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sábado, 4 de janeiro de 2020

A Precisão Matemática e Astronômica: 2.300 dias e 70 semanas

O vídeo aborda a coordenação harmônica entre os períodos das 70 semanas e das 2.300 tardes e manhãs, bem como sua precisão matemática.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

174 anos do Grande Desapontamento


Prestes a subir ao Céu, os discípulos de Cristo lhe perguntaram: “Senhor, será este o tempo em que restaures o reino de Israel?” (Atos 1:8). E assim Jesus se despediu de seus discípulos e ascendeu ao Céu. Mas agora onde estava o Seu reino? E a esperança e expectativa do reencontro? Enquanto Jesus foi elevado nas nuvens, estando eles ainda olhando para cima, eis que dois anjos se puseram ao seu lado e lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (Atos 1:11).

A promessa do segundo advento de Cristo se tornou a grande esperança dos cristãos de todas as épocas. De fato, esse é o clímax de todas as profecias bíblicas desde os tempos antigos até os nossos dias. Tal profecia foi intensamente proclamada pelos apóstolos que prontamente aguardaram pelo seu cumprimento. E ao longo das eras se tornou a profecia mais estudada da Palavra de Deus. 

1. O surgimento do movimento milerita 
Entre os anos de 1840-1844, surgiu nos Estados Unidos um movimento multidenominacional chamado milerita. Tal grupo baseava suas ideias em diferentes interpretações proféticas que resultou no surgimento de diversos grupos de seguidores chamados de adventistas. O maior deles tornou-se conhecido como Adventistas do Sétimo Dia. De fato, os mileritas se consideram como a continuação de uma despertamento internacional com ênfase na segunda vinda de Cristo e na proclamação da proximidade do advento que se desenvolveu quase simultaneamente em muitos países no início do século 19. Por volta de 1840, dezenas de pregadores pelo mundo estavam proclamando a volta de Jesus com base no estudo da profecia de Daniel 8:14.

De acordo com o pesquisador Le Roy Edwin Froom, havia pregadores de diversas denominações cristãs, brancos, negros, mulheres e até mesmo crianças. Houve uma garota campesina na Europa que atraiu cerca três a quatro mil pessoas ao pregar a mensagem sobre a volta de Jesus.[1]

Os mileritas, que eram conhecidos por adventistas, foram todos seguidores de Guilherme Miller, um fazendeiro do estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e um ministro licenciado da Igreja Batista que se destacou por sua ênfase na pregação do retorno de Jesus Cristo. Miller estudou detidamente a Bíblia por mais de 15 anos e ao longo desse período utilizou as Escrituras como própria intérprete.

Nos Estados Unidos, a pregação e os escritos de Guilherme Miller despertaram a paixão de milhares de pessoas. A mensagem de Miller e seus associados defendia a seguinte ideia: “Assim como o primeiro advento de Jesus Cristo foi predito em Daniel 9, seu segundo advento é identificado em Daniel 8:14 que afirma: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. (Daniel 8:14). Visto que a terra deve ser o ‘santuário’ a ser ‘purificado’, isso vai acontecer por meio do fogo quando Jesus voltar. Começando com 457 a.C., a profecia dos 2300 dias/anos de Daniel 8:14 culminará ao redor de 1843-1844. Jesus virá outra vez por volta desse tempo. Portanto, prepare-se para encontrá-Lo! Sua volta será um evento literal e visível que precederá o milênio.” Essa era a essência da mensagem milerita. 

Após anos de estudos e expectativas cronológicas, um de seus auxiliares, Samuel Snow [2] , escreveu um livreto onde identificava a data de 22 de outubro de 1844 como o dia estabelecido para o cumprimento da profecia. De acordo com a conclusão dos mileritas, aquele era o dia em que a terra seria purificada pelo retorno de Jesus. Assim, dezenas de milhares, aguardaram com paciência e fervor, até a chegada do dia identificado na profecia. Então eles esperaram o dia inteiro, até a meia-noite, mas Jesus não veio, deixando-os profundamente desapontados. Dessa maneira, foram forçados a admitir a existência de algum equívoco na interpretação da profecia do profeta Daniel.

2. O nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia 
Um grupo pequeno dentre os desapontados voltou a estudar as escrituras com mais intensidade a fim de buscar a compreensão quanto ao evento profético. Não demorou muito para concluírem que, embora a data de 22 de outubro de 1844 estivesse correta, o evento estava errado. Esses crentes entenderam que o santuário a ser purificado não estava na terra, mas no céu. Jesus havia entrado no santo dos santos do santuário celestial para dar início a Sua obra de julgamento. Como Ellen G. White mais tarde declarou: “O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844.”[3]

Ao explicar esse momento o teólogo Ángel Manuel Rodríguez destaca: “tendo completado na terra a obra para a qual viera (João 17:4, 5; 19:30), Cristo ‘foi elevado ao céu’ (Atos 1:11) para ‘salvar definitivamente aqueles que, por meio dEle, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles’ (Hebreus 7:25), até que em Sua segunda vinda Ele vai aparecer ‘não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que O aguardam’ (Hebreus 9:28). 

Entre esses dois polos, a cruz e o glorioso retorno do Senhor, Cristo atua como sacerdote real ‘no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem’ (Hebreus 8:2), o advogado (I João 2:1) e intercessor daqueles que nEle creem (Romanos 8:34). Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo ministra os benefícios de Seu sacrifício àqueles que vêm a Ele, um ministério tão essencial à nossa salvação como Sua morte substitutiva.”[4]

Dessa forma, o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 se tornou uma poderosa mensagem. É verdade que Jesus não veio como os mileritas pensavam. Mas, um pequeno grupo de crentes desapontados descobriu nova luz bíblica – a verdade de que Cristo entrou na fase final de Seu ministério sumo-sacerdotal no santuário celestial, após o qual Ele vai finalmente voltar para redimir Seu povo. 

A partir da compreensão dessa verdade identifica-se o nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia, com sua fé firmemente ancorada no breve retorno de Jesus e em todos os Seus princípios registrados na Sua Palavra. Portanto, o dia 22 de outubro de 1844 é, de fato, um marco de capital importância para o nascimento da Igreja Adventista do Sétimo Dia. 

