domingo, 15 de setembro de 2013

54 Perguntas Respondidas sobre o Dízimo na Igreja Adventista do Sétimo Dia


Ouro da felicidade
O QUE SIGNIFICA O DÍZIMO?

Significa a décima parte dos lucros e entradas que o crente destina para uma finalidade sagrada. Essa décima parte é devolvida a Deus como um sinal da aliança e da sociedade com Ele, reconhecendo-O como o Criador e Proprietário de todas as coisas. Gênesis 14:18; Levítico 27:30 e 32; Malaquias 3:7-10.

DIZIMAR ESTÁ RELACIONADO A UM MANDAMENTO DE DEUS OU À VONTADE HUMANA?

Está relacionado com um mandamento de Deus, pois como Soberano do Universo, reservou para Si o dízimo, e logo o estabeleceu como um concerto: “Trazei todos os dízimos a casa do tesouro” Malaquias 3:10. “Dever é dever, deve ser realizado por amor a ele”. CSM, 90. “A negligência ou adiamento desse dever, provocará o desagrado divino.” – CSM, 67. Sendo que o governo de Deus respeita o livre-arbítrio, dizemos que Ele não obriga ninguém a segui-Lo. Este acordo poderá não ser executado nem aceito, mas quem procede assim terá que enfrentar as consequências. O princípio do dízimo se baseia em princípios tão duradouros como a lei de Deus.

COM QUE FINALIDADE DEUS ESTABELECEU O SISTEMA DE DÍZIMO?

Para beneficiar o homem. “A fim de que o homem se pudesse tornar como seu criador de índole benevolente e abnegada.” – CSM, 15.
“Vi que o sistema do dízimo desenvolverá o caráter e manifestará o verdadeiro estado do coração.” – I TS, 237.
Para expressar a Deus a nossa lealdade e obediência à soberania divina. “Exige Ele esse tributo como prova de nossa fidelidade a Ele” – CSM, 72.
Para reconhecer a Deus como dono e doador de tudo. I Crôncias 29:11-14.
Para habilitar-nos a receber bênçãos de Deus. Malaquias 3:10 – 12.
“Para avanço da obra de Deus na Terra” – CSM, 77.

QUAL O ÚNICO DESTINO QUE DEUS DÁ AO DÍZIMO?

Através dos tempos, Deus estabeleceu que o dízimo seria destinado, somente, para o sustento de seus ministros, os levitas. Assim aconteceu no antigo testamento: os levitas e sacerdotes foram sustentados com os dízimos (Números 18:21 e 24.) No Novo Testamento e na atualidade, o dízimo é para o sustento do ministério evangélico (I Coríntios 9:14; I Timóteo 5:18).

QUE SIGNIFICA A EXPRESSÃO “SUSTENTO DO MINISTÉRIO EVANGÉLICO”?

Ministério evangélico é um cargo ou ocupação de tempo integral, daqueles que se dedicam a uma função evangelizadora. O dízimo dedica-se ao sustento e a uma função evangelizadora. Isto compreende os pastores, professores que dão ensinamento bíblico, e também inclui todos os gastos da denominação, derivados da atenção às igrejas, tanto pelas Associações/ Missões, como pelas Uniões, Divisões e a Associação Geral.

QUE SIGNIFICA “CASA DO TESOURO” EM MAL. 3:10?

Significa: Depósito (Salmo 33:7), armazém (I Crônicas 27:28), Casa de provisões. Com frequência usa-se como sinônimo de tesouraria (Neemias 12:12). Pode referir-se a tesouraria da igreja local como um depósito temporário, de onde se enviam os dízimos para a Missão / Associação, depois para a União, Divisão e para a Associação Geral, entidades que representam a igreja organizada, de onde se administram os usos e destinos dos dízimos. Esta é a verdadeira “Casa do Tesouro”.
“Aqueles que se encontram à testa dos negócios na sede da causa, têm de examinar detidamente as necessidades dos vários campos; pois eles são os mordomos de Deus, destinados a estender a verdade, a todas as partes do mundo. Eles são inescusáveis, se permanecem em ignorância com respeito às necessidades da obra.” OE, 454,455.

DEVOLVER O DÍZIMO É UM ATO DE ADORAÇÃO?

Sim, é um ato de adoração. Ao Jacó devolver ao Senhor seus dízimos, ele estava adorando-O (Gênesis 28:22). O povo de Israel levava a Deus parte de seus bens, como um ato de adoração (Êxodo 23:15; Deuteronômio 16:16).
Ao nos apresentarmos diante do Senhor com o dízimo, estamos identificando-nos como seus adoradores. Através da devolução do dízimo, entregamos a Deus não apenas dinheiro, mas, sobretudo, o coração, a própria vida como um reconhecimento de Sua propriedade. II Cor. 8:5.

HÁ ALGUMA DIFERENÇA ENTRE ADMITIR E DEMONSTRAR QUE DEUS É DONO DE TUDO?

Em forma teórica, muitos admitem que Deus é o dono de todos os seus bens, mas não o demonstram ou expressam de maneira tangível e concreta. Não basta falar do dízimo, é necessário praticá-lo. A Bíblia nos adverte em Isaías 29:13; Romanos 10:10 e 15:6.

POR QUE SE USA A EXPRESSÃO “ROUBAR A DEUS” PARA REFERIR-SE AO ATO DE NÃO DIZIMAR?

Porque a Bíblia dá esta ênfase. Malaquias emprega esta palavra com muita clareza (Malaquias 3:8-10). Roubo equivale a apropriar-se de algo que foi deixado em confiança. É uma apropriação indevida.
“Defraudar o Senhor, (nos dízimos e nas ofertas) é o maior crime de que o homem pode ser culpado”. CSM 86.

QUAL A DIFERENÇA EXISTENTE ENTRE DÍZIMO E OFERTA?

Dízimo:
Deus declara que é propriedade exclusiva Dele. Levítico 27:30: “Também todas as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, são do Senhor santas são ao Senhor”.
Nisto não temos o direito de escolher. Deus exige obediência total. As ordens têm de ser cumpridas. (Malaquias 3:10, Deuteronômio 14:22) fazendo-se uso do livre arbítrio.
Deus aceita tanto o bom como o mau. Levítico 27:32 e 33. Aqui Deus se preocupa não tanto pela qualidade, mas pela quantidade, pela parte que Ele reclama como Sua.
Embora o dízimo seja um dever, Deus espera que esta obrigação tenha a motivação do amor, um amor responsável, um amor que leva a obediência. João 14:15 e 15:10.
Oferta:
É “propriedade” do homem. Nós sabemos que o ser humano não é proprietário de nada. Sem dúvida, Deus nos permite considerar os nove décimos (depois do dízimo) como nossos, pois podemos usá-los conforme a nossa vontade. É por esta razão que podemos ofertar voluntariamente. Deuteronômios 16:10.
A quantia que damos está determinada pelo critério espiritual de avaliação e proporção das bênçãos recebidas I Coríntios 16:2; Deuteronômios 16:17; S. Lucas 12:48. Aqui também usamos a faculdade de escolha.
Deus somente aceita a oferta que é perfeita, porque esta representa a Cristo. Aquilo que mais preocupa a Deus é a qualidade. Malaquias 1:8; Levítico 22:21 e 22.
A motivação do amor é a única que Deus aceita, ainda que a oferta seja da melhor qualidade. A motivação está no doador. Deus olha o doador e sua oferta. Gênesis 4:4, IJoão 3:16. João 15:13.
Portanto, o dízimo é devolvido, ao passo que as ofertas são doadas voluntariamente. As ofertas são nossa resposta de amor e gratidão pelas bênçãos de Deus.

POR QUE O DÍZIMO É VISTO COMO UM MANDAMENTO SE NÃO ESTÁ CONTIDO NO DECÁLOGO?

