas Cristo agora proclama sobre o sepulcro de José: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ [Jo 11:25]. Em Sua divindade Cristo possuía o poder de romper os laços da morte. Ele declara ter vida em Si mesmo para conceder a quem Ele quiser.”

Nas Meditações Matinais de Ellen G. White publicadas sob o título Exaltai-O! (1992), p.346, ela acrescenta: “Jesus Cristo depôs o manto real, Sua régia coroa e revestiu Sua divindade com a humanidade, a fim de tornar-Se um substituto e penhor pelo gênero humano, para que, morrendo em forma humana, por Sua morte pudesse destruir aquele que tinha o poder da morte. Ele não poderia ter feito isso como Deus; mas, tornando-Se como o homem, Cristo podia morrer. Pela morte venceu a morte.”

Mas, se mesmo “a vida de um anjo não poderia pagar a dívida” pela queda da raça humana (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 64, 65), seria suficiente que apenas a natureza humana de Cristo morresse na cruz? Este é, sem dúvida, um mistério para o qual não temos todas as respostas. No entanto, não devemos nos esquecer de que Cristo veio como o “último Adão” (1Co 15:45) para pagar o preço pelo resgate da raça humana (ver Rm 5:12-21; 1Co 15:20-22). Ele morreu como homem por todos os seres humanos. Além disso, Cristo morreu a “segunda morte” (Ap 2:11; 20:6, 14; 21:8) da qual não existe ressurreição de criaturas. Como essa morte representa a eterna alienação da criatura do seu Criador, somente Aquele que tem vida em Si mesmo poderia ressuscitar dessa morte.

Portanto, mesmo que não tenhamos respostas a todas as indagações que possam surgir com respeito ao “mistério da piedade” (1Tm 3:16), pela fé aceitamos as declarações inspiradas que nos dizem que na cruz morreu apenas a natureza humana de Cristo, e não a Sua natureza divina, que ficou misteriosamente velada durante a encarnação.

Texto de autoria do Dr. Alberto Timm Revista do Ancião (abril – junho de 2009).

domingo, 13 de maio de 2012

Seria Jesus criatura do Pai?


Colossenses 1:15 e Apocalipse 3:14 estão, realmente, afirmando que Deus Pai criou Jesus Cristo?


A Bíblia é clara em afirmar que Jesus é Deus. Eis alguns textos bíblicos sobre essa verdade: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1); “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus Unigénito, que está no seio do Pai, é quem O revelou”  (Jo 1:18); “Respondeu-Lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu” (Jo 20:28); “… mas acerca do Filho: o Teu trono, ó Deus, é para todo o sempre” (Hb 1:8); “… na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1:1); “Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2:13); “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)” (Mt 1:23). À luz do conteúdo desses versos, não há motivo para se pensar que Jesus tenha sido criado pelo Pai. Se isso tivesse acontecido, Jesus teria sido o primeiro a nascer, o que contradiria os textos anteriormente mencionados, que declaram ser Ele Deus e, portanto, eterno.


Colossenses 1:15 diz que Jesus “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a Criação”. A palavra ”primogênito” vem do grego “protótokos” (protos = “o primeiro a nascer”, “o principal”, “o mais importante”, e tokos = “dado à luz”, “nascido”, “descendência”, “prole” - do verbo tikto = “nascer”, “dar à luz”1). A Septuaginta emprega protótokos para traduzir o vocábulo hebraico o bekôr -”primogênito”.2 Assim, protótokos significa tanto “primeiro/primogênito”, como também “mais importante/preeminente”.


“Primogênito” é empregado na Bíblia com duas ideias: (1) em sentido literal: o primeiro a nascer (cf. Lc 2:7: “E ela [Maria] deu à luz o seu filho primogênito”; Hb 11:28: ”… para que o exterminador não tocasse nos primogênitos dos israelitas”), e (2) em sentido figurado: o mais importante, o mais preeminente (cf. Êx 4:22: “Israel [2º filho de Isaque] é meu filho, meu primogênito”; Sl 89:27: ”Fá-lo-ei [a Davi, filho mais novo de Jessé], por isso, meu primogênito, o mais elevado entre os reis da Terra”; Jr 31:9: “Efraim [2º filho de José] é meu primogênito”).


