quinta-feira, 9 de abril de 2015

Peixe faz mesmo tão bem para a saúde?




Os peixes realmente fazem tão bem assim? Se sim, qual é o melhor peixe do ponto de vista nutricional? A resposta não é tão simples. Nos últimos anos, a boa reputação do peixe esteve associada à presença de ômega 3, ácidos graxos essenciais que o corpo não produz a partir de outras substâncias - são “poli-insaturadas” -, encontrados em abundância em certos peixes. Durante muito tempo a ciência apoiou e incentivou o consumo de peixe. Estudos sugeriam que o consumo era bom para o coração, o desenvolvimento do cérebro e o crescimento. O ômega 3 começou a ser adicionado a certos alimentos, como leite, sucos e cereais, e uma indústria de suplementos de óleo de peixe floresceu. Mas, mais recentemente, pesquisas ligaram o ômega 3 a um risco maior de desenvolver certos tipos de câncer (como o de próstata) e descartaram que o consumo de suplementos de óleo de peixe reduz o risco de doenças cardíacas. Também descobriu-se que o excesso de ômega 3 pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral.

“Foram atribuídos ao ômega 3 diversos benefícios sobre os quais não se têm certeza”, disse à BBC Eduardo Baladía, editor da revista Nutrição Humana e Dietética e promotor do Centro de Análise de Evidência Científica da Fundação Espanhola de Dietética e Nutrição (FEDN). “Na verdade, temos dúvidas sobre o ômega 3. É muito problemático dizer que consumi-lo faz bem para a saúde.”

Um ponto sobre o qual os especialistas concordam é que o valor nutritivo do peixe não começa e não termina no ômega 3. “Se você pudesse dizer, com certeza, que os benefícios de comer peixe se originam inteiramente na gordura poli-insaturada, então ingerir pílulas de óleo de peixe seria uma alternativa a comer o próprio peixe. Mas é mais provável que uma pessoa precise da totalidade das gorduras dos pescados, suas vitaminas e minerais”, escreveu Howard Levine, chefe editorial da publicação de Saúde da Universidade de Harvard, em um artigo em 2013. “Às vezes nos fixamos demais em supernutrientes e superalimentos”, diz Eduardo Baladía. “A ingestão de peixe substitui o consumo de carne, que têm gorduras menos saudáveis. Isso podemos considerar verdade absoluta. E, só por isso, já é interessante comer peixe”, completa. [...]

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido recomenda comer apenas uma porção de peixe gorduroso por semana - por causa de sustâncias tóxicas, como o mercúrio, presentes nestas espécies devido à contaminação das águas - e quantas vezes quiser de peixes pouco gordurosos.

Mas todos concordam que frutas e verduras ainda são a chave de uma alimentação saudável.

(BBC Brasil)

Nota: Cada um é livre para comer o que quiser e o que lhe der prazer. Mas uma coisa fica cada vez mais certa: a dieta originalmente proposta por Deus para o ser humano (frutas e sementes, complementadas por hortaliças) tem sido confirmada ao longo dos anos como a melhor. Além disso, é bom lembrar que o ômega 3 também pode ser encontrado em fontes vegetais. [MB]

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