Sendo assim, profeticamente falando, o ano de 1844 não pode ser minimizado ou esquecido. O conselho de Ellen White é oportuno: “Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.”[5]

Renato Stencel (via Espírito de Profecia)

Referências: 
1. Ver Le Roy Edwin Froom. The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical Development of Prophetic Interpretation. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1954, vol. 4. pp. 443-718 (veja especialmente pp. 699-718). 
2. Ver: http://centrowhite.org.br/files/ebooks/apl/
3. Ellen G. White. O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 423. 
4. Ángel Manuel Rodríguez. Handbook of Seventh-day Adventist Theology. Hagerstown, Maryland: Review and Herald, 2000. p. 375. 
5. Ellen G. White. Mensagens Escolhidas. 3. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1987, vol. 3. p. 196.

Produzido pelo Hope Channel, canal adventista da Austrália, o filme Como Tudo Começou (Tell the World, 2015) narra a história dos pioneiros do movimento adventista. Assista:


segunda-feira, 13 de março de 2017

Por que o ano de 457 a.C. é o início da contagem dos 490 anos de Daniel 9:24-27?

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Pr. Gerhard F. Hasel, Ph.D.

O ponto de partida para as “setenta semanas”, (setenta shabu’im [1] ) de acordo com ‘o historicismo’ [2], é a “saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (vs. 25). Isso ocorreu no sétimo ano de Artaxerxes I (Ezrá, Esdras 7:7, 8), quando ele emitiu seu primeiro “decreto” (vs. 11-26). O sétimo ano de Artaxerxes é agora estabelecido firmemente como 458/457 a. C., com o retorno de Esdras em 457, e não em 458 a.C. Consequentemente, o primeiro ano de reinado de Artaxerxes no cálculo judaico começou em 1º de tishri de 464 a.C.

Com base no fundamento histórico para essa data (457 a.C.) como o início das primeiras duas divisões do período das 70 semanas (7+62 semanas = 483 anos), a conclusão dos 483 anos é 27 d.C., o ano da “mikvê” de Yeshua. O mikvê marcou a inauguração do ministério público de Yeshua (Jesus) como o Mashiach, o Ungido. Há pelo menos duas fortes razões para a escolha do primeiro decreto de Artaxerxes I em 457 a.C. (Ezrá, Esdras 7) como o ponto de partida para os 490 anos. A primeira e principal razão é tanto exegética quanto histórica.

Primeira Razão

Daniel 9:25ª, identifica especificamente “a ordem” referente à restauração e reconstrução da cidade de Jerusalém como o início do período das 70 semanas.

A “ordem” dificilmente é entendida como um decreto de Deus. Em vez disso, parece se referir a uma ordem real de um rei, assim como foi emitido o “decreto real” (dãt, Daniel 2:13,15) para matar os sábios. Esse decreto ou “ordem” tinha a ver com a restauração e reconstrução da cidade de Jerusalém. Portanto, não é possível indicar que se esteja falando do decreto real de Ciro emitido no ano 538/537 a.C. (Ezrá, Esdras 1:1-4), que impelia os judeus exilados a construírem a “casa de Deus”, ou seja o templo. Não há sequer uma só palavra no decreto de Ciro para restaurar e reconstruir a cidade, como uma cidade. O decreto real de Dario I (Esdras 6:1 a 12) confirmou o decreto de seu antecessor e relatou mais uma vez a reconstrução do templo. Ele, da mesma forma, não tinha nada a ver com a cidade, como uma cidade.

O terceiro “decreto” ou ordem é a dada por Artaxerxes I no seu “sétimo ano” (Ezrá, Esdras 7:7, 8), isto é, 457 a.C. Essa ordem não pode referir-se à reconstrução do templo, pois ele foi concluído e dedicado em março de 515 a.C. (Esdras 6:13-18).

Os eventos registrados na passagem de Esdras 4:7-23 nos falam de uma insatisfação por parte dos samaritanos devido ao fato de os judeus estarem “reedificando aquela rebelde e malvada cidade e vão restaurando os seus muros e reparando os seus fundamentos” (vs. 12 conforme vs. 13,16 e 21). Se esse relato é de uma época posterior à ordem do sétimo ano de Artaxerxes I, a saber, um período de condições políticas incertas para o monarca persa depois da revolta egípcia de 448, então é possível concluir com segurança que a ordem dada em 457 a.C. dizia respeito à restauração e reconstrução de Jerusalém.

Deve-se notar que “os tempos angustiosos” (Daniel 9:25) durante os quais Jerusalém seria reconstruída novamente são refletidos claramente nos eventos registrados em Esdras 4:7-23. Embora a verdadeira palavra de comando de Artaxerxes I em 457 a.C. não faça menção explicita de nenhuma ordem para reconstruir a cidade de Jerusalém, até o momento é este o objetivo aparente conforme entendem os judeus, para quem foi dada a ordem.

Treze anos depois da ordem de Artaxerxes I, ou seja, no vigésimo ano de seu reinado (445/444 a.C), Hanani conta a Neemias que “os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas (Neemias 1:3). Isso implica que a cidade tinha sido reconstruída, algo que que dificilmente poderia ter começado antes de 457 a.C., porque os decretos de Ciro e de Dario diziam respeito somente à construção do templo.

O próprio Esdras confessa que Deus deu permissão por meio dos reis persas “para levantar a casa do nosso Deus, para restaurar as suas ruínas e para que nos desse um muro de segurança em Judá e em Jerusalém” (Ezrá, Esdras 9:9). Fica evidente, a partir de sua referência ao “decreto de Ciro, de Dario e de Artaxerxes, rei da Pérsia” (Ezrá, Esdras 6:14), que Esdras considerou o terceiro “decreto” como a culminação dos três.

Deve-se também notar que dos quatro decretos conhecidos, apenas dois são decretos importantes. O decreto de Ciro é um decreto importante, enquanto o de Dario simplesmente confirma o de Ciro. O outro decreto importante foi a ordem do sétimo ano de Artaxerxes, enquanto o decreto de seu vigésimo ano é nada mais que uma ampliação e renovação de seu primeiro decreto. O decreto de Ciro e Dario dizem respeito à construção do templo; os de Artaxerxes à condição de Judá e Jerusalém.