Então, sendo Jesus Deus, e como tal eterno, a palavra “primogênito” é empregada, em Colossenses 1:15, para mostrar que Ele é ”o mais importante” de toda a Criação, pois foi seu Criador, o Autor da própria Criação. Veja que Colossenses 1:16 explica o verso 15: ”… pois nEle, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a Terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele.”


Em Colossenses 1:15, Paulo destaca a posição de Cristo em relação à Criação. Ele é apresentado como estando acima de todas as coisas criadas. A razão disso é que Ele é a causa primária da Criação, Seu Originador. Ele é o que tem todo o poder, “no Céu e na Terra” ( Mt 28:18), “porquanto, nEle, habita, corporalmente, toda a plenitude da divindade” (Cl 2:9), e “NEle, tudo subsiste” (Cl 1:17).


Apocalipse 3:14 diz que Jesus é “o princípio da Criação de Deus”. A palavra “princípio”, na língua original grega, é archê, e significa “início”, “origem”, “princípio”, mas também “líder” e “primeira causa”.3 A ideia de que Jesus foi o início da Criação de Deus, no sentido de ter sido a primeira coisa criada, novamente contraria os textos mencionados anteriormente, os quais afirmam que Jesus é Deus, e como tal eterno, e quem é eterno não pode ter sido criado. A palavra “princípio”, em Apocalipse 3:14, quer dizer que Jesus é o “originador”, a “causa primária”, o “líder” da Criação de Deus.


Em conclusão, dizemos que os textos de Colossenses 1:15 e Apocalipse 3:14, longe de sugerirem que o Filho foi criado, afirmam Sua eternidade e Seu poder criador.


Por Ozeas C. Moura, doutor em Teologia Bíblica e editor na Casa Publicadora Brasileira.


Referências
1. DAVIDSON, B. The Analytical Greek Lexicon. Nova York: Harper & Brothers Publishers, s/d, p. 404.
2. BARTELS, K. H , in: COENEN, L. & BROWN, C Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 2. São Paulo: Vida Nova, 2000, p 1851.
3. GINGRICH, F. W. & DANKER, F. W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português: São Paulo: Vida Nova, 1993, p. 35.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Como Cristo pode ser “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15) sem ter sido criado?


Ao longo da história do cristianismo, houve muita discussão a respeito do significado do termo “primogênito” (grego protótokos) quando usado em relação a Cristo. No Novo Testamento, Cristo é chamado de “o Primogênito” (Hb 1:6), “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15), “o Primogênito dos mortos” (Ap 1:5), “o primogênito de entre os mortos” (Cl 1:18) e “o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).


Para entender essa questão, é importante ter em mente que, entre os israelitas, todo o primogênito deveria ser consagrado ao Senhor (Êx 13:1-16; ver Lc 2:22-24), recebendo herança “dobrada” em relação aos demais irmãos (Dt 21:15-17). Embora o termo “primogênito” seja normalmente usado para designar o primeiro filho de um casal, ele é também empregado na Bíblia em relação a um dos demais filhos, que não o mais velho, mas que tenha se destacado entre os seus irmãos. É neste sentido que Deus qualificou a Israel, que não era a nação mais antiga da terra, de “meu primogênito” (Êx 4:22); a Efraim, o segundo filho de José e Azenate, de “o meu primogênito” (Jr 31:9); e a Davi, o mais novo dos oito filhos de Jessé, de “meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra” (Sl 89:27).


Cristo é qualificado de “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15) em um contexto que O enaltece como o Criador que está acima de toda a criação. Em Colossenses 1:15-17, Paulo afirma que Cristo “é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois nEle foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dEle e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. NEle tudo subsiste.”