Ainda que não esteja expressamente mencionado no Decálogo, sabemos que sua não devolução implícita é uma violação do oitavo e décimo mandamento do Decálogo. 1 Tim. 6:10, Col. 3:5. Por sua parte, Levítico 27:34 diz: “São estes mandamentos que o Senhor ordenou a Moises, para os filhos de Israel, no Monte Sinai”
Foi no mesmo lugar em que foram dados os 10 mandamentos, que Deus deu a ordenança dos dízimos. “Este não é um pedido de um homem, é um dos mandamentos de Deus, pelo qual Sua obra pode ser sustentada e levada adiante no mundo.” – TM 312.
“O sistema ordenado aos hebreus não foi rejeitado ou afrouxado por Aquele que lhe deu origem. Em vez de haver perdido agora seu vigor, deve ser mais plenamente cumprido e dilatado, pois a salvação em Cristo unicamente deve ser apresentada em maior plenitude na era Cristã” – CSM 75,76.

É JUSTO QUE UM POBRE DÊ DÍZIMOS DE SUAS PEQUENAS ENTRADAS?

Sim é, por que: “para o pobre, o dízimo será de uma importância comparativamente pequena, e suas dádivas serão de acordo com a sua possibilidade” – CSM 73.
“O Plano divino do sistema do dízimo é belo em sua simplicidade e equidade.” – CSM 73 “Não é devolver ao Senhor o que é Seu que torna o homem pobre, reter é que leva a pobreza.” – CSM 36.
Frequentemente os que recebem a verdade se acham entre os pobres do mundo. … “E quando Ele vê um fiel cumprimento do dever na devolução do dízimo, muitas vezes em Sua sábia providência, proporciona meios pelos quais seja aumentado.” – OE 222 e 223.

O DÍZIMO DEVE SER CALCULADO DE FORMA EXATA OU PODE SER UM VALOR APROXIMADO?

“O Senhor pede que Seu dízimo seja entregue em Seu tesouro. Escrita, honesta e fielmente, seja-Lhe devolvida esta parte.” – CSM 82.
“Quanto à importância exigida, Deus especificou um décimo da renda” – I TS 373.

HERANÇA, PRESENTES OU DINHEIRO ACHADO DEVEM SER DIZIMADOS?

Considerando que a herança constitui um aumento ou ganho patrimonial, deveríamos devolver o dízimo correspondente. No caso de presentes, se estes são úteis para o momento atual, estando o seu valor incluído no orçamento familiar, deve dizimar-se. Se o dinheiro achado se incorpora ao patrimônio daquele que o encontrou, deve dizimar-se.

É CORRETO DESCONTAR IMPOSTOS ANTES DE CALCULAR O DÍZIMO?

Não. Não deveríamos descontar os impostos antes de calcular os dízimos, porque os impostos, quer sejam federais, estaduais ou municipais, outorgam serviços ao cidadão, que se constituem em benefícios indiretos. Em consequência, deveriam dizimar-se as somas de dinheiro destinadas a pagar os impostos.

DEVE-SE DIZIMAR O DINHEIRO QUE SE TEM RECEBIDO COMO EMPRÉSTIMO?

Não, porque o dinheiro emprestado não é ganho. Em caso de a pessoa obter lucros do dinheiro emprestado, então sim, deveria dizimar-se.

DEVEM-SE DIZIMAR GANHOS DA VENDA DE UM IMÓVEL COMPRADO COM DINHEIRO DIZIMADO?

Sim. Deve-se dizimar, podendo-se agir das seguintes maneiras:
Caso não haja inflação no país, dizima-se o lucro da venda.
Havendo inflação, pode fazer a correção monetária. Se houver lucro, dizima-se o mesmo. Não havendo, não há necessidade de dizimar.

O FILHO QUE É DEPENDENTE FINANCEIRAMENTE DOS PAIS DEVE DIZIMAR?

Como meio educativo e de conscientização seria de grande benção que dizime o dinheiro que recebe para o seu uso pessoal, ainda que esse dinheiro tenha sido previamente dizimado.

A MENSALIDADE QUE OS ESPOSOS DÃO ÀS ESPOSAS DEVE SER DIZIMADA?

Ao tratar-se de uma mensalidade que já foi dizimada, a esposa não necessita voltar a dizimá-la. Agora, se esta mensalidade provém de um esposo crente e ele não dizimou o seu salário, então a esposa pode ser de grande ajuda para o esposo, ajudando-o a dizimar. Pode existir o caso de um esposo não crente, que se incomode grandemente se imaginar que sua esposa dizima dinheiro do viver diário. Então é melhor atuar com prudência. É preferível que a esposa desista de fazê-lo.

O QUE A PESSOA DEVERÁ FAZER DIANTE DA CONSCIÊNCIA, QUE POR DESCUIDO OU INFIDELIDADE, DEIXOU DE DIZIMAR?

“Se tiverdes recusado lidar honestamente com Deus, eu vos suplico que penseis em vossa deficiência, e sendo possível, façais restituição. Caso não seja possível fazê-lo, com humildade e arrependimento orai para que Deus vos perdoe, por amor de Cristo, a grande dívida” – CSM, 100.

QUE PRINCÍPIO DEVO USAR AO DIZIMAR, SE NÃO TENHO CERTEZA DO LUCRO EXATO OBTIDO?

“Ao determinar a proporção de oferta para a causa de Deus, deveis de preferência exceder as exigência do dever a não cumpri-las.” – 1 TS, 563. Em caso de dúvida é preferível “errar” do lado da fidelidade e generosidade do que da mesquinharia e avareza, pois Deus é magnânimo com Seus filhos.

QUAL ERA A SITUAÇÃO POLÍTICA E RELIGIOSA DA NAÇÃO ISRAELITA NOS DIAS DE MALAQUIAS?

Malaquias viveu no final do período do cativeiro babilônico. Neemias havia acabado de liderar o povo no retorno do cativeiro e empreendido uma reforma política ao reorganizar a nação e reconstruir os muros da cidade e outra reforma espiritual ao restaurar o templo e os tesouros do Senhor, saqueados pela infidelidade do povo.
Em seu livro Malaquias denuncia a infidelidade do povo para com os serviços da casa do Senhor restaurados por Neemias. (Ne. 12:44-47; 13:10-13.)
É importante salientar o fato que os livros de Crônicas, Esdras e Neemias tratam do mesmo tema de Malaquias. “Casa do Tesouro”, portanto, pode ser melhor compreendido à luz desses livros.

COMO FICOU O SISTEMA FINANCEIRO ORGANIZADO POR NEEMIAS NOS DIAS DE MALAQUIAS?