Segunda Razão

A segunda razão para a escolha do primeiro “decreto” de Artaxerxes em 457 a.C. baseia-se no cálculo dos 490 anos. Apenas essa ordem se ajusta ao cômputo dos 490 anos solares. O princípio de reconhecer o cumprimento da profecia também foi levado em conta. Aqui deve-se relembrar que a necessidade de encontrar um desfecho que se ajuste aos fatos históricos é compartilhada pela interpretação ‘historicista’ e suas opositoras da mesma forma.

O final da primeira divisão de 7 anos é 408 a.C. Essa primeira divisão de 49 anos é designada à restauração e reconstrução de Jerusalém. Poucas informações do período por volta de 400 a.C. excluem inevitavelmente qualquer tentativa de se verificar a exatidão da data de 408 a.C. para a restauração da cidade de Jerusalém.

A segunda divisão das 62 semanas, 434 anos, completa o período até o surgimento do Messias em 27 d.C. A interpretação ‘historicista’ tradicional segue a pontuação das versões LXX, Teodócio, Vulgata, Siríaca, a qual foi adotada nas versões inglesas atuais (KJV, ASV, ERV (margem), MLB, JB, NASB). Isso significa que a frase é lida assim:

“até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão.” (9:25, NASB).

“até que seja ungido um príncipe, passar-se-ão sete períodos; durante 62 períodos será reconstruída com suas praças e seus fossos.” (9:25, Bíblia Hebraica, português).

Há versões inglesas que seguem a pontuação do texto massorético (VER, RSV, NEB) que tem uma athnach (o principal divisor disjuntivo dentro de um versículo) após as palavras “sete semanas”. Marcas de pontuação em manuscritos hebraicos não adquiriram uso geral antes do surgimento de uma grande atividade massorética em 600 d.C. e 930 d.C. Seu uso foi cristalizado na forma presente apenas no século 9/10, enquanto continuou em pequenas questões de acentuação no século 14.

Evidências atuais sugerem que acentos nas versões gregas são anteriores aos dos manuscritos hebraicos dos massoretas. Considerações contextuais também têm sido citadas a favor da antiga pontuação. Além disso, a estrutura literária da poesia de Daniel 9:25 sugere também que a pontuação massorética está incorreta.

Os textos do Qumran relacionados a Daniel 9:24-27 não apoiam a pontuação massorética ou moderna. Todas as traduções antigas seguem uma pontuação não-massorética, a saber, a Septuaginta e Teodócio, Símaco e Áquila além da Peshitta. Elas tratam as 7 e as 62 semanas como um período único ao final do qual o Messias viria.

A pontuação não-messiânica da tradição massorética parece refletir uma “rejeição do papel messiânico de Yeshua (Jesus) e a frustração das outras esperanças messiânicas judaicas do primeiro e segundo séculos d.C. Portanto, ela reflete um preconceito anticristão. Parece, com base na evidência citada, que a pontuação tradicional nas versões antigas e refletidas em inglês nas KJV, ASV, MNLB, JB NASB, etc. deve ser mantida com base na evidência histórica, contextual, literária, e as versões sem fazer injustiça ao contexto hebraico.

A terceira divisão de uma semana, os últimos sete anos, começa em sucessão cronológica às 69 semanas (483 anos) com a mikvê e o começo do ministério público de Yeshua (Jesus Cristo). “Na metade da semana” ( Daniel 9:27) (isto é, três anos e meio depois, em 31 d.C.) o Messias traria fim ao sistema sacrifical por sua morte… a última metade da semana chega ao fim com:

– Morte de Estevão, (Atos 7:60).

– Dispersão dos discípulos de Jerusalém, (Atos 8:1).

– Pregação aos goin’s (gentios, Atos 8).

– E possivelmente com a aceitação de Shaul (Paulo) de Yeshua (Jesus) como o Mashiach (Messias).

A correlação cronológica exata entre Daniel 9:24-27 e os eventos históricos indicam notável superioridade da interpretação ‘historicista’ sobre os outros esquemas. O único esquema que pode reivindicar correlação e harmonia perfeitas entre a profecia e a história com relação a 9:24-27, ao ano e mesmo à metade do ano é o que sincroniza os 490 anos de 457 a.C. ao término em 34 d.C.

Daniel 9:24-27 “é uma das mais notáveis profecias preditivas da ‘Bíblia Hebraica’”. O critico K. Koch observa que “o cumprimento matemático singular e absolutamente exato de uma predição messiânica da ‘Bíblia Hebraica’ quanto à vida do Mashiach na B’rit Hadashah desempenhou em séculos anteriores um importante papel como prova para a veracidade das Escrituras Sagradas”. As correlações cronológicas recentes dão apoio adicional ao “cumprimento matemático absolutamente exato” de 9:24-27.

Equipe Biblia.com.br

sábado, 11 de março de 2017

Cálculo das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14


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Alguns estudiosos se surpreendem quando subtraem 457 (a data da saída da ordem para restaurar Jerusalém) de 2.300 e notam que não atinge o ano de 1844 como data terminal das 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14. Nesse tipo de conta o resultado óbvio é 1843. Se desejamos saber matematicamente quando o referido período terminou não podemos simplesmente subtrair 457 de 2.300 pelo fato de que o primeiro montante é uma data e o segundo corresponde a número de anos. Número de anos se subtrai de número de anos, e não de datas ou vice-versa. Assim temos de converter a data de 457 a.C em número de anos a.C e então subtrai-los de 2.300 para chegarmos ao fim desse período.

O decreto de Artaxerxes emitido em 457 a.C (7º ano de seu reinado) foi posto em execução no outono desse ano, isto é, faltando mais ou menos 1/4 do ano para que este terminasse, já que o ano possui 4 estações, considerando que no hemisfério norte o outono começa entre o fim de setembro e o início de outubro. Portanto, a data é 457 a.C, mas o número de anos é 456 completos mais 1/4 de 457, que ainda faltava transcorrer. Assim temos:

♦ Data: 457 a.C

♦ Número de anos a.C: 456+1/4

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Daniel 9:25).

Considerando que até o batismo de Jesus (até ao Ungido) passar-se-iam 483 anos, conforme o texto acima. Temos o seguinte cálculo:

♦ 7 semanas + 62 semanas = 69 semanas.

