domingo, 12 de abril de 2015

O Bom Perfume de Cristo




Quem não gosta de ser logo notado pelo bom perfume que usa? Muitas pessoas têm sua presença percebida, em qualquer lugar que chegam, apenas pela boa colônia que utilizam. Mas, poucos sabem que compor uma fragrância é o mesmo que compor uma música ou pintar uma tela. Assim como a música e a pintura, a fragrância tem como ingredientes principais a harmonia, o sonho, a poesia, a inspiração e o mistério.

Artigos de perfumaria podem ser classificados como extratos finos, tríplices e duplos, extratos comuns, loções, águas-de-colônias, águas aromáticas, etc., e podem ser de qualidade inferior ou superior. Criar a fragrância perfeita é uma arte delicada. Além de combinar dezenas de matérias-primas, o perfumista acrescenta uma dose de paixão, transformando o aroma num estado de espírito. Perfumes estrangeiros lançados recentemente misturam romantismo, sofisticação, sensualidade e jovialidade.

O perfume é uma das criações mais antigas da história e certamente a mais carregada de mistérios e mitologia. A palavra perfume é derivada do latim “per fum”, que significa por meio da fumaça. A paixão pelos perfumes alcançou seu auge nas cortes francesas do século XVIII, quando Luís XV decretou que para cada dia da semana deveria haver uma fragrância diferente na corte.

Essência ou Absoluto é a denominação para a concentração máxima, e a mais pura matéria para a fabricação do perfume. Os principais métodos são: a destilação, a pressão a frio, a maceração, e a enflorage. Os últimos três consistem na maceração da matéria prima. As pétalas e as flores são amassadas até obter-se o sumo, a essência do perfume. Foi isto que aconteceu com a “Rosa de Sarom”: Cristo sofreu todos os tipos de pressão, foi macerado, pisoteado, moído e crucificado pelas nossas transgressões (Is 53:5). Jesus é o bom perfume de Deus que inebria o mundo de amor, paz e alegria.

O bom perfume de Cristo

“Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto  nos que são salvos como nos que se perdem. Para estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida” (2Co 2:15,16). Paulo e seus colaboradores constituíam o bom perfume de Cristo (v. 15) que Se manifestava por meio deles a fragrância das coisas espirituais.

Nas lojas de perfumaria – e também através de revendedores ambulantes – é bastante comum o cliente só comprar um perfume após realizar a prova da fragrância, que geralmente acontece através da fita olfativa [filete de papel embebido com o perfume] ou por intermédio dos pequeninos frascos de vidro, comumente chamados de amostra grátis. O fato é que o teste olfativo é a oportunidade do cliente conhecer o produto contido no frasco em tamanho original, a ser levado para casa, caso resolva efetuar a compra. Talvez seja por esta causa que é dito que “todo cristão é uma amostra grátis de Cristo.”

O sábio Salomão já dizia: “Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial” (Pv 27:9). Diante disso, é pertinente a reflexão: Que perfume tenho exalado no meu dia a dia? Urge levarmos o “bom perfume de Cristo” para o trabalho, para a escola, à vizinhança, ao trânsito, ao ambiente dos negócios e inclusive para o ambiente familiar.

Nunca seria demais trazer à memória que Jesus é o Perfume de Deus – a Rosa de Sarom – e nós somos uma “amostra grátis” de Cristo. A “embalagem” pode ser até atraente, mas o que importa é o conteúdo. Oremos, com fervor, para que o pecado não venha entupir o vaporizador de nosso testemunho, impedindo que o perfume de Cristo se propague nos ambientes que freqüentamos.

A mosca no perfume

“Qual a mosca morta faz o ungüento do perfumador [perfumista] exalar mau cheiro, assim é para a sabedoria e a honra um pouco de estultícia” (Ec 10:1). “Se alguém colocar moscas mortas num vidro de perfume, ele acabará cheirando mal! Assim, um pequeno erro pode destruir muita sabedoria e honra” (Ec 10:1, A Bíblia Viva). Ou seja, Salomão diz que um pequeno erro é como uma mosca morta que estraga todo o trabalho do perfumista.
É digno de nota que algo tão pequeno cai numa coisa bem maior, e acaba todo o odor. É, na realidade, a decomposição da mosca que faz com que o perfume perca todo o seu efeito. A idéia dominante é o poder das pequenas coisas que não prestam. A palavra traduzida por estultícia é o termo hebraico seckel, que significa tolice, futilidade, leviandade. O recipiente pode ser invadido pelas moscas do materialismo, da promiscuidade, do vício secreto, do ódio, da mentira, da hipocrisia, da idolatria, dos sentimentos de mágoa, etc.