Se o próprio Cristo fosse uma criatura do Pai, como alegam alguns pretensos cristãos, como poderia o texto acima afirmar que “tudo” o que foi criado foi “por meio dEle” criado? Se Cristo houvesse sido gerado em algum momento da eternidade, como poderia ser chamado em Isaías 9:6 de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade”? Nesse caso, Ele não seria “Pai da Eternidade”, mas simplesmente uma criatura que veio à existência em algum momento específico da eternidade! Cremos, porém, que como “o primogênito de toda a criação” Cristo é o Soberano absoluto sobre toda a criação, pois “nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Cl 2:9).


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm, publicado na Revista Sinais dos Tempos, novembro/dezembro de 2001. p. 30. Via Sétimo Dia

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Por ocasião do sacrifício de Cristo na cruz, morreu apenas a Sua natureza humana ou também a Sua natureza divina?

Este é um assunto complexo e de fácil distorção, no qual muitos são tentados a substituir a revelação divina por suas próprias teorias especulativas. Mas existem algumas declarações inspiradas que nos ajudam a compreender melhor o assunto. Por exemplo, em Isaías 9:6, Cristo é chamado de “Pai da Eternidade”. Em João 11:25, Ele mesmo afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Em  João 10:17, 18, Ele acrescenta: “porque Eu dou a Minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de Mim; pelo contrário, Eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” E no livro  O Desejado de Todas as Nações, p. 530, Ellen G. White diz: “Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada.” 
Em harmonia com essas declarações, Ellen White argumenta no livro  Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 301: "Aquele que disse: ‘Dou a Minha vida para tornar a tomá-la’ (João 10:17), ressurgiu do túmulo para a vida que estava nEle mesmo. A humanidade morreu; a divindade não morreu. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder de romper os laços da morte. Declara Ele que tem vida nEle mesmo, para dar vida a quem quer. [...] É Ele a fonte, o manancial da vida. Unicamente Aquele que tem, Ele só, a imortalidade, e habita na luz e vida, podia dizer: ‘Tenho poder para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la.’ João 10:18.” 
Nos comentários de Ellen White em The Seventh-day Adventist Bible Commentary, v. 5, p. 1.113, o mesmo conceito é corroborado: “Foi a natureza humana do Filho de Maria transformada na natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas foram misteriosamente fundidas em uma pessoa – o homem Cristo Jesus. Nele habitou corporalmente toda a plenitude da Divindade [Cl 2:9]. Ao ser Cristo crucificado, foi Sua natureza humana que morreu. A Divindade não sucumbiu nem morreu. Isso teria sido impossível. [...] Quando a voz do anjo foi ouvida dizendo: ‘O Teu Pai Te chama’, Aquele que havia dito: ‘Eu dou a Minha vida para a reassumir’ [Jo 10:17] e ‘Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei’ [Jo 2:19], ressurgiu da sepultura para a vida que havia em Si mesmo. A Divindade não morreu. A humanidade morreu; mas Cristo agora proclama sobre o sepulcro de José: ‘Eu sou a ressurreição e a vida’ [Jo 11:25]. Em Sua divindade Cristo possuía o poder de romper os laços da morte. Ele declara ter vida em Si mesmo para conceder a quem Ele quiser.” 
Nas Meditações Matinais de Ellen G. White publicadas sob o título Exaltai-O! (1992), p. 
346, ela acrescenta: “Jesus Cristo depôs o manto real, Sua régia coroa e revestiu Sua divindade com a humanidade, a fim de tornar-Se um substituto e penhor pelo gênero 
humano, para que, morrendo em forma humana, por Sua morte pudesse destruir aquele 
que tinha o poder da morte. Ele não poderia ter feito isso como Deus; mas, tornando-Se 
como o homem, Cristo podia morrer. Pela morte venceu a morte.” 
Mas, se mesmo “a vida de um anjo não poderia pagar  a dívida” pela queda da raça humana (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 64, 65), seria suficiente que apenas a natureza humana de Cristo morresse na cruz? Este é, sem dúvida, um mistério para o qual não temos todas as respostas. No entanto, não devemos nos esquecer de que Cristo veio como o “último Adão” (1Co 15:45) para pagar o preço pelo resgate da raça humana (ver Rm 5:12-21; 1Co 15:20-22). Ele morreu como homem por todos os seres humanos. 
Além disso, Cristo morreu a “segunda morte” (Ap 2:11; 20:6, 14; 21:8) da qual não existe ressurreição de criaturas. Como essa morte representa a eterna alienação da criatura do seu Criador, somente Aquele que tem vida em Si mesmo poderia ressuscitar dessa morte. 
Portanto, mesmo que não tenhamos respostas a todas  as indagações que possam surgir com respeito ao “mistério da piedade” (1Tm 3:16), pela fé aceitamos as declarações inspiradas que nos dizem que na cruz morreu apenas a natureza humana de Cristo, e não a Sua natureza divina, que ficou misteriosamente velada durante a encarnação. 