Aplicando o princípio dia-ano em profecia, cada dia equivale a um ano.

♦ 69 semanas x 7 dias = 483 dias (ou anos proféticos).

Agora podemos subtrair o quantidade de anos a partir do ano 457 a.C., considerando que há 456 anos + 1/4 de ano completados. Então temos o seguinte cálculo:

♦ – 456 (mais 1/4) + 483 = 26 (mais 3/4).

Ou seja, passados 26 anos completos da era cristã, mais 3/4 do ano seguinte ocorre o batismo de Jesus, ou seja, no outono de 27 a.D. Assim temos:

♦ Data: 27 a.D.

♦ Número de anos a.D: 26+3/4

O evento do Calvário ocorreu 3,5 anos depois do batismo. Como a conta envolve quartos e não meios, devemos considerar 3+2/4 como equivalentes a 3,5 e adicioná-los a 26+3/4. O resultado será 29+5/4, ou 30+1/4. A cruz foi levantada 30 anos completos depois de Cristo mais 1/4 do ano seguinte, isto é, a primavera de 31 a.D (e sabemos que Cristo morreu por ocasião da Páscoa). Assim temos:

♦ Data: 31 a.D.

♦ Número de anos a.D: 30+1/4

Até a morte de Estêvão são mais 3,5 anos, e as 70 semanas, ou 490 anos, chegam ao fim. Somando 3+2/4 a 30+1/4 chegamos a 33+3/4 do ano seguinte, o outono de 34 a.D. Assim temos:

♦ Data: 34 a.D.

♦ Número de anos a.D: 33+3/4

Subtraindo 490 (o número de anos correspondentes às 70 semanas) de 2.300 (também número de anos) sobram 1810 anos que somados a 33+3/4 (quando terminam os 490 anos ou 70 semanas) chegamos a 1843+3/4 do ano seguinte, o que corresponde a outono de 1844. Assim temos:

♦ Data: 1844 a.D.

♦ Número de anos a.D: 1843+3/4

Chegamos a esse mesmo resultado subtraindo 456+1/4 de 2300. Em outras palavras, esse período profético termina em outubro de 1844. 

Via Bíblia

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O Fim dos 2.300 Dias de Daniel 8:14




Na profecia da mensagem do primeiro anjo, no capítulo 14 de Apocalipse, é predito um grande despertamento religioso sob a proclamação da breve vinda de Jesus. É visto um anjo a voar “pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo”. “Com grande voz” ele proclama a mensagem: “Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas.” Apoc. 14:6 e 7.

sábado, 20 de junho de 2015

Gráfico dos 1260, 1290,1335 e 2300 Dias Proféticos


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Notas:
* 1 dia profético = 1 ano (Ez. 4:6 e 7 e Núm. 14:34).
* Como 1 semana tem 7 dias, ao calcular, devemos multiplicar o número de semanas por sete para acharmos o valor em dias. (Ex. 70 semanas x 7 dias = 490 dias/anos).
* No séc. VI d.C Dionísius Exíquo constata que o nascimento de Cristo é mais importante que a fundação de Roma. No séc. IX é alterado o calendário romano que deixa de se basear na fundação de Roma para se fundamentar no nascimento de Cristo. Exíquo errou os cálculos e cerca de 4 anos se perderam na história, ou seja, Jesus, na verdade, nasceu no ano de 3 ou 4 a.C. Isso também explica por que Ele foi batizado com 30 anos no ano 27 d.C., e morreu com 33 anos no ano 31 d.C..
* Esd. 7:7-26 – Decreto de Artaxerxes (Dan. 9:25) no outono de 457 a.C.. Com isso em mente, sem se esquecer que não existe ano zero, quando calculamos um período de tempo que se estende de uma data antes de Cristo (a.C.) para uma data depois de Cristo (d.C.), devemos acrescentar um ano (o decreto de Artaxerxes só completaria um ano no outono de 456 a.C.). Ex. 490 anos passados de 457 a.C. = 490 – 457 = 33 . Assim
33 + 1 = 34 d.C.
* Dan. 9:24 – Setenta semanas “determinadas” (determinadas significa “cortadas” das 2300 tardes e manhãs – ver Dan. 9:23) sobre teu povo (Judeus).
* Dan. 9:25 – Sete semanas e sessenta e duas semanas até ao “Ungido” (Ungido é Messias em hebraico), ou seja, depois de sessenta e nove semanas (que passadas do ano de 457 a.C chega ao ano de 27 d.C., ano do batismo de Jesus) começaria o ministério do Messias (Cristo).
* Dan. 9:26 – Depois das 62 semanas seria morto o Ungido. Tenha em mente que há 7 semanas antes das 62 semanas, totalizando 69 semanas; Cristo morreu pouco depois das 62 semanas, no ano 31 d.C..
* Dan. 9:27 – “Ele” (Jesus/Ungido) cumpriu a “aliança com muitos” em Seu ministério, que durou do ano 27 d.C. até 31 d.C.. Note que esse período é de exatamente 3 anos e meio, marcando a metade de uma semana profética que se estenderia até 34 d.C.. Jesus fez cessar o sacrifício com Sua morte quando o véu do santuário terrestre se rasgou de alto a baixo e não seria mais necessário o sacrifício de animais.
* Dan. 12:7, 11 e 12. Respectivamente 1260 (1t + 2t + ½t = 360 + 720 + 180 = 1260) , 1290 e 1335 dias/anos. 

Por: Pr. Yuri Ravem


2300 Tardes e Manhãs de Daniel

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terça-feira, 20 de março de 2012

Visão panorâmica das "2300 tardes e manhãs" e das "70 semanas"

Focalizando Daniel 9


As Escrituras revelam que os antigos profetas não somente se preocuparam em anunciar eventos futuros, como também em indicar o tempo de seu cumprimento. Os 120 anos de graça destinados ao mundo antediluviano (Gênesis 6:3), os 7 dias que precederiam o início da chuva, a qual deveria cair por 40 dias ininterruptos (Gênesis 7:4), os 400 anos de peregrinação da descendência de Abraão (Gênesis 15:13 e Atos 7:6), os 3 dias para o copeiro e para o padeiro de Faraó (Gênesis 40:12, 13, 18 e 19), os 7 anos de fartura e os outros 7 de fome sobre a terra do Egito (Gênesis 41:26, 27, 29 e 30), os 40 anos de jornada no deserto (Números 14:33 e 34), os 3 anos e meio de seca no reinado de Acabe (1 Reis 17:1 e Lucas 4:25), o cativeiro de 70 anos (Jeremias 25:11 e 12; 29:10 e Daniel 9:2) e os 7 tempos de loucura de Nabucodonosor (Daniel 4:16, 23, 25 e 32) foram períodos que delimitaram a realização dos acontecimentos preditos.