Neemias estabeleceu “câmaras” ou tesourarias em várias cidades de Israel, para recolherem temporariamente, os dízimos e ofertas, que eram as porções dos sacerdotes e levitas. (Ne. 12:44).
Ele fez cuidadosa separação entre dízimo e oferta. (Ne. 12:44).
Estabeleceu tesoureiros para cada “câmara” ou tesouraria, como nos dias de Ezequias. (2Cr.31:19).
Esses tesoureiros foram escolhidos dentre os próprios levitas. Dessa maneira não seriam vitimas do jogo de interesses alheios à função. Se eram dignos de serem ministros do santuário, também o seriam para administrarem os fundos para seu próprio sustento com fidelidade. (2Cr.31:19).
A distribuição dos dízimos e ofertas era controlada a partir de Jerusalém. Os tesoureiros das “câmaras” que havia espalhadas por todo o país, enviavam o produto recolhido para a “Casa do Tesouro” em Jerusalém e de Jerusalém voltava para os levitas espalhados por todo Israel. ( 2Cr. 31:4-6; Ne.12:44).
Havia uma equipe encarregada da distribuição em Jerusalém e outra para o resto do país. (Ne.13:13).
Os levitas eram assistidos conforme o registro de suas famílias, mulheres e crianças (2Cr 31:19). Essa assistência financeira e material não considerava como prioridade os lugares que eram os maiores doadores, para que ali ficassem retidos os dízimos, mas as necessidades de manutenção dos indivíduos e da obra em Israel como um todo. Assim que, todos os levitas recebiam sua manutenção de acordo com as necessidades de suas famílias (2Cr 31:17-19).
Pode-se depreender dos registros bíblicos que essa unificação do sistema gerido pelos próprios levitas: 1) proporcionava igualdade de tratamento e proporcionalidade na manutenção do ministério; 2) Concedia uma visão global unificada gerando um senso nacional de missão e unidade entre os sacerdotes; 3) Procurava evitar ambições financeiras na liderança espiritual da igreja israelita.
Portanto, na Bíblia, os dízimos e ofertas dos sacerdotes não ficavam em cada vila ou cidade, ou na posse do próprio adorador. Os relatos bíblicos disponíveis indicam que tanto no período pré como pós-exílio, sempre que o sistema de manutenção dos sacerdotes foi reformado sob direção profética, a casa do tesouro foi uma tesouraria centralizada em Jerusalém e administrada pelos próprios levitas. Para esta “casa do tesouro” Malaquias apelava para que fossem conduzidas todas as dádivas. A partir desse centro administrativo todos os levitas recebiam auxílio conforme o registro de “suas famílias” (2Cr 31:17 -19).

HÁ NOS ESCRITOS DE ELLEN G. WHITE REFERENCIA À POSSIBILIDADE DE PESSOAS OU IGREJAS LOCAIS AGIREM SEPARADAMENTE DA ORGANIZAÇÃO?

“Alguns têm apresentado a ideia de que, ao aproximarmo-nos do fim do tempo, cada filho de Deus agirá independentemente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída pelo Senhor de que nesta obra não há isso de cada qual ser independente. As estrelas do céu estão todas sujeitas às leis, cada uma influenciando a outra a fazer a vontade de Deus, prestando obediência comum à lei que lhes dirige a ação. E, para que a obra do Senhor possa avançar sadia e solidamente, Seu povo deve unir-se.” OE, 487.

O DÍZIMO PODE SER USADO PARA ATENDER OS GASTOS DA IGREJA?

“Foi-me mostrado que é um erro usar o dízimo para atender a despesas ocasionais da igreja” – CSM, 103.
“Mas estais roubando a Deus cada vez que pondes a mão no tesouro, a fim de tirar fundos para atender as despesas correntes da igreja.” – CSM, 103.
“Seu povo de hoje precisa lembrar que a casa de culto é propriedade do Senhor, e que deve ser escrupulosamente cuidado. Mas o fundo para essa obra não deve provir dos dízimos.” – CSM, 102.

O DÍZIMO PODE SER USADO PARA ATENDER DESPESAS DE ESCOLAS OU ASSALARIAR COLPORTORES?

“Um raciocina que o dízimo pode ser aplicado para fins escolares. Outros argumentam ainda que os colportores devam ser sustentados com o dízimo. Comete-se grande erro quando se retira o dízimo do fim em que deve ser empregado – o sustento dos ministros” CSM, 102.

OS POBRES DA IGREJA PODEM SER ATENDIDOS COM O DÍZIMO?

“O dízimo é separado para um uso especial. Não deve ser considerado fundo para os pobres. Deve ser dedicado especialmente ao sustento dos que estão levando a mensagem de Deus ao mundo; e não deve ser desviado desse propósito” – CSM, 103.

PODEMOS USAR OS DÍZIMOS PARA AJUDAR ESTUDANTES POBRES DOS NOSSOS COLÉGIOS?

“… Mas este dinheiro não deve ser extraído do dízimo, se não de um fundo separado para este propósito.” – EGW, carta 40, 1897.

COMO DIZIMAR?

Antes de fazer qualquer gasto, separe a décima parte de todas as suas entradas e coloque esta quantia em um envelope de dízimo. “Não Lhe devemos consagrar o que resta de nossas rendas, depois que todas as nossas necessidades reais ou imaginárias tenham sido satisfeitas; mas antes de qualquer parte ser gasta, devemos pôr de parte aquilo que Deus especificou como Seu” – CSM, 81.

NÃO SINTO A ALEGRIA QUE AS OUTRAS PESSOAS SENTEM AO DIZIMAR. PORQUE DIZIMAR É TÃO DIFÍCIL PARA MIM?

Dizimar é difícil, não pelas quantias em jogo, mas pelos motivos. Se você tem achado que é muito difícil pode ser que você esteja dizimando por motivos errôneos.
Se você esta dizimando porque seu amor a Deus o leva a cumprir esta responsabilidade e porque ama almas que se perdem, seu motivo é puro, espiritual e desinteressado, e você descobrirá que o dízimo é um caminho de vida comovedor e abundantemente recompensador.

COMO DEVE DIZIMAR AQUELE QUE SE DEDICA A ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS OU SIMILARES?

Deveria guardar um registro da venda de seus produtos e acrescentar a este total o valor dos produtos do estabelecimento consumidos em seu lar e os juros ou aluguéis recebidos de outros. Isto constitui uma entrada bruta. Logo deverá deduzir todos os gastos O resultado é o ganho que deverá ser dizimado.

COMO UM COMERCIANTE DEVE DIZIMAR?

Um comerciante deve devolver o dízimo de seus lucros líquidos. Para calcular este ganho, deve somar a sua venda do mês e outras entradas como: juro por dinheiro investido, aluguel de propriedades, etc. Logo deve restar o custo das mercadorias vendidas, os gastos que tenham tido com relação a sua atividade comercial. Esta diferença será o lucro líquido, sobre o qual deve devolver o dízimo.

PODERIA APRESENTAR UM EXEMPLO CONCRETO SOBRE A MANEIRA EM QUE ARRENDADORES, AGRICULTORES OU COMERCIANTES DEVOLVEM PERIODICAMENTE O DÍZIMO?

Alguns proprietários adventistas pegam mensalmente um saldo igual ao que os demais membros da família que trabalham com eles. Isto provê uma entrada mensal e lhes permite devolver regularmente o dízimo e dar suas ofertas. Estes salários estão baseados na colheita dos últimos anos. Periodicamente (uma vez ao ano, cada seis meses) computam as entradas e ajustam qualquer diferença que houver.

COMO PROCEDER PARA DEVOLVER O DÍZIMO QUANDO NÃO SE PODEM CALCULAR EXATAMENTE OS GANHOS MENSAIS, COMO NO CASO DE COMERCIANTE AMBULANTE?

O comerciante ambulante deveria separar o dízimo calculando a diferença entre o total das vendas e o total das compras de mercadorias do dia, semana, etc. Se tem gastos com transportes, armazenagens, etc… Pode deduzi-los e dizimar a diferença.

COMO DEVERIA DIZIMAR UM INDUSTRIAL QUE COMPROU MAQUINARIAS COM UM EMPRÉSTIMO BANCÁRIO?

Deverá devolver mensalmente o dizimo da parte da quota mensal que paga ao banco e que corresponde à amortização do capital emprestado (a parte da quota mensal que corresponde a juros poderia ser considerada como um gasto e em consequência não sujeita a dízimo). Igual critério deveria seguir um taxista que compra um veículo com um empréstimo bancário, um técnico ou profissional que compra em iguais condições seu equipamento para o trabalho, etc.

DEVERIA ENSINAR-SE ÀS CRIANÇAS A DIZIMAR SEUS ESCASSOS RECURSOS?