Revista do Ancião (abril – junho de 2009) 
Dr. Alberto Timm

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Por que Ellen White afirma que Deus o Pai “exaltou” o Seu Filho diante das hostes angélicas por ocasião da criação do mundo, se Este sempre foi plenamente Deus?

 
Ellen White menciona em seus livros História da Redenção (cap. 1) e Patriarcas e Profetas (cap. 1) que Deus o Pai confirmou a plena autoridade do Seu Filho diante das hostes angélicas na época em que a criação deste mundo estava sendo planejada nos conselhos divinos. Para entendermos essa “exaltação” de Cristo, devemos ter em mente, em primeiro lugar, que ela ocorreu em uma situação de crise, em que a Sua posição estava sendo invejada e desafiada por Lúcifer. Insatisfeito por não ser convidado para os conselhos divinos dos quais Cristo participava, Lúcifer começou a propagar seu descontentamento pessoal entre os anjos.


Em face dessa situação, Deus confirmou diante das hostes angélicas o poder e a autoridade de Cristo. Mas esse ato do Pai não representou qualquer capacitação adicional de poder que o Filho ainda não possuísse. Ellen White esclarece, no mesmo contexto, que não houve “mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo. A inveja e falsa representação de Lúcifer, bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio.” – Patriarcas e Profetas, pág. 38.


Estudando detidamente as Escrituras, percebe-se que sempre existiu e sempre existirá uma eterna unidade essencial entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo (João 5:17, 18; 10:30; I Cor. 2:10), e que também houve uma planejada subordinação funcional entre Eles no contexto da Criação (Gên. 1:2; Heb. 1:2; Apoc. 3:14) e da Redenção (João 14:26
e 28; 16:14). É provável que Lúcifer tenha se valido dessa evidente subordinação funcional por ocasião do planejamento da Criação, para propagar entre as hostes angélicas o sofisma de que Cristo não tinha o direito de reivindicar para Si qualquer unidade essencial com a própria Divindade. É lamentável que, ainda hoje, muitas pessoas usam o mesmo argumento para negar a plena divindade de Cristo.


Se Ellen White não cresse que Cristo era co-eterno com o Pai, ela jamais teria afirmado que “em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada” (O Desejado de Todas as Nações, pág. 530); que “desde toda a eternidade esteve Cristo unido ao Pai” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 228); que “nunca houve tempo em que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus” (Evangelismo, pág. 615); e que devemos proclamar ao mundo “que somos crentes em Cristo, que, cremos na divindade de Cristo e em Sua preexistência” (Testemunhos para Ministros, pág. 253). Se a vida de Cristo tivesse sido derivada do Pai, mesmo em algum momento remoto da eternidade, como Cristo poderia ser chamado em Isaías 9:6 de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade”?


Luiz Nunes, em sua obra Crises na Igreja Apostólica e na Igreja Adventista do Sétimo Dia (Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 1999), págs. 24-33 e 71-79, compara e contrasta algumas compreensões distorcidas sobre a natureza de Cristo, que apareceram tanto na Era Apostólica como nos primórdios da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Praticamente todas essas distorções se originaram com uma leitura parcial e tendenciosa dos textos bíblicos e, no caso de alguns adventistas, também dos escritos de Ellen White. Distorções doutrinárias acabam surgindo toda vez que alguém superenfatiza algumas declarações da Bíblia ou da Sra. White, em detrimento de outras igualmente importantes.