Não poderiam os profetas ter antecipado também a época do advento do Redentor? A lógica sugere que sim, o que é confirmado pelo apóstolo Pedro, segundo o qual “os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada” “inquiriram e trataram diligentemente” da salvação, “indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir.” 1 Pedro 1:10 e 11.


Os dados cronológicos concernentes à primeira vinda de Cristo podem ser encontrados em Daniel 9, em que já estavam preditos, com inigualável precisão, os anos exatos do início e do fim do ministério do Salvador. Contudo, visto que Daniel 9 constitui um complemento ao capítulo 8, imperioso se torna o estudo concatenado de ambos.


Uma Impressionante Visão

O capítulo 8 descreve uma fascinante visão recebida pelo profeta Daniel, na qual ele contemplou um carneiro, um bode e uma ponta pequena. Esse último elemento lhe atraiu particular interesse, em virtude de seu ataque ao exército do Céu, ao Príncipe dos príncipes e ao Santuário Celestial. Enquanto observava a blasfema atuação da ponta pequena, Daniel ouviu um santo anjo a indagar: “Até quando durará esta visão?”. A solene resposta é encontrada em Daniel 8:14: “Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”.

Daniel 8:14 faz referência a um longo período profético, findo o qual o Santuário seria purificado. Esse período possui especial importância por estar intimamente associado às 70 semanas de Daniel 9, cujo principal objetivo é localizar o tempo do ministério de Jesus. Daí, a necessidade de uma investigação mais detalhada das 2.300 tardes e manhãs.

As 2.300 Tardes e Manhãs

A origem da expressão “tardes e manhãs” remonta ao relato da Criação, no qual se lê: “Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia.” Gênesis 1:5. Desse texto se deduz que num dia completo há uma tarde e uma manhã, o que conduz à inevitável conclusão de que o período mencionado em Daniel 8:14 é, na realidade, de 2.300 dias.

Esses dias não podem ser literais, em virtude de que aparecem num contexto altamente simbólico. Mediante a aplicação do princípio bíblico do dia-ano, segundo o qual, um dia profético corresponde a um ano literal (Números 14:34 e Ezequiel 4:6 e 7), torna-se evidente que os 2.300 dias representam 2.300 anos reais.

O Ponto de Partida das 2.300 Tardes e Manhãs
Uma leitura atenciosa de Daniel 8 revela a carência de qualquer indicação exata para o início dos 2.300 anos. Depois de comentar cada elemento da visão, as poucas palavras de Gabriel referentes àquele período foram: “A visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira; tu, porém, preserva a visão, porque se refere a dias ainda mui distantes.” Daniel 8:26. Antes que Gabriel pudesse fornecer alguma informação adicional sobre os 2.300 dias, Daniel perdeu as forças e desmaiou. A cena das horrendas perseguições a sobrevir ao povo de Deus e a afirmação de sua longa duração eram mais do que o idoso profeta poderia suportar. Assim, Gabriel teve de abandoná-lo para só retornar em ocasião oportuna.

Investigando o livro do profeta Jeremias, Daniel entendeu que o prazo determinado por Deus para o regresso de seu povo à Judéia seria de 70 anos (Daniel 9:1 e 2). Como esse período já estava próximo do fim, Daniel temeu que a visão recebida alguns anos antes fosse um alerta divino concernente a um prolongamento na duração do cativeiro. Tal perspectiva encheu de horror o coração do bondoso profeta, o que o impulsionou a derramar sua alma perante o Senhor numa impressionante oração intercessória por sua nação. Temendo que os 2.300 dias consistissem num acréscimo aos 70 anos de desolação, Daniel assim se expressou: “Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não Te retardes, por amor de Ti mesmo, ó Deus meu; porque a Tua cidade e o Teu povo são chamados pelo Teu nome.” Daniel 9:19.

Em resposta à súplica daquele fervoroso servo de Deus, Gabriel retornou para completar sua missão. Ele recebera a ordem: “Dá a entender a este a visão” (Daniel 8:16) e a incumbência devia ser satisfeita. Por isso, aproximou-se mais uma vez do profeta, dizendo: “Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido... Considera, pois, a coisa e entende a visão.” Daniel 9:22 e 23. Retomando o assunto, Gabriel se deteve particularmente no aspecto do tempo: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade...” Daniel 9:25. A palavra aqui vertida por “determinadas” significa literalmente “separadas” ou “cortadas”. O questionamento lógico em face dessa observação é: separadas de quê? Visto que os 2.300 dias foram o único período mencionado anteriormente, o qual não havia recebido maiores considerações, devem ser o período de que as 70 semanas se separaram. As 70 semanas são, portanto, uma parte dos 2.300 dias e os 2 períodos devem começar simultaneamente. Isso supre a carência de informação em Daniel 8 sobre o início das 2.300 tardes e manhãs, visto que em Daniel 9 o ponto de partida é indicado.

O ponto inicial das 70 semanas é “a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” Daniel 9:25. Embora 3 decretos persas sejam mencionados no livro de Esdras nesse sentido, o de Artaxerxes é o mais abrangente, além do que, as intenções dos 2 anteriores são plenamente satisfeitas com este último. Esse decreto entrou em vigor no outono de 457 A.C., data que deve ser tomada como o início dos cômputos proféticos.

7 Semanas e 62 Semanas

“Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos.” Daniel 9:25. Assim, a manifestação do Messias estava marcada para 69 semanas proféticas, ou 483 dias-anos, depois que o decreto de Artaxerxes entrasse em vigor, o que conduz ao ano 27 da Era Cristã, no qual Jesus, após ter sido batizado no rio Jordão, foi ungido pelo Espírito Santo, que sobre Ele repousou em forma de pomba, e deu início ao Seu ministério público.Após essa data, segundo o relato de Marcos, “foi Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho.” Marcos 1:14 e 15.