Cada um deveria dizimar, não importa quão abundante ou escasso sejam seus recursos. Toda pessoa que tem idade suficiente para entender e escrever tem geralmente uma pequena quantia de dinheiro e é responsável perante Deus pela maneira que a administra. “Ensine-os a devolver dízimos e ofertas” – LA, cap. 63.

É CORRETO DEVOLVER O DÍZIMO DE UMA SÓ VEZ NO FINAL DO ANO?

Não é o melhor por três razões:
A Associação /Missão que recebe seus dízimos tem sérias obrigações para sustentar aos pastores, e estas não podem esperar até o fim do ano.
Você necessita das bênçãos e da fortaleza divina que vem cada mês do ano
Devido à inflação seu verdadeiro valor se reduz.

DEVO DEVOLVER MEU DÍZIMO NA IGREJA ONDE SOU MEMBRO?

Sim, você deveria devolver o dízimo na igreja que você é membro.

NECESSITO DEVOLVER O DÍZIMO AINDA QUE NÃO ASSISTA REGULARMENTE À IGREJA?

Deus diz que devemos levar todos os dízimos a casa do tesouro. Você paga o aluguel de sua casa ou os impostos, mesmo quando está de férias, não é verdade? Deus espera que você dizime seus ganhos cada vez que os recebe independentemente de você estar ou não em condições de ir a igreja. Dizimar é uma prova de reconhecimento da soberania e propriedade de Deus sobre tudo o que existe, e nada tem haver com a possibilidade física de assistir ou não a igreja.

EU POSSO ADMINISTRAR O DÍZIMO EM VEZ DE LEVÁ-LO PARA IGREJA?

Não. Sua igreja necessita do dízimo. A regra é esta: “Ninguém se sinta na liberdade de reter o dízimo, para empregá-lo seguindo seu próprio juízo. Não devem servir-se dele numa emergência, nem usá-lo segundo lhes pareça justo, mesmo no que possam considerar como obra do Senhor” – CSM, 101.

POSSO RETER OS DÍZIMOS SE NÃO CONCORDO COM A MANEIRA COMO ELE É USADO?

“Alguns se tem sentido mal satisfeitos, e dito: Não pagarei mais o dízimo, pois não confio na maneira porque as coisas são dirigidas na sede da obra. Roubareis, porém, a Deus, por pensardes que a direção da obra não esta direita? Apresentai vossa queixa franca e aberta, no devido espírito, e as pessoas competentes. Solicitai em vossas petições que se ajustem as coisas e ponham em ordem, mas não vos retireis da obra de Deus, nem vos demonstreis infiéis porque outros não estejam fazendo o que é direito.” – CSM, 93 e 94.

DEVO DIZIMAR, APESAR DE MINHAS DÍVIDAS?

Sim, pois nossa primeira maior dívida é com Deus. Ele nos dá todas as coisas independentemente das obrigações financeiras com seus semelhantes. O dizimista cristão, inteligente e fiel, sempre se considera endividado em primeiro lugar com Deus, pois Ele é o proprietário de tudo o que lhe confiou como mordomo. É uma grande injustiça usar o dízimo de Deus para pagar dívidas a seres humanos. Não se pode pagar a alguns, roubando a outros.

DEVO DIZIMAR, MESMO GANHANDO O INSUFICIENTE PARA ATENDER AS MINHAS NECESSIDADES?

O Senhor não nos pede que dizimemos do que não recebemos e sim do que ganhamos, sendo muito ou pouco. Aquele que cumprir a disposição de Deus no pouco que lhe tem sido dado, receberá a mesma recompensa que aquele que dá de sua abundância. “Aquele que segue o plano de Deus no pouco que lhe foi dado, receberá a mesma recompensa que aquele que oferta de sua abundância.” – OE, 223.

DEVERIA DIZIMAR QUANDO MINHA PRIMEIRA OBRIGAÇÃO É PARA COM A MINHA FAMÍLIA?

“Algumas pessoas se sentem sob sagrado dever para com os filhos. A cada um devem dar seu quinhão, mas se acham incapazes de conseguir meios para auxiliar a causa de Deus. Dão a desculpa de que têm um dever para com os filhos. Pode isso ser certo, mas seu primeiro dever é para com Deus… Não permitais que vossos filhos roubem vossas ofertas do altar de Deus, usando-as para seu próprio proveito.” – CSM, 94.

TENHO RAZÕES PARTICULARES PARA NÃO DIZIMAR. CERTAMENTE NÃO SE ESPERA QUE EU DIZIME, NÃO É VERDADE?

Muitos creem erroneamente que o dízimo realmente lhes pertence, em lugar de reconhecerem que pertence a Deus como o expressa Levítico 27:30. “Exigia um décimo e isto Ele requer como o mínimo que o homem Lhe deve devolver. Diz: Dou-vos nove décimos, ao passo que exijo um décimo; este é o Meu. Quando os homens o retém, estão roubando a Deus.” I TS, 373.

UMA VIDA DE ORAÇÃO SUBSTITUI A DEVOLUÇÃO DOS DÍZIMOS?

“A oração não tem o fim de operar qualquer mudança em Deus; ela nos põe em harmonia com Ele. Não ocupa o lugar do dever. Por mais frequentes e fervorosas que sejam as orações feitas, jamais serão aceitas por Deus em lugar do nosso dízimo. A oração não paga nossas dívidas para com o Senhor.” CSM, 99.

ALGUÉM QUE NÃO SEJA FIEL NOS DÍZIMOS PODE SER OFICIAL DA IGREJA?

Os dirigentes da igreja devem dar exemplo na devolução dos dízimos. “Aquele que não procede de acordo com esse padrão de liderança, não deve continuar como oficial de igreja ou obreiro da Associação / Missão” – Manual da Igreja, 138.
“Quem deixa de dar exemplo neste assunto importante, não deve ser escolhido para o cargo de ancião, nem para cargo algum da igreja”. – Manual da Igreja, 54.

QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS NA IGREJA POR INCENTIVAR A FIDELIDADE NA DEVOLUÇÃO DO DÍZIMO?

O pastor, ancião, tesoureiro e o presidente da comissão de mordomia.

PARA QUE SE DESTINAM OS 10% DE DÍZIMOS QUE CADA ORGANIZAÇÃO RECEBE E ENVIA A ORGANIZAÇÃO SUPERIOR?

Para cobrir os gastos que sustentam o ministério e a direção da obra nessas organizações. “Assim, a Associação ou Missão local, a União e a Associação Geral ficam providas de fundos para suster os obreiros empregados e atender aos gastos de dirigir a obra de Deus em suas respectivas esferas de responsabilidade e atividade” – Manual da Igreja, 163.

Veja nesse vídeo a explicação de como são investidos os dízimos e ofertas na Igreja Adventista: http://adv.st/1fm2dL7

PODE DEDICAR-SE UM TEMPLO CONSTRUÍDO COM DÍZIMOS?

Não. Assim como apresentar a Deus uma casa de culto com uma dívida constitui uma negação da fé, porque fala de uma mordomia infiel, de igual maneira e ainda pior, todavia, é o fato de que seja construída utilizando a porção do Senhor. O Espírito de Profecia diz: “Mas estais roubando a Deus cada vez que pondes a mão no tesouro a fim de tirar fundos para atender as despesas correntes da igreja” – CSM, 103.

DEVERIA A IGREJA RECEBER OS DÍZIMOS DO PRODUTO DE ATIVIDADES QUE ESTÃO EM ABERTA TRANSGRESSÃO AOS MANDAMENTOS DE DEUS OU DE UMA PESSOA QUE NÃO É CRENTE?