As declarações de Ellen White sobre a “exaltação” de Cristo, no contexto da criação do mundo, não devem ser isoladas de outras declarações que se referem a Cristo como sempre havendo possuído a plenitude do poder divino. Uma compreensão correta da natureza de Cristo só pode ser obtida se não enfatizarmos a subordinação funcional entre Cristo e Deus o Pai em detrimento da unidade essencial que sempre houve entre Eles. Embora durante a encarnação Cristo tenha Se humilhado, assumindo a forma de servo, nunca houve um tempo em que Ele não fosse plenamente Deus (Fil. 2:5-11). Como
cristãos adventistas, cremos que em Cristo sempre habitou e sempre habitará “toda a plenitude da Divindade” (Col. 2:9).


Texto de autoria do Dr. Alberto Timm publicado na Revista do Ancião (janeiro – março de 2003).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Jesus, o “unigênito Filho de Deus” – Gerado ou Eterno?


A palavra “unigénito” (monogenês), quando aplicada a Cristo, destaca Sua singularidade – Ele é o único através do qual podemos obter vida eterna.


As Escrituras falam de Jesus como sendo eterno (Jo 1:1; Hb 1:8,10-12, etc). No entanto, deparamo-nos com passagens onde Jesus é chamado de “unigênito” (por exemplo, Jo 3:16), palavra que vem do latim ”unigenitus” cujo significado é “único gerado por seus pais, filho único”.1 Mas, se Jesus é eterno, como pode ter sido “gerado”?


As línguas bíblicas são de muito auxílio para uma boa interpretação dos textos bíblicos. Nesse sentido, um estudo do significado da palavra grega monogenês nos ajuda a compreender melhor a Pessoa do Filho em Sua relação com o Pai e a humanidade.


A palavra grega monogenês é composta de duas outras: monos, que significa “único” “só” “sozinho” “sem igual”2 e genos, cujo significado é “espécie” “gênero” “classe”3 Sua melhor tradução seria, então, “único” “único de sua espécie” “único de seu gênero”4.


A palavra monogenês tem sua correspondente na palavra hebraica yachíd , cuja tradução é “único” “precioso” como era o caso de Isaque (Gn22:2,12,16). Ele era “único”, no sentido de ser o único filho da promessa, e não no sentido de ser o único filho gerado por Abraão.5 Talvez a melhor tradução da palavra [monogenês] seja ”único” no sentido de “sem igual”.6


“Monogenês, único! é achado como título cristológico somente em João. Monogenês se emprega para destacar Jesus de modo sem igual, acima de todos os seres terrestres e celestiais.”7 Jerônimo empregou “unigenitus” na Vulgata, para combater a alegação ariana de que Jesus teria sido feito pelo Pai. Ao dizer que Jesus era “unigenitus” (“único gerado”), queria dizer que o Filho procede do Pai e que tem a mesma natureza divina do Pai, mas não foi feito 8, como é o caso das demais criaturas. “Jesus como monogenês é Aquele que pode dizer ‘Eu e o Pai somos um’” (Jo 10:30).9


Monogenês – [...] se traduz corretamente como “único” “único de seu gênero” [...] Monogenês se refere à posição (único em seu gênero). [...] Assim também com respeito aos cinco textos de João que se referem a Cristo, a tradução deveria ser uma das seguintes: “único” “precioso” “exclusivo” “incomparável” “o único de sua classe”; porém não “unigénito” que se originou com os primeiros pais da Igreja Católica e entrou nas primeiras traduções da Bíblia devido à influência da Vulgata Latina, texto oficial da Bíblia para a Igreja Católica. Refletindo com exatidão o grego, vários manuscritos redigidos em latim antigo, anteriores à Vulgata, dizem ”único” e não “unigénito”10


O vocábulo monogenês aparece nove vezes em o Novo Testamento11, três vezes no Evangelho de Lucas, cinco no Evangelho de João e uma vez no livro de Hebreus.