A parte final do versículo se refere aos turbulentos anos de reconstrução da cidade de Jerusalém, o que pode ser comprovado mediante a leitura do livro bíblico de Neemias.

“O Ungido será tirado”

“Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.” Daniel 9:26. A intenção dessa passagem não é marcar a data exata da morte de Jesus, pois,  segundo as palavras de Gabriel, o Ungido seria tirado não ao fim das 62 semanas, mas depois disso. A menção à destruição do Templo e da Cidade Santa aponta logicamente à invasão de Jerusalém pelos exércitos romanos, liderados pelo general Tito, no ano 70 da Era Cristã. Invasões dessa natureza eram comparadas a inundações, o que explica a referência a um dilúvio; e a afirmação de que “até ao fim haverá guerra” retrata bem os combates e o derramamento de sangue dos últimos 2.000 anos da História da Humanidade.

A Última Semana
“Elefará firme aliançacom muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.” Daniel 9:27. A “semana” aqui mencionada é a última das 70 e corresponde aos derradeiros anos de oportunidade concedidos ao povo de Israel.Durante esse período, que se estende do ano 27 ao ano 34, Cristo, em princípio em pessoa e depois por intermédio de Seus discípulos, dirigiu o convite do Evangelho especialmente aos judeus.

A parte mais impressionante da predição está relacionada ao meioda septuagésima semana, em que se faria cessar o sacrifício e a oferta de manjares. No ano 31 da Era Cristã, 3 anos e meio após Seu batismo, o Senhor Jesus foi crucificado. Mediante o grande sacrifício oferecido na Cruz do Gólgota, o sistema de sacrifícios, que por 4.000 anos havia apontado para o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29), perdeu a sua validade.O tipo alcançou o antítipo e, em conformidade com a vontade de Deus, todos os sacrifícios e ofertas deveriam cessar. Ao Jesus entregar Seu espírito naquela tarde de sexta-feira, houve um grande terremoto e “o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo” (Mateus 27:51), como notória evidência de que o sistema cerimonial havia chegado ao esgotamento. Que Jesus estava cônscio de que aquele era o momento indicado pela profecia de Daniel, observa-se de Suas palavras proferidas na noite anterior: “Pai, é chegada a hora; glorifica a Teu Filho, para que o Filho Te glorifique a Ti.” João 17:1.

O final do versículo 27 também faz alusão à destruição de Jerusalém, assim como o verso precedente, e foi mencionado por Jesus em Seu sermão profético, quando Ele instou a Seus discípulos que estudassem com atenção o livro de Daniel. Ver Mateus 24:15.

O Fim das 70 Semanas
Visto que as 70 semanas foram separadas especialmente para o povo de Israel, seu término deve coincidir com a rejeição dos judeus ao Evangelho de Cristo. Embora nenhum evento específico seja relacionado ao fim das 70 semanas e apesar de os dados cronológicos dos primeiros capítulos do livro de Atos serem insuficientes para uma datação exata, a morte do diácono Estevãoe a primeira perseguição à Igreja servem muito bem como marcos do fim do tempo de graça concedido à nação eleita, pois, após o início das hostilidades, os discípulos, forçados pela perseguição a fugir de Jerusalém, “iam por toda parte pregando a palavra” (Atos 8:4). Filipe desceu à cidade de Samaria e pregou a Cristo. Pedro, guiado pelo Espírito de Deus, anunciou o Evangelho a Cornélio, centurião de Cesaréia; e Paulo, ganho à fé cristã, foi incumbido de pregar as doces novas do Evangelho “aos gentios de longe” Atos 22:21 (ARC).

O Término dos 2.300 Anos

Todas as especificações da profecia se cumpriram nos mínimos pormenores em relação ao ministério terrestre de Cristo, o que imprime um selo de garantia sobre o restante da profecia que diz respeito à purificação do Santuário Celestial. Avançando 2.300 anos a partir do outono de 457 A.C., chega-se ao outono de 1.844 A.D., quando Jesus, Sumo Sacerdote do Céu, à semelhança do que se fazia no Dia da Expiação, entrou no Lugar Santíssimo para purificar o Santuário. Naquele ano, Jesus deu início à última etapa de Seu ministério intercessório, após o qual Ele voltará para buscar o Seu povo.

Implicações dos Cômputos Proféticos

As 70 semanas de Daniel 9 constituem a mais espetacular de todas as profecias bíblicas. Erguem-se como um desafio ao ceticismo do mundo hodierno, cujos pilares estão supostamente firmados sobre bases científicas. Se as datas propostas pelo esquema profético puderem ser confirmadas, um golpe mortal terá sido dado a todas as correntes do pensamento atual que deixam de parte a Bíblia e a fé em Jesus. Nos próximos estudos, serão fornecidas evidências concretas e irrefutáveis para a comprovação das datas do início das 70 semanas, do batismo de Jesus e de Sua crucifixão e morte. Que o leitor possa sentir sua fé aumentar a cada descoberta e que a graça de Cristo e a presença do Espírito Santo possam Se intensificar em seu coração!

Henderson H. L. Velten

sexta-feira, 15 de julho de 2011

As 2300 Tardes e Manhãs e a Hora do Juízo


No livro do Apocalipse encontramos o anúncio de um juízo. Um juízo universal e de conseqüências eternas. Um dia Lúcifer disse que estava certo e Deus, errado. O Criador deu-lhe o tempo necessário para provar a validade de suas acusações e para esclarecer qualquer dúvida na mente das criaturas. Mas, finalmente, chega o dia em que todas as acusações e seus resultados devem ser julgados.
No capítulo 14 de Apocalipse, o apóstolo João nos leva a contemplar essa cena crucial do grande conflito entre o bem e o mal. “Vi outro anjo” – diz o profeta – “voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, tribo, língua, e povo.” (Apocalipse 14:6).

Quem é esse anjo e a quem simboliza?