Às vezes se alega que esse dízimo é dinheiro sujo, indigno, porque provém, por exemplo, de uma prostituta, um homossexual ou de uma pessoa que faz negócios dúbios, e em consequência não é digno de ser recebido por Deus.
Mas, em realidade, não há tal coisa, como dinheiro sujo ou limpo, digno ou indigno. O dinheiro em si mesmo é neutro.
O que são sujos ou indignos são os meios para obter o dinheiro.
Em consequência, quando o dinheiro é dedicado a Deus pode ser legitimamente recebido, salvo quando o dinheiro obtido é produto de fraudes, assaltos, roubos, etc.
Ellen G. White, Chuvas de bênçãos, compilado e organizado por Arnaldo Enríquez (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1998), 87.

DEVERIAM RECEBER-SE OS DÍZIMOS DE CULTIVOS TAIS COMO FUMO, CAFÉ, ERVA-MATE, UVA PARA VINHOS, COCA, ETC.?

O problema não está no dinheiro ou nos cultivos, senão nos meios errados que usa o homem para obter o dinheiro e no uso equivocado, contrário ao plano de Deus, que faz de ditos cultivos. Em última instância, o dízimo é uma questão de consciência entre o homem e Deus. Se a pessoa persiste em sua conduta depois de a igreja fazer tudo o que estiver ao seu alcance para orientá-lo, então a responsabilidade fica com o membro e não com a igreja. White, Chuvas de bênçãos, compilado e organizado por Arnaldo Enríquez, 87.

PODEM SER RECEBIDOS DÍZIMOS DO PRODUTO DE VENDAS DE ARTIGOS COMERCIALIZADOS NA FRONTEIRA OU DE ARTIGOS PROIBIDOS POR LEI?

Cremos que seria prudente em qualquer dos dois casos não recebê-los, pois o conhecimento de que tais dízimos tiveram origem ilícita e violatória da lei, faria que quem os recebesse se tornasse cúmplice no delito perpetrado.

PODEM SER RECEBIDOS DÍZIMOS DE DINHEIRO GANHO EM LOTERIAS, RIFAS, PROGNÓSTICOS DESPORTIVOS, ETC.?

Tratando-se de pessoas que não são membros da igreja, podem ser recebidos, pois em quase todos os países estes meios de obter dinheiro são lícitos e aprovados por lei.
A igreja não aprova a participação em loterias, rifas ou prognósticos desportivos, de modo que um bom membro da igreja não participa dessas atividades.
Se por ignorância ou outra razão participou e obteve um prêmio, e deseja dizimá-lo, é decisão e problema de consciência dele. Se a igreja está inteirada do fato, deverá chamar-lhe a atenção, para não voltar a cair em um fato semelhante.

Via Adventistas.org

Perdão para hoje - Você é capaz de perdoar?


Somente quem diz de verdade "é meu privilégio perdoar"... é que de fato perdoa de modo perdoado mesmo. - Texto Caio Fabio 

Meu primeiro dia na Nova Terra


Mil anos se passaram. A Cidade Santa desembarca no Planeta Terra, após uma linda viagem pelo Universo. Os santos de Deus, agora transformados, contemplam o mesmo planeta outrora habitado. Tudo é diferente; há muito brilho, muita luz, muita paz...
Não há mais nuvens, não há mais frio, nem calor, nem morte, nem dor... De imediato, somos tomados de inexprimível comoção. As lágrimas só não caem porque Deus as extinguiu para sempre. Não há palavras para descrever as cenas que vão passando diante de nossos olhos atentos e radiantes. De repente, ficamos atônitos. É difícil acreditar no que nossos olhos contemplam, mesmo depois de passarmos mil anos no Céu.
 Nossa cidade é de ouro maciço, rodeada de pedras preciosas por todos os lados. Há um rio de águas cristalinas que corta a cidade ao meio.
Os animais são dóceis, e há muitas outras espécies que não havia na antiga Terra. As flores têm uma beleza ímpar, os frutos das árvores são de magnífico sabor e há uma harmonia de cores incrível em toda a natureza. Aqui não há mais lembranças da nossa vida na antiga Terra, Deus as eliminou de nossa memória para sempre.
Senti a mão de alguém tocar meu ombro, era meu anjo chamando-me para ouvir o pronunciamento de Jesus: “Meus filhos queridos, essa é a Nova Jerusalém que Eu havia prometido que lhes daria, conforme registrei nas Escrituras Sagradas...” Isso me fez lembrar Mateus 25:34: “Então, dirá o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de Meu pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.”
Em seguida, andamos pela cidade para conhecer toda a sua extensão. Um lugar em especial nos deixou maravilhados; o santuário no qual nós iríamos adorar nosso Deus. Uma obra que só não supera em beleza o santuário de Deus no Céu, mas que quase chega a igualar.
Logo depois, somos convidados para o nosso primeiro banquete. É um momento de muito júbilo e emoção. Há uma mesa de incalculável extensão em forma retangular, e, miraculosamente, todos nós conseguíamos enxergar as três pessoas da Divindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, mesmo os que estavam mais distantes. Deus abençoa o nosso maná – assim é chamado o alimento que se assemelha ao pão, mas que tinha um sabor inigualável – e comemos todos juntos após pronunciarmos um “amém” que ecoa em forma de cântico pelos ares.
Após aquela refeição maravilhosa, somos convidados a conhecer nosso lar, nossas “mansões sobre o monte”, onde viveríamos por todo o sempre.
Após ouvirmos as orientações de Deus e Sua declaração de amor por nós, Ele Se despede da seguinte forma: “amados, não deem importância ao tempo; o tempo aqui não existe tudo é eterno. Tudo isso que vocês estão contemplando são os tesouros que vocês acumularam após os anos de renúncia e abnegação, de sofrimento e morte por Minha causa. Possuam como herança o lar que lhes está preparado desde a fundação do mundo e recebam todo o amor que temos para dar a vocês. Aqui é apenas o começo de uma vida sem fim”.
Assim terminou o meu primeiro dia* na Nova Terra. Um lugar onde todas as pessoas eram felizes e sorriam. Havia muita paz, júbilo e regozijo. Não havia mais qualquer resquício de maldade, o mal estava para sempre destruído. De longe nós contemplamos a morte dos ímpios que, guiados por Satanás após a segunda ressurreição, marcharam contra a cidade tentando tomá-la por usurpação. Foi o último suspiro de maldade na história do Universo, até que o fogo os consumiu para sempre. Não houve alegria de nossa parte pela morte dos ímpios. Mas mesmo eles reconheceram a justiça de Deus, e todos nós rendemos graças, honras e glórias ao Cordeiro que trazia no corpo as marcas do amor à humanidade, nosso Salvador Jesus Cristo.

Por José Henrique Araújo de Oliveira, membro da Igreja Adventista do Setor Bosque, em Formosa, GO.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Salmo 36 - Um Grande Constraste