No Pvangelho de Lucas, monogenês não tem conotação teológica ou cristológica, mas se refere a filhos únicos de seus pais: o filho único de uma viúva de Naim (Lc 7:12), a filha única de Jairo (8:42), e o filho único de certo homem que rogou a Jesus que expulsasse o demônio de seu filho (9:38).


Já em Hebreus (11:17) o vocábulo monogenês é empregado para se referir a Isaque – filho único de Abraão e Sara (pois esse patriarca tinha outros filhos: Ismael, de sua escrava Hagar, cf. Gn 16:15; mais seis filhos, de sua esposa Quetura, cf. Gn 25:1, 2; além de outros filhos, de várias concubinas, cf. Gn 25:6). Pode-se também aplicar o termo monogenês a Isaque no sentido de que ele era o único filho da promessa.12


João é o único que aplica o termo monogenês como título cristológico, e o faz em todas as cinco vezes onde 0 termo aparece em seus escritos (4 vezes em seu Pvangelho e 1 vez em 1 Jo 4:9). João faz uso desse vocábulo para enfatizar a natureza ímpar, sem igual, de Jesus Cristo. Analisemos, mais detidamente, as passagens joaninas onde ele emprega o vocábulo monogenês:


João 1:14: “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigénito do Pai.” Nesse texto, aparecem dois títulos dados ao Filho: Ele é o Verbo [lógos] ou a Palavra divina, o Criador, Aquele que ”estava com Deus” quando tudo foi criado, e “era Deus” (Jo 1:1-3). Além de Criador, Ele é também o Filho único de Deus, único de Sua espécie, pois é Deus pleno e homem pleno. Ele é o homem lesus Cristo, mas também é “Emanuel” – “Deus conosco” (Mt 1:23). “Quando João fala do Filho de Deus, ele tem primeiramente a idéia de que o homem Jesus Cristo não é exclusivamente homem, mas também o exaltado e pré-existente Senhor.”13 Assim, tendo em vista a argumentação no início deste artigo quanto ao significado de monogenês, poderia se traduzir esse termo como ”único”: “E vimos a Sua glória, glória como do [Filho] único do Pai.”


João 1:18: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem O revelou.” A expressão “Deus unigênito” (seria mais bem traduzida para “Deus único”) aparece em alguns manuscritos.14 Outros, no entanto, em vez de ”Deus único” trazem “o Filho único”15 Aqueles manuscritos que trazem ”Deus único” contribuem com uma afirmação adicional quanto à divindade do Verbo.16 Os que apresentam a expressão “o Filho único” destacam o relacionamento de Jesus com o Pai. ”Como Filho único Jesus está em íntima comunhão com Deus. Não há outro com o qual Deus possa ter semelhante relacionamento. Ele compartilha cada coisa com Seu Filho. Por essa razão, Jesus pode revelar Deus, não por ouvir dizer, mas por causa de Sua incomparável proximidade de relacionamento com Ele [o Pai] .”17


João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Essa passagem pode ser considerada o resumo do Evangelho, e até da Bíblia. Como vimos, “unigênito” deveria ter sido traduzido por ”único” O emprego de monogenês, neste verso, segue a idéia joanina de enfatizar a forma particular de comunhão que o Filho tem com o Pai, como nenhum outro ser o tem. Cristo não é Filho de Deus por Seu nascimento natural (Encarnação), pois Seu relacionamento com o Pai antecede a esse acontecimento. Tal relacionamento é eterno. Assim, o fato de Deus dar Seu único Filho realça a profundidade de Seu amor pela humanidade.18 Ele deu o que de mais precioso poderia ser dado.


João 3:18: “Quem nEle crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus.” Mais uma passagem de João, onde ele enfatiza a natureza ímpar de Jesus como o Filho de Deus.19 Só pode haver salvação se houver a aceitação do Filho único de Deus, “o qual, devido à Sua natureza sem par, é o único salvador dos homens.”20 Essa passagem de João ecoa as palavras de Pedro: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4:12).