Ao longo de todo o livro do Apocalipse são mencionados muitos anjos. Dessa vez João vê outro anjo. Este “anjo” ou “mensageiro” representa, segundo os comentaristas bíblicos, “os servos de Deus empenhados na tarefa de proclamar o evangelho”.1 Afinal de contas, a missão de pregar o evangelho foi dada por Jesus aos discípulos antes de o Mestre partir.” (Marcos 16:15 e 16). Quer dizer que, hoje, existe neste mundo um povo especial, com uma mensagem especial para ser dada aos moradores da Terra.
 A mensagem que essas pessoas proclamam é a seguinte: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de Seu juízo.” (Apocalipse 14:7). Essa mensagem é de suma importância porque é o anúncio do dia do acerto de contas: finalmente chegou a hora do julgamento. Quando o juízo findar, todo o Universo saberá sem sombras de dúvidas quem estava com a razão: Satanás ou Cristo. Lá nos céus, muito tempo atrás, Lúcifer acusou a Deus de ser tirano, arbitrário e cruel. Acusou-O de estabelecer princípios de vida que nenhuma criatura poderia cumprir e, portanto, de não merecer mais adoração nem obediência. Mas agora chegou o momento do veredicto final. A História encarregou-se de acumular as provas. Os livros serão abertos, e o juízo começará.
A Bíblia está cheia de afirmações que confirmam a existência de um juízo para a raça humana. Observe algumas delas:
1. “Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.” (Eclesiastes 12:14)
2. “Porquanto [Deus] estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça…” (Atos 17:31)
3. “Porque importa que todos nós compareçamos ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou mal que tiver feito por meio do corpo.” (II Coríntios 5:10)
Mas a grande pergunta é: Quando acontece o juízo? Como saber o tempo exato em que esse julgamento terá início? Se nosso destino eterno está em jogo, não deveríamos preocupar-nos por estudar a profecia a fim de estar preparados para aquele dia?

Dia do juízo

Para compreender as profecias do Apocalipse é preciso conhecer bem o Velho Testamento. Isso porque, no Apocalipse, muitos detalhes proféticos do Velho Testamento cobram sentido. No Apocalipse está o maravilhoso final da história que começa no Gênesis. Portanto, para saber quando começa o juízo que o Apocalipse menciona, é preciso rever, na história bíblica, quando se realizava o juízo em Israel, o povo de Deus no Velho Testamento.
Segundo o Mishná, que é a coleção dos escritos judeus, o juízo de Israel começava no primeiro dia do sétimo mês, com a Festa das Trombetas, e terminava no décimo dia, com a Cerimônia da Expiação. Até hoje esse dia é denominado “Yom Kippur”, que significa literalmente “dia do juízo”.2 Nesse dia, cada verdadeiro israelita renovava sua consagração a Deus e confirmava seu arrependimento, ficando, assim, perdoado e limpo. (Levítico 16:30)
Nesse dia, também, o sumo sacerdote de Israel efetuava a limpeza ou purificação do santuário, com sacrifícios de animais. Note agora o que a Bíblia diz a esse respeito: “Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que se acham nos Céus se purificassem com tais sacrifícios; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios a eles superiores. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém, no mesmo Céu, para compadecer, agora, por nós, diante de Deus.” (Hebreus 9:23 e 24).

Um santuário no Céu e o juízo

Se você analisar com cuidado essa declaração bíblica, chegará à conclusão natural de que existe um Santuário lá nos Céus e que o santuário terreno do povo de Israel era apenas uma figura do verdadeiro que está nos Céus. Bom, se o dia da purificação do santuário de Israel era o dia do juízo para aquele povo, está claro que o dia da purificação do Santuário Celestial será também o dia do juízo da humanidade. Mas quando acontecerá isso? Se descobrirmos essa data, teremos descoberto a data do início do julgamento do planeta em que vivemos. Não é fascinante?
Agora vem algo que surpreende: a Bíblia contém uma profecia quase desconhecida pela humanidade (se você tiver uma Bíblia em casa, é só conferir). Essa profecia esta registrada em Daniel 8:14, e diz assim: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será purificado.” Essa profecia não pode se referir à purificação do santuário de Israel, porque essa purificação era realizada a cada ano. Aqui está falando necessariamente da purificação do Santuário nos Céus. E isto é confirmado pela própria Bíblia (Hebreus 9:25 e 26). Isso que dizer que, se descobrimos quando termina essa profecia, teremos descoberto o dia da purificação do Santuário Celestial, ou seja, o dia do juízo dos seres humanos.
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que, em profecia, um dia equivale a um ano (Números 14:34; Ezequiel 4:6 e 7). Para saber, então, quando termina esse período de dois mil e trezentos anos é preciso saber quando ele começa. Essa profecia foi revelada ao profeta Daniel com a seguinte advertência: “A visão da tarde e da manhã é verdadeira. Tu porém cerra a visão porque se refere a dias mui distantes.” (Daniel 8:26). E Daniel acrescenta: “Eu, Daniel, desmaiei, e estive enfermo alguns dias… E espantei-me acerca da visão, pois não havia quem entendesse.” (Daniel 8:27).
Enquanto Daniel orava pedindo que Deus lhe revelasse o significado da profecia, o anjo apresentou-se novamente ao profeta, dizendo: “No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão… Sabe e entende, que desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o Ungido, o Príncipe, haverá sete semanas e sessenta e duas semanas… E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício.” (Daniel 9:23 a 27).
Nesse texto estão contidos dados necessários para entender a profecia. Com essa declaração bíblica podemos estabelecer o seguinte diagrama: (primeiro leia os pontos explicativos e depois olhe para o diagrama).
1. Perceba que o período profético de 2300 anos começa quando saiu “a ordem para restaurar e edificar Jerusalém”. (Daniel 9:25; Esdras 7:7 e 11; Esdras 7:21 e 22). E a História registra que essa ordem foi dada pelo rei Artaxerxes, da Pérsia, no ano 457 a.C. Este é, então, o ano do início do período profético.
2. A profecia diz que, do ano 457 a.C. “até o Ungido Príncipe” (ou seja, o batismo de Jesus), haveria “sete semanas e sessenta e duas semanas”. Esse total de 69 semanas, em linguagem profética, equivale a 483 anos, o que nos leva ao ano 27 d.C., data em que historicamente realizou-se o batismo de Jesus. Até aqui a profecia tem-se cumprido com exatidão.
3. A profecia fala de uma semana a mais (sete dias proféticos = sete anos), que nos leva do ano 27 d.C. até o ano 34 d.C., quando o apóstolo Estevão foi apedrejado pelo povo judeu e, com isso, o tempo de Israel estava acabado. “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo” (Daniel 9:24), tinha dito o anjo ao explicar a profecia para Daniel. Isso também se cumpriu com exatidão.
4. A profecia afirma que, na metade dessa última semana – que nos leva ao ano 31 d.C. – “fará cessar o sacrifício”. Noutras palavras, Jesus morreria na cruz e já não seria mais necessário o sacrifício de animais que Israel realizava. A História registra que, exatamente no ano 31 d.C., Jesus foi morto, e você pode ver mais uma vez como a profecia se cumpriu de maneira extraordinária.
5. Até aqui, tudo aconteceu como estava previsto. A profecia foi dada a Daniel por volta do ano 607 a.C. e, séculos depois, tudo se cumpriu ao pé da letra.
6. Agora me acompanhe no raciocínio. Se, depois do período de 70 semanas (490 anos) continuarmos contando o tempo, concluiremos que o período de 2300 anos termina em 1844. Quer dizer que, naquele ano, segundo a profecia, o Santuário Celestial seria purificado, ou seja, começaria o grande julgamento da raça humana.
• 457 a.C. - Emissão da ordem para reconstruir Jerusalém (Esdras 7:11 e 12).
• 408 a.C. - Jerusalém reconstruída e o Estado judeu restaurado.
• 27 d.C. - Batismo de Jesus (Mateus 3:13 a 17).
• 34 d.C. - Morte de Estevão (Atos 7:54 a 60); a Igreja é perseguida (Atos 8:1 a 3) e o Evangelho é levado aos gentios (Atos 13:44 a 48).
1844 - Início do Juízo Investigativo (Daniel 8:14; Apocalipse 3:7 e 8).