Vamos estudar no livro dos Salmos o maior contraste que poderíamos imaginar entre dois caracteres. Quando Davi escreveu o Salmo 1, ele fez um grande contraste entre o justo e o ímpio. Mas no Salmo 36, ele vai muito além, comparando o caráter do ímpio com o caráter de Deus, criando uma grande antítese.
Parece que ele estava descontente com algumas pessoas que ele conhecia do palácio e na sua própria família, como Amnom, Absalão, Aitofel, Joabe, Simei e outros, em suas artimanhas malévolas, e começou a descrever o caráter do ímpio. Entretanto, após um pouco de meditação, não mais querendo fixar os seus olhos em tanta degeneração, ele voltou-se para meditar no caráter de Deus. E escreveu por inspiração do Espírito Santo. Suas palavras são penetrantes e reveladoras.
I – O CARÁTER DO ÍMPIO (V. 1-5)
Vamos começar fazendo algumas perguntas, e responder conforme nos diz a palavra inspirada deste salmo.
1. Como é o coração do ímpio? “Há no coração do ímpio a voz da transgressão.” (v. 1). O grande problema do homem é o coração, tanto do justo como o do ímpio, mas o ímpio não sabe disso. O coração é a fonte da vida e é um símbolo de nossa mente, onde se encontram todas as faculdades que regulam a nossa consciência.
Pois, se temos tantos poderes em nossa mente, em nosso coração, qual é a voz que ouvimos de dentro para fora? O que nos fala a consciência? Davi personaliza a transgressão e diz que ela tem uma voz, que fala ao coração do ímpio. Ou seja, a consciência do ímpio está tão degenerada e cauterizada que só lhe fala para transgredir todas as leis de Deus. Há no coração do ímpio uma voz que não é mais a voz doce e suave da consciência falando-lhe para agradar a Deus, mas é uma voz que lhe fala para transgredir.
Mas qual é o grande problema? Falta alguma coisa na consciência de tal homem? Há alguma faculdade que ele não possui? Sim, ele tem a faculdade espiritual morta: “não há temor de Deus diante de seus olhos” (v. 1). O grande problema do homem é o coração, e o grande problema do coração é a falta do temor de Deus. Os olhos de sua consciência têm uma visão materialista, egoísta e avarenta: uma visão impura. Eles não veem a Deus e sequer têm noção da presença do Eterno e onipresente. Portanto, o temor de desagradar ao Senhor é algo que não passa pela cabeça do ímpio, dentro ou fora da igreja.
Então, por que o ímpio não teme nem ao seu semelhante a quem ele pode ver? Note o verso 2: “Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há de ser descoberta, nem detestada.” A transgressão continua lhe falando e agora o persuade de que não tem problema nenhum porque ninguém vai saber, ninguém vai descobrir, e nem será desprezado e odiado, e ele pode continuar fazendo o que quer.
Portanto, o ímpio não tem o temor de Deus e não tem o temor do homem, porque age escondido nas trevas e nas sombras da noite. E Cristo falando dessa atividade ímpia, disse: “O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras” (Jo 3:19-20).
Por que os ímpios não temem a Deus e tampouco aos homens, como disse o juiz iníquo, da parábola (Lc 18:2)? Porque pensam que não serão descobertos. Julgam que as suas obras não serão arguidas, eles pensam que não serão julgados. Vivem como se Deus não existisse. Mas Jesus Cristo advertiu a todos: “Nada há encoberto que não venha a ser revelado; e oculto que não venha a ser conhecido” (Lucas 12:2).
2. Como são as palavras do ímpio? V. 3: “As palavras de sua boca são malícia e dolo.” Malícia é maldade e dolo é engano. É assim que se manifestam as palavras do homem ímpio: através da aparência de boas intenções, ele comete a maldade pelo seu engano, porque fala uma coisa objetivando outra. Quando as pessoas menos percebem, elas foram enganadas e são vítimas da maldade de um homem que já se foi embora. E muitas vezes, já estão fora do seu alcance.
As palavras têm uma grande influência em quem fala e na vida de quem ouve. O sábio Salomão disse: “As palavras dos perversos são emboscadas para derramar sangue, mas a boca dos retos livra os homens.” “Se o governador dá atenção a palavras mentirosas, virão a ser perversos todos os seus servos.” “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo” (Pv 12:6; 29:12; 16:24). As palavras podem construir ou destruir; podem ferir ou curar.
3. Como são as atitudes do ímpio? V. 3, (2ª p): “Abjurou o discernimento.” Um dos sentidos da palavra “abjurar” é abandonar, deixar. A maioria das versões, de modo mais simples, usa a palavra “deixar.” Assim acontece com o ímpio em suas atitudes: ele deixou de lado todo o discernimento.
Discernimento tem que ver com a mente e as atitudes. Se as suas faculdades intelectuais, morais e espirituais estão em harmonia, então, você terá excelente discernimento capaz de distinguir entre o bem e o mal (Hb 5:14). Mas os ímpios não gostam de discernimento, porque isso os levaria a fazer juízo entre o certo e o errado, e como eles sabem que estão no erro, pelos padrões da sociedade, e preferem o erro, então, o jeito é evitar todo o discernimento, para que eles mesmos não sejam condenados.
Portanto, a sua pregação e defesa será: “Não faça julgamento de ninguém. Cada cabeça é uma sentença. Ninguém tem o direito de dizer se eu estou certo ou errado. Se você é feliz assim do seu jeito, então, prossiga assim.” Eles abandonaram todo discernimento e juízo. Eles não gostam de leis e regulamentos. Não gostam de ser discriminados. E assim anda a passos largos esta sociedade sem regras, sem normas, sem leis, e caminha para a destruição. Assim prosperam as doutrinas do Existencialismo e Evolucionismo em sua declarada impiedade.
4. E como são as obras dos ímpios? Davi continua dizendo que eles abandonaram “a prática do bem” (V. 3, úp). É uma simples consequência do rumo dos seus pensamentos e atitudes. Suas obras espelham coerentemente o mal que está em seu coração. Não nos iludamos com as manifestações de caridade que existem na TV e outros meios de comunicação. Tudo isso é feito com dúbias intenções. Eles dão casas, roupas e comida para os pobres, mas com a intenção de fazer propaganda do seu nome e render muitos dividendos nessa empreitada. Eles fazem tudo isso com segundas intenções. Portanto, Deus diz que isso não vale nada! São justiças e caridades baseadas no egoísmo e não são aceitas. São meros “trapos da imundícia” (Is 64:6).
5. Qual é a essência da vida do ímpio? Na conclusão desta parte, Davi resume a vida do ímpio em 3 estágios, (V. 4): “No seu leito, maquina a perversidade, detém-se em caminho que não é bom, não se despega do mal.”
Meditação. No 1º estágio, ele “maquina”. Esta palavra-chave significa “planejar, meditar, inventar; premeditar.” O ímpio, na sua cama, antes de se levantar, planeja nas suas meditações matinais como irá executar o mal e a perversidade. Ele acorda pensando em praticar o mal. Ele planeja enganar, roubar, adulterar, matar e praticar toda sorte de males. Ele pratica uma meditação nada saudável; é uma meditação perversa, cheia de ideias más. O justo acorda e o seu primeiro pensamento se dirige a Deus e a Sua Palavra. “O seu prazer está na Lei do Senhor e na Sua Lei medita de dia e de noite”. (Sl 1:2).
Consideração. No 2º estágio da vida ímpia, ele se detém no caminho do mal, ou seja: ele fica detido, ele analisa todas as possibilidades, calcula todas as circunstâncias, pondera em todos os resultados, em uma tentativa de ser bem sucedido. Disse Salomão: “Quanto ao ímpio, as suas iniquidades o prenderão, e, com as cordas do seu pecado, será detido” (Pv 5:22, RC). Ele está detido, obcecado, analisando o seu plano de ação, e considerando as vantagens de suas próximas ações.  
Identificação. No 3º estágio, disse Davi, ele “não se despega do mal”. Fica completamente decidido, e deseja arrostar as consequências, sejam elas quais forem, porque ele não tem nada a perder. E, como dizem as outras versões nesse texto, ele “não aborrece o mal”. A implicação é a de que ele ama o mal e o pecado e a iniquidade, e começa a se identificar com o pecado. A grande diferença entre o justo e o ímpio é a de que o justo odeia, aborrece o mal, enquanto que o ímpio ama o mal, o pecado e a perversidade. E se alguém ama o mal, não o aborrece, não odeia o pecado, isso faz parte de todos os seus atos. É a sua vida e o seu prazer. Então, só pode esperar pelas trágicas consequências.  
Aqui estão as 3 etapas do pecado, e de uma vida de pecado: Meditação, Consideração e Identificação. Qualquer pecado passa por esses 3 estágios. O pecador planeja o mal, considera o caminho em que estará entrando, e finalmente, se identifica com o pecado, amando-o, e se apegando a ele. É por isso que no Juízo final, Satanás e todos os seus anjos serão destruídos. E assim todos os pecadores, juntamente. Porque o fogo que destrói o pecado terá de destruir aqueles que se identificaram com o pecado, e estão apegados a ele.
E quanto a você: Você aborrece o mal? Odeia o pecado? Ou não o detesta? Por acaso você gosta de pecar, ama o pecado? Disse o apóstolo Paulo sobre o caráter de Jesus: “Amaste a justiça e odiaste a iniquidade.” (Hb 1:9). Podemos amar a justiça e praticá-la, como fez o nosso Salvador. Mas antes disso, precisamos odiar o pecado e a iniquidade. Precisamos ter inimizade contra o nosso maior inimigo e aborrecer o pecado. Esta inimizade é um dom que Deus coloca em nossa natureza, sob o poder do Espírito Santo. Ele prometeu: “Porei inimizade” contra Satanás e contra o mal (Gn 3:15).
As palavras iniciais do livro dos Salmos, apresentam-nos os 3 estágios da vida do ímpio e afirmam a resolução inabalável e invencível dos justos, em um caminho diametralmente oposto: “Bem-aventurado o homem que (1º) não anda no conselho dos ímpios, (2º) não se detém no caminho dos pecadores, (3º) nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Sl 1:1-2).
6. Quem são os ímpios? Alguém poderia dizer: É, de fato, os ímpios são maus, eles são perversos, eles vivem na iniquidade, eles não têm lei, eles só praticam a maldade, e merecem ser punidos. Eles merecem a morte. Davi também pensava assim. Mas num belo dia, o profeta Natã veio à sua presença e lhe contou a história de um homem rico que possuía muito gado e muito rebanho de ovelhas e roubou a ovelha doméstica de um homem pobre. Davi se levantou de seu trono e julgou corretamente: “Tal homem deve morrer!” E Natã lhe respondeu: “Tu és o homem, que deve morrer, porque adulteraste com a mulher do teu próximo e o mataste para ficar com ela.”
Quem é o ímpio deste salmo, na interpretação do apóstolo Paulo? Ele disse: “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado... Não há temor de Deus diante de seus olhos... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:9,18,23). Paulo prova que esse ímpio, sem o temor de Deus, em pecado, cheio de iniquidade, em pensamentos, palavras e obras, somos todos nós, ele se incluindo também.