1 João 4:9: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o Seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dEle.” Mais uma vez o vocábulo monogenês é empregado por João para destacar a natureza sem igual de Jesus Cristo, sem qualquer ênfase na idéia de geração. “Ele é o único Salvador e Mediador. O Filho de Deus é declarado unigênito, ‘termo que fala sobre ’relacionamento’ e não sobre origem.. Tal relacionamento é eterno.”21


Em conclusão ao estudo da palavra monogenês no Novo Testamento, pode-se ver que, nas passagens referentes a Cristo, ela é empregada pelo apóstolo João para destacar Sua singularidade, Jesus é o Único que é Deus pleno e homem pleno, o Único através do qual podemos obter vida eterna, o Único que tem poder absoluto sobre a morte, pois a venceu, ao ressurgir dos mortos pela vida que havia em Si mesmo (Jo 10:17 e 18; 11:25).


Referências:


1. Novo Dicionário Aurélio da Língua Poituguesa, p. 2020.
2. BARTELS, K. H, in: COENEN, L. & BROWN, C. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 2. São Paulo: Vida Nova, 2000, p. 2564.
3. NICHOL, F. D, ed. Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v. 5. Boise: Publicaciones lnteramerianas, 1987, p. 880.
4. Angel Manuel Rodriguez chama a atenção para o fato de genos estar relacionado ao verbo ginomai (nascer, ser feito, tornar-se), e assim o vocábulo monogenès poderia também significar “único gerado”. Contudo, afirma ainda Rodriguez, que “há evidência lingüística indicando que no tempo do Novo testamento a idéia de derivação ou nascimento estava separada do substantivo verbal genos”. Assim, seria melhor não dar demasiada ênfase na etimologia de monogenês, mas na maneira como os autores o empregam. (R0DRÍGUEZ, M. A. “Christ as Monogenês: Proper Translation and Theological Significance”, Reflections – A BRI Newsletter, January, 2007, p. 6).
5. WRIGHT, J, in: COENEN, L. & BROWN, Dicionário lntemacional de Teologia do Movo Testamento, v. 2, op. cit, p. 565.
6. Ibid.
7. BARTELS, K, in: Ibid, p. 25 65.
8. Quisesse um escritor bíblico dizer que Jesus foi “gerado” no sentido de”ter sido feito” ou “concebido”pelo Pai teria empregado monogênnetos e não monogenês (cf. MOULTON e MILLIGAN, citado por APOLINÁRIO, P. As Testemunhas de Jeová e sua Interpretação da Bíblia,4. ed. São Paulo: Instituto Adventista de Ensino, 1986, p. 147).
9. Ibid, p. 2566.
10. NICH0L, F.D., ed. Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia,v.5. Boise: Publicaciones Interamericanas, 1987, p. 880.
11. As citações são da Versão Almeida Revista e Atualizada no Brasil, edição de 1993.
12. WRIGHT, J., in: COENEN, L & BR0WN, Dicionário Internacional  do Novo Testamento, v. 2, op. cit, p. 565.
13. KITTEL, G., Theological Dictionary of the New Testament, v. 4. Grand Rapids: Eerdmans Printing Company, 2006, p. 741.
14.
15.
16. WRIGHT, J, in: COENEN, L. & BROWN, C. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, v. 2, op. cit, p. 570.
17. KITTEL, G., ed. Theologial Dictionary of the New Testament, v. 4, op. cit., p. 740.
18. CHAMPLIN, R.N.O Novo Testamento lnterpretado, v. 2. São Paulo: Candeia, 1995, p. 312.
19. Ibid, p. 313.
20. Ibid.
21.lbid,v.6,p.278.


Texto de autoria de Ozeas C. Moura,Th . D., editor na Casa Publicadora Brasileira. Publicado na Revista Adventista de Janeiro/2008.

▲ TOPO DA PÁGINA