Deus em Cristo, sempre nos conduz em triunfo

“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento” (2Co 2:14). “Graças sejam dadas a Deus, que, por Cristo, nos carrega sempre em seu triunfo e, por nós, expande em toda a parte o perfume do seu conhecimento” (2Co 2:14, Bíblia de Jerusalém). Na mente de Paulo, está aqui retratada a Festa do Triunfo, na qual o general romano entrava em Roma, vitorioso, aclamado pelas multidões e trazendo atrás de si os cativos capturados em batalha.
Na Festa do Triunfo era comum o general vitorioso estar entre dois grupos de escravos. Antes de sua caravana, ele era precedido por uma caravana de escravos que aceitaram livremente o domínio desse novo general. Estes foram alforriados, tornando-se, então, livres. Estas pessoas seguiam a pé na primeira comitiva, à frente do general, carregando grinaldas de flores e vasilhas com incenso aromático perfumado. Estes ex-escravos retornariam à sua antiga terra como Embaixadores do Novo Governo, a fim de governá-la sob as ordens do novo império.

Mas, após a carruagem do general, vinha outra fila: Um segundo grupo de prisioneiros. Esses eram prisioneiros rebeldes, impenitentes. Eles não aceitaram o domínio do general, por isso, arrastavam grossas e pesadas correntes nos pés e nas mãos. Esses eram prisioneiros que seriam mortos, juntos com o general perdedor.

Quando o cortejo, com o general vitorioso passava, as multidões soltavam brados de vitória. Aquele incenso aromático e as flores perfumadas que eram carregados pelo primeiro grupo iam extasiando o ambiente. Para o primeiro grupo de ex-escravos, agora livres, aquele cheiro “era aroma de vida, para vida”. Mas, para o segundo grupo, “aroma de morte, para morte”.

Paulo está dizendo que os escravos conquistados por Cristo, o REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES (Ap 19:16), fazem parte do primeiro grupo. Eram oprimidos, agora são livres.  Agora estão em Cristo e são o bom perfume de Cristo, instrumentos da manifestação da vitória de Deus, por meio de Cristo Jesus. Não somente o perfume, mas, o bom perfume de Cristo. O bom perfume é caro, vale mais que “ouro e prata”, o seu custo foi “o precioso sangue de Cristo” (1Pe 1:18,19), porquanto é envolvente, inebriante, contagiante: perfuma sem fazer alarde!  A mesma missão de Cristo é agora a função dos novos embaixadores. 

O ofício dos colaboradores de Cristo nunca pode ser o da neutralidade: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos, como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida” (2Co 2:15,16). O mesmo Evangelho que salva, também condena; o sol que amolece a cera, é o mesmo que endurece o barro; o mar que salvou os judeus, condenou os egípcios.

A NOVA VIDA SOB O DOMÍNIO DE CRISTO, TEM SEU ÚNICO CAMINHO POR CRISTO

O nosso Salvador, “o Verbo de Deus”, é o nosso grande Comandante que veio ao “solo” do inimigo [nosso planeta] e tomou os espólios – toda a raça humana escravizada pelo poder do mal -, derrotando e, “despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2:15). A cruz de Cristo retirou a “credencial” de Satanás, expondo-o ao desprezo universal, ao ridículo, foi envergonhado, “pagou mico.” Não é sem razão que a expressão preferida de Paulo  é “em Cristo”, citada em suas cartas 164 vezes. Paulo é um ardoroso defensor de que a vida cristã é absolutamente Cristocêntrica.

“Graças, porém a Deus, que em Cristo, sempre nos conduz em triunfo.” O verbo “conduzir” usado neste texto, na língua original (grego), está no presente, mas não indica uma ação só de momento, porém, uma ação contínua. O triunfo deve ser um estado permanente e contínuo na vida daqueles que, por Deus, são conduzidos “em Cristo.” É triunfo, mesmo quando os nossos planos humanos são frustrados: na alegria e na tristeza; na saúde e na doença; na prosperidade e na pobreza; na aprovação e na rejeição (Fl 4:11-13). Oxalá, sejamos o bom perfume de Cristo!

PASTOR VAGNER ALVES FERREIRA
JUBILADO – ASSOCIAÇÃO NORTE PARANAENSE/IASD
E-MAILL: prvagner-iasd@uol.com.br

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