Mas se eu sou esse ímpio, se você é esse ímpio, cheio de corrupção e maldade, cheio de pecado, merecendo o castigo e a morte, onde está a nossa esperança? A nossa única esperança está no caráter de Deus.
II – O CARÁTER DE DEUS (V. 6-10)
Tendo analisado o caráter pecaminoso dos ímpios, Davi agora, apresenta a grande esperança de todos os ímpios, na única esperança de todos os pecadores, ele faz um grande contraste do caráter dos ímpios com o caráter de Deus. A única esperança dos ímpios, a nossa única esperança, está no caráter de Deus. Se não fosse o caráter amorável de Deus, todos nós estaríamos perdidos.
1. A sublimidade da misericórdia de Deus. V. 5: “A tua misericórdia, Senhor, está nos céus, e a tua fidelidade chega até às mais excelsas nuvens” (RC). Misericórdia é a compaixão despertada pela miséria alheia. Os anjos não precisam de misericórdia, porque eles não caíram em pecado. Esta é uma necessidade humana. E onde está a nossa esperança? Nossa única esperança está na misericórdia de Deus que alcança os céus.
Somos como aquele paralítico que estava deitado num leito, pobre, miserável, um farrapo humano. E lá estava ele no tanque de Betesda. E ali Se encontrava Jesus diante dele. Foi pela misericórdia de Jesus Cristo que esse homem pôde se levantar. A sua esperança estava no poço, mas era uma esperança vã. Somente Jesus pôde ajudá-lo. E, portanto, disse-lhe: “Levanta-te e anda!” E ele deu um salto para nunca mais ser um paralítico e glorificava o nome de Jesus, a cada passo. Nossa esperança se encontra em Cristo.
A misericórdia de Deus é sublime, excelsa, altaneira, “chega até os céus”. O que significa isso? Davi interpreta as suas próprias palavras, significando a grandeza deste atributo de Deus, como no Salmo 103:11: “Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a Sua misericórdia.” O Seu amor, a bondade e misericórdia são imensos.
Mas não basta isso, porque também a Sua fidelidade se eleva “até as nuvens”. A bondade e a fidelidade sempre estão juntas, a fim de nos certificar de que as Suas promessas de misericórdia serão fielmente cumpridas. Imagine um político rico que se aproximasse de um mendigo, e compadecido dele lhe prometesse que lhe dará uma casa e comida todos os dias. Mas, como é comum, o rico vai embora e se esquece do pobre. O que aconteceu? O rico teve misericórdia, mas não teve fidelidade. A misericórdia de Deus está sempre ligada à Sua fidelidade, e ambas alcançam os céus, em sublimidade e imensidão.
2. A profundidade da justiça de Deus. Assim se expressa o salmista: V. 6: “A tua justiça é como as montanhas de Deus; os teus juízos, como um abismo profundo.” Deus é justo e a Sua justiça é tão alta como as montanhas do Criador, e, ao mesmo tempo, é tão profunda. Sua justiça e juízos são insondáveis. A Sua justiça se manifesta nos Seus juízos, que são como um “abismo profundo”. O homem caiu no mais profundo lamaçal de podridão e iniquidade. Mas Deus estava pronto para abaixar-Se e erguer o homem da sujeira do pecado e da imundície da sua iniquidade.
A justiça de Deus é tão profunda que nem mesmo Satanás podia entender como é que Deus pode ser ao mesmo tempo “justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:26). A aplicação da justiça era uma reivindicação de Satanás, quando Adão pecou. Ele exigia que Adão deveria ser morto imediatamente. Mas a misericórdia de Deus o preservou, dando-lhe uma segunda oportunidade e assim também a todos nós. “Senhor, Tu preservas os homens e os animais” (V.6,úp). Até os animais são objetos da justiça divina, que é tão profunda e insondável. Mas os homens estão em primeiro lugar. É por causa dos homens que os animais são preservados, e não o contrário.
Os pecados impunes, não estavam sendo castigados, em sua justiça máxima (Rm 3:25), desde Adão. Isso o inimigo não podia entender e acusava a Deus de injustiça. A justiça de Deus surpreendeu ao inimigo que não podia contar com os Seus mais profundos recursos. Então, Cristo foi enviado, e nEle a justiça de Deus foi cumprida e derramada a ira divina sobre “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” e transforma ímpios pecadores em homens justos. Porque “Cristo... morreu ... pelos ímpios” que somos nós todos (Rm 5:6).
3. A preciosidade dos atributos de Deus. Então, agora, podemos dizer com o salmista: V. 7: “Como é preciosa, ó Deus, a Tua benignidade!  
A misericórdia de Deus nos provê a fortaleza. V. 7: “Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das Tuas asas.” A benignidade de Deus é tão preciosa que todos dependemos dela para viver. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos.” (Lm 3:22). Acolhemo-nos à sombra das asas do Altíssimo, em Sua poderosa fortaleza. Estamos seguros porque temos a Deus como o nosso Refúgio.
Mas, muitas vezes não queremos a proteção divina, e nos acolhemos nas asas de poder humano. Disse Cristo a Sua nação, que O rejeitava: “Quantas vezes quis Eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” Quantas vezes fazemos o mesmo, e nos afastamos da proteção de Cristo! Quantas vezes nós O traímos como Judas, negamos como Pedro e O abandonamos como os demais discípulos! Mas a misericórdia de Cristo é tão preciosa que não nos abandona, e ainda nos atrai com as cordas de Seu amor, e nos recebe com terna compaixão. Porque “para vós outros que temeis o Meu nome nascerá o Sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Ml 4:2).
A misericórdia de Deus também provê a fartura. V. 8: “Fartam-se da abundância da Tua casa, e na torrente das Tuas delícias lhes dás de beber.” Quão preciosa é a misericórdia de nosso Deus! Comemos e bebemos das fontes e do manancial das delícias de Suas bênçãos incontáveis.
A misericórdia de Deus provê a fonte. V. 9: “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz.” Jesus Cristo é a Fonte da vida: “A vida estava nEle e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1:4). Esta é a interpretação cristológica que João faz das palavras do salmista. E Cristo ainda completa: “Eu sou a Luz do mundo; quem Me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8:12).
4. A perpetuidade do caráter de Deus. V. 10: “Continua a tua benignidade aos que Te conhecem, e a Tua justiça, aos retos de coração.” Assim vaticinou o profeta Jeremias: “As Suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lm 3:22-23). E Davi completa no Salmo 107: “A Sua misericórdia dura para sempre”. (Sl 107:1). E sobre a justiça divina? “A Tua justiça é justiça eterna” (Sl 119:142). Graças a Deus porque a Sua misericórdia e a Sua justiça continuam, e assim será pelos séculos intérminos da eternidade. Pela misericórdia, temos os nossos pecados perdoados. Pela Sua justiça, recebemos diariamente de Cristo a força para vencer a Satanás. A justiça de Cristo para a nossa justificação nos é imputada; mas para a nossa santificação nos é comunicada.  
Mas, para quem continua a Sua misericórdia e a Sua justiça? A misericórdia é um atributo que se manifesta de modo geral, e com justiça, a todos os seres humanos, santos ou ímpios pecadores. Mas de um modo particular e especial, ela será sempre vista e sentida por pessoas especiais.
Os que conhecem a Deus. Conhecer ao nosso Criador é a base para a vida eterna. Disse Jesus Cristo, em uma oração dirigida a Deus: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste.” (Jo 17:3). E Ele mesmo indicou como podemos conhecê-lO, não apenas por um conhecimento intelectual, mas através de um  conhecimento experimental: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim”. “Buscai no Livro do Senhor e lede” (Jo 5:39; Isaías 34:16). Precisamos examinar e buscar na Bíblia o nosso relacionamento com Deus e com Jesus Cristo, através do Espírito Santo, que foi Quem inspirou as Escrituras.
Os retos de coração. Esta é a vida de quem conhece a Deus de modo experimental: os que conhecem a Deus são retos de coração. Essas pessoas são os homens e mulheres justos de coração. O salmo começou com o coração perverso do ímpio e termina com o coração reto dos justos. Se o coração é o grande problema dos ímpios, é a solução para os justos. Não que por natureza os cristãos sejam melhores do que os ímpios, mas porque já entregaram o seu coração a Deus que nos transformou e purificou, e agora, temos a mente de Cristo (1Co2:16).
Graças a Deus que os Seus atributos de caráter, a misericórdia e a justiça continuam para sempre e eternamente. Este é o perfeito caráter divino. Jamais foi igualado, jamais foi sequer imaginado. Os anjos cantam alegremente: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir.” (Ap 4:8). Este é o santo e perfeito caráter de Deus, cuja misericórdia e justiça continuam a fortalecer os justos até que Ele venha. E eles O louvarão por Seus atributos continuamente, porque os atributos de Deus são eternos como Ele mesmo.
 CONCLUSÃO (V. 11-12)
Davi termina o salmo com esta oração: V. 11: “Não me calque o pé da insolência, nem me repila [expulse, afugente] a mão dos ímpios.”
Esta é a oração de conclusão que Davi faz para se proteger. Ele ora para que os pés dos insolentes e orgulhosos não o atinjam. Ora para que as mãos dos ímpios não o afugentem. Ele sabia muito bem o que isso significava. O seu próprio filho Absalão se encheu de orgulho e o expulsou de seu próprio palácio, ameaçando matá-lo para usurpar-lhe o trono. Mas aquele filho transviado não se lembrou de que o seu pai era um filho muito amado de Deus, e que nenhum exército jamais o vencera.
Sempre devemos orar para que o mal dos ímpios não chegue até nós. Sempre devemos estar em comunhão com Deus a fim de que Ele nos avise contra o mal que os pecadores intentam contra nós. O Seu próprio Filho Jesus Cristo precisou dos anjos que avisassem a José, seu pai terrestre, para que tomasse cuidados especiais porque Herodes queria matá-lO.
Nosso maior inimigo, Satanás, é um adversário vencido. Jamais deveríamos esquecer que se ele e todos os demônios são poderosos, Cristo é o Todo-poderoso, Ele é o Senhor dos Exércitos e dará uma vitória esmagadora ao povo de Deus.
No final, quando todas as coisas estiverem resolvidas, quando tiver passado o Milênio (Ap 20), poderemos dizer, com o salmista, em suas últimas palavras deste salmo: V. 12: “Tombaram os obreiros da iniquidade; estão derrubados e já não podem se levantar.” Mas os justos estarão em pé diante de Deus e do universo. Vale a pena nós nos prepararmos. Você está se preparando?
Então, a Terra será purificada com fogo e transformada no Paraíso dos salvos. Então, “não se levantará por duas vezes a angústia” (Na 1:9). Jamais se levantará novamente o pecado com todas as suas atrozes consequências. Todo o Céu proclamará a harmonia eterna, e por toda a eternidade será exaltado o caráter do Criador, em Sua justiça e misericórdia, atributos tão sublimes que chegam até as nuvens e tão elevados que alcançam os Céus.

Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
prbiagini@gmail.com

Como a Bíblia responde aos cientistas quanto à afirmação de que o Universo existe há milhões de anos?


Percebo que você gosta de conhecimentos profundos. Logo, para que você saiba mais sobre esse assunto, recomendo-lhe o livro de Ariel Roth, Origens, editado pela Casa Publicadora Brasileira (telefone: 0800 9790606). Mas, fazendo um resumo para responder à sua pergunta, quero analisar com você os primeiros versículos de Gênesis.
Deus é eterno. Provavelmente, Ele já esteja criando coisas no Universo, por toda a eternidade, mas não sabemos por quantos milhões ou bilhões de anos. Tudo o que conhecemos é um aproximado de quantos anos já se passaram desde que existe a história do pecado neste nosso planeta (cerca de seis mil anos).
Mas, realmente, a Bíblia é clara em dizer: “No princípio (não se sabe quando, mas há muito tempo) criou Deus os Céus e a Terra.” Esse verso narra uma criação muito antes da Criação. Ou seja, há muito tempo, Deus já havia criado o espaço sideral, inclusive este nosso planeta. Este nosso planeta não tinha vida. Nele, só existia o reino mineral. “E a Terra era sem forma e vazia”, como os seus vizinhos do sistema solar, por exemplo, Marte. Não havia ninguém, nenhuma vida aqui, mas o globo terrestre já existia e era cuidado por Deus. “E o Espírito de Deus pairava sobre as águas.”
Até que enfim... tchan, tchan, tchan, tchan! A Trindade resolveu reunir-se aqui e criar a forma e a vida de um mundo habitável. “E disse Deus: ‘Haja luz', e houve luz...” Então, Deus criou o mundo e colocou o homem nele.
A Bíblia não diz por quanto tempo Adão e Eva viveram no Éden antes de pecar. A tradição judaica diz que foi cerca de 30 anos. O casal pecou e foi expulso do Éden. Daí para cá, já se passaram cerca de seis mil anos.
Portanto, no Livro Sagrado, não há nada que contrarie as afirmações científicas de que o Universo existe há milhões de anos.


Um abraço, Pr. Valdeci Júnior

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