domingo, 9 de outubro de 2011

Jesus sentiu medo?

Vamos ler os textos mencionados pelo amigo ouvinte: “Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade”. (Mateus 26:39) Agora, Lucas 22:42: “… Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a Minha vontade, e sim a Tua”.
Jesus não possuía qualquer tipo de propensão para o mal; Ele não cometeu pecado. Mas como homem, Ele tinha sede (João 19:28), fome (Mateus 4:2), cansaço (João 4:6), etc… A divindade e a humanidade foram misteriosamente combinadas (Filipenses 2:9-11). Podemos dizer que Jesus, enquanto esteve na terra, foi totalmente Deus e totalmente humano; em nenhum momento deixou Ele de ser Deus.
Não podemos entender em todos os seus aspectos a humanidade de Jesus. Em nossa limitação humana não temos como avaliar plenamente os sentimentos de Jesus, o Deus-Homem. Se este assunto fosse importante para a nossa salvação, Deus o teria revelado. Teremos uma eternidade pela frente para entendermos este mistério e outros mais.
Que dizer de Mateus 26:39, onde Ele pede ao Pai para que “passe dele este cálice”?
Antes, convém lembrar que em I João 4:18 está sendo feita “uma referência ao temor que é fruto da covardia”. Não podemos isolar este texto de seu contexto e aplicá-lo a Jesus. O caso de Cristo foi bem diferente; Ele sentiu muita angústia por ter sido colocada sobre Ele toda a culpa dos pecados da humanidade; teve medo de separar-se do Pai não por covardia mais sim porque os pecados da humanidade lhe trouxeram esta horrível sensação de separação (nesse sentido foi separado do Pai por causa dos nossos pecados).
No livro “O Desejado de Todas as Nações”, páginas 681 a 690 encontramos alguns comentários importantes sobre esse difícil momento vivido por Jesus. “Sobre Aquele que não conheceu pecado, devia pesar a iniqüidade da raça caída. Tão terrível Lhe parece o pecado, tão grande o peso da culpa que deve levar sobre Si, que é tentado a temer que ele O separe para sempre do amor do Pai. Sentindo quão terrível é a ira de Deus contra a transgressão, exclama: ‘A Minha alma está profundamente triste até a morte’…Sentia que, pelo pecado, estava sendo separado do Pai… Ao sentir Cristo interrompida Sua unidade com o Pai, temia que, em Sua natureza humana, não fosse capaz de resistir ao vindouro conflito com os poderes das trevas… A humanidade do Filho de Deus tremia naquela probante hora. Não orava agora pelos discípulos, para que a fé deles não desfalecesse, mas por Sua própria alma assediada de tentação e angústia…”.
O amor do Senhor Jesus por nós será objeto de nosso estudo quando estivermos no Céu. Ele abandonou toda a Sua glória para sofrer horrivelmente por nós. Não podemos negar este amor que Jesus nos oferece; temos de aceita-lo como nosso salvador e a cada dia honrá-lo em nossa vida.

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