Vivendo em pleno juízo

Isso é algo surpreendente e de solene significado. A humanidade não pode viver este milênio sem saber que o juízo divino começou. Este não é um assunto para o futuro. Segundo a profecia, foi a partir de 1844 que o destino dos homens começou a ser definido, e milhões de pessoas no mundo ignoram essa verdade. Por isso o Apocalipse declara que era necessário levantar-se um anjo “voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a toda nação, tribo, língua, e povo, dizendo em grande voz: temei a Deus e dai-Lhe glória, pois “É CHEGADA A HORA DE SEU JUÍZO”.
Perceba que o anjo voa. Isso é urgente. Voar significa rapidez. Não há mais tempo a perder. Perceba que a mensagem é dada em alta voz. Isso não pode ser ignorado por mais tempo. Precisa ser proclamado em toda a Terra e para todos os seres humanos. E, finalmente, perceba que este evangelho é eterno. Não é nada novo; algo que foi inventado por alguém. Trata-se da história do maravilhoso amor de Deus pelos seres humanos.
 Infelizmente, o juízo, por algum motivo, é mal compreendido pela humanidade. Muitos confundem o juízo divino com os flagelos e catástrofes que acontecerão antes da volta de Cristo, e que também estão profetizados no Apocalipse. Só que aqueles flagelos são parte da sentença. Eles são resultado do juízo. Não é juízo. A prisão ou pena de morte, por exemplo, não é o juízo da pessoa, mas a condenação. Juízo é o processo pela qual se considera o caso: existe um juiz, um advogado, um promotor de acusação, testemunhas e provas.
Veja como o profeta Daniel descreve o juízo celestial: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a lã pura… um rio de fogo manava e saía de diante dEle. Milhares e milhares O serviam, e miríades e miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros.” (Daniel 7:9 e 10) Note, aí estão o Juiz e também os livros.
Agora confira como o juízo é descrito pelo Apocalipse: “E olhei, e eis não somente uma porta aberta como também a primeira voz que ouvi dizendo: sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.” (Apocalipse 4:1). Depois de que coisas? Depois que a porta for aberta, claro. E quando é que a porta foi aberta?

Uma porta aberta em 1844

No santuário de Israel, a porta que levava do lugar santo ao lugar santíssimo, era aberta a cada ano, no Dia da Expiação (que era o dia do juízo). Com relação ao Santuário Celestial é dito que:
 ”Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus; nem também para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote de ano em ano entra no santo lugar com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que Ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado.” (Hebreus 9:24 a 26)
Quer dizer que, em 1844, a porta entre o lugar santo e o lugar santíssimo, lá nos Céus, abriu-se para que Jesus pudesse iniciar a purificação do Santuário. E quando essa porta se abriu, veja o que João viu:
 ”Imediatamente, eu me achei no espírito, e eis armado no Céu um trono, e no trono alguém sentado.” (Apocalipse 4:2).
Depois, João descreve a cena ao longo de todo o capítulo quatro de Apocalipse. Ali são mencionados: o trono de Deus, rodeado de querubins; um arco-íris em cima do trono; e, em volta, 24 pequenos tronos onde se assentam 24 anciãos, que declaram: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder.” (Apocalipse 4:11).
 Não são semelhantes essa declaração e a do anjo de Apocalipse 14, que proclama: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora de seu juízo”? Anjos no Céu e homens na Terra confirmam que a glória pertence a Deus, porque alguém quer usurpar essa glória. Depois de descrever a cena, João continua: “Vi na mão direita dAquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro, e por fora selado com sete selos.”
Está montada a cena. O tribunal está instalado. Segundo a profecia isso aconteceu em 1844 e, no presente momento, a humanidade está sendo julgada. Qual é o assunto em pauta? Qual é a acusação? Quais os argumentos? Quem é o acusador? Quem é o Advogado de defesa? Quem são as testemunhas? E quem é o Juiz? A cortina vai cair e o conflito dos séculos será desvendado.
Alejandro Bullón, O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse, 1.ª ed., 1998, pág. 29.

Referências

1. Seventh-Day Adventist Bible Comentary, vol.7, pág. 827.
2. The Jewish Encyclopedia, vol. 2, pág. 281.
Fonte: Artigo extraído do Livro O Selo de Deus na Lei, no capítulo 20

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